Aumento da liquidez na Zona Euro pressiona BCE no controlo da inflação

Massa monetária da Zona Euro cresceu 3,2% em setembro. Foi a maior subida em quase três anos. Esta expansão pode estimular o consumo e o investimento, mas também pressiona a inflação no bloco europeu.

A massa monetária na Zona Euro registou uma aceleração significativa em setembro, com o agregado monetário M3 a crescer 3,2% em termos homólogos, o ritmo mais elevado desde dezembro de 2022.

Este aumento da moeda em circulação na área do euro, que superou os 2,9% observados em agosto, sugere uma expansão da liquidez no bloco europeu, podendo estimular o consumo e o investimento. No entanto, o Banco Central Europeu (BCE) mantém-se vigilante, pois um aumento demasiado rápido da massa monetária pode pressionar a inflação.

Apesar desta tendência positiva no M3, o agregado monetário mais restrito, o M1, que agrega apenas o dinheiro em circulação e os depósitos à ordem, continuou a contrair-se, embora a um ritmo mais lento.

Fonte: Banco Central Europeu.

De acordo com dados do BCE divulgados esta sexta-feira, a taxa de variação homóloga do M1 foi de -1,2% em setembro, uma melhoria face aos -2,1% registados em agosto. A contração do M1 indica que as famílias e empresas estão a optar por manter menos dinheiro em formas imediatamente disponíveis, possivelmente na procura de rendimentos mais elevados em outros tipos de ativos financeiros.

Os dados do BCE revelam ainda uma contínua contração dos níveis de financiamento à economia. “A taxa de crescimento anual de crédito concedido às administrações públicas situou-se em -1,2% em setembro, em comparação com -1,1% em agosto, enquanto a taxa de crescimento anual de financiamento bancário sobre o setor privado se situou em 1,2% em setembro, sem alterações em relação ao mês anterior”, refere o BCE em comunicado.

Os dados BCE revelam também que os empréstimos ajustados às famílias cresceram 0,7% em termos homólogos em setembro, ligeiramente acima dos 0,6% observados em agosto. Este aumento modesto pode refletir uma procura ainda contida por crédito por parte das famílias, possivelmente devido às taxas de juro elevadas.

Por outro lado, os empréstimos ajustados às empresas não financeiras aceleraram de forma mais pronunciada, passando de um crescimento de 0,8% em agosto para 1,1% em setembro. Esta evolução pode indicar um aumento da confiança empresarial e uma maior propensão para investir, apesar do ambiente de taxas de juro elevadas.

O aumento do M3 e a aceleração do crédito às empresas podem ser interpretados como sinais positivos para a economia da Zona Euro, que ainda não afastou definitivamente os ventos de uma possível contração económica. No entanto, o BCE deverá continuar atento à evolução destes indicadores, equilibrando a necessidade de apoiar o crescimento económico para manter a estabilidade de preços.

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