Mortágua defende que só força do BE e maioria de esquerda podem salvar SNS
A coordenadora bloquista afirmou este sábado que só travando a AD, a IL e o Chega é possível melhorar o SNS.
A coordenadora bloquista considerou este sábado que só com a força do BE e uma “maioria de esquerda que dê estabilidade ao país” é que se salvará o SNS, um setor no qual o líder socialista reconheceu haver problemas.
Mariana Mortágua começou o primeiro dia oficial da campanha para as eleições legislativas no Centro de Saúde da Marinha Grande, distrito de Leiria, onde teve uma reunião com a comissão de utentes para ouvir as preocupações desta estrutura.
“Quem reconheceu que as coisas não estão bem no SNS foi o secretário-geral do Partido Socialista, porque elas de facto não estão bem. O Bloco de Esquerda alertou, quando saímos da pandemia, para a necessidade de investir no SNS [Serviço Nacional de Saúde], para evitar o que infelizmente aconteceu: a saída de profissionais e a degradação do serviço”, disse, no final em declarações aos jornalistas.
Para a bloquista, a questão é como é que a partir do dia 10 de março se conseguem pôr em prática as “soluções para salvar o SNS”.
“E a resposta a essa pergunta é uma maioria com a esquerda que dê estabilidade ao país, mas a estabilidade vem das medidas que permitem ter equipa de saúde familiar de proximidade e é a força do Bloco de Esquerda que pode garantir isso, são os votos no Bloco de Esquerda que podem garantir essas soluções e essa é a nossa batalha nestas eleições”, defendeu.
Mais do que apontar o que está errado no SNS, Mariana Mortágua mostrou preocupação nas soluções que é preciso encontrar, deixando claro que “há dois caminhos que não funcionam“.
“Não funciona o sistema do cheque para ir ao privado (…) isso é um sistema espartilhado, mais caro, e em parte a raiz dos problemas que hoje existem no SNS tem mesmo a ver com isso, com o cheque privado, em vez de se conseguir um SNS mais abrangente e mais capaz”, criticou.
No entanto, de acordo com a líder bloquista, “não funciona a resposta que a maioria absoluta do PS deu“, que passou por “reorganizar serviços quando não vai à raiz dos problemas que é falta de recursos”, criticando a “falta de visão” para se conseguir “alargar o SNS” e dar-lhe “um novo folgo”.
“E o objetivo do Bloco de Esquerda nestas eleições é ganhar, e ganhar quer dizer duas coisas: quer dizer uma maioria com a esquerda e só uma maioria com a esquerda garante estabilidade ao país e só uma maioria com a esquerda garante que pomos a saúde primária em primeiro lugar, garante médico de família, enfermeiro de família e equipa de saúde familiar”, reiterou.
Mortágua acrescentou ainda que “só uma maioria com a esquerda pode significar e significa que a prestação da casa vai baixar e que vai haver teto às rendas“, considerando essencial a força do BE para essa maioria.
“Nós combatemos a pandemia porque tínhamos um SNS que foi capaz de dar resposta e merecia muito mais depois da pandemia. Os profissionais mereciam muito mais do que aquilo que tiveram. O Bloco de Esquerda bateu-se por isso e vai continuar a bater-se por isso, e são os votos no Bloco que decidem se é possível e vai ser possível ter medidas para responder pelo SNS e ter um serviço público que responda pelo país”, apelou.
Na véspera, num comício em Viseu, o líder do PS, Pedro Nuno Santos, apesar de reconhecer que não está “tudo bem” no SNS, defendeu que ainda há poucos dias o SNS demonstrou estar na “ponta da tecnologia” quando houve o primeiro transplante hepático com recurso a cirurgia robótica na Europa, no hospital Curry Cabral.
“Ninguém se engane: nós temos de os travar, a eles todos juntos – a AD, IL e Chega – se quisermos salvar o SNS em Portugal”, avisou.
Mais tarde, num discurso durante o almoço-comício do Interior, em Viseu, Mariana Mortágua focou atenções nas críticas à direita e concretamente à Aliança Democrática (AD), colando o presidente do PSD, Luís Montenegro, então líder parlamentar do PSD, à governação liderada no período da troika por Pedro Passos Coelho.
“Tomem nota: não há nenhum erro, não há nenhum atraso da maioria absoluta [do PS] que os partidos da direita não pretendam agravar em Portugal. Vão agravar todos. Não resolvem problema nenhum do país. Nenhum problema do país será resolvido pela direita”, avisou.
No primeiro dia oficial de campanha para as eleições legislativas de 10 de março, a líder do BE prometeu uma campanha “diferente de todas as outras”, na qual garante que haverá “esperança, força, rua, música e alegria”, mas sobretudo tempo para ouvir as pessoas e falar “sobre propostas e temas que preocupam as pessoas”.
(artigo atualizado às 15h47 com declarações no almoço-comício em Viseu)
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