Exclusivo Startup de experiências para hotelaria Turneo levanta dois milhões e entra em Portugal
Startup fundada por croatas, e com sede em Londres, atua na área das experiências no setor hoteleiro. Portugal é "mercado prioritário".
Depois de levantar dois milhões de euros, a Turneo acaba de entrar em Portugal, considerado um “mercado prioritário” para a startup centrada em turismo de experiências. Espanha, França, Itália e África são outros mercados na mira.
“Embora estejamos em conversações com cadeias hoteleiras de todo o mundo, o nosso forte foco de outbound para os próximos 6-12 meses é o Mediterrâneo (Portugal, Espanha, França, Itália) e África (que é um mercado incrivelmente focado em experiências)”, adianta Fran Kauzlaric, cofundador da Turneo, ao ECO, quando questionado sobre os mercados na mira da startup.
“Portugal também pode servir como um excelente impulso para o mercado africano, devido às ligações históricas, à proximidade geográfica e aos laços culturais. Dito isto, vemos um enorme potencial na Ásia, devido à elevada adoção do digital em todo o continente – por isso é o próximo no radar”, continua o cofundador.
A entrada no mercado nacional ocorre depois da startup, fundada em 2022 por croatas e com sede em Londres, ter fechado uma ronda de dois milhões de euros liderada pela Bessemer Venture Partners, líder mundial em capital de risco de early stage, com a participação da Underline Ventures.
A startup dá aos hóspedes a possibilidade de navegarem e reservarem atividades no site ou na aplicação do hotel e, ao mesmo tempo, fornece, aos hotéis, uma plataforma única onde toda a oferta de atividades internas e de parceiros é gerida, o que passa pela criação e publicação de novas experiências e de parcerias com fornecedores locais, análise de dados de atividades, informações e comentários dos seus hóspedes.
Hoje já trabalha com hotéis “espalhados da Croácia à Tanzânia e de Portugal à República Checa”. “Os nossos primeiros utilizadores eram hoteleiros inovadores que reconheceram que os viajantes de hoje escolhem os seus destinos de férias (e hotéis!) com base no que querem experimentar e que estão conscientes de que as experiências são fundamentais para as viagens”, diz o responsável, sem adiantar valores.
Um mercado em crescimento, dizem. Nos últimos anos, assistiu-se a um crescimento significativo do mercado do turismo experiencial, prevendo-se que atinja os 463 mil milhões de dólares até 2030, destes 172 mil milhões serão gerados através de unidades hoteleiras, segundo dados partilhados pela startup.
Portugal: objetivo até 20% do mercado hoteleiro
Em Portugal, os Açores é a primeira região onde passam a operar no país, através de uma parceria com a cadeia Azoris Hotels & Leisure, que conta com três unidades de quatro estrelas no arquipélago, que passa assim a oferecer uma gama diversificada de experiências de wellness e atividades ao ar livre através da plataforma da Turneo.
Mas a perspetiva é expandir a outras regiões do país e outras cadeias hoteleiras. “Ao entrar num novo mercado, a nossa empresa concentra-se em identificar hoteleiros que demonstraram liderança em hospitalidade experiencial nos destinos que mostram o maior potencial para este tipo de viagens, uma vez que o lançamento pode ter um impacto tremendo na indústria do turismo das comunidades locais”, diz o cofundador.
Com o nosso enfoque em hotéis experienciais e inovadores, estou confiante de que podemos conquistar 10-20% do mercado hoteleiro português no que diz respeito à distribuição de experiências.
“Em Portugal, praticamente todas as regiões preenchem estes critérios, e é por isso que estamos tão entusiasmados por entrar no mercado e colaborar com hoteleiros inovadores. Desde as planícies extensas, as cidades históricas e a cultura do vinho do Alentejo até às quintas centenárias do Douro. Caminhadas nas levadas da Madeira, observação de baleias e mergulho no deslumbrante arquipélago dos Açores, exploração das aldeias piscatórias tradicionais do Algarve ou aventuras na montanha em pousadas ecológicas da Serra da Estrela – as viagens experienciais estão no coração das razões pelas quais as pessoas visitam Portugal, e estamos entusiasmados por o termos escolhido como o nosso mercado prioritário“, continua.
Fran Kauzlaric mostra-se otimista quanto ao potencial do mercado português para a Turneo. “Portugal é um mercado incrível, tanto em termos de hotéis, como de experiências. Existem mais de 3.100 hotéis – quer independentes, quer integrados em cerca de 70-80 cadeias hoteleiras a operar no país. A maioria desses hotéis já oferece aos hóspedes algum tipo de atividades internas ou externas. A forma como o fazem é normalmente complexa do ponto de vista operacional para o hotel, para o organizador da experiência e, em última instância, para o hóspede”, diz.
“Estamos aqui para substituir ‘a caneta, o papel e o telefone’ e permitir que esses hotéis apresentem os seus destinos aos hóspedes digitalmente e que estes reservem experiências fantásticas online, antes ou durante a estadia”, diz ainda.
E tem objetivos de negócio concretos. “Com o nosso enfoque em hotéis experienciais e inovadores, estou confiante de que podemos conquistar 10-20% do mercado hoteleiro português no que diz respeito à distribuição de experiências”, aponta.
A startup tem oito pessoas a trabalhar a tempo inteiro e “um número de associados com quem trabalhamos quando necessário”, trabalhando remotamente em toda a Europa.
“O nosso plano é duplicar a equipa nos próximos dois anos. Como empresa de tecnologia, é incrível o quanto se pode escalar sem aumentar o número de funcionários graças à tecnologia que se está a construir”, diz ainda. Embora, admita que, dado o “incrível potencial dos mercados português e espanhol” irão “contratar uma pequena equipa focada exclusivamente nas relações com os clientes da Península Ibérica.” Nos “próximos meses, teremos certamente 2-3 membros da equipa baseados na Península Ibérica, um número que estou certo de que irá aumentar.“
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