Forças Armadas da Venezuela prometem lealdade a Maduro
"Rejeitamos firmemente as propostas desesperadas e sediciosas" que "procuram minar a nossa unidade", declarou num comunicado o ministro da Defesa.
As Forças Armadas venezuelanas reafirmaram esta terça-feira a sua “lealdade absoluta” ao Presidente Nicolás Maduro, cuja reeleição é contestada, rejeitando os apelos de apoio da oposição, que consideraram “desesperados e sediciosos”.
“Rejeitamos firmemente as propostas desesperadas e sediciosas” que “procuram minar a nossa unidade”, declarou num comunicado o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, reafirmando “lealdade absoluta ao cidadão Nicolas Maduro Moros (…), legitimamente reeleito pelo poder popular”.
Na segunda-feira, a oposição venezuelana tinha feito um apelo à consciência dos militares, para que se colocassem “ao lado do povo”, na rejeição da reeleição do Presidente Nicolás Maduro.
Líder da oposição denuncia “campanha de terror” na Venezuela
A líder da oposição venezuelana denunciou uma “campanha de terror” no país, num contexto de detenções em massa nas manifestações contra a contestada reeleição de Nicolás Maduro e críticas deste contra as redes sociais. “Querem intimidar-nos para que não comuniquemos porque, se estivéssemos isolados, seríamos muito mais fracos. E isso não vai acontecer (…) o medo não nos vai paralisar e não vamos sair das ruas”, garantiu Maria Corina Machado, numa gravação publicada nas redes sociais.
Machado denunciou Maduro – que nos últimos dias pediu para a população deixar de usar a aplicação ‘Whatsapp’ e afirmou que as redes sociais ‘TikTok’ e ‘Instagram’ são multiplicadores de ódio – por tentar intimidar os venezuelanos de se comunicarem, após uma onda de protestos “contra a fraude” que provocou 13 mortos e mais de dois mil presos.
A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória a Maduro com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.
A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente. María Corina Machado garantiu que no país “surgiu uma verdade que ninguém pode mudar: González Urrutia é o presidente eleito da Venezuela”.
“Temos de defender essa verdade e afirmar a nossa vontade imparável. Ninguém disse que isto seria fácil, mas que fique bem claro: não há volta a dar, isto é irreversível e é até ao fim”, sublinhou. A responsável referiu que os apoiantes da alegação de fraude eleitoral – como a maior aliança anti-Chávez, a Plataforma Democrática Unida (PUD) – entraram na quinta fase de uma luta.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ainda não publicou – como exigido por lei – as atas que certificam a vitória de Maduro, alegando que o seu sistema informático sofreu um ciberataque. A oposição acredita que se trata de uma manobra para não revelar os verdadeiros resultados e publicou as atas de cada posto de votação. Segundo estes documentos – cuja validade é rejeitada por Maduro –, Gonzalez Urrutia venceu a votação com 67% dos votos.
(Notícia atualizada às 19h10 com mais informação)
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