Lucro do BPI sobe 28% para 327 milhões de euros até junho
O BPI registou lucros de 327 milhões de euros no primeiro semestre, uma subida de quase 30% em termos homólogos. CEO admite que primeira metade do ano superou estimativas, mas vê margem a contrair.
O BPI registou lucros de 327 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 28% em comparação com o mesmo período do ano passado. Juros continuaram a suportar os resultados do banco detido pelos espanhóis do CaixaBank. “Tivemos um primeiro semestre bastante forte”, assumiu o CEO, João Pedro Oliveira e Costa.
Em Portugal, o banco teve um resultado de 268 milhões, mais 35% em termos homólogos, desempenho que permite atingir uma rentabilidade de 19% (RotE). Nas outras geografias os resultados também cresceram, mas menos: o angolano BFA lucrou mais 1% para 41 milhões e o moçambicano BCI lucrou mais 7% para 18 milhões.
Em conferência de imprensa, o CEO do banco sublinhou que “a evolução do primeiro semestre ficou acima das expectativas, por dois fatores”: “um comportamento a nível comercial melhor” do que esperava; e uma evolução da curva das taxas de juro mais lenta do que se antecipava.
“Os resultados vão ficar mais perto do ano anterior, e não abaixo como esperávamos”, adiantou, considerando que seria muito estranho se o nível de lucro baixasse no total do ano.
Margem regressa “à normalidade”
A margem financeira — a diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos — voltou a suportar a subida dos resultados, crescendo 13% para 491 milhões de euros. Mas o banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa nota que o pico foi atingido no final do ano passado.
“Já se nota um retorno a uma certa normalidade da margem financeira, antecipamos que tendência irá manter-se no resto do ano e em 2025”, referiu o líder do banco.
As comissões tiveram uma subida de 14% para 168 milhões, um disparo que se “deve à liquidação antecipada da participação em resultados de apólices de seguros comercializadas em anos anteriores”, justifica a instituição.
Com isto, o produto bancário atingiu os 669 milhões de euros em seis meses, mais 18% face ao primeiro semestre do ano passado.
Aumentar negócio para travar impacto da descida dos juros
O crédito total aumentou 1% para, com a carteira a superar os 30 mil milhões de euros. O stock de empréstimos à habitação cresceu 1% para 14,7 mil milhões e às empresas 2% para 11,7 mil milhões, de acordo com o banco.
Nos depósitos, o banco diz que já recuperou do impacto da fuga para os Certificados de Aforro há um ano. A base de depósitos também superou a fasquia dos 30 mil milhões de euros no final de junho, aumentando 4% em relação ao ano passado.
João Pedro Oliveira e Costa explicou que o banco quer apostar no aumento do negócio para “combater o impacto da diminuição da margem” que se perspetiva para os próximos trimestres.
“Temos de aumentar o crédito, onde? Nas PME. E temos de manter uma grande resiliência no credito à habitação, que permite uma grande relação com os clientes no médio e longo prazo”, assumiu o gestor.
Até porque “a envolvente competitiva dos novos entrantes e dos estabelecidos irá criar pressão para que serviços sejam mais em conta, não há margem para mexer nas comissões”, observou ainda.
Por outro lado, sublinhou a importância da digitalização e ganhos de eficiência neste contexto. “Vai nos tornar mais competitivos”, assumiu.
Com os custos a estabilizarem nos 250 milhões de euros, o BPI registou ganhos de eficiência na primeira metade do ano, com o rácio cost to income a baixar para 37%, menos 3 pontos percentuais face a dezembro.
(Notícia atualizada às 12h49)
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