Costa quer “mais recursos” para financiar UE

  • ECO
  • 31 Agosto 2024

O antigo primeiro-ministro e próximo presidente do Conselho Europeu avisa, na Academia Socialista, que a UE vai precisar de novos recursos, a partir da emissão de dívida ou de impostos europeus.

António Costa foi à Academia Socialista em Tomar para falar da Europa, e explicar que vai passar a ter uma menor participação partidária a partir do momento em que vier a ser formalmente empossado presidente do Conselho Europeu. E o financiamento da União Europeia foi um dos pontos chave do discurso. “Sei que é um tema desagradável”, ironiza, “mas as coisas são como são: Não são grátis”. Assim, diz o ex-primeiro-ministro, a União Europeia precisa de novos recursos, leia-se mais impostos, para financiar políticas como a coesão e a PAC. É preciso “novos recursos para uma União que seja mais do que tem sido” e não virão de mais “generosidade” dos Estados-membros.

Indicado para presidente do Conselho Europeu, António Costa aponta o caminho. “Temos mesmo de ter outros recursos”, por via da emissão de dívida europeia ou de impostos sobre o carbono ou as tecnológicas, que devem ser receitas próprias da União e não dos Estados. E também novas regras de governação económica, “amigas do investimento inteligente”.

Na Academia Socialista, Costa foi pedir a atenção aos temas europeus. A Europa “tem de estar mais presente na nossa vida política diariamente” e deixou mesmo um recado ao Governo de Luís Montenegro. É um tema “central no centro do Governo”. E quais são os principais desafios, além do financiamento da União Europeia? A transição climática e a transição digital. Mas não omitiu o que é a nova realidade europeia com a invasão da Ucrânia. “A guerra não é exterior à Europa, é mesmo na Europa, e diz-nos respeito a todos”, avisa. “Não podem ser definidos pela força, mas de acordo com o Direito Internacional, e de forma multilateral, e não pela Rússia. Por isso, a Rússia não pode ganhar a guerra. É uma guerra de todos nós”. E neste contexto, a União Europeia tem de olhar para o que será a próxima fase de alargamento da União Europeia. “Temos de nos preparar no ponto de vista das instituições e orçamental”.

Perante uma plateia de jovens socialistas, este é uma espécie de encontro de despedida. “Nos próximos anos estarei menos presente na atividade do PS do que estive nos últimos muitos, muitos, muitos anos”, diz o antigo primeiro-ministro. Tinha, aliás, dito, no início da sua intervenção, que era a última vez que se sentiria livre para intervenções partidárias.

O antigo primeiro-ministro desejou felicidades a Maria Luís Albuquerque como comissária europeia, mas escusou-se a comentar as críticas ao Governo de ausência de diálogo nesta escolha porque agora sobre política nacional só ouve. “Tenho ouvido essas críticas, mas sobre a política nacional eu agora só ouço”, disse.

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