Empresas portuguesas precisam de novos modelos de financiamento em Angola
CCIPA admite que nem tudo está perfeito e que é preciso mais financiamento para as empresas portuguesas poderem construir mais relações com as empresas angolanas nos diversos setores.
O presidente da Câmara de Comércio e Indústria Portugal-Angola (CCIPA) defendeu esta segunda-feira novos modelos de financiamento para as empresas portuguesas em Angola, incluindo PME, que permitam contribuir para a diversificação da economia angolana.
João Traça, que falava à Lusa à margem do 7.º Encontro Angola – Portugal Business Networking, na véspera da visita do primeiro-ministro, Luís Montenegro, desejou que a vinda do chefe do Governo português a Angola seja também o início de um novo ciclo que permita melhorar o que está bem nas relações empresariais entre Portugal e Angola e criar mais dinamismo nas relações económicas entre os dois países.
O responsável da CCIPA admitiu que nem tudo está perfeito e que é preciso mais financiamento para as empresas portuguesas poderem construir mais relações com as empresas angolanas nos diversos setores. “Só assim poderão dar um contributo para a diversificação da economia angolana, que é talvez o seu maior desígnio”, acrescentou.
Sublinhou que é preciso “mais imaginação a nível de financiamento para criar diferentes soluções para diferentes necessidades”, nomeadamente em projetos de longo prazo que envolvam a indústria, além do desenvolvimento de infraestruturas, sendo preciso criar novos modelos de financiamento.
“Os atuais conseguem dar resposta a muitos desafios, mas não conseguem dar resposta a todos”, salientou, sugerindo ser “necessário, por exemplo, dar incentivos a projetos desenvolvidos por PME” que fazem parte da estrutura de empresas portuguesas que estão em Angola. “É preciso pensar nelas para lhes dar os apoios certos”, afirmou à Lusa.
O embaixador de Portugal em Angola, Francisco Alegre Duarte, seguiu a mesma linha no seu discurso, salientando a importância da linha de financiamento e que importa diversificar, para ir além das obras públicas e apostar na agricultura, turismo e formação profissional. O diplomata frisou que a visita de três dias de Luís Montenegro tem “forte componente económica” e é demonstrativa da continuidade das relações entre Angola e Portugal “e o seu caráter estratégico, que não é minimamente alterado pela mudança de poder”.
Estão presentes em Angola cerca de 1.250 empresas portuguesas ou de capitais mistos, de todos os setores da economia angolana. Francisco Alegre Duarte considerou que este tem sido um ano desafiante, devido à instabilidade cambial e escassez de divisas que se repercutem nas operações das empresas, mas assinalou que “Angola é uma aposta que vale a pena”.
O presidente da CCIPA falou também sobre as dificuldades para as empresas e apontou o ciclo da economia angolana, “que não está a crescer ao ritmo que seria ideal”, acrescentando que “é preciso tempo para voltar a crescer a esses ritmos”. Organizado pela CCIPA, o encontro é dirigido a empresários portugueses e angolanos e visa promover a aproximação entre os empresários dos dois países, “proporcionando contactos que poderão vir a estar na origem da formação de parcerias sólidas”, refere a organização num comunicado.
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