BCE está pronto para começar a reduzir as taxas de juro, diz economista-chefe Philip Lane
Philip Lane dá sinal claro de que o Banco Central Europeu (BCE) deverá anunciar na próxima semana uma primeira descida das taxas de juro na Zona Euro, antecipando-se à Fed e ao Banco de Inglaterra.
O Banco Central Europeu (BCE) tem o que é necessário para iniciar a redução das taxas de juro na próxima reunião de política monetária, que vai ter lugar na próxima semana, diz o economista chefe, Philip Lane.
“Salvo grandes surpresas, neste momento, há o suficiente no que vemos para remover o nível superior de restrição”, disse Lane numa entrevista realizada no dia 24 de maio, mas só esta segunda-feira publicada no Financial Times e no portal do BCE.
Segundo o jornal, estas declarações são um “sinal claro” de que, na próxima reunião de política monetária, marcada para 6 de junho em Frankfurt, o conselho presido por Christine Lagarde iniciará uma inversão da política monetária, com um primeiro corte nas taxas de juro, tal como têm especulado muitos investidores.
Salvo grandes surpresas, neste momento, há o suficiente no que vemos para remover o nível superior de restrição.
O BCE iniciou o ciclo de subida dos juros em 2022 para combater a crise inflacionista espoletada pela invasão da Ucrânia pela Rússia, tendo elevado, ao longo do tempo, a taxa dos depósitos para um máximo histórico de 4%.
Desde então, a taxa de inflação homóloga na Zona Euro afastou-se do pico de 10,6% atingido em outubro desse ano para 2,6% em abril de 2024, um ritmo de subida dos preços mais próximo da meta de 2% do banco central.
Questionado sobre se o banco central tem orgulho em poder cortar os juros primeiro do que outros, como o caso da Fed norte-americana e do Banco de Inglaterra, Lane respondeu: “Os banqueiros centrais aspiram a ser tão aborrecidos e espero que os banqueiros centrais aspirem a ter o mínimo de ego possível.” Pelo contrário, entre os bancos centrais que já começaram a descer os juros estão o suíço, o sueco, o checo e o húngaro.
O economista explicou também que a inflação caiu mais rapidamente na Zona Euro do que nos EUA devido ao impacto mais severo da crise energética na economia europeia: “Lidar com a guerra e com o problema da energia tem sido custoso para a Europa.”
“Mas, em termos desse primeiro passo [de começar a reduzir as taxas], isso é um sinal de que a política monetária tem conseguido garantir que a inflação desce no tempo adequado. Nesse sentido, penso que temos sido bem-sucedidos”, acrescentou.
Todavia, de acordo com o economista, apesar da redução, os juros terão de ser mantidos em níveis restritivos na Zona Euro este ano de forma a garantir que a inflação continua a descer e não se fixa acima da meta do banco central, o que “seria muito problemático e muito difícil de eliminar”.
(Notícia em atualização)
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