Algarve é a única região abaixo dos níveis de 2019 no turismo
Número de dormidas no Algarve ficou aquém dos níveis de 2019, mesmo durante os meses do verão e sobretudo entre os estrangeiros, apesar de o número de hóspedes ter subido 1,4%.
O turismo português fechou 2023 a bater todos os recordes da era pré-pandemia, com o alojamento a registar 30 milhões de hóspedes e 77,2 milhões de dormidas. Estes números traduzem aumentos anuais de 13,3% e 10,7%, respetivamente, tendo sido superados “pela primeira vez” os níveis pré-pandemia, com mais 10,7% e 10%, respetivamente. Mas os dados preliminares do INE também revelam que o Algarve foi a única região do país a continuar abaixo dos níveis de 2019, com menos 2,5% de dormidas, apesar de o número de hóspedes ter subido 1,4%.
Números que refletem uma diminuição de 3,8% da estadia média dos turistas no Algarve, sobretudo entre os estrangeiros, aponta ainda o INE. De acordo com os dados revelados na quarta-feira, os mercados externos registaram uma maior redução da estada média (-4,2%), refletindo um aumento de 3% no número de hóspedes e um decréscimo de 1,2% nas dormidas. Ou seja, “os hóspedes estrangeiros, embora em maior número face a 2019, fizeram estadias mais curtas no Algarve”, refere o instituto.
Também os turistas portugueses procuraram menos o Algarve do que antes da pandemia. Em 2023, o número de hóspedes residentes ficou 2,8% aquém de 2019 e também as estadias médias foram mais curtas (-3,7%), “originando um decréscimo de 6,4% das dormidas”.
Ainda assim, entre 2019 e 2023, o Algarve “manteve-se sempre como o principal destino turístico nacional em termos do número de dormidas”, apesar da redução da sua quota de mercado em 3,4 pontos percentuais neste período (de 29,8% do total de dormidas em 2019 para 26,4% em 2023).
Já em número de hóspedes, a região a sul do país manteve-se como o terceiro principal destino nacional (17,1% do total de hóspedes; 18,7% em 2019), seguindo da Área Metropolitana de Lisboa (29,3%; 30,3% em 2019) e do Norte (23,2%; 21,6% em 2019).
A taxa líquida de ocupação-cama no Algarve situou-se em 49,2% em 2023, 0,9 pontos percentuais abaixo do valor observado em 2019. Na hotelaria, a taxa líquida de ocupação-cama (50,9%) apresentou a mesma diminuição, enquanto os estabelecimentos de alojamento local e de turismo no espaço rural e de habitação apresentaram evoluções positivas (+1,1 pontos percentuais e +3,6 pontos percentuais, respetivamente).
Dormidas no verão 6,8% abaixo de 2019
Os dados do INE revelam ainda que em média, durante os meses do verão, o número de dormidas caiu no Algarve 6,8% face a 2019. Entre maio e setembro, registaram-se sucessivos decréscimos do número de dormidas, face a 2019, com destaque para os meses de agosto (-7,6%), junho (-7,4%) e setembro (-6,6%).
Mas no último trimestre do ano, época do Natal e do fim de ano, voltaram a registar-se aumentos nas dormidas face a 2019 (mais 185,3 mil), com maior expressão nos meses de outubro (+7,3%) e novembro (+4,6%).
Entre os vários concelhos do Algarve, durante o verão, Albufeira, Loulé e Portimão registaram decréscimos face a 2019 no número de dormidas tanto de turistas portugueses como de estrangeiros.
O município de Albufeira (38,2% do total de dormidas da região) registou 7,8 milhões de dormidas, refletindo uma diminuição de 8,8%, face a 2019 (-17,9% nos residentes e -6,2% nos não residentes). As dormidas de estrangeiros representaram 80,4% do total de dormidas do município (+ 2,2 p.p. face a 2019).
Em Loulé (peso de 13,9% do total) registou 2,8 milhões de dormidas (+0,6% face a 2019), seguindo-se Portimão (12,5% do total), com 2,5 milhões de dormidas (-1,1%).
Ainda face a 2019, destacam-se os aumentos registados em Lagos (+15,4%), em Vila do Bispo (+15%) e em Faro (+11,5%).
No oposto, foi registada uma queda em Vila Real de Santo António (-15,4%), sendo que “na maioria dos municípios, foi no segundo e terceiro trimestre que se observaram as evoluções menos positivas face a 2019”, coincidindo com o verão.
Os dez principais mercados no Algarve em 2023 representaram 87,5% das dormidas de não residentes da região. Os britânicos atingiram 5,8 milhões de dormidas, 37% do total de dormidas de não residentes, ficando, ainda assim, 1,8% abaixo de 2019. Os alemães com 1,8 milhões de dormidas, 11,4% do total, recuaram 4,4%. Segue-se o mercado irlandês, que cresceu 16,5% e superou 1,6 milhões de dormidas.
No entanto, destacam-se as evoluções apresentadas pelos mercados norte-americano e canadiano, com mais 70,3% e 26,9% de dormidas, respetivamente.
Preço por noite acima da média nacional
Em 2023, o preço por noite atingiu 120,7 euros no Algarve, valor acima da média nacional (113,1 euros), mas que fica abaixo do registado na AM Lisboa (136,8 euros), onde foi registado o preço mais elevado do país.
Entre os principais municípios do Algarve, Vila do Bispo foi onde se observou o valor mais alto de rendimento médio por quarto ocupado com 147 euros, embora tenha sido o único onde se registou uma diminuição (-0,4%) neste indicador, face a 2019. Seguiram-se Loulé (146,4 euros) e Lagoa (141,3 euros).
Os maiores aumentos verificaram-se em Albufeira e Vila Real de Santo António (+30,1% em ambos), municípios que apresentaram as maiores diminuições no número de dormidas face a 2019.
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