Lucro do BCP sobe 8% para 234,3 milhões no primeiro trimestre
Escalada dos juros continua a impulsionar resultados do banco liderado por Miguel Maya. Margem financeira disparou mais de 30%. Custos também aceleraram quase 15%.
O BCP registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e a uma rentabilidade dos capitais próprios de 15%.
A escalada das taxas de juro continua a impulsionar os resultados do banco liderado por Miguel Maya, com a margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a subir quase 5% para 696,2 milhões de euros neste período. “Foi mais um bom trimestre do banco”, referiu o CEO na apresentação dos resultados.
Em Portugal, o resultado ascendeu a 203,5 milhões de euros, mais 18,5% em termos homólogos. O banco continua com o seu desempenho condicionado pela operação na Polónia, onde o Bank Millenium registou lucros de 29,7 milhões de euros, apesar dos encargos de 190,9 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços (dos quais 117,42
milhões de provisões), referiu Miguel Maya. As provisões acumuladas para o caso “Frankowicze” superam os 1,6 mil milhões de euros. O banco moçambicano BIM lucrou 22,6 milhões.
Apesar da subida da margem e das comissões (+1% para 196,4 milhões de euros), o resultado operacional core baixou cerca de 1% para 584,6 milhões, em resultado de um aumento de 14,7% dos custos operacionais para 308,1 milhões de euros.
Nos outros proveitos, o banco nota que há um ano contabilizou um ganho extraordinário de 127 milhões de euros com a venda de 80% da seguradora na Polónia, ganho que já não registou este ano e que levou a uma descida de 20% do resultado bruto. Compensaram este efeito a descida dos encargos com as imparidades para crédito e com as provisões na Polónia.
Banco recupera da fuga de depósitos
Ao nível dos recursos de clientes, deu-se uma recuperação dos depósitos de clientes, depois da pressão causada pelos Certificados de Aforro há um ano. Desde março de 2023 os depósitos aumentaram mais de cinco mil milhões de euros, com o banco a guardar agora mais de 80 mil milhões. Tem menos depósitos à ordem (-5% para 44,5 mil milhões) e mais a prazo (+28,8% para 36,3 mil milhões)
Já a carteira de crédito sofreu uma redução de quase 1% para 56,82 mil milhões de euros. A contribuir para esta queda esteve a contração do stock de empréstimos às empresas para 21,78 mil milhões de euros. Habitação e empréstimos pessoais registaram aumentos.
Quanto à solvabilidade, Miguel Maya salientou que o banco apresenta uma “posição de capital muito forte e muito sólida” com um rácio de capital total superior a 20%. “Permite acomodar sem dificuldade” a reserva para riscos imobiliários que entrará em vigor em outubro, salientou o gestor.
(Notícia atualizada às 17h31)
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