Conselho das Finanças Públicas prevê crescimento abaixo da meta do Governo para 2024
Conselho das Finanças Públicas prevê crescimento da economia portuguesa de 1,8% em 2024. Apesar da revisão em alta, taxa fica abaixo da prevista pelo Executivo. No entanto, para 2025 aponta para 2,4%.
O Conselho das Finanças Públicas (CFP) melhorou esta quinta-feira a previsão de crescimento da economia portuguesa este ano, para 1,8%, taxa que ainda assim se fixa abaixo dos 2% esperados pelo Governo. No entanto, está mais confiante para o próximo ano, para o qual espera uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,4%.
No relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais para o período 2024 a 2028, num cenário de políticas invariantes, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral mostra-se mais otimista face à previsão de 1,6% em 2024 e de 1,9% em 2025 divulgada em abril.
Ainda assim, a taxa prevista para este ano situa-se ligeiramente abaixo dos 2% que o Governo sinalizou aos partidos políticos nas reuniões de negociação do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) e projetada pelo Banco de Portugal. O Fundo Monetário Internacional (FMI) oficialmente aponta para um avanço do PIB de 1,7%, mas numa nota divulgada em julho, na sequência da visita ao país para avaliar a economia nacional, ao abrigo do Artigo IV, os técnicos do FMI indicam esperar “um crescimento de cerca de 2% em 2024, recuperando ligeiramente para 2,25% em 2025″.
Entre as restantes principais organizações económicas internacionais, a Comissão Europeia projeta uma taxa de 1,7%, enquanto a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) é a mais pessimista, apontando para 1,6%.
Após o abrandamento do ritmo de crescimento para 1,8%, o CFP prevê um crescimento médio da atividade de 2,4% em 2025, uma taxa acima da esperada pelo Executivo (cerca de 2%).
“Para este desempenho é determinante a expetativa de aceleração do investimento público, impulsionada por uma maior execução dos fundos associados ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em 2025 e 2026, execução que no ano de 2024 se espera ser inferior à subjacente ao OE/2024 [Orçamento do Estado para 2024]”, pode ler-se no relatório.
Medidas do Governo ajudam consumo privado
O CFP acredita num crescimento do consumo privado no final de 2024 (1,8%) e 2025 (2,5%), resultado das medidas de política recentemente adotadas pelo Governo e da redução gradual das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE), bem como “um elevado dinamismo das exportações, em linha com a expetativa de crescimento da procura nos principais mercados de exportação” e dissipação gradual de choques na oferta.
“Esta projeção encontra-se, no entanto, condicionada pela permanência de um enquadramento externo pautado por elevada incerteza, incluindo a persistência de fortes tensões geopolíticas, com conflitos militares e a realização de eleições determinantes em grandes economias”, adverte.
O CFP reviu ainda em baixa de uma décima a taxa de inflação, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), em 2024. Segundo as novas previsões deverá desacelerar para 2,7% este ano, caindo para 2,2% em 2025 e estabilizar em torno de 2% a partir de 2027.
No que toca ao mercado de trabalho, a taxa de desemprego deverá diminuir de 6,5% em 2024 para cerca de 6% em 2028. “Juntamente com um crescimento continuado dos salários reais, antecipam-se assim ganhos reais no rendimento disponível das famílias no horizonte de projeção”, prevê.
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