Hungria mantém veto de fundos da UE à Ucrânia

  • Lusa
  • 23 Julho 2024

"Enquanto a Ucrânia não resolver esta questão, que todos se esqueçam do pagamento dos 6,6 mil milhões de euros", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro,

As autoridades húngaras irão manter o seu veto aos 6,6 mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz para a Ucrânia enquanto permanecer o bloqueio de Kiev ao trânsito de petróleo russo, foi divulgado esta terça-feira. A decisão foi anunciada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, em entrevista à televisão privada ATV, numa alusão ao fundo europeu que Budapeste bloqueia desde maio.

“Enquanto a Ucrânia não resolver esta questão, que todos se esqueçam do pagamento dos 6,6 mil milhões de euros”, afirmou. A Hungria e a Eslováquia solicitaram na segunda-feira à Comissão Europeia a mediação com a Ucrânia, após Kiev ter incluído a petrolífera Lukoil na sua lista de sanções, implicando o fim do trânsito de petróleo para os dois países através do oleoduto Druzhba (Amizade).

O ministro sublinhou que a Hungria não apoiará o financiamento da União Europeia (UE) para o envio de armamento à Ucrânia enquanto permanecer em risco a segurança energética do país centro-europeu, que atualmente assume a presidência semestral rotativa do Conselho da UE.

“A decisão da Ucrânia de não permitir à Lukoil o trânsito de petróleo através da Ucrânia implica uma ameaça fundamental para a segurança dos fornecimentos energéticos à Hungria e à Eslováquia”, afirmou, na segunda-feira, o porta-voz do Governo húngaro, Zoltan Kovacs, na rede social X.

A Hungria e a Eslováquia dependem essencialmente das importações de petróleo russo, e apesar das sanções à Lukoil terem afetado o intercâmbio, os dois países continuam a receber fornecimentos de outras empresas russas. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e o seu homólogo eslovaco, Robert Fico, ambos definidos de “pró-russos”, têm-se oposto ao apoio militar à Ucrânia na sequência da invasão russa e defendem uma solução negociada para terminar com o conflito.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.

Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014. Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Hungria mantém veto de fundos da UE à Ucrânia

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião