Bancos cortam a fundo nos juros dos depósitos. Já rendem menos do que Certificados de Aforro

Taxa de juro das novas aplicações a prazo caiu em outubro pelo décimo mês seguido. Depósitos já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Os bancos cortaram a fundo na remuneração dos depósitos a prazo no mês de outubro. A taxa média das novas aplicações baixou para 2,39%, recuando pelo décimo mês seguido. E já rendem menos do que os Certificados de Aforro. Ainda assim, as famílias aplicaram um montante recorde.

Desde o início do ano que a taxa dos depósitos bancários está em queda. Em dezembro do ano passado atingiu o pico acima dos 3% (3,08%), mas em 2024 já acumula uma descida de 0,69 pontos percentuais, mostram os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Novas aplicações já rendem menos que certificados

Fonte: Banco de Portugal

Esta redução surge num contexto de queda das Euribor por força das expectativas do mercado em relação às taxas diretoras do Banco Central Europeu (BCE).

No final do ano passado já se perspetivava uma descida dos juros do BCE, algo que veio a acontecer em junho. O banco central já promoveu três cortes de 25 pontos base desde então e a reunião da próxima semana trará uma nova baixa de 25 pontos base, perante o alívio das pressões inflacionistas.

Em comparação com a Zona Euro, onde a média foi de 2,73%, Portugal regista a sexta taxa mais baixa dos depósitos a prazo, superando apenas Chipre, Grécia, Eslovénia, Croácia e Espanha.

Por outro lado, esta evolução fez com que os depósitos passassem a render menos do que os Certificados de Aforro, cuja taxa base se situa nos 2,5% (calculada com base na Euribor a três meses).

Famílias aplicam montante recorde

Apesar disso, o montante de novas operações aumentou 1,73 mil milhões em outubro, totalizando os 13,2 mil milhões, “um novo máximo da série histórica”, nota o supervisor bancário.

Algo que terá a ver com a reaplicação das poupanças em novos depósitos. “As novas operações de depósitos a prazo incluem a reaplicação em novos depósitos de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo e que atingiram a maturidade em outubro sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.

Os dados mostram que nos novos depósitos com prazo até 1 ano, a taxa de juro média diminuiu 0,15 pontos percentuais para 2,41%. Representou 97% do montante das aplicações efetuadas em julho. A remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos e também dos novos depósitos a mais de 2 anos registaram quedas de 0,22 pontos percentuais e 0,8 pontos percentuais, fixando-se em 1,76% e 1,89%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h11)

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