Procura global de petróleo resfria com abrandamento da China

AIE revê em baixa previsões de procura do "ouro negro" para este ano e para 2025 por conta do abrandamento do consumo chinês, mas também pela maior eficiência e eletrificação dos automóveis.

O crescimento da procura global de petróleo está a abrandar significativamente, de acordo com o mais recente relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado esta quinta-feira.

A agência reviu em baixa as suas previsões para 2024 e 2025, apontando para um crescimento anual da procura inferior a um milhão de barris por dia (mb/d) em ambos os anos por conta, em grande parte, à contração do consumo na China, a segunda maior economia do mundo.

O crescimento da procura mundial de petróleo continua a desacelerar, com o crescimento no segundo trimestre de 2024 a abrandar para 710 mil barris por dia (kb/d) em termos homólogos”, referem os analistas da AIE no relatório da AIE, destacando que se trata do aumento trimestral mais lento desde o quarto trimestre de 2022.

Não é só pela China que o consumo global de petróleo está a abrandar. “Um crescimento económico medíocre, maior eficiência e eletrificação de veículos que atuam como ventos contrários”, explica a AIE.

Segundo a agência, este abrandamento deve-se ao comportamento do mercado chinês, que tem registado uma contração do consumo do “ouro negro” após o fim do impulso pós-pandemia.

A agência sublinha que a China, que foi durante muito tempo o motor do crescimento da procura global de petróleo, viu o seu consumo contrair em abril e maio, ficando agora ligeiramente abaixo dos níveis do ano anterior no segundo trimestre de 2024.

No entanto, não é só pela China que o consumo global de petróleo está a abrandar. “Um crescimento económico medíocre, maior eficiência e eletrificação de veículos que atuam como ventos contrários”, explica a AIE.

Do lado da oferta, a AIE prevê um aumento da produção global de 770 mil barris diários este ano, atingindo um recorde de 103 milhões de barris por dia (mb/d). “A produção não-OPEP+ deverá aumentar 1,5 mb/d, enquanto a produção da OPEP+ cairá 740 kb/d em termos anuais se os cortes voluntários existentes forem mantidos”, refere o relatório da AIE.

Para 2025, a agência projeta um crescimento da oferta global muito mais forte, de 1,8 mb/d, liderado pelos países não-OPEP+, com destaque para os EUA, Canadá, Guiana e Brasil.

A AIE também salienta que “os stocks globais de petróleo observados aumentaram pelo quarto mês consecutivo em maio, em 23,9 mb”. Isto sugere um mercado bem abastecido, apesar dos cortes de produção da OPEP+.

As projeções mais recentes da AIE apontam para que “após o verão quente, tendências mais frias deverão prevalecer” no mercado petrolífero. Com o crescimento da procura a continuar a abrandar e a produção não-OPEP+ a expandir-se, a agência antecipa um mercado mais equilibrado em 2025.

Atualmente, o Brent, que serve de referência para o cálculo do preço dos combustíveis na Europa, está a negociar com uma subida de 0,25% e a ser transacionado por 85,34 dólares por barril.

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