Operadoras “low-cost” baixam preços, cortam fidelizações e juntam TV para responder à Digi
Uzo, Woo e Amigo - detidas por Meo, Nos e Vodafone - estão a atualizar as ofertas para concorrer com a Digi, mas não todas da mesma forma. Numa delas, a fidelização desce para três meses.
As marcas low-cost das três grandes empresas de telecomunicações estão a atualizar as condições das suas ofertas para responder às tarifas da Digi, a nova operadora que se estreou este mês no mercado português. Mas não todas da mesma forma. Uma propõe agora fidelizações de apenas três meses, enquanto outra pratica fidelizações de seis meses, mas oferece “gigas acumuláveis”.
A Uzo é detida pela Meo, enquanto a Woo é controlada pela Nos e o Amigo pertence à Vodafone. As três vão juntar televisão ao seu leque de serviços, sendo que a Uzo e o Amigo já estão a anunciar preços mais baixos do que os praticados até aqui, assim como fidelizações menos duradouras, que, no caso da low-cost da Vodafone, baixam para três meses, somente na oferta fixa, em linha com o praticado pela Digi.
O Amigo, a mais nova das três, realizou um evento esta sexta-feira para anunciar novidades e tem agora ofertas com preços que começam nos cinco euros por mês por um tarifário móvel com 100 GB de dados ou sete euros por dados ilimitados. Anteriormente, um cartão Amigo começava nos dez euros mensais, o plafond era de apenas 10 GB e não tinha tarifários com dados ilimitados.
No caso da fibra do Amigo, o preço desce de 27 euros mensais e dois anos de fidelização para uma nova oferta de 15 euros mensais e vínculo contratual de apenas três meses. Por mais sete euros — isto é, 22 euros no total –, os clientes podem juntar televisão com 60 canais, um serviço que a empresa não tinha até aqui, através de uma box Android com várias funcionalidades, incluindo voltar atrás na emissão.
Tanto no móvel como no fixo, o Amigo garante estes preços para novos assinantes até ao final deste ano. Os atuais clientes do Amigo também poderão aderir a estas novas ofertas em breve, mesmo que estejam sujeitos a um prazo de fidelização. A partir de 2025, todos os preços sobem em três euros, exceto o preço da oferta fixa, e a velocidade da fibra desce de 1 Gbps (gigabit por segundo) para metade.
A Uzo também já anuncia no respetivo site preços e condições bastante diferentes das que tinha no início do mês, quando a Digi se lançou no mercado, segundo informações recolhidas pelo ECO. Uma das novidades é a oferta de um serviço de televisão com mais de 70 canais através de uma aplicação.
Os preços da Uzo também foram atualizados, bem como o período de fidelização. De 27 euros por mês por internet fixa com velocidade até 1 Gbps, a Uzo propõe agora a mesma velocidade por apenas 15 euros e fidelização de apenas seis meses. Esta é uma condição para ter acesso ao serviço de televisão, que soma 15 euros à fatura, para um total de 30 euros.
No móvel, a Uzo oferece um cartão com 200 GB de dados por dez euros por mês e propõe “gigas acumuláveis”, ou seja, os dados não consumidos num mês acumulam até ao final do mês seguinte, outra das novidades. Anteriormente, a empresa propunha 10 GB pela mesma mensalidade de dez euros; 20 GB de dados por 15 euros, com a possibilidade de 6 GB adicionais durante dois anos se o cliente fizesse portabilidade; ou 30 GB por 20 euros.
Até ao meio dia desta sexta-feira, a Woo, detida pela Nos, ainda mantinha as mesmas condições que oferecia no início do mês. No entanto, no seu site, diz agora que o seu serviço de televisão estará “brevemente disponível”, um anúncio que faz antever a chegada de novidades.
Ofertas menos homogéneas
Estas informações confirmam que Meo, Nos e Vodafone, pelo menos nesta primeira fase, vão tentar concorrer com a Digi com marcas próprias, que ganharam nova dinâmica nos últimos meses, em linha com o noticiado pelo ECO no passado mês de outubro. Mas, para já, estão a seguir caminhos distintos.
Outro dos aspetos centrais na estratégia destas operadoras será lembrar aos consumidores que a Digi, neste momento, ainda tem uma cobertura muito limitada, tanto no fixo como no móvel.
A Digi, de origem romena, estreou-se no mercado no passado dia 5 de novembro com fidelizações de três meses no fixo, um serviço de televisão com cerca de 60 canais e telemóvel com mensalidade a começar nos quatro euros por mês. Mas, nesta fase de arranque, o nível de serviço ainda é muito condicionado, com a empresa a queixar-se de barreiras à sua entrada no mercado.
Nos casos mais emblemáticos, a Digi não tem qualquer antena móvel nos túneis do metro de Lisboa e também ainda não presta serviço nas regiões autónomas. No móvel, a cobertura é de 93% da população com 2G e 4G e de apenas 40% com 5G, exclusivamente em zonas urbanas, e na sua grelha de televisão não constam os canais da SIC. Estas fragilidades continuarão a ser exploradas pelas operadoras concorrentes, que estão perto de alcançar cobertura quase integral do país com rede móvel de quinta geração.
Mas ainda que com estas limitações, alguns aspetos da oferta da Digi agitaram o mercado. Ao invés de 24 meses de fidelização, como é prática habitual no mercado, a empresa romena pede apenas três meses de permanência no serviço fixo e abdicou do direito a atualizar os preços à taxa de inflação no início de cada ano.
No móvel, além dos “dados acumuláveis”, a Digi lançou também plafonds a começar nos 50 GB, podendo ir até aos 200 GB, permitindo também ter dados móveis ilimitados por sete euros por mês.
(Notícia atualizada pela última vez às 12h39)
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