Pedro Reis recupera a diplomacia económica. O que é o Fórum Macau?
O ministro da Economia está em Macau para participar no encontro que junta a China e os países de língua portuguesa. Afinal, o que é o Fórum Macau.
O Fórum Macau é um “mecanismo de cooperação eficiente” com um “papel relevante” na cooperação económica, comercial e cultural entre a China e os países lusófonos, disse o chefe do governo do território. O Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Macau) é “um mecanismo de cooperação eficiente e uma boa plataforma de serviços que tem desempenhado um papel relevante no reforço da cooperação económica e comercial e do intercâmbio cultural” entre os Estados-membros, salientou Ho Iat Seng.
Pedro Reis, recorde-se, vai representar Portugal neste fórum, como o ECO avançou. Pedro Reis tinha assumido a diplomacia económica como uma das prioridades políticas para a legislatura, uma das decisões orgânicas foi a transferência da Aicep dos Negócios Estrangeiros para o ministério da Economia. O ministro da Economia vai ter uma primeira intervenção política neste contexto, nesta 6º edição do Fórum Macau e que ocorre no ano dos 25 anos de transferência do Território para a China.
Num discurso proferido no jantar de boas-vindas às delegações participantes na sexta conferência ministerial do Fórum, o chefe do executivo local destacou que esta conferência é um “ponto de partida para reforçar ainda mais as funções da plataforma sino-lusófona, participar e contribuir ativamente para a implementação da iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e promover o desenvolvimento de alta qualidade da Grande Baía Guangdong–Hong Kong–Macau”.
Para Ho Iat Seng, o Fórum de Macau alcançou “resultados encorajadores”, desde que foi criado, em 2003, tendo reforçado e aprofundado a cooperação em vários setores. “No momento atual em que a economia mundial se encontra a enfrentar mudanças profundas ainda mais importante é a solidariedade, a cooperação mutuamente vantajosa e a resposta conjunta aos desafios”, afirmou.
Por seu lado, o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, destacou, na mesma ocasião, que a China quer trabalhar com os países-membros “para elevar o nível da cooperação económica e comercial sino-lusófona para um novo patamar”.
No sábado, Ho Iat Seng recebeu o ministro da Economia, Pedro Reis, num encontro em que abordaram a promoção da cooperação bilateral nas áreas da economia e comércio, a atração de mais empresas e quadros portugueses para se estabelecerem em Macau, entre outros, de acordo com um comunicado.
A presença de Pedro Reis neste Fórum Macau surge num momento particularmente sensível das relações políticas e económicas de Portugal e da China, na sequência da exclusão da Huawei da rede de 5G. Portugal passou a ser um dos poucos países da Europa Ocidental cujos nacionais não beneficiam de isenção de visto para entrar na China, após Pequim ter alargado aquela medida a mais seis nações. Em declarações à agência Lusa, o embaixador português em Pequim, Paulo Nascimento, disse mesmo “não entender” o critério que levou as autoridades chinesas a excluir Portugal. “Não acredito que haja aqui discriminação negativa, no sentido de dizer que a China está a fazer isso para sinalizar alguma coisa a Portugal, não acho que seja esse o caso“, afirmou. “Mas não consigo entender o critério”, disse.
O Fórum de Macau integra a China e nove países lusófonos: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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