Forte procura baixa juro da emissão do BCP para 8,125%
Banco vai emitir 400 milhões em dívida AT1, que contam para os rácios de capital. Procura superou os 3 mil milhões e ajudou a baixar custo da operação para 8,125%.
O BCP BCP 1,14% prepara-se para emitir 400 milhões de euros em títulos de dívida que contam para os rácios de capital, os chamados Additional-Tier 1 (AT1). A operação esteve em curso esta quinta-feira e servirá para refinanciar o reembolso antecipado no mesmo montante de AT1 no final do mês. A forte procura ajudou a baixar a taxa de juro. Por estes títulos o banco vai pagar 8,125% ao ano durante os primeiros 5,5 anos.
Segundo o comunicado enviado ao mercado, esta quinta-feira, a “procura, nos termos finais da emissão, atingiu um montante superior a 3.000 milhões de euros (mais de 7 vezes o montante emitido, com ordens provenientes de mais de 250 investidores institucionais”.
O banco liderado por Miguel Maya mandatou esta quarta-feira o Barclays, BNP Paribas, Bank of America, Deutsche Bank e o próprio BCP para sondar o apetite de investidores qualificados. “A operação, que gerou um forte interesse do mercado, seguiu-se a um conjunto de reuniões ontem realizadas envolvendo mais de 60 investidores”, indica a nota publicada no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A elevada procura dos investidores ajudou a baixar o custo da operação, com a taxa de juro a descer os 8,625% iniciais para os 8,125%.
Em causa está uma emissão de títulos de dívida subordinados perpétuos que visam proteger o banco em caso de eventuais problemas no futuro, e são chamados em primeiro lugar — após o capital — para absorver eventuais perdas. Contam para os rácios de fundos próprios de nível 1. Face ao risco ser mais elevado, os investidores também exigem uma taxa de juro superior.
Esta emissão surge numa altura em que o banco liderado por Miguel Maya se prepara para fazer o reembolso antecipado de títulos semelhantes que emitiu em 2019, num montante de 400 milhões de euros, e pelos quais paga uma taxa de juro de 9,25%. Ou seja, os novos AT1 irão permitir obter poupanças.
Esta emissão do BCP contará com uma taxa fixa (cuja percentagem final ainda não está definida), com possibilidade de reembolso antecipado a partir do final do quinto ano, existindo ainda “um mecanismo de redução temporária do respetivo valor nominal em caso de verificação de um nível de fundos próprios principais de nível 1 (CET1), em base individual ou consolidada, abaixo de 5,125%”.
Como o ECO revelou em novembro, o BCP estava a avaliar fazer o reembolso antecipado dos AT1 emitidos em 2019 através de uma nova emissão. A outra opção passaria por usar fundos próprios, mas teria impacto na política de dividendos.
O BCP chegou a setembro com lucros de 650,7 milhões de euros, com o resultado a crescer sete vezes face ao mesmo período do ano passado, à boleia da subida da margem financeira. O bom desempenho permitiu reforçar os rácios de capital para quase 15% (CET1), criando uma almofada de capital importante para a distribuição de dividendos.
O banco já assumiu que poderá pagar até 40% dos lucros no próximo ano. As contas anuais serão apresentadas no dia 26 de fevereiro.
(Notícia atualizada às 20h12 com o comunicado ao mercado)
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