Ucrânia: Austin afasta autorização expressa para uso de armas em território russo

  • Lusa
  • 6 Setembro 2024

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, diz que a Ucrânia "não se tem saído mal" desde o início da guerra".

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, descartou esta sexta-feira a possibilidade de os EUA autorizarem expressamente a Ucrânia a usar as armas de longo alcance que estão a enviar para atacar alvos em território russo.

Já tivemos antes esta discussão sobre tanques e outras capacidades. Em cada uma dessas vezes, salientámos que não se trata de uma coisa, mas sim da combinação de capacidades e da forma como estão integradas”, afirmou o responsável, no final de uma reunião do grupo de contacto de Ramstein, na Alemanha.

Presencialmente pela primeira vez, o Presidente ucraniano, Volodymir Zelensky, participou numa destas reuniões, que se realizam na base militar norte-americana de Ramstein para defender que os aliados devem autorizar ataques a alvos em solo russo com as suas armas. “Não existe uma capacidade única que possa ser decisiva na campanha”, respondeu Austin às perguntas feitas pelos jornalistas.

Segundo o governante norte-americano, a Ucrânia “não se tem saído mal” desde o início da guerra, que se iniciou em fevereiro de 2022, o que justifica em grande parte com o apoio militar ocidental. Outros argumentos citados por Austin foram o facto de a Rússia já ter deslocado os caças que utiliza para bombardear a Ucrânia para fora do alcance das armas de longo alcance, como o ATACMS dos EUA.

“Há muitos alvos na Rússia, obviamente, e há muitas capacidades que a Ucrânia tem em termos de ‘drones’, etc., para atingir esses alvos”, notou. Reiterou ainda que, “num futuro previsível”, os EUA “continuarão concentrados” em ajudar a Ucrânia a ser eficaz na defesa do seu território soberano e que o Presidente dos EUA, Joe Biden, anunciará em breve uma ajuda adicional 250 milhões de dólares para sistemas antiaéreos, veículos blindados, armas antitanque e munições para sistemas de foguetes e artilharia.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e “desnazificar” o país vizinho, independente desde 1991 – após a desagregação da antiga União Soviética – e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se. Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

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