Governo atento à venda da Somincor
Ministério da Economia lembra que Somincor é uma empresa privada, mas sublinha que Governo exercerá as suas competências para garantir que regras serão respeitadas na venda da mineira.
O Governo está a acompanhar o processo de venda da Somincor, empresa que tem a exploração da mina de Neves-Corvo e que é detida pelos canadianos da Lundin Mining, num negócio que pode valer mil milhões de euros.
Lembrando que a Somincor “é uma empresa privada, de gestão igualmente privada”, o Ministério da Economia sublinhou que tendo em conta a “relevância social e económica” da empresa “para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor”.
Esta foi a resposta do ministério liderado por Pedro Reis às questões colocadas pelo PCP a propósito do processo de venda da maior mina do país e que emprega 2.000 trabalhadores.
O ECO avançou na semana passada que a corrida pela Somincor está a ser dominada por investidores estrangeiros. A operação está a ser conduzida a partir de Toronto e Vancouver, pelo Banque de Montréal (BMO) e uma equipa da Lundin Mining, em absoluto secretismo.
A fase de entrega de ofertas non-binding decorreu nas últimas semanas e terá atraído cerca de duas dezenas de interessados. As propostas não vinculativas poderão ter chegado aos mil milhões de euros (equity), segundo fontes de mercado.
"A Somincor é uma empresa privada, de gestão igualmente privada. Consciente da relevância social e económica da Somincor para os trabalhadores, para a região e para o país, o Governo exercerá as suas competências na garantia de pleno respeito das normas legais e laborais em vigor.”
A short list já foi selecionada. Fontes de mercado admitem que as propostas pelas duas minas que os canadianos pretendem vender – em Portugal e na Suécia — terão sido privilegiadas, e sabe-se que a portuguesa Almina apresentou uma oferta não vinculativa apenas pelas minas Neves-Corvo.
Neste momento estará em curso o processo de due diligence, não apenas financeiro, mas também operacional. E uma das questões-chave é mesmo saber o período útil de vida de Neves-Corvo para a extração de cobre e zinco. A Somincor – que já confirmou que está no mercado, após a notícia divulgada em primeira mão pelo ECO — apenas diz que “não irá nesta fase pronunciar-se sobre o processo em curso”.
Neves-Corvo tem cinco grandes jazigos em produção (Neves, Corvo, Graça, Zambujal e Lombador). Em 2023, a faturação da Somincor apresentou uma queda face ao ano anterior, para 393 milhões de euros, um resultado operacional (EBITDA) de 83 milhões e lucros, em queda, de cerca de 1,5 milhões (13 milhões de euros em 2022).
De acordo com informação oficial da empresa, o processamento do minério em Neves-Corvo é feito através de duas lavarias. A Lavaria do Cobre processa aproximadamente por ano 2,6 milhões de toneladas de minério de cobre. A Lavaria do Zinco, que processa minério de zinco ou chumbo, tem capacidade de tratar anualmente cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano.
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