Governo prolonga estado de alerta até quinta-feira. “Vamos passar horas difíceis”, avisa Montenegro
O Governo decidiu prolongar o estado de alerta por mais 48 horas, até às 23h59 de quinta-feira, e colocar no terreno uma equipa multidisciplinar para ajudar os concelhos mais afetados.
O primeiro-ministro anunciou que vai prolongar o Estado de Alerta a nível nacional até quinta-feira, 19 de setembro, e anunciou uma equipa multidisciplinar coordenada pelo ministro Adjunto da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, na sequência dos incêndios que estão a deflagrar no distrito de Aveiro. Segundo Luís Montenegro, este grupo vai reunir-se com os autarcas dos concelhos afetados, nomeadamente, Oliveira de Azeméis, Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, e encontrar soluções, como por exemplo, alojamento de quem teve de sair de casa. De acordo com a Proteção Civil, pelo menos 25 famílias foram desalojadas na sequência destas ocorrências.
“Esta equipa integrará meios do Ministério das Infraestruturas, da Saúde, Educação, Agricultura e Pescas, Administração Local, que serão representados por secretários de Estado, que vão tratar do apoio mais urgente e necessário para reconstruir aquilo que hoje foi levado [pelas chamas]”, detalhou Montenegro, após o briefing na sede Proteção Civil, em Carnaxide.
De fora, ficará o Ministério da Administração Interna que, segundo o primeiro-ministro, terá todas as suas atenções viradas para o teatro de operações onde decorre o combate às chamas. “Vamos passar horas difíceis nos próximos dias e temos de nos preparar para isso“, alertou Montenegro.
O chefe do Governo aproveitou o momento para agradecer não só à Comissão Europeia como aos governos de Espanha, França, Itália e da Grécia que disponibilizaram oito meios aéreos de combate aos incêndios. “Este espírito de solidariedade é importante”, vincou.
Sobre o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, Montenegro garante que “na primeira hora” que sentiu que era “necessário ativar o mecanismo” a decisão foi tomada, e em coordenação com a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.
“Teremos muito tempo para escrutinar o que aconteceu mas não me lembro de um pedido desta natureza ter sido feito de forma tão célere”, respondeu aos jornalistas, dando nota que Portugal está em contacto também com Marrocos para que sejam disponibilizadom meios adicionais, caso seja possível àquele país. “Tudo o que podemos fazer para aumentar meios de combate, estamos a fazer“, garantiu.
“Em nome do Governo, reitero uma palavra de solidariedade a todas as vítimas e a todos os afetados por estes incêndios”, afirmou Luís Montenegro, que deixa uma mensagem de força às “famílias enlutadas pela perda da vida” das três vítimas mortais e uma mensagem de agradecimento a “todos os homens e mulheres, que estão a cooperar com os autarcas e populações” e os “bombeiros que estão na linha da frente e que dão provas da sua capacidade de resistência”.
Marcelo cancela ida a Espanha
O Presidente da República agradeceu às populações e à estrutura de Proteção Civil pela forma como têm enfrentado os incêndios dos últimos dias e anunciou o cancelamento da sua deslocação a Espanha na quarta-feira.
Marcelo Rebelo de Sousa falava à comunicação social na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), tendo ao seu lado o primeiro-ministro, Luís Montenegro.
O chefe de Estado tinha prevista uma deslocação a Tenerife e Las Palmas, em Espanha, entre quarta e sexta-feira, para participar num encontro internacional de ministros da Justiça e numa reunião da associação empresarial Cotec Europa.
Mais de 10 mil hectares ardidos
O “complexo de incêndios” que integra os três maiores fogos rurais a lavrar na noite de domingo entre a Área Metropolitana do Porto e a região de Aveiro atingiu até ao início da noite 10 mil hectares, segundo a Proteção Civil.
Em conferência de imprensa às 20:00, para um ponto de situação, o comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, indicou que em causa estão os três incêndios que deflagraram entre domingo e hoje nos concelhos de Sever do Vouga, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis, atingindo ainda os municípios de Vale de Cambra, Águeda e Aveiro.
Nesta área estavam mobilizados, às 19:30, 1.262 operacionais, apoiados por 437 veículos. Segundo André Fernandes, neste território, “a área atingida estimada é já de cerca de 30 mil hectares, com potencial estimado de 30 mil hectares que podem arder”.
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