Ventura propõe que banca pague crédito à habitação
A 6.ª Convenção Nacional do Chega aprovou todas as alterações aos estatutos propostas pela Direção Nacional, pela distrital de Faro e pelo militante Samuel Monteiro.
“Não posso, porque não tenho esse direito, calar-me perante a injustiça”. As palavras são do líder do Chega, André Ventura, mas ‘roubadas’ do líder do PPD/PSD, Francisco Sá Cerneiro. “Muitos se juntarão, porque sabem que o Chega é o caminho para derrotar o socialismo em Portugal”, continua André Ventura. E acrescenta: “Nunca vendemos a nossa identidade, porque ela própria do nosso património, mas também sabemos que precisamos de muitos. Cita Francisco Sá Carneiro e diz que o partido se deve nortear por “interesses acima dos partidos”.
Atacando o PS de António Costa e o de Pedro Nuno Santos, Ventura diz que “o Governo não caiu pela ação do Presidente da República, dos partidos de oposição, caiu pela velha e conhecida palavra portuguesa: corrupção”. E não esquece o nome de José Sócrates. “Saiu Sócrates e anos depois veio António Costa, agora Pedro Nuno Santos.E chamam-nos a nós fascistas e radicais, não há moderação que impere no meu coração exceto para dizer que sou absolutamente radical contra a corrupção”, frisa.
O discurso de Ventura encerra a 6.ª Convenção Nacional do Chega que aprovou todas as alterações aos estatutos propostas pela Direção Nacional, pela distrital de Faro e pelo militante Samuel Monteiro.
A queda do PS “é a queda de um vírus que se espalha na sociedade portuguesa mais do que se espalhou a Covid-19”, sublinha, frisando que “o país deixa fugir 20 mil milhões por ano em corrupção e prefere continuar a não discutir isto”, contando com a “cumplicidade entre os principais partidos”. “Só estamos em campanha por causa dessa corrupção”.
No discurso não faltou também a referência às polícias e Justiça. Tem de ser criada a “autoridade de que os polícias e a Justiça precisam. Torna-se melhor ser delinquente do que estar ao lado da Justiça e da Lei”, acusa. “Este país prefere ter políticos sem ser julgados durante 10 anos enquanto polícias e magistrados são maltratados”.
“Não quero um país em que quem está numa autarquia e ajudica um serviço público vá dois anos depois trabalhar para a empresa que adjudicou. Isto é uma vergonha que nos devia envergonhar a todos”, diz ainda o líder do Chega.
Com olho nos votos, deixa um compromisso: “em quatro anos, vamos recuperar o tempo de carreira dos professores”.
Ventura não se deixou ficar nas críticas a Pedro Nuno Santos: “que autoridade tem um homem que governava por Whatsapp, que atribui uma indemnização de meio milhão de euros” e que “fazia negociadas com BE e PCP para comprar ações dos CTT”. “Caro Pedro Nuno Santos, a mentira e manipulação não têm lugar neste congresso, mas caem que nem uma luva em si e no PS que têm governado Portugal nos últimos anos”, criticou.
É penoso e irresponsável ouvir novo secretário-geral do PS dizer que vai resolver problema da habitação”, refere o líder do Chega, justificando que “o parque público e construção estão piores. Por que é que não resolveram os problemas nos últimos oito anos?Não são os contribuintes todos e portugueses comuns que vão pagar a ajuda ao crédito habitação, serão lucros excessivos da banca.”
Bem como não poupou a banca de críticas: “Não será tempo de a banca fazer um sacrifício e ajudar os portugueses?”, pergunta, pedindo que Portugal escolha a “rutura que país e cidadãos nos pedem” e acusando os “amigos dos interesses instalados de não terem coragem de dizer sim a esta proposta. Este partido e milhares que acreditam em nós não vamos desistir até darmos a esta república um banho de ética e luta contra os interesses instalados.”
“É penoso e irresponsável ouvir novo secretário-geral do PS dizer que vai resolver problema da habitação”, refere o líder do Chega, justificando que “o parque público e construção estão piores. Por que é que não resolveram os problemas nos últimos oito anos?”, questiona, insistindo noutra proposta: “Não são os contribuintes todos e portugueses comuns que vão pagar a ajuda ao crédito habitação, serão lucros excessivos da banca.”
A Direção Nacional do Chega proposta pelo presidente, André Ventura, foi eleita com 90,2% dos votos na 6.ª Convenção do partido, tendo sido reconduzidos como vice-presidentes António Tânger Corrêa, Pedro Frazão e Marta Trindade. António Tânger Corrêa, o deputado Pedro Frazão e Marta Trindade mantêm-se como vice-presidentes.
O líder parlamentar, Pedro Pinto, os deputados Rui Paulo Sousa, Rita Matias e Diogo Pacheco de Amorim, além de Ricardo Regalla e Patrícia Carvalho continuam como adjuntos.
O presidente propõe ainda voltar a introduzir nos estatutos a Juventude Chega como uma organização interna do partido, que depois de estar prevista formalmente após o chumbo das regras internas.
O militante Samuel Monteiro também viu aprovadas as suas propostas de alteração, incluindo o partido voltar a ter estatutariamente as figuras de secretário-geral e secretário-geral adjunto, bem como uma Comissão Política Nacional, órgãos de nomeação pelo presidente do partido.
Esta reunião magna, a sexta em cinco anos de existência do partido, acontece na sequência de o Tribunal Constitucional ter declarado inválida a convocatória da última convenção, que decorreu em Santarém há um ano.
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