Parvalorem devolve 100 milhões ao Estado mas ainda deve 5,3 mil milhões
Uma das mais custosas intervenções públicas na banca, a nacionalização do BPN em 2008 ainda "deve" 5,3 mil milhões aos cofres do Estado, apesar dos 1,7 mil milhões já recuperados pela Parvalorem.
A Parvalorem devolveu no ano passado 95,9 milhões de euros dos empréstimos contraídos junto do Estado no âmbito da nacionalização do antigo BPN, em 2008, mas ainda devia aos cofres públicos cerca de 5,92 mil milhões de euros.
Segundo o Relatório e Contas de 2023, este reembolso permitiu ao veículo que ficou a gerir os ativos tóxicos do BPN baixar o seu passivo para 5,3 mil milhões de euros no ano passado, sendo que corresponde essencialmente aos empréstimos formalizados com a Direção-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), que totalizam agora os 5,92 mil milhões (incluindo juros).
Já o ativo líquido caiu 122,8 milhões de euros para 455,7 milhões. O que ajudou a aumentar o “buraco” da sociedade. Os capitais próprios negativos agravaram-se em cerca de 30 milhões de euros no ano passado para 4,86 mil milhões, refletindo ainda o prejuízo de 98,2 milhões e o aumento das reservas em 68,1 milhões em consequência do recalculo do custo amortizado dos financiamentos da DGTF.
A Parvalorem foi criada em 2010 juntamente com outros dois veículos – a Parups e a Parparticipadas – para administrar o património problemático do BPN, nacionalizado em novembro de 2008, numa das intervenções na banca mais custosa para os contribuintes.
No ano passado, recuperou ativos num total de 57,8 milhões de euros em numerário, aumentando para 1,24 mil milhões o montante global que já recuperou desde o início da sua atividade. Este montante corresponde a quase um terço da carteira de crédito cedido ao valor nominal.
A este valor acresce 492,5 milhões recuperados pela Parups. “Em conjunto as duas sociedades transformaram ativos em liquidez no valor de 1,7 mil milhões”, adianta a Parvalorem no relatório.
Por conta deste trabalho de recuperação de ativos, a Parvalorem tem vindo a reduzir a sua atividade e, simultaneamente, a simplificar a sua estrutura.
Já absorveu a Parups em 2022 e agora prepara-se para tomar conta do negócio da Parparticipadas no próximo ano, como avançou o ECO em primeira mão, depois do fecho do Banco Efisa no final do ano passado.
Atualmente com 82 trabalhadores, também os quadros têm vindo a ser reduzidos, até porque a Parvalorem tem o seu destino traçado fruto da missão para a qual foi desenhada. Só ainda não se sabe quando a sociedade vai ser encerrada.
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