Montenegro focado em “recuperar atrasos” do PRR sem levantar o véu à composição do novo Governo
Poucas horas depois de ser indigitado primeiro-ministro, Luís Montenegro garantiu em Bruxelas que a execução do PRR será "ponto de ação fundamental" do seu Governo, cujo elenco não é conhecido.
Numa intervenção poucas horas depois de ter sido indigitado primeiro-ministro, Luís Montenegro garantiu esta quinta-feira, em Bruxelas, estar focado em “recuperar atrasos” na execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), por considerar que este “impulso de financiamento” deve ser aproveitado para “dinamizar a atividade económica” do país. Mas fechou-se em copas sobre o elenco do próximo Executivo.
Em declarações aos jornalistas depois de um encontro de dez minutos com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Luís Montenegro garantiu que a execução dos fundos europeus “será um ponto de ação fundamental” de atuação, assim que o novo Governo assumir funções em abril.
“O que queremos enquanto novo Governo é incrementar uma capacidade de execução [do PRR] maior do que nos últimos anos e ter um relacionamento muito estreito com a Comissão Europeia”, acrescentou, assumindo a expectativa de receber mais um cheque do PRR até ao final deste mês.
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“Espero que não haja nenhum problema quanto ao cumprimento dos compromissos que ainda dependem exclusivamente do Governo que está em funções“, atirou.
Mas sobre a composição do seu Executivo, o social-democrata não quis avançar nenhum detalhe, incluindo se pretende trazer a Iniciativa Liberal para o Governo, como se tem especulado, ou se Paulo Rangel, que o acompanha, pode vir a ser ministro dos Negócios Estrangeiros.
“Remeto todas as decisões para o momento em que apresentar ao Presidente da República o elenco que proporei para compor o novo Governo“, frisou Luís Montenegro.
O líder do PSD também não quis comentar se apoiará uma eventual candidatura de António Costa — com quem se encontrará ainda esta quinta-feira, também em Bruxelas — para presidente do Conselho Europeu, por considerar ser uma decisão “prematura“.
Sobre os candidatos do PSD às eleições europeias, que se aproximam, também não deu nenhuma novidade: “Tenho algumas ideias mas só tratarei disso depois de apresentar um Governo ao Presidente da República”, respondeu.
Espero que não haja nenhum problema quanto ao cumprimento dos compromissos que ainda dependem exclusivamente do Governo que está em funções.
“Não há nenhuma dúvida” em Bruxelas sobre estabilidade do futuro Governo
Relativamente ao encontro com a presidente da Comissão Europeia, que ocorreu antes da cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), a família política europeia do PSD, Montenegro garantiu não existirem em Bruxelas preocupações sobre a estabilidade política do país, informando que Ursula von der Leyen “conhece bem a realidade política” de Portugal.
“Não há nenhuma dúvida, nem interna nem externa, sobre a capacidade de um Governo estável e que cumpra com os compromissos dos portugueses. Haverá uma grande expectativa governativa de Portugal nos próximos anos, de estabilidade, de execução do PRR e do processo de construção de União Europeia”, apontou.
Após a cimeira PPE, e um encontro com o primeiro-ministro em gestão, António Costa, para troca de cumprimentos, Luís Montenegro vai encontrar-se mais tarde, com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, também do PPE.
(Notícia atualizada pela última vez às 11h40)
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