Espanhóis do Caixabank querem BPI a crescer 4% ao ano no crédito e depósitos até 2027
Caixabank considera que BPI tem sido uma "história de sucesso" desde que adquiriu o banco português em 2017, mas quer reforçar quotas no mercado de crédito e depósitos nos próximos anos.
Os espanhóis do Caixabank querem o BPI a reforçar a sua quota de mercado em Portugal e contam que o banco português consiga crescer 4% ao ano no crédito e nos recursos de clientes até 2027, quando se espera que normalização das taxas de juro venha a afetar os lucros do setor nos próximos anos.
“Crescimento continuado, sólido e rentável” é o que o grupo espanhol pede ao banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa no plano estratégico do Caixabank 2025-2027, divulgado esta terça-feira ao mercado, sendo muito sucinto em relação aos planos para Portugal.
Os objetivos para o BPI passam essencialmente pelo aumento da base de clientes e da quota de mercado, reforço da digitalização e transformação, desenvolvimento de produtos e serviços com foco na sustentabilidade e promoção de projetos conjuntos com outras unidades do grupo.
O BPI regista quotas de mercado de 14,5% no crédito à habitação e 10,2% nos depósitos, de acordo com os dados referentes a setembro, disputando com o Novobanco o estatuto de quarto maior banco em Portugal.
Os espanhóis falam numa “história de sucesso com uma contribuição crescente ao grupo” desde que adquiriram o BPI em 2017 e esperam que assim continue. Neste período, o volume de negócios cresceu 3% ao ano enquanto o rácio de eficiência melhorou 30 pontos percentuais, com os custos de estrutura a passarem de 67% dos proveitos em 2016 para 37% em setembro.
Nos primeiros nove meses do ano, o BPI registou lucros de 444 milhões de euros e uma rentabilidade dos capitais próprios acima dos 18%, mas João Pedro Oliveira e Costa já alertou que a margem financeira já está a ser pressionada pela redução das taxas de juro e vai cair mais no próximo ano.
O plano estratégico do Caixabank não faz qualquer referência a aquisições em Portugal, embora o grupo espanhol seja considerado um dos principais candidatos a comprar o Novobanco ao fundo Lone Star, cujo processo avançará em 2025.
Também não menciona a venda do lucrativo negócio do BPI em Angola, que arrancará no próximo ano através do IPO do Banco de Fomento Angola (BFA) na bolsa de Luanda.
Caixabank distribui até 60% dos lucros e aponta para recompras
Em relação ao Caixabank, o plano estratégico estabelece um rácio de pagamento de dividendos de 50% a 60% dos resultados entre 2025 e 2027 e ainda uma distribuição adicional em função do excesso de capital que registar sempre que o rácio CET1 exceder os 12,5%, através de dividendos ou recompra de ações.
No anterior plano, o banco espanhol devolveu aos acionistas mais de 10 mil milhões de euros entre 2022 e 2024.
O Caixabank espera registar uma rentabilidade dos capitais próprios acima dos 15% em média nos próximos três anos, acima da média de 14% dos últimos três. Como em Portugal, também conta crescer 4% ao ano em termos de volume de negócio neste período.
O jornalista viajou a Madrid a convite do Caixabank.
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