Celeste Hagatong renunciou ao cargo de presidente do Banco de Fomento

Renúncia terá efeitos a partir de 1 de setembro. Motivos de saúde estarão na base da decisão, segundo comunicado do banco.

A chairwoman do Banco de Fomento renunciou ao cargo, por “motivos de saúde”, anunciou a instituição em comunicado. A renúncia surtirá efeitos a partir de 1 de setembro.

“Celeste Hagatong, presidente do conselho de administração, anunciou a sua renúncia por motivos de saúde impeditivos da continuação das suas funções”, anunciou o BPF em comunicado esta sexta-feira.

Celeste Hagatong foi a escolha do então ministro da Economia, António Costa Silva, para tentar dar um novo fôlego ao Banco de Fomento. A escolha foi anunciada a 22 de junho de 2022, juntamente com Ana Carvalho, que passaria a ocupar as funções de presidente executiva (CEO), em substituição de Beatriz Freitas que acumulava os dois cargos.

Celeste Hagatong “tem uma longa carreira na banca e nos seguros e experiência em diferentes setores de atividade, desde o corporate finance e project finance à banca de empresas”, dizia António Costa Silva para justificar a sua escolha. “A sua clarividência, liderança e dinâmica vão ser essenciais para fazer do Banco Português de Fomento o banco promocional do Estado Português”, escreveu ainda o ministro da Economia socialista.

Até então presidente da seguradora de crédito Cosec, cargo que começou a desempenhar em julho de 2017, Celeste Hagatong começou a sua carreira no Ministério das Finanças, tendo posteriormente passado para o BPI, onde esteve 33 anos. No BPI, desenvolveu atividade no banco de investimento e desde 2002, foi membro do conselho executivo do banco, sendo responsável pelo corporate banking e project finance. Foi ainda responsável pelo lançamento e dinamização da venda de seguro de créditos da COSEC, na rede da banca de empresas.

No Banco de Fomento, cujo mandato terminava no final do ano, Celeste Hagatong iniciou, mas não concluiu, a reestruturação da instituição, uma falha cuja culpa atribuiu ao Ministério das Finanças, sob a tutela de Fernando Medina.

“Não se chegou ao fim de 2023 com a estabilização das empresas participadas do Banco Português de Fomento, devido aos atrasos muito significativos na decisão por parte do Ministério das Finanças relativamente a propostas apresentadas pelo BPF quanto à fusão das quatro Sociedades de Garantia Mútua e à transferência da Sofid para o Grupo BPF”, escreve a chairwoman e CEO na mensagem do relatório e contas de 2023. Um relatório que dá conta que o banco passou de prejuízos de 30 mil euros em 2022 para lucros de 22,5 milhões, em termos individuais, graças à melhoria do produto bancário e à redução das provisões e imparidades.

O BPF também não foi capaz de lançar a “linha abrangente de garantia mútua de mil milhões de euros – a Linha Fomento e Desenvolvimento Empresarial –, que iria substituir a Linha de Apoio ao Desenvolvimento do Negócio”, por esta “ter ficado pendente de aprovação pelas tutelas”, ou seja, o Ministério das Finanças e o da Economia.

(Notícia atualizada com mais informação)

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