Rendibilidade dos bancos portugueses sobe para 16,1% no terceiro trimestre

O sistema bancário demonstrou um desempenho sólido no terceiro trimestre, com melhorias significativas na rendibilidade e manutenção de níveis adequados de solvabilidade e qualidade de ativos.

O sistema bancário nacional continua a apresentar uma evolução favorável, segundo os dados mais recentes divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal relativos ao terceiro trimestre de 2024. Os indicadores de rendibilidade, solvabilidade e qualidade dos ativos das instituições mostram uma tendência positiva, refletindo a resiliência da banca face aos desafios económicos.

“Face ao período homólogo, a rendibilidade do ativo (ROA) e do capital próprio (ROE) aumentou 0,21 pontos percentuais (para 1,46%) e 1,47 pp (para 16,1%), respetivamente“, refere o Banco de Portugal no relatório, notando que este crescimento foi impulsionado principalmente pela redução de provisões e imparidades dos bancos, bem como pelo aumento da margem financeira.

O custo do risco de crédito também apresentou uma melhoria, situando-se no final de setembro em 0,09%, uma redução de 0,37 pontos percentuais em termos homólogos. Esta evolução é justificada pela “diminuição das perdas de imparidade de crédito”.

Quanto aos níveis de solvabilidade, os bancos mantêm também níveis robustos, embora com uma ligeira diminuição. “No 3.° trimestre de 2024, o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) diminuíram 0,1 pontos percentuais, para 20,4% e 17,7%, respetivamente”, lê-se no relatório do Banco de Portugal. Apesar desta pequena redução, os níveis permanecem confortavelmente acima dos requisitos regulamentares.

Crédito malparado sob controlo

A estrutura de balanço dos bancos também apresentou uma evolução positiva. “No 3.º trimestre de 2024, o ativo total aumentou 0,6%”, destaca o regulador. Este crescimento foi impulsionado principalmente pelo aumento dos empréstimos a clientes e das disponibilidades em bancos centrais.

Destaque também para a manutenção do rácio de transformação nos 75%, “refletindo aumentos na mesma proporção dos empréstimos a clientes e dos depósitos de clientes”, com o peso do financiamento junto de bancos centrais a manter-se “inexpressivo.”

Os números do Banco de Portugal notam também que a qualidade dos ativos manteve-se estável no terceiro trimestre, com os rácios de empréstimos não produtivos (NPL) bruto e líquido a manterem-se nos 2,6% e 1,2%, respetivamente. Isto demonstra que os bancos portugueses continuam a gerir eficazmente os seus ativos de risco.

O rácio de cobertura de liquidez (LCR) também registou uma melhoria, aumentando 2,4 pontos percentuais para 270%. Esta evolução “resultou do aumento dos ativos de elevada liquidez (contributo de 2,9 pp), em particular cuja contraparte são administrações públicas”.

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