Fundo gerido pela Sonae Sierra fica com 100% do NorteShopping
Sierra Prime assume controlo exclusivo da sociedade proprietária do centro comercial de Matosinhos, com mais de 240 lojas, que era detido em conjunto por este fundo e pelo norte-americano TIIA Group.
O Fundo Sierra Prime, gerido pela Sonae Sierra, confirmou ao ECO a aquisição da totalidade do capital social do matosinhense NorteShopping, “reforçando a estratégia de investimento deste fundo em ativos prime de alta qualidade”.
“O NorteShopping é um exemplo paradigmático desta classe de ativos que continua a apresentar, consistentemente, não só resultados operacionais excelentes, como significativas oportunidades de criação de valor”, aponta fonte oficial da Sonae Sierra, sem adiantar mais detalhes sobre o negócio.
Desenvolvido pela Sonae Sierra em 1998, o NorteShopping era até agora uma propriedade conjunta do Sierra Prime e do fundo de pensões norte-americano TIAA Group. Situado na Senhora da Hora (Matosinhos), tem mais de 240 lojas e uma área bruta locável (ABL) de 67,5 mil metros quadrados.
O NorteShopping é um exemplo paradigmático da classe de ativos prime de alta qualidade, que continua a apresentar, consistentemente, não só resultados operacionais excelentes, como significativas oportunidades de criação de valor.
Esta operação de concentração relativa ao controlo exclusivo sobre a Norteshopping – Centro Comercial S.A. já foi alvo de uma notificação, no final da semana passada, à Autoridade da Concorrência por parte da Sierra, braço imobiliário da Sonae, que este ano criou uma joint-venture com a gigante americana PGIM para investir em ativos do setor da hotelaria.
Em fevereiro de 2020, a Sonae Sierra e o fundo de pensões holandês APG acordaram a venda de 50% do Sierra Fund aos grupos seguradores Allianz e Elo. Envolvendo seis centros comerciais na Península Ibérica com um valor bruto de ativos a exceder os 3.000 milhões de euros, incluindo o NorteShopping, a transação garantiu na altura um encaixe aproximado de 525 milhões de euros aos vendedores.
O portefólio do Sierra Prime, no qual cada investidor passou a deter uma participação de 25% por um horizonte temporal de 15 anos, é composto por seis centros comerciais: os lisboetas Colombo (participação de 50%) e Vasco da Gama (50%), o NorteShoppping (agora a 100%), o CascaiShopping (100%) e dois ativos em Málaga, o Plaza Mayor (100%) e o McArthurGlen Designer Outlet Málaga (50%).
Uma classe de ativos imobiliários em Portugal que tem despertado a atenção e o capital dos investidores. Em julho, o fundo de capital de risco Shoppings Iberia I, gerido pela Point Capital Partners e que já detinha o algarvio Tavira Gran Plaza assumiu o controlo do TorreShopping (Torres Novas) através da aquisição de 100% do capital social da sociedade DPPFB.
Na semana passada, foi o fundo de investimento imobiliário espanhol Castellana Properties, num comunicado enviado à bolsa de Madrid, a anunciar o fecho da compra das empresas proprietárias de três centros comerciais portugueses por 176,5 milhões de euros: LoureShopping (Loures), 8ª Avenida (São João da Madeira) e Rio Sul (Seixal).
Novos shoppings no Brasil e Colômbia
Na atividade core dos centros comerciais, como referiu o CEO Fernando Guedes de Oliveira num encontro com jornalistas, em abril, a Sierra continua apostada em criar valor nos ativos que detém e a “prepará-los para o futuro”. Nos mercados europeus (Portugal, Espanha, Itália e Roménia) diz ter investido mais de 83 milhões de euros no ano passado, sobretudo em expansões e renovações. Mas a principal “avenida de crescimento” neste segmento está fora do Velho Continente, sobretudo no Brasil e na Colômbia.
No caso do Brasil, onde entrou no início do século e chegou sozinho a quinto maior operador, com 11 shoppings, fundiu-se em 2019 aquele que era na altura o quarto player (Aliansce). E no ano passado, a Aliansce Sonae avançou com a fusão com a brMalls, que era a segunda maior empresa do setor no país, para criar o maior operador de centros comerciais da América Latina. A Allos, como passou a designar-se, soma mais de 60 shoppings em operação no Brasil e tem uma capitalização bolsista superior ao grupo Sonae, equiparou Guedes de Oliveira.
Com 12,2%, o principal acionista da Allos é a CPP Investments, o maior fundo de pensões do Canadá, seguido de Alexander Otto, dono da gigante alemã dos centros comerciais ECE. A Sierra faz parte do grupo controlador com uma participação de 5,7%. “Vamos continuar a crescer também com a promoção de novos centros comerciais e há dois projetos em pipeline no Brasil”, indicou o gestor.
Na Colômbia, onde tem um centro comercial em operação em Cúcuta, junto à fronteira com a Venezuela, a Sierra comprou um “terreno grande” para avançar com um projeto comercial e residencial na cidade de Pasto, perto da fronteira com o Equador, que está em fase de licenciamento. “Tem capacidade construtiva adicional e pretendemos fazer escritórios e residencial”, indicou Fernando Guedes de Oliveira.
Já em Marrocos, a Sierra continua a construir o seu primeiro projeto perto de Casablanca, onde tem a cadeia sueca IKEA como partner. A previsão apontava para a conclusão em 2025, mas a administração da empresa portuguesa reconhece que pode “abrandar o ritmo” de construção para que este centro comercial venha a abrir ao mesmo tempo que os restantes equipamentos previstos para a zona de Zenata, entre os quais estão edifícios residuais, hospitais e universidades.
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