“A família nem sempre é considerada nas políticas públicas”, diz Pedro Passos Coelho
Antigo primeiro-ministro apresentou esta segunda-feira o livro "Identidade e Família", que reúne contributos da direita mais conservadora contra a "destruição da família" tradicional.
O antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considerou esta segunda-feira que “a família nem sempre é considerada nas políticas públicas”, assim como “muitas vezes as políticas públicas desconsideram a família, em qualquer das suas visões ou idealizações”. André Ventura, presente no lançamento do livro, destacou a convergência com o antigo primeiro-ministro social-democrata.
“O conceito de família foi evoluindo ao longo do tempo e é a realidade das coisas que se impõe. Isso não significa que não possa haver lugar a uma certa idealização dos conceitos e que não possamos ter um ideal de família”, afirmou o ex-líder do PSD, dando como exemplo o facto de ser, hoje, um “pai solteiro”, mas que “dificilmente” corresponde a uma “idealização do conceito de família”.
Pedro Passos Coelho, que falava aos jornalistas à entrada da apresentação do livro “Identidade e Família”, critica que o espaço público esteja “demasiado dominado por caricaturas”. “Muitas vezes, colam-se demasiados rótulos às coisas, não por uma questão de simplificação, mas há hiper simplificações que são feitas com um objetivo próprio, que é o de agredir, de desqualificar, o de diminuir. E isso não é bom para o debate”, apontou.
Nesse sentido, uma das razões pelas quais o livro é “útil” é porque “permite uma discussão”, disse ainda o social-democrata, apelando a um “espírito aberto e tolerante” para se debater um modelo de família mais conservadora.
Passos Coelho foi ainda questionado se ficava satisfeito com a presença de André Ventura na apresentação do livro, respondendo afirmativamente: “Fico satisfeito com essa e com a presença de muitas outras pessoas”. E como responde a quem o acusa de se estar a aproximar do Chega? “Não me diga, eu sou do PSD, julgo que não há ninguém que tenha dúvidas sobre isso”, garantiu.
No final, o líder do Chega fez questão de cumprimentar Passos Coelho e elogiou a sua intervenção: “Foi brilhante, como sempre”. “Já nos cumprimentámos e já o felicitei pela sua eleição e pela prestação que tem tido no parlamento, temos de reconhecer o mérito dos outros. Bom mandato, os meus amigos mantenham uma certa…”, respondeu Passos Coelho, com Ventura a completar a frase com a palavra “cortesia”.
Aos jornalistas, Ventura considerou que a intervenção de Passos Coelho tocou mais “em bandeiras do Chega, como a ideologia de género, a família ou a imigração”. “É justo dizer que há um caminho de convergência na lógica do dr. Pedro Passos Coelho, mas apenas isso. Essa convergência talvez permita um candidato presidencial, porque não Pedro Passos Coelho?”, sugeriu.
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