Contra redução do IRC, economista Luís Cabral defende menor carga fiscal sobre o trabalho
Economista português vê na legislação laboral o “grande problema" do emprego, defendendo, por isso, uma menor tributação sobre o trabalho que seria compensada, por exemplo, com receitas do IMI e IRC.
O economista Luís Cabral defende que “não faz sentido” reduzir o IRC. Em entrevista ao Jornal Económico (acesso pago), o professor de Economia na New York University aponta a “legislação laboral” como o “grande problema” do emprego, considerando que “seria melhor” baixar a carga fiscal sobre o trabalho e compensá-la com mais receitas através do IMI, o IRC ou o imposto sobre as sucessões. Assim, não só “aliviava o pagamento das contribuições sociais”, como “as empresas passariam a gastar menos, para ganharem mais”, justificou.
Para Luís Cabral, “mais importante do que baixar a taxa seria aumentá-la, mas com base num acordo internacional”, porque a “concorrência fiscal” é “o grande problema dos impostos sobre empresas”. Como tal, considera que a taxa mínima de 15% acordada pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) devia ser “superior”, de modo a “combater” países que criam paraísos fiscais, como é o caso da Irlanda, para onde “fogem” muitas empresas.
Na entrevista, o economista português realçou a importância de manter o rigor orçamental, argumentando que “neste momento não se justifica ter uma política orçamental que leve a défices orçamentais”. E, defendendo o aumento da oferta no mercado imobiliário — que vê como “o principal problema da crise da habitação em Portugal” –, aponta o dedo aos constrangimentos nos licenciamentos para a construção.
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