“O único Governo que viabilizaremos é um Governo da AD”, garante Melo
Respondendo aos ataques de André Ventura, o líder do CDS garantiu que não irá dar a mão ao PS caso a AD perca as eleições.
O presidente do CDS, Nuno Melo, garantiu este domingo que “o único Governo que a AD viabilizará depois das eleições de 10 de março será um Governo da AD”, demarcando-se das afirmações do líder do Chega, André Ventura, que o acusou de dar a mão ao PS, caso a AD perca legislativas.
O centrista subiu ao púlpito da convenção da AD, que está a decorrer no Centro de Congressos do Estoril, e começou por atirar a André Ventura: “Vou dar uma sugestão a André Ventura. Pare lá de tresler o pensamento dos outros e deixe lá de ser o aliado útil das esquerdas e dar da mão ao PS, BE, PCP, PAN e Livre.”
“Sei muito bem quem são os nossos adversários, são as esquerdas mas também todos os que querem o insucesso da AD”, sublinhou.
Melo acusa Ventura de ser um obstáculo à afirmação da AD, assumindo publicamente que vai apresentar uma moção de rejeição contra um eventual governo PSD/CDS.
O líder centrista comparou depois o Chega com o BE, criticando “delírio” das propostas do partido de André Ventura, como a contribuição extraordinária sobre a banca, o aumento das taxas sobre combustíveis ou o aumento das pensões em linha com o salário mínimo nacional. “De comum, Mariana Mortágua e André Ventura têm a capacidade de levar Portugal à bancarrota de José Sócrates. Só que mais rápido”, atirou.
Virando agora a agulha para o PS, o presidente do CDS e parceiro de coligação da AD defendeu que “quem manteve Portugal a arrastar os pés durante oito anos, não nos vai pôr agora a correr e a saltar obstáculos”.
Para Nuno Melo, a grande marca da governação socialista é um “recorde de impostos sobre o trabalho, as empresas e o consumo”, é manter “a classe média vergastada, reduzida nos seus rendimentos, comprimida e mutilada por crescentes fatias de IRS, IMI, ISP, transformando a justiça fiscal numa extorsão tributária”.
“O PS só é bom a cobrar e proibir, vive com uma mão metida no bolso dos outros e um lápis na outra para dizer o que podem ou não fazer”, reforçou.
Nuno Melo afirmou mesmo que “o PS já anunciou um novo imposto, um imposto sucessório” sobre as heranças. “Se o Pedro Nuno Santos vencer as eleições vamos pagar impostos mais altos cada vez que comemos, bebemos, fumamos, quando trabalhamos, conduzimos e agora até quando morrermos, até à campa”, proclamou.
“Votar no PS é como comprar um bilhete para viajar no Titanic, já sabemos como vai acabar”, a afundar, ironizou.
Centrando-se no programa eleitoral da AD, Nuno Melo anunciou três medidas, aliás já conhecidas, na área dos impostos. “Com a AD, os jovens até aos 35 anos pagarão uma taxa máxima de IRS de 15% e estarão isentos de IMT na compra da primeira habitação”.
Melo garante ainda que, se a AD vencer as eleições, irá “reduzir o IRS em todos os escalões com exceção do último”, porque a classe média tem de viver, não tem de sobreviver”.
Por último, promete uma diminuição dos impostos sobre as empresas, que, hoje, “pagam, tudo junto, a taxa de IRC mais alta da UE e da OCDE e isso não é normal em empresas com poucos recursos”. “Por isso, a AD vai retomar a boa reforma do IRC de 2014 que esteve pactuada com o PS de António José Seguro e depois rasgada por António Costa e Pedro Nuno Santos”, afirmou. Ou seja, a AD compromete-se em “reduzir o IRC em dois pontos por ano até aos 15% para que as empresas, no final da legislatura, sejam mais competitivas”. Neste momento, a taxa está nos 21%.
“Portugal pode ser um país muitíssimo melhor”, rematou Nuno Melo.
(Notícia atualizada às 11h43)
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