Galp identifica dois novos reservatórios na Namíbia com “boa qualidade”
Sétima atualização aos investidores sobre esta exploração petrolífera perto da fronteira com a África do Sul volta a mostrar resultados promissores aos investidores.
A Galp Energia GALP 0,00% deu novas informações aos investidores esta terça-feira, 31 de dezembro, acerca da prospeção de petróleo na Namíbia, informando da descoberta de “uma coluna de hidrocarbonetos de gás condensado” e de uma nova “coluna de hidrocarbonetos de petróleo leve num reservatório mais pequeno”. Segundo a empresa, “ambos os reservatórios apresentaram areias de boa qualidade”, com o consórcio liderado pela Galp a prever realizar novas perfurações já nos primeiros dias de janeiro. Ainda assim, as ações abriram a cair mais de 4,5%.
No último dia do ano, a Galp, que detém 80% do consórcio que está a explorar petróleo numa área de quase 10.000 quilómetros quadrados ao largo daquele país africano, perto da fronteira com a África do Sul, dá assim novas informações promissoras que voltam a sugerir estar-se na presença de um importante bloco petrolífero, conhecido atualmente por Licença de Exploração de Petróleo 83 (PEL 83, na sigla original em inglês), segundo tem sido transmitido pela companhia.
A atualização desta terça-feira, num comunicado submetido aos mercados, resulta da perfuração “com sucesso” de mais um poço petrolífero nesta localização no passado dia 2 de dezembro, explica a empresa. Foi neste poço petrolífero, apelidado de Mopane-2A, que a Galp encontrou a referida “coluna de gás condensado”, designada por AVO-3, bem como um segundo reservatório mais pequeno de petróleo leve, designado por AVO-4.
“Ambos os reservatórios apresentaram areias [petrolíferas] de boa qualidade, com boas porosidades e permeabilidades, altas pressões e características de baixas viscosidades de fluidos, com concentrações mínimas de CO2 [dióxido de carbono] e zero de H2S [ácido sulfúrico]”, refere a Galp no comunicado divulgado através da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). “Além disso, em linha com todos os poços Mopane anteriores, não foram descobertos contactos com água”, sublinha ainda a petrolífera nacional.
“A Galp continuará a avaliar a viabilidade comercial das descobertas”, informa, nesta que é já a sétima atualização sobre a exploração de petróleo na Namíbia, onde tem em curso uma campanha de prospeção, em conjunto com dois parceiros, a Namcor e a Custos, ambos com 10% do consórcio, desde novembro de 2023. O consórcio também “continuará a analisar e a integrar todos os novos dados adquiridos para melhor entender o completo Mopane”.
As três empresas vão acelerar a campanha de prospeção nesta localização na Bacia Laranja, com as perfurações a prosseguirem numa nova localização, com início previsto para os primeiros dias do ano novo, “em torno do dia 1 de janeiro”.
Galp desliza em bolsa após anúncio
A prospeção da Galp na Namíbia tem atraído muita atenção por parte dos investidores, desde que, no dia 21 de abril de 2024, a empresa indicou, na quinta atualização sobre a campanha, poder estar perante uma “importante descoberta comercial” de petróleo. Em reação a essa notícia, as ações da Galp dispararam 20,64% num só dia, a 22 de abril, o melhor dia de sempre para os títulos da empresa.
Estas atualizações positivas também têm dado alento aos títulos da empresa ao longo de ano de 2024, acumulando ganhos de mais de 20%.
No entanto, esta terça-feira, numa sessão mais curta do que o habitual devido à passagem de ano, e marcada por menor liquidez, as ações da Galp abriram com uma queda significativa, a recuar mais de 4,5%, para 15,9 euros, naquela que caminhava para ser a pior sessão para a empresa desde o dia 28 de outubro de 2024. Enquanto isso, as negociações estavam a ser positivas para outras petrolíferas na Europa, incluindo a norueguesa Equinor e a italiana Eni.
Em outubro, o CEO da Galp, Filipe Silva, afirmou que a Galp deverá manter a posição de 80% no consórcio pelo menos até terminarem os trabalhos de exploração, o que está previsto acontecer no final de 2025.
Em julho, a Reuters noticiou que “mais de 12 petrolíferas”, incluindo a norte-americana Exxon, a britânica Shell e a brasileira Petrobrás, estão interessadas em comprar uma posição de 40% na exploração da Galp na Namíbia.
(Notícia atualizada pela última vez às 8h34)
Evolução das ações da Galp em Lisboa:
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