EDP Renováveis corta plano de investimento até 2026 em 3 mil milhões

A energética reviu ainda o plano de aumento de capacidade para cerca de 3 Gigawatts por ano em 2025 e 2026, face à anterior meta de cerca de 4 GW por ano. Ações invertem e disparam 5%.

Pressionada pela forte queda dos preços da energia, especialmente na Europa, e a manutenção de um ambiente de taxas de juro altas, entre outros fatores, a EDP Renováveis EDPR 1,36% esta quinta-feira reviu em baixa as metas do plano estratégico até 2026.

“O contexto do mercado alterou-se rapidamente no período dos +últimos 12 meses, o que levou a uma recalibração dos objetivos de investimento para 2025-2026 apresentados ao mercado em março de 2023″, afirmou a empresa, numa apresentação divulgada no site da CMVM.

Essas alterações incluíram “uma diminuição dos preços da eletricidade a prazo na Europa, taxas de juro mais elevadas durante mais tempo, pressionando o custo do capital e desafios no fornecimento de capacidade em 2023, com impacto no fluxo de caixa”, adiantou.

Em teleconferência com os analistas, Miguel Stilwell de Andrade, CEO da EDPR (e da EDP, maior acionista de renovável com 71,27% do capital) explicou em maior detalhe a decisão de rever algumas metas do plano estratégico.

Temos de reconhecer que o mercado mudou drasticamente nos últimos 12 meses, em termos de preços da energia e de expectativas quanto ao custo do capital”, referiu.

Adiantou que a EDPR tem um cenário “positivo” em termos de carteira e de crescimento da procura, mas, ao mesmo tempo, está muito consciente “do que se passa no mercado e assistimos a uma descida significativa dos preços da eletricidade a prazo na Europa, em especial nos últimos meses, o que tem impacto nas nossas receitas esperadas devido a alguma exposição aos preços grossistas da eletricidade na Europa”.

Sublinhou que “é também consensual que continuaremos a assistir a juros mais elevados durante mais tempo, particularmente nos EUA, enquanto na Europa, parece haver alguns indícios ou expectativas de que haverá alguma descida nos próximos meses”, explicando que “globalmente, isto significa que houve um aumento do custo do capital, e nós reconhecemos esse facto”.

Não estamos a ignorar estes sinais e pressupostos do mercado, pelo que estamos a recalibrar os nossos objetivos para 2023, que pensamos que maximizarão a criação de valor para os acionistas.

Miguel Stilwell de Andrade

CEO da EDP e da EDPR

Antes do anúncio da revisão das metas, as ações da EDPR caiam 0,66% para 13,63 euros, Às 15h39 o desempenho já tinha invertido, com uma subida de 4,74% para 14,37 euros. Os títulos da empresa acumulavam (até ao fecho de quarta-feira) um tombo de 25,42% desde o início do ano.

Os títulos da EDP sobem 2,35% para 3,707 euros, numa sessão em que o índice PSI avança 1,53%.

A empresa liderada por Miguel Stilwell de Andrade vai investir (em termos líquidos, financiado por fluxo de caixa e dívida líquida) 4 mil milhões de euros entre 2024 e 2026, menos 3 mil milhões do que no anterior plano (apresentado em março de 2023).

O investimento bruto (total, que inclui financiamento via rotações de ativos e receitas do sistema Tax Equity Investors) irá atingir os 12 mil milhões de euros. Quase metade (47%) irá ser destinado à America do Norte, enquanto um quarto será dirigido para a Europa.

Em termos de tecnologia, 55% do investimento irá ser projetos de energia solar, 20% em éolica, 16% em eólica offshore, e 9% em baterias.

A energética adiantou que reviu o plano de aumento de capacidade instalada para uma média de cerca de 3 Gigawatts (GW) por ano em 2025 e 2026, da qual 84% na Europa e nos EUA, o que compara à anterior meta de instalar mais de 4 gigawatts anualmente.

Entre 2024 e 2026 a empresa prevê adicionar 10 GW de capacidade, mas sublinha que 70% desse crescimento já está assegurado e em vias de ser implantado, faltando garantir 3 GW a serem garantidos.

Lucro recorrente de 700 milhões em 2026

Em termos de projeções de EBITDA recorrente- lucros antes de juros, impostostos, depreciações e amortizações – a prevê agora que atinja 1,9 mil milhões de euros este ano e 2,4 mil milhões em 2026, o que representaria uma subida anual composta de 9% entre 2023 e 2026, ou 15% sem contabilizar a rotação de ativos.

A EDPR adiantou que deverá acabar este ano com lucro líquido recorrente de cerca de 400 milhões de euros este ano, abaixo dos 500 milhões de 2023, mas espera recuperar nesta rubrica para cerca de 700 milhões em 2026.

A dívida líquida, que terminou o primeiro trimestre no 6,7 mil milhões de euros, deverá estar em cerca de 7 mil milhões no final do ano, mesmo que valor que o previsto para o final de 2026.

Em relação à remuneração acionista, a EDPR promete uma “política de dividendos atrativa através do programa Scrip Dividend [no qual oferece aos acionistas a possibilidade de usar os dividendos para participar em aumentos de capital], com um rácio de pagamento [face aos lucros] de 30-50%”.

A EDPR anunciou antes da abertura da bolsa esta quinta-feira que o lucro líquido subiu 4% para 68 milhões no primeiro trimestre do ano, impulsionado por descidas nos custos financeiros líquidos e nos interesses não controláveis.

(Notícia atualizada às 15h40)

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Complemento solidário para idosos sobe já para 600 euros em junho

Prestação para os pensionistas mais pobres sobe 50 euros já no próximo mês, para 600 euros. Além disso, os rendimentos dos filhos deixam de contar para aceder ao apoio, segundo a proposta do Governo.

O Complemento Solidário para Idosos (CSI) sobe já em junho para 600 euros, um aumento de 50 euros face à prestação atual de 550,67 euros, segundo uma proposta do Governo aprovada esta quinta-feira pelo Conselho de Ministros. O Executivo avançou ainda com a eliminação dos rendimentos dos filhos para determinar se o pensionista tem direito ou não a este apoio, uma medida, aliás, que constava do programa eleitoral do PS.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, acompanhado pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins (E), e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho (D), participam na conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, realizada esta manhã na residência oficial, no palácio de São Bento, em Lisboa, 09 de maio de 2024.JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

“Assumimos o compromisso de, até ao final da legislatura, subir o CSI para 820 euros, e vamos cumpri-lo o mais rápido que for possível. Por isso, aprovámos com efeitos imediatos um aumento de cerca de 50 euros do CSI para os 600 euros face ao valor atualmente em vigor de 550,67 euros“, anunciou o primeiro-ministro, Luís Montenegro, ladeado pela ministra do Trabalho, Maria do Rosário Ramalho, e pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins.

Lembrando que a prestação já tinha beneficiado de uma atualização do início do ano, de 488,22 euros para 550,67 euros, Montenegro sublinhou que o novo aumento aprovado pelo Executivo “é uma primeira etapa do caminho” que o Governo quer “percorrer para atingir o mais rapidamente possível os 820 euros”.

Isto significa que, já a partir de junho, todos os pensionistas que tenham acesso ao CSI terão um acréscimo mensal de 50 euros e que todos os que a partir de agora se candidatarem a este apoio o podem fazer para beneficiar desta ajuda”, esclareceu o chefe do Governo.

O Conselho de Ministros avançou ainda com uma medida, que constava do programa eleitoral dos socialistas, que exclui os rendimentos dos filhos dos idosos para efeitos da determinação da condição de recursos dos requerentes. O programa do Governo já fazia uma referência a esta questão, mas sem grande detalhe: “Pode, ainda, ser ponderado o ajustamento da condição de recursos de acesso do CSI.”

Luís Montenegro explicou que “os rendimentos dos filhos dos beneficiários ou candidatos a beneficiários podiam inviabilizar a atribuição desta prestação”. Assim, “a partir de agora, os rendimentos contemplados na candidatura são apenas e exclusivamente os rendimentos das pessoas que se candidatam à prestação, isto é, os pensionistas, deixando de serem atendidos os rendimentos dos filhos”, frisou.

Medicamentos prescritos serão gratuitos no imediato

O Conselho de Ministros desta quinta-feira aprovou também o acesso gratuito a medicamentos sujeitos a prescrição médica para os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos (CSI), confirmando as notícias veiculadas pela comunicação social na quarta-feira. O desconto de 100% será feito no imediato sem necessidade de adiantar primeiro o dinheiro e depois pedir o reembolso.

Luís Montenegro revelou que o Ministério da Saúde já contactou as farmácias “para que estejam preparadas para ato imediato” à publicação e entrada em vigor da medida.

Assim, bastará aos cerca de 145 mil idosos que recebem o CSI apresentar a prescrição médica numa farmácia e levantar de imediato os medicamentos, “não tendo necessidade de efetuar nenhum pagamento”, esclareceu.

Montenegro recordou ainda que estes pensionistas já tinham direito a um desconto de 50% na compra de medicamentos com receita médica. Ao tornar a compra do receituário totalmente gratuito, o Governo pretende que os cerca de 140 mil reformados tenham “acesso a toda a terapêutica necessária”, indica Montenegro, sublinhando que “estes reformados acabam muitas vezes por não aceder à plenitude do tratamento face à condição económica degradada em que vivem”.

“Estas medidas têm por finalidade dar maior dignidade àqueles que hoje são os mais pobres dos mais pobres, são os que têm maior vulnerabilidade”, destacou o primeiro-ministro.

(Notícia atualizada às 14h13)

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Portugal prepara acordos laborais com países lusófonos para controlar migração

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou que estão a ser preparados "acordos laborais" com países lusófonos, para identificar necessidades de mão-de-obra, nomeadamente na agricultura.

O Governo português está a trabalhar em “acordos laborais” com países lusófonos, para identificar necessidades de mão-de-obra, nomeadamente na agricultura, e assim regular o fluxo de imigrantes, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

“Nestes 30 dias” de Governo, as autoridades estão a procurar “ter acordos laborais” com países de língua portuguesa, afirmou hoje Paulo Rangel a propósito da regulação das migrações, durante um debate promovido pela RTP a assinalar o Dia da Europa.

Do lado de Portugal, são identificadas as necessidades de mão-de-obra – quais são, por exemplo, as unidades agrícolas que precisam de trabalhadores -, e “esses países também estão a fazer esse trabalho, alguns deles claramente estão totalmente disponíveis para isso”, adiantou.

Esta iniciativa, acrescentou, “já regula [a imigração] porque as pessoas já vêm com um trabalho”.

O Governo também vai verificar a forma como os migrantes serão alojados: “É um dos problemas da agricultura e sabemos que é premente”.

Paulo Rangel identificou esta medida como um dos instrumentos de regulação das migrações.

“Outra forma é um investimento nos países das pessoas que vêm, porque se eles forem mais desenvolvidos, os fluxos também são mais controlados”, defendeu, referindo que Portugal tem “uma capacidade limitada”, mas a União Europeia (UE) “tem recursos”.

Para o chefe da diplomacia, nos acordos que faz com países terceiros, a UE não deve preocupar-se “apenas em tentar controlar de uma forma física os fluxos”.

Na sua opinião, “deve haver uma grande preocupação em criar condições para que essas populações se fixem”, através da cooperação para o desenvolvimento, fundamental para “estabilizar os recursos, para o combate às alterações climáticas desses países, ajudá-los a gerir água, porque vai haver muitos refugiados climáticos”.

A UE “tem capacidade económica e capacidade de relacionamento já estabelecido com um conjunto de países em que pode, por um lado, diminuir os fluxos e, por outro lado, prevenir esses fluxos no sentido de as pessoas que vêm, já vêm com limiares mínimos de perspetiva de integração, evitando assim ficarem expostas a traficantes e até exploradores nacionais”.

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Autoeuropa recorre ao “lay-off” para reestruturação da fábrica. Trabalhadores recusam cortes salariais

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Administração da fábrica de Palmela pretende aplicar "lay-off" durante períodos de oito dias no mês de junho e de 13 dias em julho. Comissão de Trabalhadores não aceita penalizações salariais.

A Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa revelou esta quinta-feira que a administração da empresa vai fazer paragens temporárias em junho e julho, devido a uma reestruturação para a descarbonização da fábrica, mas adverte que não aceita penalizações salariais dos trabalhadores.

Segundo um comunicado interno divulgado esta quinta-feira pela Comissão de Trabalhadores (CT) da fábrica de automóveis da Volkswagen, em Palmela, no distrito de Setúbal, a empresa, como determina a legislação em vigor, informou hoje que pretende iniciar na próxima semana conversações para a aplicação do lay-off num período de oito dias no mês de junho e de 13 dias no mês de julho.

A CT da Autoeuropa adianta, no comunicado, que, “no contexto em que se aplica este lay-off, não irá aceitar qualquer corte de salário aos trabalhadores“.

Contactado pela agência Lusa, o coordenador da CT, Rogério Nogueira, salienta que a aplicação do lay-off “resulta de um contexto de investimento e de reestruturação da fábrica, não de qualquer situação imprevista, como a que se verificou no ano passado devido aos problemas de um fornecedor da Eslovénia”.

“Trata-se de uma situação muito diferente da que se verificou no ano passado, em que a Autoeuropa teve de fazer uma paragem de várias semanas devido à falta de uma peça para o motor do T-Roc produzida numa fábrica da Eslovénia, que foi fortemente afetada pelas cheias que ocorreram naquele país, em agosto do ano passado”, disse.

“Neste contexto, [de reestruturação da fábrica], não há razão nenhuma para haver cortes nos salários dos trabalhadores. E será isso que a CT irá defender nas reuniões da próxima semana”, frisou Rogério Nogueira.

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Promotor de aeroporto em Santarém recorre a ex-diretor da Eurocontrol para convencer deputados

Magellan 500 vai apresentar, esta quinta-feira, o projeto no Parlamento. Leva como trunfo a 'aprovação' do anterior diretor-geral da Eurocontrol.

A Magellan 500, promotora do aeroporto em Santarém, vai tentar convencer esta quinta-feira os deputados da Comissão de Economia e Obras Públicas das vantagens do projeto, numa altura em que o Governo tem já firmada uma preferência por Alcochete, como avançou o ECO.

Santarém foi ‘recuperada’ como opção no relatório final da Avaliação Ambiental Estratégica levada a cabo pela Comissão Técnica Independente, mas apenas como aeroporto complementar ao Humberto Delgado, não podendo evoluir para um hub intercontinental devido aos constrangimentos no espaço aéreo provocados pela proximidade à Base Aérea de Monte Real.

Constrangimentos que a Magellan 500 tem afirmado serem resolúveis, apesar da oposição da Força Aérea. Como trunfo para a apresentação aos deputados, a Magellan 500 leva uma declaração de Eamonn Brennan, que foi diretor-geral da Eurocontrol entre 2018 e 2022. “Analisei os gráficos do espaço aéreo e aproximações (das soluções para o aeroporto de Santarém). Genuinamente, não vejo qualquer problema. É semelhante a Oslo e Dublin, e completamente de acordo com os princípios de Uso Flexível do Espaço Aéreo civil e militar da Eurocontrol”, afirma o antigo responsável pela organização europeia responsável pela segurança da navegação aérea.

O conflito com o espaço aéreo da Base Aérea de Monte Real só se coloca num cenário em que aeroporto de Santarém evoluiria para duas pistas, podendo acomodar mais de 32 milhões de passageiros por ano. A Magellan 500 alega que as alterações introduzidas no projeto ao nível da navegação aérea levam a que o conflito impacte “menos de 3% da área militar restrita”, não a eliminando totalmente, já que a utiliza “a muito baixa altitude”, na fase de pré-aterragem.

Alterações que, até ao momento, não convenceram a Força Aérea, que, quer num ofício enviado à Comissão Técnica Independente, quer numa resposta ao ex-primeiro-ministro, se opõe a um solução em Santarém que venha a conflituar com as operações em Monte Real.

Na missiva a António Costa, noticiada pelo Expresso, o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general João Cartaxo Alves, afirma que “(a Base Aérea nº 5) é uma infraestrutura militar única, insubstituível, de valor intangível e imprescindível para a garantia da soberania nacional”, acrescentando que Monte Real é uma base da NATO de “importância estratégica para a Aliança Atlântica”.

Na apresentação, a Magellan 500 repete os argumentos com que tem defendido o projeto: estar fora da atual concessão da ANA, ser concebido sem financiamento público e usando infraestruturas de acesso já existentes, ser concretizável num período até cinco anos e meio, poder crescer até três pistas e ligar o aeroporto a Lisboa em cerca de 30 minutos através de um comboio rápido.

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“Há que evitar o conforto de que os fundos estruturais já são uma rotina”, alerta Elisa Ferreira

Elisa Ferreira considera fundamental evitar "a má utilização dos fundos por falta de sentido estratégico". Portugal tem uma "responsabilidade extraordinária" no modo como prepara o futuro, diz.

A comissária europeia para a Coesão e Reformas alerta para a necessidade de “evitar o conforto de que os fundos estruturais são uma rotina”. “É alimentar uma fragilidade”, diz. Os fundos devem ser vistos pelos diversos Estados-membros com “entusiasmo e ambição” para “preparar o futuro” e fazer as várias transições necessárias. Num seminário para assinalar o Dia da Europa, Elisa Ferreira pediu para que os países utilizem os fundos para estimular a coesão interna, porque, alega, a “Comissão Europeia é a única preocupada com a Política de Coesão”.

“Há que evitar o conforto de que os fundos estruturais já são uma rotina. Passam a ser o peixe e não a arte de pescar”, disse Elisa Ferreira. “A rotina é um dos grandes riscos que temos de combater na gestão dos fundos. Já não haver entusiasmo e ambição, mas antes uma espécie de business as usual“, alerta. “Estamos a alimentar uma fragilidade, como uma rã que vai aquecendo na água até acabar cozida. É um alerta”, frisa. “Estes fundos são aqueles que têm de garantir que empresas e territórios conseguem fazer a transição necessária, seja ela ecológica, digital, de adaptação às ameaças climáticas, retenção e acolhimento de novos talentos. Isto requer um nível de maturidade que acho que Portugal tem”, defende ainda.

A comissária portuguesa recorda que a Comissão Europeia tem “vindo a desenvolver mais uma série de apoios, não só financeiros” e “Portugal tem, neste momento, com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e os fundos estruturais, um volume financeiro absolutamente extraordinário e uma responsabilidade extraordinária no modo como se prepara para o futuro utilizando estes fundos”. “Isso cabe a Portugal e a cada um dos países”, defende.

Citando o recente relatório da Política da Coesão, Elisa Ferreira sublinhou que algumas regiões, onde se incluem as nacionais, mas também de França e Itália, estão a viver numa estagnação. Ou seja, ainda que o PIB per capita de toda a União Europeia tenha aumentado, em alguns países, como Portugal, a posição relativa não melhorou. E, 20 anos depois, as economias pouco cresceram. Este desempenho, alerta, torna difícil a defesa da política de Coesão junto daqueles que estão contra a mesma. Ainda que os contribuintes líquidos sejam “os grandes ganhadores do mercado interno” europeu, salienta. “É a Política de Coesão que alarga mercado interno. Ficamos todos com um mercado mais amplo, graças ao esforço da Política de Coesão”, acrescenta.

Recordando que a nível europeu não existe uma política fiscal única que poderia assumir o papel redistributivo, essa função é desempenhada pelo orçamento comunitários que representa apenas 1% do Rendimento Nacional Bruto dos países. Um valor irrisório quando comparado com o Orçamento de Estado de qualquer país.

“No futuro vamos ter muito mais desafios e vamos ter de fazer a apologia da coesão na base dos bons resultados que atingimos, no progresso que conseguimos construir e dos problemas que foram evitados, porque todos contribuímos para uma Europa mais rica e um Portugal mais rico. Seja qual for a característica da região, todas têm de contribuir, mas para isso têm de ser trabalhadas, estudadas analisadas”, afirma Elisa Ferreira defendendo a ideia que este trabalho não pode ser feito apenas de cima para baixo. Compete à regiões fazer chegar ao poder central ideias e estratégias que se adequam a cada uma.

Ciente de que “qualquer política tem impactos assimétricos conforme as regiões”, a comissária da Coesão defende que “é preciso de ter isto em conta para alguma necessidade de reequilíbrio”. “É preciso uma política pública para corrigir, não há uma mão invisível” que o faça. E “não é só a Política de Coesão que tem de contraria isto”, alerta. “Internamente nos países a coesão tem de ser uma das principais preocupações. Parece que só a Comissão Europeia está preocupada. Temos de ter um trabalho a partir dos territórios”, defende.

Por outro lado, é preciso evitar “a má utilização dos fundos por falta de sentido estratégico”. “Os fundos são uma oportunidade preciosa”, que não deve ser usada “a fazer coisas absolutamente inúteis, ou cuja utilidade é questionável”.

Uma questão concomitante com “a intolerância total perante a fraude”. “Um caso de fraude destrói completamente a credibilidade da política”, alerta. “Por isso, cada caso é dramático. Somos absolutamente intolerantes com isso e retiramos os projetos, não financiamos, ainda que, por vezes, os projetos avancem financiados por fundos nacionais”, sublinhando que o nível de fraude é inferior a 1%, “mesmo assim intolerável”.

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Efacec entra com componentes no projeto de hidrogénio verde da Galp em Sines

Projeto de hidrogénio verde da Galp, que pretende substituir o hidrogénio cinzento da refinaria por hidrogénio verde, vai contar com transformadores e outros equipamentos da portuguesa Efacec.

A Efacec assinou dois contratos com a Galp no âmbito do seu projeto de hidrogénio verde de 100 megawatts (MW) para Sines, para fornecer dois tipos de equipamentos: transformadores e componentes de uma subestação, segundo informou esta quinta-feira a empresa sediada em Matosinhos.

A Efacec irá fornecer dois transformadores de potência de 160 megavolts-ampére (MVA) cada, e será igualmente responsável pela conceção, construção e fornecimento de outros equipamentos para uma subestação de 150 quilovolts (kV), assim como as correspondentes interligações.

A subestação vai permitir o fornecimento de eletricidade à nova unidade de produção de hidrogénio verde, possuindo uma capacidade de 100 megawatts (MW) de eletrólise, cujo projeto se encontra já em fase de construção.

Para Ângelo Ramalho, CEO da Efacec, “este projeto é estrategicamente relevante dado o contexto global atual, no qual a transição para fontes de energia mais sustentáveis é cada vez mais urgente e prioritária”, uma vez que, através desta tecnologia, a empresa espera que sejam reduzidas “significativamente” as emissões de dióxido de carbono (CO2).

A Galp vai investir cerca de 250 milhões de euros na construção de uma unidade de hidrogénio verde com a capacidade de 100 MW de eletrólise, que produzirá até 15 mil toneladas de hidrogénio renovável por ano.

A integração deste projeto de larga escala nas operações da refinaria de Sines permitirá a substituição de cerca de 20% do consumo atual de hidrogénio cinzento e poderá representar uma redução das emissões de gases com efeito estufa de aproximadamente 110 mil toneladas por ano.

 

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YouTube removeu mais de 35 mil vídeos carregados na UE por desinformação em 2023

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

A plataforma divulgou também funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar "notícias e informações" confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

O YouTube removeu no ano passado “mais de 35.000 vídeos carregados a partir da União Europeia” (UE) por violarem as suas políticas de desinformação, divulgou a plataforma de partilha de vídeos da Google.

“Além de remover conteúdo que viola as nossas políticas, também acompanhamos a percentagem de visualizações do conteúdo que viola políticas no YouTube antes do mesmo ser removido”, adianta a tecnológica, salientando que, no quarto trimestre de 2023, “este conteúdo representou 0,11% – 0,12% das visualizações” na plataforma, de acordo com uma publicação online da tecnológica.

Isto “significa que em cada 10.000 visualizações no YouTube, entre 11 e 12 eram conteúdos que violavam as nossas regras da comunidade“, prossegue a plataforma.

“Vamos continuar a investir neste trabalho, em que a IA [inteligência artificial] ajuda a aumentar ainda mais a velocidade e a precisão dos nossos sistemas de moderação de conteúdo“, assevera o YouTube.

Além disso, “operações de influência coordenadas não são permitidas no YouTube, independentemente dos pontos de vista políticos que apoiam“.

Nesse sentido, “trabalhamos em estreita colaboração com o Grupo de Análise de Ameaças (TAG) da Google para identificar estes tipos de campanhas no YouTube e encerrar os seus canais”, adianta, referindo que “isto pode incluir tentativas de interferência nas eleições“, nomeadamente as europeias de junho.

“Por exemplo, tal como a TAG partilhou, antes das recentes eleições portuguesas, encerrámos sete canais do YouTube ligados a indivíduos na Argentina, no âmbito das nossas investigações em curso sobre as campanhas de desinformação“, recorda.

Através do TAG, “também partilhámos informações sobre as ameaças com autoridades policiais, tais como a Europol”.

O YouTube vai continuar a “trabalhar em conjunto com os governos, com a indústria e ONG em toda a União Europeia e não só nestes esforços, e não apenas em períodos eleitorais”. E, “à medida que entramos no último mês da campanha de 2024, equipas dedicadas do YouTube e da Google irão continuar a aperfeiçoar e a melhorar estes esforços, tendo sempre em mente o nosso objetivo principal: ligar as pessoas a conteúdo de alta qualidade e a proteger a nossa plataforma”, remata.

YouTube apresenta funcionalidades para eleitores encontrarem notícias confiáveis

A plataforma divulgou também um conjunto de funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar “notícias e informações” confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

A um mês das eleições europeias, o YouTube divulga os “esforços” que está a fazer para ajudar as pessoas “dentro e fora da Europa a encontrar notícias e informações eleitorais úteis e confiáveis”, desde pesquisar o local de voto a compreender as posições dos candidatos.

“Para as eleições do Parlamento Europeu de 2024, seguem-se algumas funcionalidades que irão surgir à medida que ligamos os eleitores à informação e ao contexto de que necessitam para se manterem informados”, em que, por exemplo, “para as pesquisas ou vídeos relacionados com a votação, um painel de informações direciona os espetadores na UE para as funcionalidades da Google: ‘como votar’ e ‘como se registar para votar'”, refere o YouTube.

Na pesquisa por informação sobre os candidatos às europeias será exibido um painel de informações na parte superior dos resultados da pesquisa, destacando informações do candidato, como o seu partido político, e uma hiperligação para a Pesquisa Google, por exemplo.

Na parte inferior do painel de informação poderá existir uma hiperligação para o canal oficial do candidato, adianta a plataforma.

“Nas últimas semanas da campanha, na página inicial do YouTube, iremos mostrar lembretes sobre onde e como votar” e no dia das eleições os espetadores “vão poder visualizar um painel de informações sobre os resultados eleitorais que será exibido na parte superior dos resultados da pesquisa ou abaixo dos vídeos relacionados com as eleições europeias”.

De acordo com o YouTube, “este painel de informações vai ter uma hiperligação para a funcionalidade dos resultados eleitorais da Google, permitindo que as pessoas acompanhem os resultados eleitorais em tempo real”.

Também na página inicial do YouTube será disponibilizada “uma hiperligação que mostra, em direto, os resultados” das eleições.

Tudo isto baseia-se nas nossas funcionalidades atuais que destacam as informações provenientes de fontes confiáveis, tais como meios de comunicação social, nos resultados de pesquisa, na página inicial e no painel ‘A seguir'”, aponta.

O YouTube recorda que as suas políticas determinam o que não é permitido na plataforma e aplicam-se a todo o conteúdo, independentemente do idioma ou do ponto de vista político.

“Temos políticas rigorosas contra o discurso de incitamento ao ódio, contra o assédio e ciberbullying, contra o incitamento a conteúdo violento e contra certos tipos de desinformação eleitoral” e, por exemplo, “removemos conteúdos que induzam em erro os eleitores sobre como votar ou que incentivem a interferência no processo democrático“, sublinha.

“A nossa equipa global de revisores, com recurso a uma combinação com a tecnologia de [machine learning] aprendizagem de máquina, aplica estas políticas em grande escala, 24 horas por dia, sete dias por semana” e o “nosso Intelligence Desk também tem trabalhado ao longo dos meses para estar à frente das questões e tendências emergentes que poderão afetar as eleições da UE, tanto dentro como fora do YouTube”, explica.

A plataforma também aposta no reforço da transparência sobre conteúdo gerado por IA. “Reconhecemos que os maus atores podem tentar explorar ferramentas de IA generativa durante o período eleitoral — é por isso que estamos a garantir que existem vários níveis de transparência e de proteções, inclusivamente para as próximas eleições europeias”, salienta.

Agora exigimos que os criadores divulguem se o vídeo que estão a carregar contém conteúdo alterado ou sintético e se é realista” e, “depois, vamos adicionar um marcador de transparência ao conteúdo realista, sintético ou alterado, para que os espetadores tenham um contexto importante”.

Para o conteúdo eleitoral, “o marcador vai surgir no próprio vídeo e na descrição do mesmo” e, em certos casos, “também podemos adicionar um marcador mesmo quando o criador não o divulga, especialmente se o uso de conteúdo alterado ou sintético tiver o potencial de confundir ou induzir em erro os espectadores”.

“Esta é uma área crítica na qual temos vindo a investir há algum tempo”, assevera o YouTube.

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Carlos Moedas é mandatário nacional da AD para as eleições europeias

Autarca de Lisboa é mandatário nacional da Aliança Democrática nas eleições europeias e Ana Gabriela Cabilhas a mandatária para a juventude. Programa coordenado pela eurodeputada Lídia Pereira.

Carlos Moedas é o mandatário nacional da Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) às eleições europeias. Já Ana Gabriela Cabilhas, recém-eleita deputada, que discursou pelo PSD na Assembleia da República na cerimónia do 25 de abril, será mandatária para a juventude. Ambos vão estar presentes e discursar esta tarde na apresentação do programa eleitoral coordenado por Lídia Pereira, eurodeputada e vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE).

A apresentação do programa da AD vai ser assegurada pelo ex-comentador televisivo Sebastião Bugalho, cabeça de lista escolhido por Luís Montenegro para as eleições europeias. A apresentação do manifesto eleitoral da coligação está agendada para às 18h desta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

As eleições europeias estão agendadas para o dia 9 de junho, estando disponível o recurso ao voto antecipado (2 de junho) ou em mobilidade (poderá votar em qualquer mesa de voto do país e no estrangeiro). Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720 (mais 15 do que nas última legislatura). Nas últimas eleições, o PS elegeu nove eurodeputados, o PSD seis, o Bloco de Esquerda e PCP dois, cada, e o CDS e o PAN um eurodeputado.

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Britânicos compram Camac e transferem produção de pneus para Santo Tirso com investimento de 20 milhões

Grupo SPC transfere a unidade de produção de pneus de desportos motorizados de alta performance do Reino Unido para Santo Tirso, o que representa um investimento de 20 milhões de euros.

O grupo britânico SPC, considerado o principal fabricante europeu de compostos de borracha, vai transferir a unidade de produção de pneus de desportos motorizados de alta performance do Reino Unido para Santo Tirso, o que representa um investimento de 20 milhões de euros.

“O projeto prevê a aquisição de ativos da Avon Tyres Motorsport, atualmente detida pelo Grupo Goodyear, transferindo a produção do Reino Unido para Portugal, passando a comercializar através de uma nova marca, a Nova Tyres“, anuncia o Banco Português de Fomento (BPF) em comunicado.

Paralelamente, o investimento permitirá à Nova Motorsports adquirir a CNB/CAMAC – Companhia Nacional de Borrachas, que era até agora a única fabricante nacional de capitais portugueses, realizando um processo de “turnaround”. O BPF explica que “este processo visa ampliar a sua capacidade industrial e orientar a produção para produtos diferenciados e de maior valor acrescentado, consolidando o know-how técnico necessário para competir globalmente e fortalecer a presença da Nova Motorsports no automobilismo internacional”.

Paul Hallas, CEO da SPC, e Ramon Puente, promotor do projeto da Nova Motorsports e ex-CEO da Racing Motorbike Company, frisam a escolha de Portugal para estabelecer uma empresa global de fabrico de pneus para desportos motorizados graças ao acordo alcançado com o Banco de Fomento, que “apoiou fortemente para a aquisição da Camac e a deslocalização do Reino Unido das diferentes máquinas e ferramentas.”

O investimento, enquadrado no âmbito do Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), atrai capital estrangeiro diretamente para Portugal e assegura produção 100% nacional, contribuindo para gerar emprego e promover o desenvolvimento na região de Santo Tirso.

Do montante financiado, 9,9 milhões de euros são investidos pelo FdCR e dez milhões pelo coinvestidor SPC JEVSA, S.L.U, empresa participada do Grupo SPC, através de realização de capital social e emissão de obrigações convertíveis por ambos os investidores.

Este investimento representa um importante apoio ao setor industrial nacional, ao impulsionar a reestruturação e revitalização de uma empresa na região Norte através da captação de investimento estrangeiro, ao qual se associa o Fundo de Capitalização e Resiliência”, afirma Ana Carvalho, CEO do Banco Português de Fomento.

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Continente, Delta e Pingo Doce são as marcas mais relevantes para o consumidor

Das 20 marcas mais relevantes para o consumidor, 10 são nacionais, revela o Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

Continente, Delta Cafés e Pingo Doce são as três marcas portuguesas consideradas mais relevantes pelos consumidores. Os resultados são do Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

De acordo com o estudo, das 20 marcas mais referenciadas pelos consumidores, 10 são nacionais: Continente – que ocupa o primeiro lugar em termos de referenciação geral -, Delta Cafés, Pingo Doce, Meo, Mimosa, EDP, Worten, Nos, Galp e SuperBock.

Alargando a análise a marcas globais, Continente, a Adidas e a Nike são as três marcas que lideram o Top 20 em termos de referenciação geral, que é ainda composto por Delta Cafés, Samsung, Pingo Doce, Nestlé, Apple, Zara, Meo, Lidl, Coca-Cola, Vodafone, Mimosa, EDP, Mercedes, Worten, Nos, Galp e Super Bock.

É notório um crescimento significativo das marcas de origem portuguesa no top de referência espontânea. Se no ano passado tínhamos sete marcas nacionais no Top 20, este ano esse número subiu para 10. Portanto, é com imensa satisfação que assistimos ao momento em que este Top passa a ser 50% ocupado por marcas nacionais”, refere a propósito Pedro Diogo Vaz, country manager da Superbrands Portugal.

“Apesar de sermos um país que valoriza muito as marcas internacionais, esta evolução demonstra o reconhecimento e a relevância que os consumidores dão às marcas nacionais, bem como a importância que as empresas nacionais devem dar à valorização das suas marcas”, prossegue o responsável, citado em comunicado.

Para o estudo, apresentado esta quinta-feira na Universidade Católica, foi pedido aos consumidores para, de forma espontânea, indicarem as três marcas que consideram mais importantes e relevantes em termos de notoriedade, marcas únicas, confiança, identificação e satisfação das necessidades.

Das 20 marcas, o Continente é a única que está sempre mencionada no top 3 destas cinco dimensões, só não liderando no ranking de notoriedade, no qual é ultrapassado pela Adidas e pela Nike. Segue-se a Nike, com três aparições no Top 3, e a Adidas e a Delta Cafés, com duas aparições cada uma.

Retalho, alimentação, desporto, tecnologia e telecomunicações agregam em conjunto 79% das referências. Numa comparação com os dados do Estudo do Consumidor de 2020, observa-se que os setores que mais aumentaram a sua presença no Top 20 foram alimentação, desporto, telecomunicações e energia. O setor que mais desceu foi o da tecnologia, destaca a Superbrands Portugal.

Analisando por gerações — silent generation (1928-1945), baby boomers (1946-1964), geração X (1965-1980), millennials (1981-1996) e geração Z (1997-2012) –, a marca Continente surge no Top3 do ranking geral nas cinco gerações. Por sua vez, Nestlé, Vodafone, Delta e Meo aparecem em uma geração e a Delta, Samsung, Pingo Doce e Adidas estão no Top 10 das cinco gerações.

As marcas de retalho têm o maior peso entre as cinco gerações, as marcas de alimentação têm um peso significativo, especialmente entre os baby boomers, e as marcas de tecnologia entre os millenials.

Para o Estudo do Consumidor 2024 realizaram-se um total de 1.000 entrevistas com uma margem de erro absoluto no caso do cálculo de uma proporção associado a esta amostra de ± 3,2%. A empresa que realizou o trabalho de campo foi a Multidados, entre o 10 de janeiro e o 15 de fevereiro de 2024.

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Banco de Inglaterra mantém taxa de juro nos 5,25% por pressão da inflação

Pela sexta vez consecutiva, a instituição liderada por Andrew Bailey manteve a taxa de juro da libra nos 5,25% e afasta para já um corte da taxa de juro.

O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira que decidiu manter pela sexta vez consecutiva a taxa de referência em 5,25%. Na reunião que terminou na quarta-feira, o Comité de Política Monetária votou, por maioria de 7-2, a favor da manutenção da taxa bancária em 5,25%. “Dois membros preferiram reduzir a taxa bancária em 0,25 pontos percentuais, para 5%”, revela o Banco de Inglaterra em comunicado.

Esta votação sugere que há uma consideração ativa no seio do Banco de Inglaterra quando ao início de uma redução da taxa de juro, apesar de a maioria ter optado por manter a taxa atual. “É provável que tenhamos de reduzir a taxa de juro bancária nos próximos trimestres”, refere Andrew Bailey, presidente do Banco de Inglaterra, em conferência de imprensa. A discussão reflete as previsões de que a inflação retornará perto da meta de 2% no curto prazo, o que poderia justificar uma abordagem menos restritiva no futuro se as condições económicas permitirem.

No entanto, Andrew Bailey ressalva que ainda é precoce fazer qualquer corte na taxa de juro. “Ainda não chegámos a um ponto em que possamos reduzir a taxa base”, refere o líder do Banco de Inglaterra aos jornalistas, após a apresentação da decisão do Comité de Política Monetária, sublinhando ainda que “espero que a inflação aumente ainda este ano.”

“A política monetária terá de permanecer restritiva durante um período suficientemente longo para que a inflação regresse ao objetivo de 2% de forma sustentável a médio prazo, conforme o mandato do Comité de Política Monetária”, justifica o Banco de Inglaterra para manter a taxa de juro da libra no valor mais elevado desde 2008, mostrando com isso uma abordagem cautelosa face à evolução recente da inflação no Reino Unido.

Taxa de juro do Banco de Inglaterra“Desde o outono passado que o Comité considera que a política monetária deve ser restritiva durante um período prolongado, até que o risco de a inflação se tornar mais elevada do que o objetivo de 2% se dissipe”, lê-se no comunicado da instituição de liderada por Andrew Bailey.

O presidente do Banco de Inglaterra destacou ainda que, “desde fevereiro, a inflação dos salários e dos serviços tem sido superior às expectativas e isso deve dar-nos que pensar, mas não deve ser interpretada de forma exagerada.”

O Banco de Inglaterra refere que a inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) a 12 meses desceu para 3,2% em março, contra 3,4% em fevereiro, “prevendo-se que a inflação medida pelo IPC regresse a um nível próximo do objetivo de 2% a curto prazo, mas que aumente ligeiramente no segundo semestre do corrente ano, para cerca de 2,5%, devido à dissipação dos efeitos de base relacionados com a energia.”

Também a sustentar a decisão do Banco de Inglaterra estão alguns dados relacionados com o crescimento da economia inglesa. “Após uma ligeira fraqueza no ano passado, o PIB do Reino Unido deverá ter aumentado 0,4% no primeiro trimestre de 2024 e 0,2% no segundo trimestre”, lê-se no comunicado.

Andrew Bailey sublinha que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

“Apesar da retoma durante o período de previsão, prevê-se que o crescimento da procura continue a ser inferior ao crescimento da oferta potencial durante a maioria desse período”, refere o Comité de Política Monetária sublinhando ainda que “prevê-se que surja uma margem de folga económica durante 2024 e 2025 e que esta se mantenha depois disso, refletindo em parte a continuação da orientação restritiva da política monetária.”

A decisão do Banco de Inglaterra não foi de todo inesperada pelos mercados, que antecipam agora uma redução da taxa em junho com uma probabilidade de 50% “e, embora um primeiro corte em agosto esteja praticamente totalmente descontado, o número de cortes esperados no total este ano é de cerca de dois contra seis no início do ano”, refere Rhys Herbert, economista sénior do Lloyds Bank numa nota enviada esta manhã aos clientes do banco inglês.

Mas para isso acontecer será necessário que a inflação se mantenha de forma sustentável nos 2%. “O Comité de Política Monetária continua a estar preparado para ajustar a política monetária, conforme justificado pelos dados económicos, para que a inflação volte a atingir o objetivo de 2% de forma sustentável”, refere o Banco de Inglaterra em comunicado.

Quanto à possibilidade de o primeiro corte da taxa de juro surgir na reunião do Comité de Política Monetária em junho, Andrew Bailey ressalva que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

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