Meio século depois da Revolução, autarcas dizem que falta a regionalização

Meio século após o 25 de Abril, os autarcas com os quais o ECO/Local Online falou são unânimes em afirmar que falta a regionalização no país e lembram as conquistas que a Revolução dos Cravos trouxe.

O presidente da Câmara Municipal de Loulé tinha 18 anos quando, em 1976 e pela primeira vez na história do país, os portugueses foram às urnas escolher os representantes autárquicos. “Esta foi uma das grandes vitórias do 25 de Abril: uma rutura em relação a um passado em que os responsáveis locais eram nomeados e passaram a ser eleitos. É uma diferença tremenda”, apesar dos “conturbados tempos [que se seguiram], porque era um poder autárquico sem grandes meios para poder resolver problemas concretos das pessoas”, lembra Vítor Aleixo. Meio século depois, diz que falta a regionalização.

Passando em revista a Revolução dos Cravos, o socialista Vítor Aleixo recorda o “papel ativo” que teve, durante a sua juventude, nas primeiras eleições autárquicas no concelho de Loulé que agora preside. Chegou a participar ativamente no movimento estudantil democrático e lembra-se bem do quanto a instituição do poder autárquico gerou “toda uma revolução jurídica, política e institucional” que trouxe grandes mudanças ao país.

Presidente da Câmara Municipal de Loulé, Vítor Aleixo

Uma das grandes conquistas dos portugueses foi terem “uma voz ativa nas decisões que lhes dizem respeito e com impactos fortíssimos na transformação de um país estagnado em resultado de quase meio século de fascismo“, assinala, por sua vez, o presidente da câmara de Setúbal (CDU), André Martins. “O primeiro grande impacto foram, de facto, as eleições de 1976, com uma participação de 65% do eleitorado. Foram eleitos 304 presidentes de câmara, 5.135 deputados municipais e cerca de 26 mil deputados para as assembleias de freguesia. Nunca tal se tinha visto em Portugal”, recorda.

A Revolução dos Cravos plantou gradualmente conquistas de necessidades tão básicas nos dias de hoje “como o abastecimento de água e de eletricidade que, antes do 25 de Abril, eram um luxo para muitas populações, e que logo a seguir começaram a chegar a praticamente todo o lado”, enumera André Martins. Depois, lembra, “deu-se um salto notável na erradicação de barracas, na construção de uma vida melhor e mais digna para todos que só o 25 de Abril permitiu”.

O primeiro grande impacto foram, de facto, as eleições de 1976, com uma participação de 65% do eleitorado. Foram eleitos 304 presidentes de câmara, 5.135 deputados municipais e cerca de 26 mil deputados para as assembleias de freguesia. Nunca tal se tinha visto em Portugal.

André Martins

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal

Livre do regime ditatorial do Estado Novo, liderado por António Oliveira Salazar, o país ainda enfrentava carências ao nível de infraestruturas essenciais à qualidade de vida. “Parte das cidades e vilas ainda não tinha iluminação pública ou água e rede de tratamento de esgotos; para não falar do problema das estradas”, descreve, por sua vez, o edil de Loulé.

Vivia-se uma dura realidade. “Nesse período faltava tudo e nada havia. Não há comparação possível com tudo o que se construiu ao longo dos últimos 50 anos – grande parte pelo poder local democrático”, sublinha o autarca de Grândola, António Figueira Mendes.

“Salvo as grandes cidades e sedes de concelho, no restante território quase tudo estava por fazer”, concorda o presidente da Câmara de Alcácer do Sal (CDU), Vítor Proença. O 25 de Abril foi como que um balão de oxigénio. “Proporcionou meios aos movimentos de moradores e ao novo poder local democrático para que recuperassem imensos atrasos que as populações e o país tinham”, conta o autarca que viveu “intensamente” esse período. “Foram momentos de muita alegria em que as pessoas viam o trabalho e a obra a surgir diariamente”, lembra Vítor Proença.

Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins

Também o presidente da câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, considera que o “25 de Abril de 1974 representou um marco crucial na história de Portugal, trazendo consigo importantes mudanças para o poder autárquico”. Até porque, explana o edil social-democrata, “as autarquias locais estavam sujeitas a um controlo rígido por parte do Governo central, com pouca autonomia para tomar decisões que refletissem as necessidades e aspirações das comunidades locais”.

A Revolução dos Cravos abriu, assim, caminho a uma “democratização do sistema político e uma descentralização do poder, permitindo que as autarquias locais fossem eleitas democraticamente e ganhassem uma maior autonomia na gestão dos seus assuntos”, sustenta Ricardo Gonçalves. E, por consequência, trilhou o percurso para “uma participação mais ativa dos cidadãos na vida política local e uma maior proximidade entre os decisores políticos e a população”.

Nos dias de hoje é possível assistir ao impacto do 25 de Abril de Norte a Sul do país. “Em Santarém, como em muitas outras cidades de Portugal, o 25 de Abril trouxe uma nova era de desenvolvimento e progresso, com a implementação de políticas e projetos adaptados às necessidades específicas da comunidade”, assinala o edil em declarações ao ECO/Local Online.

Santarém
Presidente da Câmara Municipal de Santarém, Ricardo Gonçalves

“Ao longo do tempo foram atribuídas às câmaras municipais e às juntas de freguesia novas responsabilidades e competências, como a educação, a saúde, a cultura, o ambiente, entre outras; o que permitiu uma gestão mais eficiente e adaptada às necessidades específicas de cada comunidade”, destaca.

Meio século depois da revolução, o que faltava “cumprir de Abril”

Apesar de grandes melhorias e vitórias na sociedade e na política, meio século depois do 25 de Abril, “temos tido medo de assumir a regionalização”; existe uma certa “resistência” por vezes associada ao “mito” de que “se trataria de criar mais tachos e abriria a porta ainda mais corrupção”, aponta o autarca socialista de Loulé. Vítor Aleixo frisa mesmo que os “defensores acérrimos do centralismo não reconhecem que Portugal é de média dimensão na Europa, com diferenças regionais físicas, sociais e económicas que justificaria plenamente uma regionalização, porque seria um catalisador de desenvolvimento do país”.

Ainda assim, o edil do município algarvio considera que o modelo atual das comissões de coordenação e desenvolvimento regional (CCDR) “prepara o país para uma gradual regionalização”.

Temos tido medo de assumir a regionalização.

Vítor Aleixo

Presidente da Câmara Municipal de Loulé

A regionalização também acolhe votos junto do autarca de Setúbal que defende ser “um passo essencial que falta dar para aproximar mais o poder de decisão das pessoas, para lhes dar maior possibilidade de participação a nível local, bem como uma nova lei das Finanças Locais mais justa e adequada a esta capacidade das autarquias”.

André Martins considera que o poder continua muito centralizado e “tarda em reconhecer a forte capacidade de realização das autarquias”. Mesmo assim, sublinha, “os autarcas estão sempre dispostos a ter mais responsabilidades; mas o que não podem aceitar são descentralizações de competências que mais não são do que o alijar de responsabilidades do poder Central, e, o que é pior, sem as necessárias transferências financeiras para arcar com novas responsabilidades, como aconteceu nas áreas da educação e da saúde”.

O presidente da câmara de Setúbal lamenta ainda os “retrocessos” a que se tem assistido em áreas tão fundamentais como a habitação, “muito em resultado da ausência de políticas coerentes que acabam por deixar nos braços das autarquias a resolução de problemas em que não têm competências para tal, e muito menos os recursos necessários”.

Também o autarca de Santarém elenca como prioritárias a defesa da descentralização de competências e “a eventual regionalização do país“, além da modernização administrativa e transparência dos recursos públicos. “A prestação de contas é fundamental para manter a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas“, assinala Ricardo Gonçalves.

A prestação de contas é fundamental para manter a confiança dos cidadãos nas instituições democráticas.

Ricardo Gonçalves

Presidente da Câmara Municipal de Santarém

Aproximar o poder das pessoas e garantir uma gestão mais próxima e adaptada às especificidades locais, com vista a “fortalecer o poder autárquico e promover um desenvolvimento mais equitativo e sustentável”, é outro dos ideais a conquistar. “É imperativo garantir que todos os cidadãos se envolvam na gestão e nas decisões que afetam as suas vidas e comunidades“, defende o autarca social-democrata.

Também o presidente da câmara de Grândola, António Figueira Mendes, lamenta que “Portugal continue a adiar uma solução regional, prejudicando deste modo o país, as suas populações e em particular o Alentejo”. Continua, por isso, “a faltar a criação das regiões administrativas – o pilar intermédio que falta no triângulo do poder Constitucional e que fará a ligação entre os dois níveis de administração pública já existentes: a Administração Central e a Administração Municipal”.

Presidente do município de Grândola, António Figueira Mendes

Igualmente o autarca de Alcácer do Sal é da opinião de que “a transferência de competências foi uma transferência de encargos; não é uma qualquer regionalização tal como a Constituição estabelece”. Para Vítor Proença é “imprescindível criar regiões com órgãos eleitos e em que os recursos financeiros sejam oriundos dos valores elevadíssimos que o Orçamento de Estado suporta hoje com a Administração indireta do Estado (CCDR, Autoridades de Gestão, antigas Direções Regionais, entre outras)”.

Aliás, reitera o edil de Alcácer do Sal, “com a criação de regiões podia haver muito melhor planeamento nos investimentos de cada território e o combate a muita insuficiência e desperdício”. Vítor Proença elenca, por fim, a necessidade de mais recursos financeiros para o poder local, dado que a vida provou que as autarquias têm muito mais poder de investimento e concretização que o poder Central e continuam a trabalhar em subfinanciamento“.

Presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença

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Dos pagamentos ao calçado. Cinco empresas criadas na revolução que sobrevivem até hoje

Nasceram em pleno período de convulsão revolucionária e vingaram à celebração dos 50 anos do 25 de Abril. Conheça os casos da Unicre, da ACO, da Barata & Ramilo, da Silsa e da Secil Betão.

Nasceram em pleno período de convulsão revolucionária, entre nacionalizações e manifestações. Passaram pelo choque petrolífero, pela crise das tecnológicas após a queda das Torres Gémeas, sobreviveram à crise financeira de 2008, à crise da dívida soberana e ao regresso das guerras à Europa. Conheça a história de cinco empresas criadas logo após o 25 de Abril de 1974 e que sobreviveram até aos dias de hoje.

Unicre, o símbolo do capitalismo que nasceu na Revolução

17 de abril de 1974. É assinada a escritura para a constituição da UNICRE, a primeira instituição financeira especializada na emissão de cartões de pagamento e soluções de pagamento. Oito dias depois o país acorda com a Revolução dos Cravos. É o fim da ditadura e o início da democracia em Portugal. Os próximos dois anos seriam marcados por nacionalizações, revoltas e tentativas de golpes. O país apenas serena nas primeiras eleições democráticas, em abril de 1976. “A Unicre é uma história de resiliência que até a mim me surpreende”, refere João Baptista Leite, em declarações ao ECO.

“Foram dois anos bastante conturbados, com muita instabilidade. A Unicre nasceu no meio de um país conturbado e manteve-se ativa, sobrevivendo a todas as crises“, explica o CEO da empresa que “teve o cariz de poder produzir e entregar cartões” – “o símbolo do capitalismo” – num Portugal que ainda estava a definir a sua democracia e onde essa palavra era demonizada.

Foram dois anos bastante conturbados, com muita instabilidade. A Unicre nasceu no meio de um país conturbado e manteve-se ativa, sobrevivendo a todas as crises. Teve o cariz de poder produzir e entregar cartões. É o símbolo do capitalismo.

João Baptista Leite

CEO da Unicre

Numa viagem histórica ao que foi o início da Unicre, a instituição constituída pelos Bancos Totta & Açores, Borges e Irmão, Espírito Santo, Fonsecas & Burnay, Nacional Ultramarino e Português do Atlântico – a banca viria entretanto a ser nacionalizada -, João Baptista Leite recorda que “é neste ambiente que [a empresa] emite os primeiros cartões Unibanco com a marca MasterCharge/Interbank”. Um método de pagamento que pode podia ser usado por quem viajava para fora do país.

Em 1982 surgem os primeiros cartões Visa e, quatro anos depois, a Redunicre inicia a aceitação nos estabelecimentos comerciais do primeiro cartão de débito emitido em Portugal, o Cartão Totta Gold. “É a primeira iniciativa de pagamentos internacionais nos estabelecimentos comerciais”, diz o líder da Unicre. “Estive mais de 20 anos no Canadá e usava sempre dinheiro quando vinha a Portugal. Em 1986 vinha muito feliz porque podia usar o meu cartão” em Portugal.

Num setor que atravessou uma verdadeira revolução nos últimos anos – e ainda enfrenta -, a Unicre sempre foi “focada no que é o futuro”, promovendo um “modelo de mudança de pagamentos em Portugal”. “Fez a adaptação do que foi o comércio digital”, diz João Baptista Leite, destacando “uma transformação radical nos pagamentos nos últimos anos“. “Conseguimos transformar os pagamentos de uma forma relativamente simples”, remata.

De acordo com o CEO da Unicre, a empresa sempre se manteve focada em perceber as necessidades dos comerciantes e particulares, tendo apostado no contactless em 2019, quando este método de pagamento representava apenas 6% a 7% e preparou o e-commerce, que viria a explodir com a pandemia. “Já estávamos lá”. Hoje, a empresa continua a apostar na tecnologia e a trabalhar em parcerias com fintech e empresas tecnológicas. Destas parcerias nasceu o Parcela Já. “É um produto parcelado para facilitar a vida a clientes e comerciantes“, oferecendo uma alternativa aos clientes que não querem recorrer a crédito.

A REDUNIQ Soft, destinada a comerciantes, é outra das soluções que a Unicre disponibiliza atualmente. Trata-se de um terminal de aceitação no Android, que facilita a movimentação e simplifica os pagamentos. Mas não é apenas a vida dos comerciantes que tem sido facilitada com as soluções da Unicre. Desde o ano passado que os utilizadores do Metro de Lisboa podem fazer pagamentos contactless nos canais de validação de todas as estações, em resultado de uma parceria entre a Unicre e a Visa. “A ideia de simplificar é fundamental e é uma ideia que estamos a prosseguir“, conclui o CEO da empresa.

25 de Abril foi o “pontapé de saída” para a ACO

Armindo Costa vivia na Parede quando aconteceu a revolução do 25 de Abril. “Foi uma festa fantástica. Foi um momento único da minha vida”. Mas os meses que se seguiram à revolução trouxeram “alguma crispação permanente”. “Havia demasiadas greves, contestação e instabilidade” que afetaram a atividade da Novotex, empresa onde exercia o cargo de diretor-geral, sendo responsável pela produção da fábrica. Foi este o pretexto para Armindo Costa, antigo presidente da Câmara de Famalicão, regressar ao Norte, onde tinha origens. “Tinha estudado calçado em Inglaterra e disse: ‘vou montar a minha fábrica’“, confidencia ao ECO. E assim nasceu, em 1975, no rescaldo da revolução, a ACO – Fábrica de Calçado Limitada, com sede em Mogege, no concelho de Vila Nova de Famalicão.

Amândio de Azevedo, ministro do Trabalho e da Segurança Social, com o presidente da ACO, Armindo Costa, por ocasião do 10º aniversário da empresa.

A fábrica arrancava com um grupo de 11 pessoas, que incluía dois colaboradores que Armindo Costa tinha levado consigo para a Parede, em 1973. Augusto Martins e Fernando Ferreira juntaram-se ao projeto, do que faziam parte outros oito trabalhadores. O empresário e ex-autarca decidiu focar-se no calçado de conforto para o público feminino. Uma estratégia que se revelou vencedora e tornou a empresa um caso de sucesso em Portugal, conseguindo sobreviver “ao calor dos largos meses de instabilidade política e social que se seguiram à revolução democrática do 25 de abril de 1974″.

O chamado “verão quente” de 1975 não se ficou pela política. Além da instabilidade que o país atravessava, a recém-criada ACO ainda teve de enfrentar um desafio inesperado: um incêndio que atingiu a fábrica. “Os montes aqui à volta estavam a arder e um armazém nosso também ardeu“, conta o empresário, em tom leve. Foi apenas mais um desafio que a empresa superou.

Cinco décadas depois, o Grupo ACO Shoes tem uma presença global, com três fábricas, 810 funcionários – 320 na sede, 150 em Porte de Lima e 220 em Cabo Verde -, 6.500 pares de sapatos produzidos diariamente e presença em 33 países. O grupo conta com 13 mil metros quadrados de área coberta e mais 80 mil metros quadros disponíveis à volta, um pavilhão gimnodesportivo, infantário, médico e “é uma empresa amiga do ambiente”, sintetiza o empresário de Mogege, que aos 86 anos continua a liderar a empresa que fundou há quase 50 anos.

Nos dois filhos e nos quatro netos – um a trabalhar já com ele e outro a caminho -, Armindo Costa, que liderou a Câmara de Famalicão entre 2002 e 2013, vê o futuro. “50 anos para uma empresa não é muito. Se os meus netos quiserem, daqui a 50 anos estarão aqui para festejar os 100 anos” da ACO.

Da Barata & Ramilo até à Parfois

Foi apenas aos 42 anos, em 1994, que Manuela Medeiros lançou a Parfois, a empresa de acessórios de moda que a tornou famosa e aumentou de forma exponencial o valor da sua fortuna. Mas a carreira da empresária começou bem antes. Segundo os dados revelados ao ECO pela Informa D&B, a constituição da Barata & Ramilo S.A., a empresa que detém a Parfois, remonta a 5 de maio de 1974, poucos dias após a Revolução dos Cravos.

Dedicada à área do vestuário e dos acessórios, a Barata & Ramilo é uma das empresas criadas na época da revolução de abril que, não só se manteve em atividade, como viu o seu negócio disparar após a criação da Parfois, pela mão de Manuela Medeiros. A empresária foi pioneira em Portugal na abertura de uma loja exclusiva de acessórios de moda, tendo a inspiração surgido das várias viagens que fazia a Inglaterra. Queria vender peças a preços acessíveis, que agradassem à maioria das pessoas. O negócio não poderia ter tido mais sucesso.

A Parfois tem atualmente mais de mil lojas em todo o mundo e está presente em 70 países, tendo registado um crescimento médio de 24% ao ano desde 2010. Segundo os cálculos da Forbes Portugal ao valor patrimonial da empresa Barata e Ramilo, Manuela Medeiros, de 70 anos, tem uma fortuna avaliada em cerca de 274 milhões de euros e encontra-se na 43º posição do ranking das maiores fortunas.

Segundo os dados da Informa D&B, a Barata e Ramilo fechou o ano de 2022 com um volume de negócios de cerca de 267 milhões de euros.

Silsa, a confeção de Abade de Neiva que resistiu à revolução

Dois meses antes do 25 de abril nascia a Silsa Confecções. Sediada em Abade de Neiva, Barcelos, a empresa fundada por Francisco Dias da Silva. O dono da têxtil é mais conhecido pelos cargos que exerceu nos dois principais clubes de futebol e de hóquei em patins do concelho minhoto – foi presidente do Gil Vicente e do Óquei de Barcelos. Contudo, antes de liderar os clubes da terra cimentou as bases para o sucesso da sua têxtil e conseguiu garantir a sobrevivência da empresa de confeções, que se mantém até hoje em Abade de Neiva.

Bem conhecida na região, a Silsa sobreviveu à revolução e convulsão nos dois anos seguintes, e a todas as crises que se seguiram ao longo dos últimos 50 anos. Com atividade na produção e confeção de vestuário interior e exterior de malha de artigos têxteis com padrões de alta qualidade, para homem, mulher e crianças, a empresa tem-se adaptado às novas tendências.

A empresa tem certificações GOTS e GRS, na área da sustentabilidade, assumindo um compromisso com práticas de qualidade e sustentabilidade. A empresa conta com vários projetos cofinanciados com fundos europeus.

Secil Betão, um negócio “cimentado” em 1974

A Secil Betão é uma das empresas da revolução. Constituída em 1974 com os capitais provenientes da então Cinorte – Companhia de Cimentos do Norte, apenas 10 anos mais tarde, em 1984, passou a integrar o conjunto das participações detidas pela Secil no setor.

À época era considerada uma pequena empresa, com apenas cinco centrais: Braga (a primeira Secil Betão), Viana do Castelo, Vila da Feira, Vila Nova de Gaia e Sines. Contudo, ao longo das últimas décadas, a empresa registou um forte crescimento, seja através da aquisição de outras empresas do setor, seja através da abertura de novas centrais, de acordo com a informação partilhada no site da empresa.

A Secil Betão está integrada na Secil, constituindo uma das áreas de negócio da cimenteira portuguesa. A companhia opera atualmente em três fábricas de cimento em Portugal: Outão, Maceira e Cibra. No mercado internacional, marca presença em Angola, na Tunísia, no Líbano, em Cabo Verde, na Holanda e no Brasil.

Com oito fábricas de cimento e presença em sete países e quatro continentes, o grupo Secil garante uma capacidade anual de produção de cimento superior a 9 milhões de toneladas.

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Expresso, o jornal que nasceu com os “ares” da democracia

"Não há muitos jornais que tenham nascido antes da revolução e continuado com boa vida", comenta ao +M Gustavo Cardoso, diretor do OberCom.

“É raro um Governo de direita ser derrubado pelas suas próprias Forças Armadas. Em 25 de Abril de 1974 isso sucedeu em Portugal. Nas ruas, nos cafés, nos transportes coletivos, o ambiente é de alegria. O semblante normalmente triste dos portugueses resplandece com as perspetivas de «libertação do País do regime que há longo tempo o domina”. O Programa do Movimento das Forças Armadas Portuguesas parece, na verdade, satisfazer todas ou quase todas as aspirações de um povo que durante largos anos viveu «em crescente desenvolvimento de uma tutela de que resulta constante apelo a deveres com paralela denegação de direitos»”.

As palavras são do então diretor do Expresso, Francisco Pinto Balsemão, e dão início ao editorial de 27 de abril de 1974, um sábado, dia em que o título lançado um ano antes chegou às ruas. “Naquela quinta-feira, as coisas ainda não estavam claras sobre quem mandava e com que objetivos. Decidi, por isso, contra a vontade de alguns dos meus companheiros do Expresso, não avançar com uma edição especial na sexta-feira e decidi que o jornal sairia, normalmente, no sábado“, recorda o fundador do grupo Impresa em ‘Memórias’, livro que lançou em 2021.

Foi o número 69 do Expresso, jornal que custava então cinco escudos, o equivalente a dois cêntimos, em euros. Foi também a primeira edição sem censura. Nas 68 anteriores, submetidas ao lápis azul, o semanário leva mais de quatro mil cortes, em quase dois mil textos, conta o jornalista José Pedro Castanheira, em janeiro de 2013, num texto que assina os 40 anos do título da Impresa.

Francisco Pinto Balsemão, Marcelo Rebelo de Sousa, Augusto de Carvalho, José António Saraiva, Henrique Monteiro, Ricardo Costa, Pedro Santos Guerreiro e, desde 2019, João Viera Pereira foram os oito diretores do semanário que nasceu com a assinatura “Expresso, o jornal dos que sabem ler” e que 50 anos depois, para assinalar o 25 de Abril, adota como ‘claim’ “Liberdade para pensar“.

A 28 de outubro de 2006, conta o próprio Expresso, o jornal atinge o seu recorde absoluto de circulação, ao vender 202.108 exemplares em banca, no final de uma oferta de DVD aos leitores. Dezoito anos depois, o contexto é diferente e os desafios dos media também, mas o Expresso continua a ser, na soma das vendas do papel com as digitais, o jornal com maior circulação paga do país: 91 mil na média de 2023, de acordo com dados da Associação Portuguesa para o Controle da Tiragem e Circulação.

Fonte: Obercom – 50 anos de (R)evolução na Comunicação

Não há muitos jornais que tenham nascido antes da revolução e continuado com boa vida”, comenta Gustavo Cardoso, diretor do OberCom. “O Expresso cresceu bem em termos de idade e soube aproveitar a passagem do papel para o digital, tornando-se também transmedia“, aponta o diretor do Observatório da Comunicação, referindo-se à aposta nos podcast ou à presença em formatos de televisão com o nome associado.

Foi um jornal atual em 1973 e é hoje um jornal no qual todos os políticos gostam de aparecer, um jornal de referência na sociedade portuguesa“, prossegue, salientando a sua “capacidade de continuar a existir — olhando para os dados, não está em vias de extinção — e de ter sobrevivido às mudanças de tempos“.

O sucesso do Expresso deve-se precisamente à democracia. É preciso o projeto casar com o tempo, e surge com o ‘ar do tempo’, que é o ar de mudança. E soube adaptar-se a essa mudança“, conclui Gustavo Cardoso a propósito dos 50 anos do 25 de abril e de “um jornal do seu tempo, mas que conseguiu ganhar alguma intemporalidade“.

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ISDIN protege os tenistas do Mutua Madrid Open pelo sétimo ano consecutivo

  • Servimedia
  • 25 Abril 2024

O laboratório é mais uma vez o fotoprotetor oficial de um dos torneios de ténis mais importantes de Espanha, que se realiza de 22 de abril a 5 de maio.

Por mais um ano, o laboratório ISDIN manteve a sua aliança com o Mutua Madrid Open como fotoprotetor oficial do torneio de Madrid. O objetivo desta colaboração é sensibilizar para a necessidade de fotoprotecção nos desportos ao ar livre, mas também na vida quotidiana, para prevenir os efeitos nocivos do sol, que podem ir desde o fotoenvelhecimento prematuro até ao cancro da pele.
Entre as ações que a ISDIN levará a cabo no âmbito do Mutua Madrid Open, destaca-se uma atividade que já se tornou um clássico no torneio: o treino dos balões com os embaixadores e amigos da marca. Nesta ocasião, os embaixadores Sebastián Báez, Elise Mertens e Camila Osorio, juntamente com o amigo da marca Casper Ruud, mostrarão aos atletas mais jovens como se protegerem do sol enquanto desfrutam do ténis.

Carlos Alcaraz, atual campeão do Mutua Madrid Open e embaixador da ISDIN, e os tenistas Martín Landaluce, Sebastián Báez, Elise Mertens e Camila Osorio, também embaixadores da ISDIN, participarão no torneio. Todos eles, para além de competirem, apoiarão a Campanha de Sensibilização para a Fotoproteção da ISDIN no Mutua Madrid Open, como fazem todos os anos.

Fusion Water Magic by Alcaraz

Este ano, como novidade, todos os participantes no Mutua Madrid Open poderão descobrir e desfrutar do novo Fusion Water Magic by Alcaraz, uma co-criação da equipa de I&D da ISDIN e de Carlos Alcaraz para oferecer a todos os desportistas um protetor solar especialmente concebido para o desporto.

Este é um projeto pessoal de Carlos Alcaraz em conjunto com a ISDIN para continuar a inspirar milhares de pessoas a protegerem-se enquanto praticam desportos ao ar livre e, assim, contribuir para ajudar a reduzir a incidência do cancro da pele.

O ISDIN colabora com o Mutua Madrid Open desde 2018 com o objetivo de promover a saúde da pele e prevenir os danos causados pela exposição solar. É mais uma ação que se insere na campanha global de sensibilização para a fotoproteção nos desportos ao ar livre que o laboratório promove há anos.

Esta ligação com o desporto levou a marca a estar presente há anos nos mais importantes torneios de ténis do mundo, como o ATP de Buenos Aires, o Rio Open, o Chile Open, o Los Cabos Tennis Open, o Abierto Mexicano de Tenis, o Millennium Estoril Open, o Barcelona Open Banc Sabadell e, este ano, pela primeira vez, o Roland-Garros de Paris, que se realiza de 20 de maio a 9 de junho.

Este ano, a ISDIN será também o fotoprotetor oficial da America’s Cup, a mais importante competição de vela do mundo, que este ano se realizará em Barcelona. Desta forma, a ISDIN sublinhou que “protegerá tanto os participantes no evento como os melhores velejadores do mundo e os membros das equipas da America’s Cup que se reunirão na cidade catalã no próximo verão”.

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Com mais capital de risco e milionários, Portugal recupera no ranking da qualidade das elites

Portugal sobe cinco lugares no Índice de Qualidade das Elites, que avalia 151 países. Óscar Afonso aponta “deterioração” nos indicadores do investimento estrangeiro, produtividade e custos com saúde.

Depois do trambolhão de oito posições na edição do ano passado, Portugal recupera cinco posições e sobe ao 25.º lugar do mais recente ranking de qualidade das elites, entre 151 países analisados, um instrumento que mede a forma como o modelo de geração de riqueza das elites é mais ou menos extrativo em termos de poder (político e económico) e o seu potencial de tradução em valor, penalizando ou favorecendo o progresso do país.

Os resultados da quinta edição do Índice de Qualidade das Elites (EQx2024), que avaliou 146 indicadores, mostrou que Portugal subiu 1,4 pontos em relação ao ano anterior, para 58,4 pontos, sobretudo devido à melhoria registada em dois indicadores (financiamento de capital de risco e evolução do número de milionários) que “podem variar muito numa economia relativamente pequena como a portuguesa, com apenas alguns milionários e um pequeno mercado de capital de risco”.

A explicação é dada por Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP), instituição que participa neste estudo em colaboração com a Universidade de Saint Gallen (Suíça) e uma rede internacional de parceiros e instituições académicas. Por outro lado, “os indicadores relacionados com a produção e o trabalho mostraram uma tendência preocupante, evidenciando uma deterioração em vários deles, como os respeitantes aos custos com a saúde, o investimento direto estrangeiro e a produtividade”.

Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia do Porto, em entrevista ao ECO - 17MAI23
Óscar Afonso, diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)Ricardo Castelo/ECO

Óscar Afonso, que renunciou ao mandato de deputado após ser eleito nas listas da AD, é o autor do estudo a nível nacional, juntamente com a também professora Cláudia Ribeiro e o coordenador do Gabinete de Estudos Económicos, Empresariais e de Políticas Públicas (G3E2P) da FEP, Nuno Torres. O ranking é liderado por Singapura, que retoma este ano o lugar cimeiro que tinha perdido para a Suíça. Países Baixos, Japão e Nova Zelândia completam o top 5.

Já no que se refere aos novos indicadores inseridos nesta edição, os promotores do estudo destacam ainda, em comunicado enviado às redações, que essas classificações ficam abaixo da posição global do país neste ranking: Portugal ocupa o 55.º lugar no Índice de Acessibilidade da Habitação, o 41.º lugar na Densidade da Rede Ferroviária e o 27.º lugar no Índice Global de Inteligência Artificial.

A potencial diminuição da extração por parte das elites face ao que se verificava antes da pandemia ainda não se traduziu num progresso efetivo, em prol da sociedade, em termos de valor gerado pelos modelos de negócio das elites.

Óscar Afonso

Diretor da Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP)

“Enquanto Portugal progrediu na atenuação do potencial extrativo das elites, tal não impediu uma deterioração em termos de valor gerado em 2024, com origem no valor económico. Comparando com a primeira edição [2020, com indicadores de 2019], verifica-se que o subíndice de Poder está acima do nível pré-pandemia, mas o subíndice de Valor ainda não atingiu esse patamar”, resume Óscar Afonso.

Isso implica, segundo contextualiza o diretor da FEP, que “a potencial diminuição da extração por parte das elites face ao que se verificava antes da pandemia ainda não se traduziu num progresso efetivo, em prol da sociedade, em termos de valor gerado pelos modelos de negócio das elites”.

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Ausência de serviços mínimos é incompetência da tutela, diz Sindicato Funcionários Judiciais

  • Lusa
  • 24 Abril 2024

Já o Ministério da Justiça imputa ao sindicato a responsabilidade de não ter os ter indicado no pré-aviso de greve, para a paralisação que começou a 20 de dezembro de 2023.

O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) acusou esta quarta-feira a ministra da Justiça de estar a atirar para os sindicatos responsabilidades no incumprimento de prazos para apresentação de detidos a interrogatório que resultam da “incompetência pura” dos serviços da Justiça.

Pelo menos 12 detidos vão sair esta quarta em liberdade na área metropolitana de Lisboa devido à greve dos oficiais de justiça, envolvendo casos de homicídio, violência doméstica e tráfico de droga, segundo adiantou à Lusa fonte do SFJ. “O feriado do 25 de Abril ficou entre duas greves sem serviços mínimos e os detidos que acabarem o prazo de 48 horas entre estes três dias [quarta, quinta e sexta-feira] esgotam o prazo antes do turno de sábado de manhã no Tribunal Central de Instrução Criminal” [também conhecido como Ticão], referiu.

Num esclarecimento, enviado à comunicação social sobre não terem sido decretados serviços mínimos, o Ministério da Justiça (MJ) imputa ao sindicato a responsabilidade de não ter os ter indicado no pré-aviso de greve, para a paralisação que começou a 20 de dezembro de 2023 e que termina na sexta-feira, 26 de abril, e que decorreu nas manhãs de quarta-feira e sexta-feira.

O MJ acrescenta que na falta dessa indicação, a Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) solicitou ao tribunal arbitral que decretasse serviços mínimos, o que este entendeu não fazer, tendo a DGAJ recorrido para o Tribunal da Relação da Lisboa, “num processo de natureza urgente, tendo dado entrada a 29 de dezembro de 2023” e que ainda aguarda decisão.

No entanto, à Lusa, o presidente do SFJ, António Marçal, disse que a ausência de serviços mínimos nos dias colados ao 25 de abril resultam da “incompetência pura” da DGAJ, que “não fundamentou bem o pedido” de serviços mínimos feito ao colégio arbitral.

Marçal recordou que, em situações anteriores, em que foram agendadas greves para períodos que abrangiam, por exemplo, feriados municipais, a DGAJ teve isso em atenção, solicitando que fossem decretados serviços mínimos para os serviços na área territorial abrangida pelo feriado municipal, o que foi concedido.

“A situação em concreto [do feriado do 25 de Abril] não foi suscitada pela DGAJ. Ao querer imputar responsabilidades ao sindicato, a senhora ministra está a ir por um mau caminho”, criticou Marçal, que acrescentou que não houve da parte da tutela qualquer contacto com o sindicato para uma “tentativa de coordenar a situação”.

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Dois portugueses mortos e vários feridos em acidente com autocarro na Namíbia

  • Lusa
  • 24 Abril 2024

Um dos autocarros transportava 22 turistas portugueses, havendo, além das duas vítimas mortais, vários feridos, cujo grau de gravidade desconhece.

Dois portugueses morreram e vários ficaram feridos num acidente que envolveu esta quarta-feira dois autocarros na zona de Walvis Bay, na Namíbia, disse à Lusa o secretário de Estado das Comunidades. José Cesário disse à Lusa que um dos autocarros transportava 22 turistas portugueses, havendo, além das duas vítimas mortais, vários feridos, cujo grau de gravidade desconhece.

Os feridos foram transportados para o hospital local e as famílias estão a ser contactadas pela Embaixada de Portugal em Windhoek, adiantou. Segundo o secretário de Estado, há pessoas de várias nacionalidades envolvidas no acidente.

O grupo de turistas portugueses, do Norte do país, viajava através de uma agência de viagens, acrescentou José Cesário, sublinhando que tem estado a acompanhar a situação. A notícia do acidente, que ocorreu ao final da manhã desta quarta, foi avançada pela CNN.

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Vai circular em Lisboa no 25 de abril? Estas ruas vão estar cortadas

Várias estradas em Lisboa vão estar condicionadas esta quinta-feira devido às comemorações dos 50 anos do 25 de abril. Descubra quais.

As comemorações dos 50 anos do 25 de abril vão levar ao condicionamento de diversas estradas em Lisboa. O aviso foi feito esta quarta-feira pelo Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, através da Divisão de Trânsito.

“Para garantir a segurança dos participantes e o normal decurso dos eventos, a PSP irá implementar, de forma sequencial e apenas na medida do estritamente necessário, diversos condicionamentos de trânsito“, referem em comunicado.

Estas são as ruas de Lisboa que vão estar condicionadas na próxima quinta-feira, dia 25 de abril:

Praça do Comércio, pelas 6h00

  • Avenida Ribeira das Naus;
  • Largo do Corpo Santos;
  • Rua do Arsenal;
  • Calçada do Ferragial;
  • Calçada de São Francisco;
  • Rua de São Julião;
  • Rua do Ouro;
  • Rua dos Fanqueiros;
  • Praça da Figueira;
  • Rua da Conceição;
  • Rua da Padaria;
  • Rua do Comércio.

Junto ao Palácio Nacional S. Bento, pelas 7h00

  • Calçada da Estrela;
  • Rua de São Bento;
  • Avenida Dom Carlos I.

Por toda a cidade devido ao desfile Popular Comemorativo e Manifestação Habeas Corpus, a partir das 12h30

  • Alameda Cardeal Cerejeira;
  • Praça Marquês de Pombal;
  • Avenida da Liberdade;
  • Praça dos Restauradores;
  • Rua 1º de Dezembro;
  • Praça Dom Pedro IV;
  • Rua do Ouro;
  • Rua do Comércio;
  • Rua do Arsenal;
  • Largo do Corpo Santo;
  • Praça do Comércio.

Belém, pelas 16h00

  • Avenida da Índia;
  • Praça do Império;
  • Arruamento do CCB;
  • Arruamento Largo.

Junto ao Palácio Nacional da Ajuda, pelas 16h00

  • Largo da Ajuda;
  • Alameda dos Pinheiros

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Proposta do Governo de corte no IRS será votada na especialidade, mas sem garantias de aprovação

Além da proposta do Governo, também a do Chega e da Iniciativa Liberal desceram à especialidade. Hugo Soares espera, "francamente", que daqui a 15 dias "um texto único" seja aprovado.

Depois de não ter conseguido reunir consensos junto dos partidos na Assembleia da República, o Governo decidiu propor que a votação para a proposta de alívio fiscal fosse adiada por duas semanas, remetendo-a para a especialidade. A proposta foi aprovada esta quarta-feira na Assembleia da República.

Esperemos, francamente, que daqui a 15 dias, o país possa ter uma baixa de impostos e um texto único aprovado pelo Parlamento”, a do Governo, afirmou Hugo Soares, líder parlamentar do PSD, esta quarta-feira, após o debate no Parlamento. Mas não será certo que isso aconteça pois, à semelhança do texto do Executivo de Luís Montenegro, também serão debatidas na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública as propostas do Chega e da Iniciativa Liberal. A decisão aconteceu a pedido dos próprios partidos que pediram que os textos não fossem a votos no debate desta tarde.

Hugo Soares recordou que o Governo não tem maioria absoluta e que, por isso, optou por dar um sinal de “grande abertura ao diálogo”, procurando com todos os grupos parlamentares chegar a um “consenso” no debate na especialidade.

“Foi isso que me propus fazer, mas infelizmente o PS mostrou-se absolutamente encostado a uma posição irredutível, não quis negociar” e “conseguiu algumas coligações negativas”, disse.

Do lado do PS, Alexandra Leitão garantiu que o PS está disponível para fazer “um debate mais amplo na medida do possível”, mas sublinhou que os socialistas “não viabilizarão propostas” que não assegurem uma redução fiscal “equitativa” e “abrangente” face aos rendimentos mais baixos, tal como sugere a proposta do Governo.

Isso nunca terá o nosso acordo na especialidade. Temos a convicção profunda de que o nosso projeto é melhor e é por ele que nos vamos bater”, respondeu aos jornalistas na Assembleia da República.

Quanto ao Chega – que apresenta uma proposta que se traduz num custo adicional é de mil milhões de euros –, André Ventura já tinha admitido viabilizar a proposta do PS, e esta tarde, durante o debate, o líder do partido voltou a deixar essa ameaça. “Se a vossa proposta assim se mantiver, o Chega não poderá acompanhar a vossa proposta“, avisou Ventura.

Perante as duas propostas, Ventura diz que “na escolha entre cores partidárias e ideologias e o bolso dos portugueses, o Chega estará do lado dos portugueses, ideologias à parte”.

A proposta do Governo será debatida e votada daqui a duas semanas no Parlamento, na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública, tal como a proposta da Iniciativa Liberal. Texto do Chega só deverá ser discutido mais tarde.

Por outro lado, parlamento aprovou na generalidade as propostas do PS, BE e PCP sobre o IRS. Os deputados aprovaram o projeto do PS que defende reduções mais acentuadas das taxas do IRS sobre os escalões de rendimento mais baixos (entre 1.000 e 2.500 euros brutos mensais). A iniciativa foi aprovada com o voto favorável do PS, BE, PCP, PAN e Livre, a abstenção o Chega e da IL e o voto contra do PSD e do CDS-PP.

Já os projetos do Bloco de Esquerda foram viabilizados com os votos favoráveis do proponente, PS, IL, PCP, Livre e PAN, enquanto o Chega se absteve e o PSD e CDS-PP votaram contra. Os bloquistas propõem o aumento do valor das deduções específicas (sobre trabalho e pensões) e da dedução dos encargos com imóveis para os 360 euros, bem como a eliminação da norma que impede as pessoas com empréstimo à habitação contraído após 2011 de beneficiarem desta dedução.

O projeto do PCP, por seu lado, contou com o voto favorável do PS, BE, PAN, PCP e Livre, a abstenção da IL e Chega e votos contra dos partidos que apoiam o Governo. A iniciativa dos comunistas insiste na obrigatoriedade do englobamento dos rendimentos sujeitos a taxas especiais e liberatórias, como rendas, mais-valias ou juros, para quem está no patamar cimeiro dos escalões, propondo ainda a subida da dedução específica e a sua atualização em função do IAS, a redução das taxas que incidem sobre os dois primeiros escalões e o agravamento das que incidem sobre os escalões de rendimento mais levado. É ainda criado um novo para rendimentos acima de 250 mil euros por ano, com uma taxa de 56%.

Já A proposta do Governo, que agora baixa à especialidade, prevê uma redução adicional entre 0,25 e 3 pontos percentuais nas taxas que incidem do 1.º ao 8.º escalões de rendimento, com a maior descida (3 pontos percentuais) a incidir sobre o 6.º escalão. No 9.º escalão, a taxa mantém-se sem alterações. Segundo as contas do Governo, esta redução traduz-se num alívio fiscal adicional de 348 milhões de euros este ano face ao que vigora desde janeiro, a que se somará uma redução de 115 milhões de euros em 2025, através do reembolso do IRS.

O projeto do Chega, por seu lado, propõe uma redução mais substancial das taxas do imposto até ao 8.º escalão – deixando apenas inalterada a do 9.º, que corresponde ao escalão de rendimento mais elevado.

Já o da Iniciativa Liberal propõe o aumento a dedução específica (o ‘desconto’ que é automaticamente atribuído aos rendimentos do trabalho e de pensões), a redução das taxas do imposto (considerando apenas dois patamares) e fixa o mínimo de existência no valor equivalente a 14 salários mínimos nacionais ao valor atual (820 euros).

O projeto do Livre (que propunha uma redução das taxas de IRS nos escalões mais baixos e um agravamento da que incide nos mais altos) e o do PAN (visando um programa de emergência fiscal) foram chumbados.

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PCP quer ouvir Passos Coelho e José Luís Arnaut sobre privatização da ANA

  • Lusa
  • 24 Abril 2024

O deputado do PCP António Filipe garantiu que o partido “não vai desistir de responsabilizar politicamente os autores desta decisão”.

O PCP requereu esta quarta-feira as audições dos “autores da decisão” de privatizar a ANA Aeroportos, em 2013, entre os quais o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e o presidente do Conselho de Administração da gestora aeroportuária, José Luís Arnaut.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, pouco depois de PSD, CDS e PS terem chumbado a comissão de inquérito à privatização da ANA, concretizada em 2013, o deputado do PCP António Filipe garantiu que o partido “não vai desistir de responsabilizar politicamente os autores desta decisão”.

“Hoje mesmo requeremos à comissão de Economia a audição dos membros do Governo que foram responsáveis pelas decisões relativamente à privatização da ANA Aeroportos, designadamente o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, o antigo ministro das Finanças Vítor Gaspar, a antiga secretária de Estado do Tesouro Maria Luís Albuquerque e o ex-secretário de Estado [das Infraestruturas] Sérgio Albuquerque”, afirmou.

Além destes antigos governantes, o PCP requereu também a audição do presidente do Conselho de Administração da ANA, José Luís Arnaut, assim como do atual presidente executivo da gestora aeroportuária, Thierry Ligonnière e das organizações representativas dos trabalhadores.

António Filipe salientou que o chumbo da comissão de inquérito proposta pelo PCP é “negativo” e não deixa de surpreender o partido que PSD, CDS e PS “se recusem a averiguar imputações gravíssimas de lesão do interesse público que foram cometidas neste processo de privatização”. O deputado salientou que um dos argumentos utilizados pelo PSD e PS para chumbarem o inquérito foi que “a comissão de economia tinha competências para proceder a audições sobre esta matéria e averiguar o que fosse necessário”, o que considerou não ser verdade.

Como se sabe, as comissões parlamentares de inquérito têm poderes reforçados, designadamente quanto à obrigatoriedade de qualquer cidadão que deva ser inquirido ter de o fazer. Isso não acontece no caso das comissões parlamentares, que não são comissões de inquérito”, indicou. Ainda assim, perante a “gravidade” do caso, António Filipe indicou que o PCP decidiu avançar com o pedido de audições na comissão de economia.

Interrogado sobre qual espera que venha a ser a postura do PS sobre estes requerimentos, António Filipe respondeu que, no debate desta terça-feira sobre o inquérito parlamentar, os socialistas tinham indicado que a comissão de economia “tinha competência para fazer o escrutínio da atividade governativa” e podia “haver iniciativas sobre esta matéria”.

É isso que estamos a fazer. Portanto, não queremos acreditar que, depois de ter dito isto em plenário, o PS considere que a comissão de economia já não é compete. Portanto, esperamos que estas audições sejam aprovadas e que sejam realizadas”, afirmou. O parlamento chumbou hoje a proposta do PCP para a constituição de uma comissão de inquérito à privatização da ANA Aeroportos, concretizada em 2013 pelo Governo PSD/CDS liderado por Pedro Passos Coelho.

A proposta foi chumbada com os votos contra do PSD, PS e CDS, abstenção do Chega e votos favoráveis da IL, BE, PCP, Livre e PAN.

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BPI notificado do requisito mínimo de fundos próprios

  • Lusa
  • 24 Abril 2024

O BPI disse que, a 31 de março, cumpre os requisitos MREL e que no plano de financiamento de longo prazo continua a cumprir.

O BPI foi notificado pelo Banco de Portugal (BdP) do seu requisito mínimo de fundos próprios e de passivos elegíveis (MREL), que diz estar a cumprir, foi comunicado esta quarta-feira ao mercado.

O banco BPI informa que foi notificado pelo Banco de Portugal do seu requisito mínimo de fundos próprios e de passivos elegíveis (‘requisito MREL’), tal como determinado pelo Conselho Único de Resolução (‘CUR’)”, lê-se no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A notificação em causa determina assim que o BPI tem de cumprir, com efeitos a janeiro de 2024, o montante mínimo de fundos próprios e de passivos elegíveis correspondente a 19,23% do total dos ativos ponderados pelo risco (RWA). Este montante, acrescido do requisito combinado de reservas de fundos próprios (CBR), ascende a 22,24%.

O banco tem ainda de cumprir um montante correspondente a 5,91% da medida de exposição total do rácio de alavancagem (LRE). No comunicado remetido à CMVM, o BPI disse que, a 31 de março, cumpre os requisitos MREL e que no plano de financiamento de longo prazo continua a cumprir.

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Declarações de Marcelo mostram “preconceito” e “classismo”, critica Mariana Mortágua

  • ECO
  • 24 Abril 2024

A bloquista considera "importante" que o Presidente da República se retrate das declarações em que disse que os "orientais são lentos", referindo-se a Costa.

A coordenadora do Bloco de Esquerda considerou “impróprias” as declarações recentes de Marcelo Rebelo de Sousa sobre o ex-primeiro-ministro António Costa e o atual chefe de Governo Luís Montenegro. “Não é apenas de mau tom, não é apenas de mau gosto”, afirmou Mariana Mortágua nos Passos Perdidos, em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3.

O Presidente da República disse, durante um jantar com os jornalistas estrangeiros, que “os orientais são lentos”, referindo-se a Costa, e que Montenegro “não é oriental mas é lento”. O Chefe de Estado disse ainda que o atual primeiro-ministro formou um Governo de forma “impensável” e que a solução para a lista europeia – com Sebastião Bugalho como cabeça de lista – é “tipicamente uma improvisação”.

“É uma forma imprópria para o Presidente expressar a relação com o chefe de Governo”, criticou a bloquista, antes de acrescentar que foi manifestado um “preconceito com o mundo rural” e “classismo, discriminação”. Para Mortágua é “importante” que Marcelo “se pudesse retratar”, uma vez que as declarações “não estão à altura do cargo que ocupa”.

Também o PAN, pela voz de Inês Sousa Real, classificou de “extremamente infelizes as adjetivações” feitas pelo Presidente da República. Já o Livre mostrou-se, através da líder da bancada parlamentar Isabel Mendes Lopes, “muito chocado”, lembrando que o Presidente representa a “unidade do país”.

O líder do Chega, por seu turno, disse que se houvesse no país um “processo de destituição” presidencial já o teria iniciado, mas por outros motivos. André Ventura criticou que Marcelo tivesse defendido reparações pelos crimes da era colonial.

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