Inflação abrandou para 2,1% em fevereiro, confirma INE
A inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como produtos alimentares e energéticos, também se situou nos 2,1%.
A taxa de inflação homóloga recuou para 2,1% em fevereiro, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE) esta terça-feira. Já a inflação subjacente, que exclui preços mais voláteis como produtos alimentares e energéticos, registou uma variação de 2,1% (2,4% em janeiro).
O indicador da inflação subjacente volta assim a coincidir com a variação do índice geral, algo que já não acontecia desde fevereiro de 2021. Entre 2021 e o início de 2023, a inflação subjacente esteve mais baixa que a geral, já que os preços da energia estavam elevados e impulsionavam a aceleração do índice de preços.
Ao longo de 2023, quando os preços da energia estabilizaram e se aplicaram medidas para controlar a subida do custo da alimentação (nomeadamente com o IVA Zero), a inflação subjacente passou a ser mais elevada do que a normal. Agora, ambas as taxas voltam a encontrar-se.
De notar também que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) voltou a uma trajetória de abrandamento, depois de se ter verificado uma aceleração na subida de preços em janeiro, que coincidiu também com o fim da medida do “IVA Zero” — que isentou deste imposto um cabaz de cerca de 40 categorias de bens alimentares essenciais.
Segundo o INE, em fevereiro, o vestuário e calçado e os acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação foram as classes que se destacaram como tendo um contributo negativo para a evolução da inflação. “Em sentido contrário, destacam-se as contribuições positivas da Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis, dos Restaurantes e hotéis e dos Transportes”, nota o gabinete de estatísticas.
A variação do índice de preços em Portugal situa-se agora perto dos 2%, a meta do Banco Central Europeu para a inflação a médio prazo. A instituição tem em conta a evolução dos preços na Zona Euro para decidir a política monetária, sendo que se encontra atualmente num período de pausa, tendo já deixado as taxas de juro diretoras inalteradas por quatro vezes consecutivas.
No que diz respeito ao Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC), que permite a comparação com os países europeus, este “apresentou uma variação homóloga de 2,3%, valor inferior em 0,2 p.p. ao registado no mês anterior e inferior em 0,3 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (diferença igual à registada no mês anterior)”.
O INE deixa ainda um alerta para a interpretação dos dados tendo em conta os efeitos de base. Enquanto ao longo de 2023, estes efeitos (ou seja, o facto de se comparar com um período de elevada subida de preços) ajudaram à redução da taxa de inflação, agora tal poderá inverter-se. O gabinete de estatísticas nota que “o nível médio dos preços tem-se mantido superior ao de 2021, registando-se em fevereiro de 2024 um nível médio de preços superior em 12,8% ao de 2021″. “Para que o nível de preços regressasse a valores comparáveis aos de 2021, teria de se verificar um período com taxas de variação homóloga negativas”, explica o INE.
Rendas das casas sobem 6,5% em fevereiro
As rendas das casas por metro quadrado aumentaram 6,5% em fevereiro face ao mesmo mês de 2023, acelerando face aos 5,9% do mês anterior e com todas as regiões a apresentarem subidas homólogas, divulgou hoje o INE.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), em fevereiro “todas as regiões apresentaram variações homólogas positivas das rendas de habitação, tendo Lisboa registado o aumento mais intenso (6,8%)”. Em termos mensais, o valor médio das rendas de habitação por metro quadrado registou uma variação de 1,0% (1,4% no mês anterior).
A região com a variação mensal positiva mais elevada foi Lisboa (1,2%), não se tendo observado qualquer região com queda do respetivo valor médio das rendas de habitação.
(Notícia atualizada às 14h00)
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