Sindicato admite greve contra privatização da Azores Airlines

Sindicato que representa pessoal de terra da SATA está contra o recente volte-face na privatização da Azores Airlines e admite recorrer à paralisação.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) está contra o retomar do processo de privatização da Azores Airlines, a companhia do grupo SATA responsável pelas ligações internacionais e ao continente, e admite recorrer à greve.

“A ausência de visão estratégia, a falta de preparação das administrações e a sistemática e grotesca ingerência política, produziram este resultado. No espaço de seis meses cancelam o concurso da privatização, dão o dito por não dito e voltam atrás!”, afirma a direção do SITAVA num comunicado divulgado esta sexta-feira.

Ao ECO, fonte da direção do sindicato, que representa o pessoal de terra da companhia aérea, afirmou que “muito provavelmente” vão recorrer à greve para contestar a venda da Azores Airlines.

O presidente do Governo Regional dos Açores confirmou esta terça-feira, em entrevista à RTP e Antena 1 dos Açores, que a administração do Grupo SATA retomou as negociações com o consórcio New Tour/MS Aviation, depois de em 2 de maio ter deliberado o cancelamento do concurso público, com o argumento de que a avaliação da companhia aérea usada já estava desfasada do seu real valor, por ter entretanto aumentado.

O consórcio avançou com uma providência cautelar, que foi considerada improcedente pelo tribunal, e voltou entretanto à mesa de negociações. A New Tour /MS Aviation foi o único candidato admitido pelo júri do concurso público, embora com reservas sobre a sua capacidade para assegurar a viabilidade financeira da companhia no futuro.

O SITAVA também é crítico do consórcio. “Relembramos que o próprio júri do concurso alertou para a fraca qualidade do consórcio com quem continuam a negociar”, diz o comunicado.

O Governo Regional acordou com a Comissão Europeia, em junho de 2022, a venda da maioria do capital Azores Airlines, no âmbito do resgate financeiro à companhia na sequência da pandemia da covid-19. Algo que a estrutura sindical contesta.

“Importa desmistificar que a Comissão Europeia (CE), por força dos Tratados Europeus, não exige (nem pode) a privatização seja do que for. Foi, sim, o Governo português que colocou no processo de reestruturação da empresa o objetivo de privatizar. Uma decisão política que, a concretizar-se, transformará o Governo em carrasco e coveiro do Grupo SATA e dos açorianos”, diz o comunicado.

É fundamental e urgente, travar este processo de destruição do Grupo SATA que trará custos brutais, no médio e longo prazo, a toda a Região dos Açores”, acrescenta.

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