Emissora das Beiras comprada por grupo de comunicação social

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de "serviços mínimos".

A Emissora das Beiras, que emite há 85 anos a partir do Caramulo, no concelho de Tondela, vai ser comprada por um grupo de comunicação social.

A rádio, tal como a conhecemos agora, vai deixar de existir muito em breve“, referiu fonte da administração, acrescentando que, a partir de 1 de junho, deixará de ter “os serviços habituais, com locutores e jornalistas”.

A mesma fonte escusou-se a avançar informações sobre o negócio, uma vez que aguarda a publicação da deliberação da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

A partir de 1 de junho e até que seja feita a transição para o novo grupo de comunicação social, a rádio do concelho de Tondela, distrito de Viseu, funcionará num formato de “serviços mínimos”.

Os programas que durante décadas caracterizaram a Emissora das Beiras já não se irão ouvir, explicou a mesma fonte, acrescentando que, neste momento, a prioridade é informar os clientes e os ouvintes sobre a nova situação.

A decisão, difícil de tomar, acontece porque, na verdade, nada dura para sempre, chegando assim a hora de darmos a voz a outras pessoas e a novos projetos“, pode ler-se num comunicado colocado na página da Emissora das Beiras, que completou 85 anos na segunda-feira.

Assim, deixará de se ouvir a voz de Maria Helena Rodrigues, que chegou a esta rádio em abril de 1966, com apenas 13 anos. Começou por fazer trabalhos administrativos e arrumar os discos na discoteca até que, em janeiro de 1970, se estreou como locutora.

O marido de Maria Helena, Lopes da Rosa, que começou a dedicar-se à rádio em 1976 por carolice e depois foi seu gerente e diretor de programas, faleceu em agosto de 2023.

“Com ele, partiu também parte da alma desta rádio que foi, durante 85 anos, o orgulho de todos os beirões e que, a partir do próximo mês de junho, deverá seguir um novo rumo”, refere o comunicado.

Joaquim António Seabra foi quem deu início ao projeto radiofónico – na altura com o nome de Emissora das Beiras/Rádio Pólo Norte – em 1939, num quarto de um sanatório.

“Quando foi apanhado por essa terrível doença que era a tuberculose, veio curar-se para a estância sanatorial do Caramulo. Aqui, encontrou outras gentes ligadas à radiodifusão e foi daí que surgiu o projeto, inicialmente para entreter os doentes”, contou à agência Lusa Lopes da Rosa, no âmbito de uma reportagem realizada há dez anos.

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ERC diz que jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Na palavra de Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, o Estado tem um "papel crucial" nesta matéria, defendendo também um modelo de financiamento "equilibrado".

A Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) afirma que o jornalismo vive um dos momentos mais críticos da sua história e defende ser prioritária a atualização dos meios legais e a adaptação da lei de imprensa.

Carla Martins, membro do Conselho Regulador da ERC, assume que o setor enfrenta “grandes dificuldades e desafios” acrescentado que a “evolução da tecnologia é acelerada” e que as entidades de comunicação social se adaptam ao “paradigma digital” a diferentes velocidades.

Acredita também que o Estado tem um “papel crucial”, defendendo um modelo de financiamento “equilibrado”, dado que os modelos de negócio tradicionais não são suficientes mediante a migração da publicidade para os meios digitais.

Segundo Carla Martins, presente no 33.º Congresso da APDC, vive-se agora um “novo ecossistema de comunicação e informação” onde as plataformas digitais lucram com o conteúdo jornalístico criado pelos órgãos de comunicação social.

A responsável da ERC diz que a “abordagem reguladora tem que assentar no diálogo” e admite que não é possível “uma regulação eficiente de costas voltadas para o setor”, acrescentando que os media “são um bem público”.

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Lucro do BCP sobe 8% para 234,3 milhões no primeiro trimestre

Escalada dos juros continua a impulsionar resultados do banco liderado por Miguel Maya. Margem financeira disparou mais de 30%. Custos também aceleraram quase 15%.

O BCP registou lucros de 234,3 milhões de euros no primeiro trimestre, o que corresponde a uma subida de 8,4% em comparação com o mesmo período do ano passado e a uma rentabilidade dos capitais próprios de 15%.

A escalada das taxas de juro continua a impulsionar os resultados do banco liderado por Miguel Maya, com a margem financeira – diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos – a subir quase 5% para 696,2 milhões de euros neste período. “Foi mais um bom trimestre do banco”, referiu o CEO na apresentação dos resultados.

Em Portugal, o resultado ascendeu a 203,5 milhões de euros, mais 18,5% em termos homólogos. O banco continua com o seu desempenho condicionado pela operação na Polónia, onde o Bank Millenium registou lucros de 29,7 milhões de euros, apesar dos encargos de 190,9 milhões de euros associados à carteira de créditos hipotecários em francos suíços (dos quais 117,42
milhões de provisões), referiu Miguel Maya. As provisões acumuladas para o caso “Frankowicze” superam os 1,6 mil milhões de euros. O banco moçambicano BIM lucrou 22,6 milhões.

Apesar da subida da margem e das comissões (+1% para 196,4 milhões de euros), o resultado operacional core baixou cerca de 1% para 584,6 milhões, em resultado de um aumento de 14,7% dos custos operacionais para 308,1 milhões de euros.

Nos outros proveitos, o banco nota que há um ano contabilizou um ganho extraordinário de 127 milhões de euros com a venda de 80% da seguradora na Polónia, ganho que já não registou este ano e que levou a uma descida de 20% do resultado bruto. Compensaram este efeito a descida dos encargos com as imparidades para crédito e com as provisões na Polónia.

Banco recupera da fuga de depósitos

Ao nível dos recursos de clientes, deu-se uma recuperação dos depósitos de clientes, depois da pressão causada pelos Certificados de Aforro há um ano. Desde março de 2023 os depósitos aumentaram mais de cinco mil milhões de euros, com o banco a guardar agora mais de 80 mil milhões. Tem menos depósitos à ordem (-5% para 44,5 mil milhões) e mais a prazo (+28,8% para 36,3 mil milhões)

Já a carteira de crédito sofreu uma redução de quase 1% para 56,82 mil milhões de euros. A contribuir para esta queda esteve a contração do stock de empréstimos às empresas para 21,78 mil milhões de euros. Habitação e empréstimos pessoais registaram aumentos.

Quanto à solvabilidade, Miguel Maya salientou que o banco apresenta uma “posição de capital muito forte e muito sólida” com um rácio de capital total superior a 20%. “Permite acomodar sem dificuldade” a reserva para riscos imobiliários que entrará em vigor em outubro, salientou o gestor.

(Notícia atualizada às 17h31)

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Trabalhadores da Valorsul em greve entre 22 e 26 de maio por melhores salários

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho.

Os trabalhadores da Valorsul, empresa responsável pelos resíduos da região de Lisboa e Oeste, vão realizar uma greve entre os dias 22 e 26 de maio para reivindicar melhorias salariais e a redução do horário de trabalho. De acordo com o pré-aviso de greve, entregue pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas, a paralisação afetará setores e infraestruturas diferentes, mediante o dia.

Os motivos para esta greve prendem-se, entre outras coisas, com o aumento dos salários e dos dias de férias, com a melhoria das condições de segurança e com a redução das horas de trabalho, segundo indicou à agência Lusa Mário Matos, da Comissão de Trabalhadores da Valorsul.

“Os motivos têm a ver com a empresa não fazer propostas que venham ao encontro daquilo que são as reivindicações dos trabalhadores. Em abril, formaram uma contraproposta que, para nós, é inaceitável, pois é uma moeda de troca”, apontou. Segundo Mário Matos, a Valorsul aceitou reduzir o horário de trabalho, “com contrapartida de os trabalhadores aceitarem abdicar de direitos inscritos no Acordo de Empresa”.

Um desses direitos, indicou o sindicalista, seria o horário de almoço estar incluído no horário de trabalho dos trabalhadores. “Para nós é inaceitável. Não aceitamos moedas de troca”, sublinhou. De acordo com a calendarização da greve, a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos Urbanos (CTRSU) será a primeira a sofrer os efeitos, a partir das 00:00 do dia 22 de maio, onde serão feitas paralisações por turno.

Nos dias seguintes, a paralisação também afetará o serviço de manutenção, caracterização e recolha seletiva, o Aterro Sanitário de Mato da Cruz e Instalação de Valorização de Escórias (ASMC), o Centro Sanitário do Oeste, Triagem e Estações de Transferência, o Centro de Triagem e Ecocentro do Lumiar e a Estação de Valorização Orgânica.

A agência Lusa pediu uma reação à administração da Valorsul, mas não obteve resposta. A Valorsul, com cerca de 450 trabalhadores, é a empresa responsável pelo tratamento e valorização dos resíduos recicláveis e resíduos sólidos urbanos produzidos em 19 concelhos das regiões de Lisboa e Oeste.

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Declaração de impacto ambiental do aeroporto de Lisboa só era válida até 2015

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

O presidente da Zero explicou que a declaração de impacto ambiental do aeroporto de Lisboa é de 2006 e previa o fim do aeroporto em 2015, com um máximo 180 mil movimentos por ano.

O Aeroporto Humberto Delgado funciona com uma declaração de impacte ambiental que devia ter sido revista em 2015, o que torna o seu funcionamento ilegal em termos ambientais, avisa a associação Zero, que exige a resolução do problema. “Não vamos ficar parados”, disse esta quarta-feira à Lusa o presidente da associação, Francisco Ferreira.

Segundo o responsável, a Zero já fez uma avaliação jurídica da situação e, se for necessário, avançará na justiça para que se regularize temporariamente uma situação que na verdade não é regularizável, porque não é possível cumprir-se a Lei do Ruído. Um dia depois de o Governo ter anunciado Alcochete como o local para um novo aeroporto na área de Lisboa, para substituir o Aeroporto Humberto Delgado (AHD), a associação ambientalista reuniu-se com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, sendo a questão um dos principais temas em debate.

Em declarações à Lusa depois da reunião, o presidente da Zero explicou que a declaração de impacto ambiental (DIA) do AHD é de 2006 e previa o fim do aeroporto em 2015, com um máximo 180 mil movimentos por ano e um máximo de 16 milhões de passageiros por ano. A verdade é que se passou quase uma década e os movimentos anuais são mais de 222 mil, para mais do dobro dos passageiros, 33 milhões.

Assim, disse a Zero, o aeroporto está “ilegal, por estar fora da licença”. “Foi ultrapassada e não houve outra avaliação, porque o impacto no ruído e na qualidade do ar é ilegal”, nas palavras de Francisco Ferreira. Segundo o responsável, a ministra deu muita atenção ao facto de o AHD estar a funcionar sem enquadramento legal do ponto de vista ambiental, e entendeu a pertinência da questão.

O primeiro-ministro, disse, “erra quando diz que é preciso expandir de 38 para 46 movimentos por hora “ (no AHB), porque nem os 38 movimentos estão legais. “A legislação de Estudo de Impacto Ambiental é clara, se tiver uma expansão do aeroporto tenho de fazer uma avaliação de impacto ambiental”.

Quanto ao novo aeroporto, Francisco Ferreira admitiu que Alcochete tem problemas ambientais, mas manifestou “grande satisfação” pelo fim da opção Montijo, e por Alcochete substituir totalmente o atual aeroporto quando estiver pronto. O presidente da Zero disse que a associação transmitiu à ministra que está de acordo com uma terceira ponte no rio Tejo na zona de Lisboa, desde que apenas ferroviária, e com a ligação Lisboa-Madrid.

Mas uma ponte rodoviária e ferroviária não tem o apoio da associação. Maria da Graça Carvalho, disse Francisco Ferreira, explicou à associação que o Governo está a negociar com o parlamento a implementação da lei de bases do clima. Acrescentou que a revisão do Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) só será entregue à Comissão Europeia no final do ano e concordou que grandes questões que necessitem de avaliações ambientais estratégicas podem ter um modelo semelhante ao da comissão técnica independente que propôs novas localizações para o aeroporto.

A Zero, ainda segundo Francisco Ferreira, questionou Maria da Graça Carvalho sobre o facto de Portugal não fazer parte do grupo de 11 países que assinou um documento para que a Lei Europeia do Restauro Ecológico seja aprovada no último conselho europeu do ambiente, marcado para 17 de junho. A ministra disse que não houve tempo para dar uma resposta, mas garantiu que Portugal apoia o documento.

Na reunião, a ministra terá concordado em apelar ao consenso com outros partidos para a revisão da lei da água, de 2003, para resolver questões relacionadas com o equilíbrio entre águas subterrâneas e superficiais, com o facto de o preço da água não transparecer em muitas atividades, e com a necessidade de o foco não ser na oferta, mas sim no uso eficiente.

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Extrema-direita consegue acordo para formar Governo nos Países Baixos

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

"Temos um acordo entre os negociadores", declarou Geert Wilders, que desistiu em março de chefiar o novo executivo.

Um acordo para um Governo de coligação de direita foi alcançado esta quarta-feira nos Países Baixos, quase seis meses após a vitória eleitoral do líder da extrema-direita, Geert Wilders, que não será primeiro-ministro.

Temos um acordo entre os negociadores”, declarou Geert Wilders, que desistiu em março de chefiar o novo executivo, depois de alguns sublinharem o desconforto que causaria que um político islamófobo e antieuropeísta representasse os Países Baixos.

O acordo foi alcançado entre quatro partidos, o PVV de Geert Wilders, o partido pró-agricultores BBB, o partido liberal VVD e o novo partido anticorrupção NSC.

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Lisboa tem 360 mil euros para projetos de inovação em saúde, educação e migração

Prémio dirige-se a startups, scaleups e empreendedores nacionais e internacionais, com ideia ou projeto em desenvolvimento, em teste ou em funcionamento noutras localizações que possam ser adaptados.

A Câmara Municipal de Lisboa e a Unicorn Factory Lisboa têm 360 mil euros para premiar soluções inovadoras nas áreas da saúde, educação e migração. As candidaturas para o “Lisboa Innovation For All – 2024 Desafio de Impacto Social” abrem a 1 de junho.

“A inovação desempenha um papel-chave na melhoria da qualidade de vida e na resolução dos desafios sociais que afetam as cidades. Este é o impacto positivo que queremos ver crescer na cidade, através de três dimensões de grande relevância para o município, a educação, a saúde e a migração. Cada vez mais, Lisboa é um importante centro onde organismos públicos, empresas, universidades, centros de investigação, institutos tecnológicos e cidadãos colaboram no desenvolvimento, teste e experimentação de novos produtos e serviços. Todos juntos, somos uma comunidade inovadora e interativa capaz de transformar a cidade”, afirma Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, citado em comunicado.

Lançado durante Lisboa Unicorn Week, a 13.ª Semana do Empreendedorismo de Lisboa, este prémio é financiado através do 1 milhão de euros recebido pela cidade de Lisboa, após ter sido reconhecida em 2023 como a Capital Europeia de Inovação.

Dividindo-se em três categorias – Qualidade da Educação, Acesso a Cuidados de Saúde e Integração de Migrantes – dirige-se a “startups, scaleups e empreendedores nacionais e internacionais, que tenham uma ideia ou um projeto em desenvolvimento, em teste ou em funcionamento noutras localizações que possam ser afinados e adaptados a Lisboa”.

O prémio será organizado pela Unicorn Factory Lisboa. “A Unicorn Factory Lisboa tem vindo a demonstrar que Lisboa oferece condições ideais para experimentar, inovar e criar novas soluções e negócios para diferentes desafios através dos seus eixos de atuação. Com este Prémio, vamos continuar a expandir a nossa ação para resolver desafios sociais, pois sabemos que o talento intrínseco da nossa comunidade é capaz de desenvolver soluções inovadoras com forte impacto na cidade”, explica Gil Azevedo, diretor executivo da Unicorn Factory Lisboa, citado em comunicado.

O que soluções procuram

Na área da Qualidade da Educação, o prémio procura soluções “centradas em melhorar a capacidade de aprendizagem no ensino básico e secundário, ao reforçar as competências tecnológicas e promover o pensamento criativo e crítico, testar métodos de aprendizagem alternativos e fornecer novas ferramentas de ensino, melhorar a capacidade de acesso dos estudantes ao ensino universitário e reforçar a capacidade da cidade para atrair professores”, informa comunicado.

No caso do ensino universitário pretende soluções que permitam “diminuir o custo de vida dos estudantes universitários, tornar mais fácil encontrar um quarto ou um apartamento para viver na cidade e melhorar o acesso ao apoio financeiro.”

Na categoria de Acesso a Cuidados de Saúde procura “ideias ou projetos inovadores que tirem partido do poder da saúde preventiva, especialmente através da utilização de wearables médicos, que promovam uma melhor gestão das doenças crónicas, centrando-se na adesão à medicação e na monitorização dos doentes, aumentem a capacidade da cidade para atrair profissionais de saúde, encontrem soluções criativas ou alternativas para a falta de acesso aos médicos de família e às listas de espera”.

O objetivo é a “promoção de estilos de vida mais saudáveis, aumento da qualidade de vida e a melhoria de acesso a cuidados especializados para os quais existe pouca cobertura financeira, tais como cuidados dentários, cuidados oftalmológicos, saúde mental e serviços básicos de cuidados maternos e infantis”, pode ler-se em comunicado.

No que toca à integração de Migrantes, pretende soluções que melhorem “a interoperabilidade e o intercâmbio de informações entre instituições públicas, ONG e o setor privado de forma a integrar os imigrantes e facilitar a navegação em procedimentos burocráticos complexos”, refere o comunicado. “Haverá um grande foco na habitação condigna, apoio na procura de emprego e combate ao racismo e discriminação.”

As candidaturas arrancam a 1 de junho, seguindo-se uma fase de pré-seleção por parte da autarquia, a Unicorn Factory Lisboa e especialistas em inovação social. Desta pré-seleção – e contando também com a opinião dos cidadãos de Lisboa – serão escolhidos três finalistas por categoria, que seguem para a fase de teste e prova de conceito, com duração de seis meses.

“Com base nos resultados dos projetos-piloto, será selecionado um vencedor por categoria com base no respetivo sucesso que recebe um prémio monetário de 120 mil euros, bem como o apoio contínuo da cidade e da Unicorn Factory Lisboa para implementar a solução, e acesso a uma ampla comunidade de inovação unida pelos mesmos valores de trabalhar desafios globais através do impacto”, informa comunicado.

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Governo promete “perder complexos ideológicos” na reforma do SNS

O programa de emergência para o Serviço Nacional de Saúde será apresentado nas próximas duas semanas. Mas o Governo quer também avançar com uma "transformação estrutural" na saúde.

O primeiro-ministro assegurou que o plano de emergência na saúde seria apresentado dentro do prazo prometido, até junho. Mas sinalizou também que o Governo tem a intenção de, nesta legislatura, “perder complexos ideológicos que têm sido o travão a uma reforma no Serviço Nacional de Saúde (SNS) que seja capaz de oferecer acesso a quem mais precisa”.

Luís Montenegro prometeu assim, no debate quinzenal com os deputados realizado esta quarta-feira, uma “transformação estrutural” na saúde, ao longo da legislatura, para a qual quer recolher contributos dos grupos parlamentares, após apresentar e implementar o programa de emergência para o SNS.

Respondendo a críticas do Chega de que o programa de emergência ainda não tinha sido apresentado, apontou que “só alguém que confia muito na capacidade deste governo poderia pedir-lhe que em 30 dias apresentasse um plano de emergência que não foi levado a cabo” pelo Governo anterior por oito anos. “Está mais socialista do que os socialistas”, atirou a André Ventura.

O primeiro-ministro sinalizou anda que “só vai ter de esperar mais duas semanas no máximo” para conhecer o programa de emergência para o SNS, que “tem incidência na recuperação dos tempos, tem foco na obstetrícia, tem plano para dar resposta de medicina familiar”.

Ressalva ainda assim que “o programa de emergência é muito importante mas é de emergência, não é ainda transformação estrutural” e, para isso, o Governo “vai aproveitar a legislatura”.

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Carlos Moedas assume pasta da Cultura na Câmara de Lisboa

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

Diogo Moura referiu que o presidente da Câmara de Lisboa lhe pediu que suspendesse o mandato de vereador da Cultura “para evitar os ataques que a oposição está a dirigir ao executivo” da capital.

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, “vai assumir a pasta da Cultura”, depois da suspensão do mandato do vereador Diogo Moura, que será substituído por Joana Oliveira Costa, ainda sem pelouros, segundo fonte da autarquia. A fonte do município adiantou esta quarta-feira à Lusa que a tomada de posse decorre na quinta-feira e que os pelouros da autarca, vereadora em regime de substituição desde 2021, serão tornados públicos “oportunamente”.

O número de mulheres com pelouros na autarquia passa, assim, a quatro, enquanto ficam três homens com a gestão de pastas. Joana Oliveira Costa, do CDS, é vice-presidente da Comissão Política Concelhia de Lisboa do partido, desde 2022, e aluna da licenciatura em Direito na Universidade Católica de Lisboa.

A jovem, vogal da Comissão Política Nacional da Juventude Popular, desde 2023, foi cofundadora do “Politicamente Correto”, um projeto de literacia política apresentado como apartidário e independente. O vereador da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (CML), também do CDS, suspendeu o mandato na semana passada, a pedido do presidente da autarquia, dias depois de ter sido formalmente acusado pelo Ministério Público do crime de fraude em duas eleições internas dos democratas-cristãos.

Numa declaração escrita enviada à Lusa no domingo, Carlos Moedas revelou que pediu a Diogo Moura “que suspendesse o seu mandato, pedido a que o próprio acedeu de imediato”. O social-democrata explicou que, “apesar de as alegações que lhe são imputadas não se reportarem ao mandando enquanto vereador”, considerou “não haver condições para o vereador continuar a desenvolver o seu trabalho em prol dos lisboetas”.

O autarca louvou “o excelente trabalho, empenho e dedicação” de Diogo Moura ao longo dos últimos dois anos e meio como vereador, “em áreas como a Inovação, Economia e Cultura” (entre os seus pelouros estavam também a Relação com as Juntas de Freguesia, o Espaço Público, os Abastecimentos e Mercados, o Programa “Lojas com História” ou o Orçamento Participativo).

Também numa nota escrita enviada à Lusa, igualmente no domingo, Diogo Moura referiu que o presidente da Câmara de Lisboa lhe pediu que suspendesse o mandato de vereador da Cultura “para evitar os ataques que a oposição está a dirigir ao executivo” da capital. O democrata-cristão referiu que este processo “nada tem a ver” com as suas funções de autarca, “nem com decisões camarárias”.

“O referido processo não só é exterior à CML – trata-se de atos partidários -, como reporta a um tempo bem anterior ao atual mandato municipal. Não fui pronunciado, julgado ou condenado. A natureza do processo é a de um ataque pessoal sem fundamento”, defendeu, alegando estar “absolutamente inocente” e garantindo que irá prová-lo.

O Ministério Público acusou Diogo Moura, que é também vice-presidente do CDS-PP, de “dois crimes de fraude em eleições, agravados”, por ter alegadamente procurado manipular os votos de militantes em dois atos eleitorais (2019 e 2021), noticiou na quinta-feira a CNN Portugal. De acordo com o canal de televisão, Diogo Moura “sabia que uma secretária da distrital de Lisboa estava na mesa de voto e enviou várias mensagens à mesma a pedir-lhe que introduzisse nas urnas votos de militantes que não se apresentassem na mesa de voto”.

No entanto, de acordo com a CNN Portugal, “a secretária da distrital nunca acedeu aos pedidos” e o caso acabou por ser denunciado e investigado pela PSP.

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Navigator concretiza compra da Accrol por 152 milhões de euros

Com a aprovação por maioria dos votos no Tribunal e na Assembleia Geral da Accrol, a Navigator pode tornar-se dona de 100% do capital da empresa britânica nos próximos dias.

A Navigator NVG 0,00% comunicou esta terça-feira ao mercado que as deliberações da oferta pública de aquisição (OPA), que lançou sobre 100% do capital da britânica Accrol, foram aprovadas por maioria na audiência do Tribunal e na Assembleia Geral da Accrol.

“A Oferta foi aprovada na Audiência de Tribunal com 99,12% dos votos, e a deliberação que aprovou a Oferta em Assembleia Geral foi tomada por 99,17% dos votos presentes, viabilizando a aquisição de 100% do capital social da empresa“, refere a empresa liderada por Antonio José Pereira Redondo em comunicado enviado à CMVM.

Com esta aprovação, a empresa de António José Redondo revela que o negócio proposto pela empresa portuguesa valorizou a Accor em 152,1 milhões de euros.

A Navigator prevê que a oferta, que lançou através da sua subsidiária no Reino Unido – Navigator Paper UK Limited –, se torne efetiva a 24 de maio.

Em comunicado enviado à CMVM, a Navigator destaca que a avaliação da empresa britânica teve em conta os resultados semestrais da Accrol, com referência a 31 de outubro de 2023, nomeadamente a dívida financeira da empresa que, nessa altura, totalizava “25,5 milhões libras (cerca de 29,6 milhões euros) ou 57,4 milhões de libras (cerca de 66,7 milhões de euros) incluindo rendas IFRS16”, lê-se no comunicado enviado à CMVM.

No documento inicial da OPA, a empresa portuguesa referia que considerava que a oferta representava “uma oportunidade atrativa para entrar no mercado britânico, através da aquisição de uma empresa líder no setor de transformação de papel tissue, com vantagens competitivas, valores complementares e forte alinhamento com a Navigator”, sublinhando ainda que encarava a “Accrol como uma oportunidade estratégica para a expansão sustentada do seu negócio de tissue no mercado da Europa Ocidental.”

Além disso, a empresa portuguesa elogiava também a gestão da empresa britânica, notando que o negócio de tissue era “bem gerido e uma das principais empresas no segmento de mercado de marcas próprias do Reino Unido, mantendo boas relações comerciais com clientes importantes de tissue.”

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Hotelaria contesta fundamento invocado para cobrança da taxa turística em Albufeira

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

A associação refere que a sua discordância tem a ver também “com a falta de informação sobre a alocação das verbas obtidas e pela ausência de participação da hotelaria na governação dos fundos”.

A Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) manifestou-se esta quarta-feira contra “o fundamento económico invocado” pela Câmara de Albufeira para a implementação da taxa turística, e pretende que os hoteleiros participem na gestão dos fundos arrecadados. Em comunicado, a associação refere que a sua discordância tem a ver também “com a falta de informação sobre a alocação das verbas obtidas e pela ausência de participação da hotelaria na governação dos fundos”.

Ao mesmo tempo, diz ter colocado questões “quanto à cobrança aos hóspedes” no momento do registo de entrada e sobre o que diz ser “falta de respeito pelas negociações com os operadores”, antes da entrada em vigor daquele agravamento de valor para os hóspedes. A AHP lamenta que as suas observações manifestadas durante a fase de audição pública não tivessem “sequer sido ponderadas” pelo município, tendo o regulamento sido publicado e entrado em vigor “sem acautelar nenhuma dessas situações”.

Ao mesmo tempo, realça, “constatou-se total impreparação do modelo e de resposta às dúvidas dos hoteleiros”, durante as sessões de esclarecimento promovidas pela autarquia sobre o regulamento e as operações de cobrança e entrega da taxa. Na terça-feira, em reunião com a Câmara de Albufeira, a AHP voltou “a sublinhar a necessidade de maior transparência no processo de alocação das taxas, com a participação dos hoteleiros no modelo de gestão”, notou.

Assim, propôs que os hoteleiros fossem integrados “num comité de investimentos, simplificação do processo de cobranças e respeito pelos contratos de alojamento já fechados”. Em resposta, adianta, “ouviu da Câmara o compromisso de que o sistema de pagamento que está pensado […] correrá a par dos instrumentos que estão em vigor em todos os outros concelhos: pagamento aquando da faturação pelos hotéis e depois entregues por estes à autarquia”.

“Relativamente a reservas já feitas até à entrada em vigor deste regulamento (2 de maio), a taxa não é aplicada”, lê-se na nota. A Associação da Hotelaria de Portugal disse ainda “aguardar para perceber como é que os hotéis são compensados pelos custos com a cobrança e entrega da taxa ao município”, recordando que “nos demais casos é devido um ‘fee’ [taxa] de 2,5% sobre os valores das taxas”.

Paralelamente, diz aguardar ainda pelo modelo de governação que “garanta a participação e vinculação dos hotéis ao destino do produto das taxas, em investimentos que realmente aproveitem à cidade e ao turismo”, conclui a AHP. A Câmara de Albufeira prevê começar a cobrar, a partir de terça-feira, uma taxa turística de dois euros pelas dormidas no concelho durante a época alta, em empreendimentos turísticos, estabelecimentos de alojamento local, parques de campismo e parques de caravanismo, independentemente da modalidade de reserva (presencial, analógica, ou via digital).

O regulamento que define as condições da aplicabilidade da taxa foi publicado em 30 de abril em Diário da República, e apontava o dia 2 de maio para a sua entrada em vigor. Albufeira é considerado como o “município capital do turismo” do Algarve, possuindo mais de 150 unidades hoteleiras e mais de 9.000 alojamentos locais.

De acordo com o regulamento, a taxa tem um valor de dois euros entre 1 de abril e 31 de outubro e será cobrada até ao máximo de sete noites seguidas a todos os hóspedes com idade igual ou superior a 13 anos. Com a entrada em vigor da cobrança da taxa turística, Albufeira passou a integrar o grupo de municípios do Algarve que recebem um valor pelas dormidas de turistas no concelho, juntamente com Portimão, Lagoa, Vila Real de Santo António, Faro e Olhão.

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PS quer ver estudo sobre alargamento da Portela. Montenegro acena com despacho de Pedro Nuno

Pedro Nuno desafia Governo a apresentar estudo que sustenta o aumento do número de voos no aeroporto de Lisboa. Montenegro diz que diploma do anterior Executivo já previa a expansão, mas PS desmente.

O líder do PS, Pedro Nuno Santos, desafiou o Governo a apresentar o estudo no qual se baseou para anunciou o aumento do número de voos por hora de 38 para 45 no aeroporto Humberto Delgado e acusou o primeiro-ministro de “imponderado e impulsivo” ao aprovar uma medida sem parecer fundamentado, durante o debate quinzenal que está a decorrer esta quarta-feira, no Parlamento. De salientar que o comunicado do Conselho de Ministros refere que o objetivo é atingir “46 a 48 movimentos por hora”.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, começou por sinalizar que existe “um memorando da NAV, de 3 de maio, onde está plasmada toda a estratégia de reforço da capacidade aeroportuária do Humberto Delgado”. E depois acenou com “o famoso despacho que o deputado, quando era ministro das Infraestruturas, assinou e depois revogou” e que já previa “o aumento da capacidade aeroportuária”.

“Esteja descansado, porque não revogarei as minhas decisões de ontem nem vou revogar amanhã as decisões de hoje. Elas são ponderadas e foram estudadas, até num contexto partidário que o senhor desdenhou“, atirou Montenegro.

O chefe do Executivo referia-se ao despacho de Pedro Nuno Santos que avançava com o aeroporto no Montijo, no curto prazo, até estar concluído a nova infraestrutura aeroportuária de grande dimensão, em Alcochete, e que iria substituir integralmente a Portela. Mas a decisão levou o chumbo do então primeiro-ministro, António Costa, e acabou por cair. Ora esse diploma, que não avançou, previa de facto a melhoria operacional do aeroporto atual, mas afastava o reforço da capacidade, porque isso implicava uma declaração de impacte ambiental (DIA).

Por isso, e diante da resposta de Montenegro, o secretário-geral do PS atirou: “O Governo não tem estudo nem parecer que fundamente a decisão que tomou. As obras que estavam previstas e que foram aprovadas pelo Governo anterior e que começarão em outubro previam apenas o conforto de passageiros e a fluidez do tráfego, não o aumento dos movimentos por hora, isso é outra história”.

E insistiu: “Em que estudo, em que parecer se baseou para decidir aumentar o número de voos de 38 para 45? Senão, sou obrigado a concluir que foi uma decisão irrefletida, imponderada, e que o primeiro-ministro foi impulsivo. O presidente da Câmara de Lisboa aceita aumentar o número de voos, mais aviões a sobrevoar Lisboa?”.

O mencionado despacho indica que “em relação à solução dual original, é abandonado o objetivo inicial de aumentar a capacidade do Aeroporto Humberto Delgado – pela dificuldade que se estima em poder obter uma declaração de impacte ambiental que a viabilizasse e pelo ambiente social de rejeição cada vez mais generalizada de um possível aumento do número de movimentos por hora no Aeroporto Humberto Delgado -, pelo que as obras que nele terão lugar, na nova solução dual, terão como único objetivo a melhoria da operacionalidade da infraestrutura, de modo a aumentar a qualidade da experiência dos passageiros, a redução dos atrasos na operação e o incremento do desempenho ambiental do aeroporto”.

O Governo de Montenegro acredita que será possível fazer as obras de expansão do aeroporto Humberto Delgado sem necessidade de uma Avaliação de Impacto Ambiental pela Agência Portuguesa do Ambiente, porque o aumento da capacidade da infraestrutura será inferior a 20%.

Apesar de o despacho de Pedro Nuno Santos não prever efetivamente obras de alargamento na Portela, o líder da bancada do PSD, Hugo Soares, quis provar da importância de tal empreitada e, para isso, citou João Galamba, que foi ministro das Infraestruturas depois de Pedro Nuno Santos se ter demitido do cargo. O antigo governante publicou vários posts da rede social X, defendendo a relevância da expansão da Portela, contrariando o líder do PS.

 

“Entendam-se dentro do PS”, atirou Hugo Soares.

Governo vai negociar modelo de financiamento com a ANA

Sobre o modelo de financiamento das obras de requalificação da Portela e da construção da nova infraestrutura, em Alcochete, Luís Montenegro reconheceu, em resposta à deputada do BE, Mariana Mortágua, que terá “de iniciar um processo negocial com a concessionária ANA – Aeroportos de Portugal”, que é detida pelo grupo francês Vinci.

A coordenadora do BE quis saber “quais as contrapartidas para a concessionária privada”, “se o Estado vai abdicar de receita e se vai permitir aumentar as taxas aeroportuária”. Mas o primeiro-ministro apenas referiu que “o Governo terá de negociar com a ANA a execução das decisões, da nova localização do aeroporto, das obras do anterior Governo e um acrescento” da parte do atual Executivo.

“Naturalmente, vamos ter de acertar com a ANA o modo como se vai financiar essas obras e esperamos encontrar esse modelo dentro das receitas próprias da concessão. Os mecanismos terão de ser acertados com a concessionária, mas não temos nada definido à partida. É o processo negocial que vai finalizar o contexto de financiamento das obras que foram determinadas pelo Governo”, sublinhou.

Mariana Mortágua voltou a questionar se o Governo “vai permitir aumentar as taxas aeroportuárias ou se vai abdicar de receita como contrapartida”. E Montenegro disparou: “Como se pode financiar o novo aeroporto e a requalificação do atual aeroporto? Deve ser o Orçamento do Estado a financiar estas obras? Qual é sua solução? Precisamos de um modelo de financiamento e, dentro das condições contratuais, vamos tentar acomodar as necessidades de financiamento”.

Sobre a privatização da TAP, Luís Montenegro respondeu que o Governo “ainda não tem calendário”, quando questionado pelo líder da IL, Rui Rocha, sobre os planos do Executivo para a venda da companhia aérea.

(Artigo atualizado às 16h49 com mais informação)

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