Britânicos compram 70% do Idealista por 2,9 mil milhões. É o maior negócio tecnológico de sempre em Espanha

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Portal imobiliário vai mudar de mãos: fundo britânico vai comprar 70% do Idealista por 2,9 mil milhões de euros, no maior negócio tecnológico de sempre em Espanha.

Os britânicos do Civen Fund chegaram a um acordo com os acionistas do Idealista para a compra de 70% da companhia por um valor de 2,9 mil milhões de euros, avança o jornal espanhol El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol).

Será a maior aquisição de uma empresa tecnológica alguma vez realizada em Espanha até à data, refere o mesmo jornal.

O fundo sueco EQT, até agora acionista de referência desde que adquiriu a maioria do capital da empresa em 2020 por 1,325 milhões de euros, passará a deter uma participação mais reduzida, de 18%.

Já os fundos geridos pela Apax e Oakley, que detinham 17% e 11%, respetivamente, venderam as respetivas posições neste negócio e abandonam a estrutura acionista do portal de imobiliário.

O fundador e presidente do Idealista, Jesús Encinar, continuar a liderar a empresa, tal como já tinha acontecido em 2015, aquando da venda aos fundos da Apax, e em 2020, depois da venda ao EQT. Encinar considera que a venda ao Civen Fund é uma “excelente notícia para o Idealista e a sua equipa”.

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Eupago patrocina e passa a dar nome ao Porto Open

  • + M
  • 28 Junho 2024

O patrocínio terá a duração mínima de dois anos e é o primeiro deste género na história do torneio, que decorre entre 15 de julho e 4 de agosto no Complexo Desportivo do Monte Aventino.

A fintech Eupago é patrocinadora do Porto Open, passando a dar nome ao evento. A 26ª edição da competição, que decorre entre 15 de julho e 4 de agosto, no Complexo Desportivo do Monte Aventino, passa a assim a denominar-se Eupago Porto Open.

Este patrocínio reflete a crença da Eupago na importância do desporto para o bem-estar físico e mental. A prática desportiva é um aliado essencial na promoção da saúde mental, ajuda a reduzir o stress, a melhorar a autoestima e proporciona uma sensação geral de bem-estar”, diz José Veiga, CEO da Eupago.

Identificamo-nos com os valores que o ténis tem no dia-a-dia das pessoas e vemos que ao longo das edições do torneio vamos caminhando no sentido da democratização do ténis em si, como um desporto de qualidade. Entendemos que o Porto Open tem trazido muita qualidade ao ténis, captando cada vez mais e melhores jogadores. É um evento que pela sua natureza também vai massificando o ténis junto da população geral, e ao identificar-se com essa democratização do ténis, ao ser um evento cada vez mais para o mundo, identifica-se com os valores da Eupago”, acrescenta citado em comunicado.

O patrocínio terá a duração mínima de dois anos e é o primeiro deste género na história do torneio, sublinhando o compromisso da Eupago em apoiar o desporto e promover a saúde física e mental, refere-se em nota de imprensa. Entre os principais patrocinadores da competição encontram-se as marcas McDonald’s, Banco Carregosa, Una Seguros e Renault.

Antes do Eupago Porto Open, decorre a Eupago Cup, que terá em disputa um prémio de seis mil euros, numa competição composta por três provas entre os dias 11 e 14 de julho.

É a partir de 14 de julho que arranca então o torneio internacional de três semanas, composto por um torneio ITF W75 feminino, que distribui 60 mil euros em prémios, e decorre entre os dias 14 e 21 de julho. Já entre 21 e 28 de julho acontece o torneio Next Generation ITF Men 25, com um prémio total de 25 mil euros.

Esta série de torneios chega ao fim com o ATP Challenger 125, que decorre entre 28 de julho e 4 de agosto e que vai oferecer um prémio final de 148 mil euros.

A Eupago patrocina também a Chelsea Beach Handball, uma equipa de andebol de praia de Vila Nova de Gaia e está ainda associada ao projeto “Futebol Doce”, que promove um envelhecimento ativo e saudável entre utentes portadores de diabetes tipo 2.

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Americanos ultrapassam franceses no pódio das dormidas turísticas em Portugal

Mercado britânico manteve a liderança das dormidas de não residentes em Portugal, com uma quota de 19,1%. Alojamento turístico recebeu um total de 3,1 milhões de hóspedes em maio.

Os Estados Unidos já estão no top três dos principais mercados turísticos para Portugal, à frente de França e Espanha. Em maio, o mercado britânico manteve a liderança (19,1%) das dormidas de não residentes, seguido do alemão (11,8%) e do norte-americano (10,1%), de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira.

“As dormidas do mercado alemão cresceram 10%. Seguiu-se o mercado norte-americano, na terceira posição, com um aumento 17,3%, ultrapassando o mercado francês (peso de 9,2%), um dos poucos, entre os principais, que decresceram (-1,8%). No conjunto dos cinco primeiros meses do ano, é de realçar a evolução do mercado norte-americano (+16,2%), que assumiu a terceira posição, ultrapassando os mercados espanhol e francês”, lê-se na estimativa rápida publicada pelo INE.

No grupo dos dez principais mercados emissores destacam-se ainda o mercado espanhol e canadiano (quotas de 7% e 3,2%, respetivamente).

 

O setor do alojamento turístico recebeu um total de 3,1 milhões de hóspedes e 7,7 milhões de dormidas em maio de 2024. Representa subidas de 9,4% e 7,5%, respetivamente, quando comparado com o mês anterior. As dormidas de residentes aumentaram 7,6%, correspondendo a 1,9 milhões, enquanto as de não residentes cresceram 7,5%, totalizando 5,8 milhões.

No mês passado, todas as regiões registaram crescimentos nas dormidas. Os aumentos mais expressivos observaram-se no Alentejo (+18,0%) e na Região Autónoma dos Açores (+17,6%), enquanto os crescimentos mais modestos se registaram no Algarve (+5,2%), na Região Autónoma da Madeira (+5,6%) e na Grande Lisboa (+5,7%).

Já no que toca em específico às dormidas de residentes, todas as regiões apresentaram crescimentos, à exceção da Madeira que registou um decréscimo de 2,7%. Neste particular, destacou-se o Alentejo (+18,7%), seguindo-se a região Oeste e Vale do Tejo (+12,6%) e o Centro (+11,4%). Por outro lado, as dormidas de não residentes cresceram em todas as regiões, de forma mais expressiva nos Açores (+21,7%), na Península de Setúbal (+19,0%) e no Alentejo (+16,9%)

Apesar de as dormidas de residentes e de não residentes terem aumentado no quinto mês do ano, a estadia média nos estabelecimentos de alojamento turístico diminuiu 1,7%, para 2,47 noites. O gabinete de estatística dá nota de que a “estada média dos residentes (1,81 noites) diminuiu 1,4% e a dos não residentes (2,81 noites) decresceu 1,8%”.

Neste indicador, os maiores crescimentos foram nas ilhas (+3,5% nos Açores e +1,3% na Madeira), enquanto os decréscimos mais expressivos aconteceram no Oeste e Vale do Tejo (-3,6%) e no Centro (-2,7%). Os valores mais elevados continuaram a observar-se na Madeira (4,37 noites) e no Algarve (3,8 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,60 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,68 noites).

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Banco de Portugal autoriza Abanca a comprar Eurobic

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Mais de quatro anos depois do Luanda Leaks, o Eurobic vai finalmente mudar de mãos. Os galegos do Abanca preparam-se para pagar 300 milhões por 100% do banco português.

O Abanca já tem autorização do Banco de Portugal para a aquisição do Eurobic, segundo avançou Fernando Teles, que detém 37,5% do banco português, ao Jornal Económico.

O banco galego anunciou a 15 de novembro que tinha chegado a um acordo para a compra de 100% do capital do Eurobic, incluindo a participação de 42,5% de Isabel dos Santos.

Segundo Fernando Teles, a concretização do negócio avaliado em cerca de 300 milhões de euros encontra-se agora à espera da “comunicação do Banco Central Europeu”, prevendo-se o closing da operação no dia 11 de julho.

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Sindicatos defendem que privatização da TAP deve manter Estado no capital

Plataforma de seis sindicatos da companhia aérea defendeu, em reunião no Ministério das Infraestruturas, que o Estado mantenha uma posição forte no capital no âmbito da privatização.

Uma plataforma de seis sindicatos do pessoal e terra da TAP defendeu, em reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, que “o Estado português deve assegurar uma posição equilibrada na companhia aérea”, para preservar “a estratégia da própria companhia, o hub de Lisboa, a área da manutenção e os interesses do país”.

O encontro com membros do gabinete do ministério liderado por Miguel Pinto Luz decorreu na quinta-feira, tendo os sindicatos manifestado “preocupações relativamente a diversas questões laborais que preocupam esta plataforma e à privatização da TAP”, segundo o comunicado divulgado.

Sublinhando os “fundamentos estratégicos muito importantes para o país” da companhia área e os “milhares de postos de trabalho que gera”, a plataforma entende que “deve o Estado português assegurar uma posição equilibrada na companhia aérea, de modo a que possa assegurar a estratégia da própria companhia; o hub de Lisboa, a área da manutenção e consequentemente os interesses do país”. “Se dependêssemos dos privados, a TAP já não existiria“, acrescenta.

A plataforma integra o Sindicato da Industria Aeronáutica, o Sindicato dos Trabalhadores dos Aeroportos Manutenção e Aviação, o Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes de Portugal, o Sindicato dos Quadros da Aviação Comercial, o Sindicato das Industrias Metalúrgicas e Afins e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civis.

O Governo pretende relançar ainda este ano o processo de reprivatização da TAP, segundo noticia esta sexta-feira o Jornal Económico.

O CEO do transportadora aérea também já se manifestou a favor da manutenção do Estado no capital e que a privatização se faça de forma faseada. “A minha recomendação seria que o governo português mantivesse uma posição, para ser parte de todo o processo de desenvolvimento”, afirmou Luís Rodrigues numa entrevista ao Financial Times, em maio.

A reprivatização de entre 51% e 100% da TAP foi aprovada no final de setembro do ano passado pelo anterior Governo, mas foi vetada pelo Presidente da República, que exigiu garantias adicionais sobre a defesa dos interesses do Estado. A queda do Executivo acabou por deixar o processo em suspenso.

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Inflação em Portugal desacelera para 2,8% com descida do preço dos hotéis após concertos de Taylor Swift

Desaceleração deve-se, em grande medida, à redução dos preços dos hotéis. Aceleração em maio foi justificada pelos concertos de Taylor Swift em Lisboa, explica o INE.

A taxa de inflação homóloga em Portugal terá desacelerado em junho para 2,8%, de acordo com a estimativa rápida avançada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), sobretudo devido à “redução dos preços dos hotéis, cuja aceleração registada em maio se deveu essencialmente a um evento cultural de dimensão relevante ocorrido em Lisboa” que mais do que compensou a subida dos combustíveis. Em maio, a inflação foi de 3,1%.

O instituto calcula que o Índice de Preços no Consumidor (IPC) desceu para 2,8% em junho face ao mesmo mês do ano passado, menos 0,3 pontos percentuais face à variação homóloga observada em maio. Os dados definitivos serão divulgados a 10 de julho.

“Tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 2,8% em junho de 2024, taxa inferior em 0,3 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior”, lê-se no comunicado do INE. No entanto, comparativamente com o mês anterior, a variação do IPC terá sido nula (0,2% em maio e 0,3% em junho de 2023).

Já a inflação subjacente, que exclui produtos alimentares não transformados e energéticos, terá registado uma variação de 2,3%, uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais face aos 2,7% do mês anterior.

O INE revela ainda que variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 9,4%, uma forte aceleração face aos 7,8% de maio. Já os produtos alimentares não transformados registaram uma variação de 2% uma desaceleração face aos 2,5% em maio, acrescenta o comunicado do INE.

Já o Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português, o indicador que será utilizado para fazer a comparação com os restantes países europeus, terá registado uma variação homóloga de 3,1%, uma desaceleração face aos 3,8% do mês anterior.

(Notícia atualizada com mais informação)

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Apenas 5% das pessoas utilizam IA para aceder a notícias

  • + M
  • 28 Junho 2024

Segundo o estudo do Reuters Institute for the Study of Journalism, a maioria das pessoas espera que as notícias produzidas maioritariamente através de IA sejam menos confiáveis e transparentes.

Apenas 5% das pessoas usam ferramentas de inteligência artificial (IA) para ter acesso às últimas notícias. No entanto, 24% utilizam estas ferramentas para ter acesso a informação e 28% já as utilizou para criar algum tipo de conteúdo, seja texto, áudio, código, imagem ou vídeo.

As conclusões são do relatório “What does the public in six countries think of generative AI in news?“, do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ), que inquiriu cerca de 12 mil pessoas na Argentina, Dinamarca, EUA, França, Japão e Reino Unido.

Segundo este relatório, a maioria das pessoas espera que as notícias produzidas maioritariamente através de IA sejam menos confiáveis e transparentes, mas mais atualizadas e “baratas” para quem as produz.

A maioria das pessoas mostra-se também “mais confortável” com notícias produzidas por jornalistas humanos do que por IA. Os inquiridos mostram-se mais confortáveis com notícias produzidas por IA com alguma supervisão humana caso se tratem de “soft news“, relacionadas com assuntos como moda ou desporto.

Por outro lado, as pessoas sentem-se menos confortáveis pela utilização de inteligência artificial em temas mais “difíceis” como assuntos internacionais, criminais e, principalmente, políticos.

A grande maioria dos inquiridos considera que as notícias produzidas com recurso a inteligência artificial, ainda que parcial, devem ser rotuladas como tal, sendo que apenas 5% não concordam.

Entre os inquiridos, 43% consideram que os jornalistas utilizam frequentemente a IA para editar ortografia e gramática, 29% para escreverem títulos ou manchetes e 27% para escrever um artigo.

O estudo concluiu ainda que o ChatGPT, da OpenAI, é o tipo de ferramenta de inteligência artificial mais utilizado em todos os países alvo de estudo, sendo duas ou três vezes mais usado do que o Google Gemini ou o Microsoft Copilot.

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Cavaco Silva defende eleições antecipadas para desbloquear impasse político

  • ECO
  • 28 Junho 2024

Ex-Presidente da República considera inviável para o atual Governo, de apoio minoritário e com dificuldades em entender-se com a oposição, implementar políticas que visem o crescimento económico.

Num artigo de opinião publicado no Expresso, Cavaco Silva identifica as políticas necessárias para a melhoria do bem-estar das famílias portuguesas na próxima década, cruzando-as com cinco cenários políticos que vê como mais prováveis no futuro. Para o ex-Presidente da República, a probabilidade de sucesso é “muito alta” apenas se houver um governo com “apoio maioritário” no Parlamento, na sequência de “eleições legislativas, antecipadas ou não”.

Embora seja apoiante de Luís Montenegro, Cavaco Silva considera que a atual situação política — um Governo com apoio minoritário e com “dificuldade de entendimento” com a oposição — torna inviável a aplicação de políticas públicas orientadas para o crescimento económico.

“Sem a predominância de um governo que atribua prioridade ao crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa e goze de apoio maioritário na Assembleia da República ou que, sendo minoritário, beneficie de um compromisso de regime entre os partidos que o apoiem e partidos da oposição, o bem-estar das famílias portuguesas, nas suas diferentes dimensões, continuará, no fim da próxima década, muito afastado dos países mais ricos da União Europeia“, escreveu o antigo Chefe de Estado. Aponta que a questão que “vale um milhão de dólares” é “qual a probabilidade, muito alta, alta, média, baixa ou muito baixa, de serem adotadas as políticas públicas certas”.

Depois de apresentar a sua visão do que devem ser as políticas económicas nos próximos dez anos, Cavaco questiona também “quais os poderes executivo e legislativo do nosso sistema político que estarão em funções nos anos da próxima década detentores das competências para decidir e executar as diferentes políticas”. Entre as várias hipóteses apontadas, vê como principal aquela em que o governo em funções, “independentemente da sua orientação partidária”, considere “determinante” para o bem-estar das famílias portuguesas “o crescimento da produção interna, da produtividade e da competitividade externa”.

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Turistas ainda não têm “sustentabilidade no mindset”, mas aposta é inevitável

  • Capital Verde
  • 28 Junho 2024

Tecnologia, inovação e cooperação terão papel decisivo na adoção de boas práticas de sustentabilidade pelo setor do turismo, defendem especialistas.

O preço e as características do destino procurado ainda dominam o processo de escolha dos turistas, mas a adoção de práticas sustentáveis será determinante para a atratividade futuras das empresas do setor. A tecnologia, a inovação e a cooperação podem facilitar a jornada, defenderam os oradores do segundo think tank “A Inovação Energética e a Competitividade Setorial”, uma iniciativa da Helexia Portugal, com a Deloitte, a PLMJ e o ECO.

“Quando lançámos a Estratégia 2027, em 2017, houve um compromisso coletivo do setor. A sustentabilidade é um objetivo central da nossa estratégia porque acreditamos que o desenvolvimento turístico tem de ser sustentável como base, e, depois, assumimos compromissos específicos de metas económicas, ambientais e sociais“, começou por explicar Sérgio Guerreiro, diretor coordenador da Direção de Estratégia e Gestão do Conhecimento do Turismo de Portugal, durante o think tank que decorreu esta terça-feira, na Deloitte.

Hoje em dia, temos 70% das empresas do setor do turismo a reportarem boas práticas na área da gestão da energia, da água e de resíduos.

Sérgio Guerreiro, Senior Director for Strategy & Knowledge Management at Turismo de Portugal.

O responsável pelo Turismo de Portugal acrescentou, ainda, que “todos, sem exceção, nos diversos segmentos da atividade turística, têm abraçado este tema. Hoje em dia, temos 70% das empresas do setor do turismo a reportarem boas práticas na área da gestão da energia, da água e de resíduos, que são temas cada vez mais relevantes”.

Neste sentido, Sérgio Guerreiro referiuo programa “Empresas Turismo 360º”, criado pelo Turismo Portugal com o objetivo de “guiar as empresas do setor nas práticas ESG, que serão obrigatórias na gestão das empresas”. Para já, este programa conta com 300 empresas, que já assumiram o compromisso de reportar as suas medidas. “É um universo pequeno, mas é um caminho”, disse.

Apesar dos esforços que o setor do turismo tem vindo a fazer para se tornar mais sustentável, há outros setores que, apesar de não pertencerem a esta indústria, acabam por estar associados a ela. Exemplo disso é o setor dos transportes, principalmente a aviação, que, com o crescente número de turistas, também tem vindo a aumentar o número de viagens e, consequentemente, o nível de emissões.

Há diversos estudos e análises disponíveis sobre os setores relacionados com o turismo que geram emissões e o transporte é o primeiro que salta à vista, em particular com a aviação. Contudo, apesar de não ser o turismo a influenciar diretamente todas as emissões da indústria da aviação, ele é relevante para o turismo. No panorama geral, tirando as emissões diretas no turismo, todas as outras são uma consequência de outros planos”, explicou Pedro Antão Alves, diretor comercial da Helexia Portugal.

Em 2030, não deveríamos ter mais emissões de gases com efeito de estufa do que 55% da base, que foi medida em 1990. A partir de 2050, deveríamos ser neutros em emissões.

Pedro Antão Alves

Diretor comercial da Helexia Portugal

Apesar de haver uma correlação viagens e turismo, o responsável da Helexia considera que não é da responsabilidade do setor do turismo resolver a sustentabilidade do setor dos transportes. Ainda assim, assumiu a importância de endereçarem aquilo que está ao seu alcance: “Em 2030, não deveríamos ter mais emissões de gases com efeito de estufa do que 55% da base, que foi medida em 1990. A partir de 2050, deveríamos ser neutros em emissões. E o setor do turismo alinha com estas metas genéricas“.

O preço ainda é o que mais ordena

O impacto está, muitas vezes, relacionado com as escolhas dos próprios viajantes. Mas estará a mudança na mão de quem viaja ou de quem oferece as soluções? De acordo com Rui Gidro, partner da Deloitte, “no curto prazo, quando as pessoas estão a tomar a decisão de viajar, não têm a sustentabilidade no seu mindset nem como um critério de decisão. Os principais critérios de decisão são o preço e a caracterização do destino que a pessoa pretende ir”.

No entanto, o partner da Deloitte considera que os destinos, se quiserem garantir que continuam a ter oferta daqui a 10/15 anos, deverão começar a adotar práticas mais sustentáveis. “Se quero continuar a ter o meu destino e a minha oferta genuína, distintiva, com a atração e os valores que tem hoje em dia, então tenho de ter um conjunto de práticas sustentáveis. Diria que não é tanto uma decisão da parte do viajante, mas também diria que não é uma questão isolada do turismo”, referiu.

No curto prazo, quando as pessoas estão a tomar a decisão de viajar, não têm a sustentabilidade no seu mindset nem como um critério de decisão. Os principais critérios de decisão são o preço e a caracterização do destino que a pessoa pretende ir.

Rui Gidro

Partner da Deloitte

Esta mudança é importante para manter a viabilidade dos negócios, até porque a confluência de gerações que se vive atualmente, “cujos valores e formas de olhar para o equilíbrio do planeta são completamente diferentes”, vai, de acordo com Sérgio Guerreiro, potenciar a adoção de boas práticas ambientais. “Estas são as pessoas que vão tomar decisões dentro de pouco tempo e é bom que a nossa indústria esteja preparada para isso“, alertou.

O responsável pelo Turismo de Portugal acrescentou, ainda: “Eu acho que a chave da competitividade do setor do turismo em Portugal, que é, de acordo com um relatório recente do World Economic Forum, o 12.º mais competitivo do mundo, é pensar o futuro antes dos outros. O nosso papel é procurar antecipar e estar na linha da frente deste processo de mudança“.

Financiamento, inovação e tecnologia são soluções

Estar na “linha da frente” implica investimento, mas esse investimento também depende do financiamento de alguns programas e de parcerias com boas soluções. Nesse sentido, Sérgio Guerreiro destacou a importância de colocar instrumentos à disposição das empresas: “Nós colocamos uma linha de financiamento dedicada às empresas que pretendem fazer a adaptação dos seus sistemas e infraestruturas para poderem fazer a racionalização do uso de energia, mantendo níveis de serviço elevados junto dos seus clientes. E criamos, com o turismo do Algarve, um selo de save water para procurar criar uma comunidade de empresas que são indutoras e que adotam este tipo de medidas”.

Estamos a cerca de dois anos de ter as baterias economicamente viáveis e, mesmo com pouca área para energia solar, com as baterias, cada vez mais os players do mercado podem ter independência energética do ponto de vista do preço.

Pedro Antão Alves

Diretor comercial da Helexia Portugal

“Hoje em dia há cada vez mais soluções tecnológicas que nos permitem ter diversidade de opções e a inovação e a tecnologia vão ter um papel crítico nesse domínio. Nós temos um ecossistema de inovação bastante interessante e diversas startups com soluções de gestão eficiente de energia, que envolve os turistas nesse processo. É bom percebermos que o turista tem de fazer parte desta equação, portanto criarmos soluções em que envolvemos o turista para que ele próprio faça parte deste processo de mudança”, disse.

Neste sentido, Pedro Antão Alves referiu um conjunto de medidas que considera fundamentais para esta transição. A primeira é a eletrificação, já que considera que “o setor do turismo, em geral, pode ter todas as suas necessidades energéticas supridas através da energia elétrica“. O segundo é o potencial de ter geração local renovável e, neste ponto, apesar da energia fotovoltaica ser uma opção, a verdade é que o responsável da Helexia lembrou que esta teria resultados diferentes para, por exemplo, um hotel na cidade (que não tem espaço para colocar um número suficiente de painéis solares para suprir as suas necessidades) e um hotel rural (com mais espaço para colocar mais painéis).

Muitas destas soluções até surgem num contexto cooperativo entre várias entidades da cadeia de valor. Se houver uma coordenação e uma cooperação entre elas, conseguem chegar a soluções e caminhar para a sustentabilidade do próprio setor.

Rui Gidro

Partner da Deloitte

A terceira medida mencionada por Pedro Antão Alves foi a eficiência na gestão da energia, acrescentando que “estamos a cerca de dois anos de ter as baterias economicamente viáveis e, mesmo com pouca área para energia solar (exemplo dos hotéis), com as baterias, cada vez mais os players do mercado podem ter independência energética do ponto de vista do preço“.

Ainda sobre as soluções, Rui Gidro destacou a importância da cooperação entre todos os players. “Muitas destas soluções até surgem num contexto cooperativo entre várias entidades da cadeia de valor. Se houver uma coordenação e uma cooperação entre elas, conseguem chegar a soluções e caminhar para a sustentabilidade do próprio setor. Acho que não devemos ver isto numa perspetiva só de empresas, mas temos de ver isto numa perspetiva mais holística“, concluiu.

Assista a toda a conversa aqui:

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#15 Euro 2024: a melhor seleção, o melhor jogador, a desilusão e o balanço de Portugal

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Quem foi a melhor seleção do Euro 2024 na fase de grupos? O jogador com melhor rendimento? E a desilusão? Obviamente cada um tem a sua opinião e tudo o que aqui for dito não são verdades universais. Agora que o comboio parou para uma breve paragem antes de rumar aos oitavos-de-final, é tempo de refletir sobre os 13 dias de futebol que passaram, incluindo um balanço sobre o desempenho de Portugal. Mencionar que a próxima fase do Euro 2024 inicia no dia 29 de junho, com a Alemanha a enfrentar a Dinamarca em Dortmund.

Os 4 Cantos da Fase de Grupos

Melhor Seleção: Espanha

A Espanha e a Alemanha são as seleções mais fortes até à data, com uma ligeira superioridade dos nossos “hermanos”. O conjunto de Luis de la Fuente não tinha um grupo fácil (Itália, Croácia e Albânia) e conseguiu fazer o pleno (três vitórias) sem qualquer golo sofrido. Primeiro, a Espanha anulou completamente a Croácia (3-0), depois apequenou a Itália (1-0, em baile de bola) e, já com a vida tranquila, jogou com a “equipa B” e venceu a Albânia. Foi a seleção mais consistente e completa da fase de grupos do Euro 2024. Agora vai enfrentar a Geórgia.

Melhor jogador: Fabián Ruiz

Escolher o melhor jogador foi tarefa difícil. Houve muito boas exibições, porém não houve um que se diferenciasse completamente dos demais. Fabián Ruiz é o eleito, após ter correspondido ao mais alto nível frente à Croácia e Itália, dois adversários teoricamente mais exigentes. Marcou um grande golo individual (drible curto e tomada de decisão rápida) e fez uma assistência no primeiro jogo. No segundo, dominou o meio-campo diante da Itália, com um papel fundamental na construção. Descansou no jogo com a Albânia. Mencionar Jamal Musiala (Alemanha), N´Golo Kanté (França; venceu dois prémios de melhor em campo) e Georges Mikautadze (melhor marcador e crucial na caminhada histórica da Geórgia). Podiam estar mais.

Desilusão: França

Depois de ter alcançado duas finais no Mundial (venceu uma), a França definiu como principal objetivo ganhar o Euro 2024 e partiu como uma das favoritas. Quem viu os jogos da França na fase de grupos e, tendo em conta o seu currículo recente e qualidade, percebe facilmente o porquê da desilusão, uma vez que acabou a fase de grupos com apenas um golo marcado por conta própria (Kylian Mbappé) e de grande penalidade. Zero golos de bola corrida em três jogos. Não teve uma exibição que convencesse, deixando muito a desejar. A Inglaterra seguiu o mesmo caminho.

Balanço geral de Portugal

De um ponto de vista pragmático, Portugal concluiu o objetivo principal na fase de grupos: passar aos oitavos-de-final em primeiro lugar. No entanto, se olharmos ao futebol apresentado, fica a sensação de que tinha capacidade para mais e melhor. Este tem sido um problema nos últimos anos: extrair o máximo de potencial, que é gigante. Ainda há problemas a nível defensivo, na construção contra blocos baixos e certas dinâmicas. Desde que sejam reconhecidas as dificuldades e se trabalhe para melhorar, é o mais importante. Houve evolução contra a Turquia e o jogo com a Geórgia pode servir para ajustar aspetos, sobretudo a penetração diante blocos baixos visto que o próximo adversário é a Eslovénia.

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Ministro das Finanças promete menos impostos e burocracia para empresas e famílias

Miranda Sarmento indica que simplificação do sistema fiscal e redução da burocracia são apenas algumas das reformas que Governo pretende implementar para potenciar o crescimento do PIB acima dos 3%.

Numa sala repleta de investidores, o ministro das Finanças indicou que “o Governo tem um forte projeto de reformas para os próximos anos, que irá impactar a baixa produtividade da economia nacional.” No decorrer da sua intervenção na conferência Portugal Capital Markets, Joaquim Miranda Sarmento salientou a necessidade e o objetivo de aumentar o PIB potencial de Portugal.

“Esperamos que a economia nacional possa crescer acima dos 3% no médio prazo”, referiu Joaquim Sarmento, notando que atualmente o PIB potencial situa-se perto dos 2%, que coloca Portugal entre os países com a mais baixa taxa de crescimento entre os seus pares ao nível de desenvolvimento.

Aumentando o PIB potencial, o ministro das Finanças destaca que o país será capaz de “aumentar o investimento público e privado, aumentar o emprego e manter as contas públicas equilibradas”.

Para alcançar a meta de crescimento dos 3% da economia no médio prazo, anunciou planos para simplificar o sistema fiscal, reduzir a carga tributária de empresas e famílias. “Pretendemos simplificar o sistema fiscal proporcionando mais recursos às empresas através da redução do imposto sobre as sociedades para 15%, e dando mais recursos às famílias através da redução do imposto sobre o rendimento”, declarou.

No mercado laboral, o ministro das Finanças destacou a intenção do Governo de reformar os modelos de contratação, visando maior flexibilidade e segurança para quem entra no mercado de trabalho.

Também nos planos do Governo estão uma série de reformas na Justiça para “agilizar processos de falência e reduzir custos para as empresas em litígios”, destacou o governante esta sexta-feira no Centro de Congressos de Lisboa.

No plano das finanças públicas, o ministro salientou que a dívida pública está atualmente abaixo dos 100% do PIB e que a previsão do Governo é que possa assistir-se a uma redução significativa deste rácio próximos anos. “Prevemos que até ao final da década estaremos próximos de 70% do PIB”, afirmou.

Miranda Sarmento revelou ainda que planeia abordar a falta de capital das empresas portuguesas, “incentivando maior capitalização e melhorando o acesso ao financiamento”, enfatizando que para esse objetivo é importante o desenvolvimento de um “mercado de capitais robusto”. Além disso, destacou a importância de haver uma maior promoção de investimentos em energias renováveis e na transição climática como fatores de atração de investimento estrangeiro.

No final da intervenção, o ministro reiterou a importância destas medidas para que se possa aumentar a produtividade e a competitividade da economia portuguesa: “Para ter um impacto positivo nos modelos de negócio, que gere empregos e que proporcione recursos para um melhor crescimento, é essencial aumentar a produtividade e a competitividade da economia portuguesa, e para isso, o papel robusto do mercado de capitais é crucial”.

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Provedora de Justiça pede legislação para compensar portadores de passe por greves

  • Lusa
  • 28 Junho 2024

Para a Deco Proteste, "os titulares de passes e de títulos de transporte devem ser compensados por um serviço que já foi pago, mas não foi utilizado". Até julho de 2023, só a CP esteve parada 98 dias.

A provedora de Justiça vai pedir ao Governo e aos grupos parlamentares para legislar sobre a forma de ressarcir quem compra passe pelos dias de greve nos transportes, anunciou esta sexta-feira a Deco Proteste, com base na resposta a uma queixa.

“A Provedoria de Justiça vai pedir ao Governo e a todos os grupos parlamentares que considere ressarcir quem compra passe pelos dias de greve nos transportes”, informou Soraia Leite, porta-voz da Deco Proteste, citada numa nota da associação de defesa dos direitos dos consumidores, sobre as greves de transportes.

A porta-voz destacou o facto de a provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, “reconhecer a importância” dos apelos da associação.

A posição decorre da resposta a uma queixa apresentada pela Deco Proteste à provedora de Justiça, exigindo “a declaração de inconstitucionalidade da atual legislação pelo Tribunal Constitucional e o fim da discriminação legislativa de que são alvo os utentes dos transportes ferroviário e rodoviário”.

“A justificação para o pedido prende-se com o facto de cada setor de transportes ter legislação própria, o que significa que os utentes dos transportes rodoviários e ferroviários não têm a mesma proteção jurídica que os consumidores dos meios marítimo/fluvial, por exemplo”, explicou a associação.

Para a Deco Proteste, “os titulares de passes e de títulos de transporte sazonais devem ser compensados por um serviço que já foi pago, mas não foi utilizado”, considerando tratar-se de “um direito previsto na Constituição da República, e a compensação deve ser na proporção dos dias que o passageiro não utiliza os transportes públicos”.

A situação volta a ocorrer esta sexta-feira, com uma greve de 24 horas na CP — Comboios de Portugal, que terá impacto nos utilizadores do transporte ferroviário em todo o território continental, e quando vários sindicatos convocaram já “paralisações de comboios pelo menos até 14 de julho”. Recentemente houve também greves parciais na Carris (Lisboa) e TST (Sul do Tejo).

Perante este cenário, a Deco Proteste lançou uma campanha no portal www.grevestransportes.pt, no sentido de combater a descriminação na proteção jurídica, “assegurando que os titulares de passes e de títulos de transporte sazonais de todos os transportes públicos sejam ressarcidos por não os poderem utilizar quando há uma greve”.

A associação sugere aos utentes que, em dias de greve de transporte, fiquem atentos aos avisos, nomeadamente nos sites das transportadoras e meios de comunicação social, que confirmem se a paralisação não é desconvocada, e verifiquem se existem serviços mínimos e se são viáveis.

Além de encontrar uma alternativa de transporte, o utente pode pedir à transportadora uma declaração para justificar o atraso ou ausência aos seus compromissos de trabalho ou escolares e propor à entidade empregadora “se pode compensar o dia ou as horas que faltou noutra altura ou se pode, desde que aplicável, trabalhar a partir de casa”.

Apesar de ainda não haver estatísticas oficiais sobre as greves de transportes públicos em 2023, a associação salientou que, “até julho, só a CP — Comboios de Portugal esteve parada durante 98 dias”.

“Os números oficiais remontam a 2022, quando foram registadas 65 greves no setor dos transportes e armazenamento, o equivalente a 9.414 trabalhadores parados e 13.979 dias de trabalho perdidos. Os dados são do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social”, referiu.

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