Pascal Brosset enfatiza a flexiblidade da indústria: “Para ser resilientes, temos de ser flexíveis”

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  • 11 Março 2024

Em entrevista ao ECO, Pascal Brosset, Responsável global pela área de Digital Production & Operações da Accenture, partilha estratégias úteis a todas as empresas.

Na sua apresentação no evento Fábrica do Futuro, que decorreu a 22 de fevereiro, nas instalações da Accenture Portugal em Matosinhos, Pascal Brosset afirmou que existem quatro imperativos na construção da fábrica do futuro: resiliência, flexibilidade, sustentabilidade e escassez de talentos. A estes juntam-se os desafios permanentes de desempenho, qualidade e conformidade. Em entrevista ao ECO, o líder global de produção e operações na Accenture aponta caminhos.

Que conselhos daria às empresas para resolverem o problema da escassez de talentos?

A maioria dos fabricantes parece concordar que a escassez de talentos é uma tendência que não vai desaparecer e à qual têm de se adaptar. Há duas vias principais para a adaptação: a primeira, óbvia, é o aumento da automatização, não só de tarefas físicas, como a soldadura ou a montagem, mas também de tarefas “administrativas”, como o planeamento ou o controlo de qualidade (com vídeo e aprendizagem automática). Assim, o pessoal da fábrica poderá concentrar-se nas tarefas mais diversas e enriquecedoras, que têm a ver com a melhoria e a inovação do processo, utilizando ferramentas modernas como a IA para detetar e antecipar padrões. Estes empregos mais ricos e diversificados, tanto para os trabalhadores da linha como para os engenheiros, continuarão a ser atrativos.

No que diz respeito à flexibilidade, afirmou que “Para sermos resilientes, temos de ser flexíveis”. Isso significa que as empresas que não se adaptam à transformação digital estão destinadas ao fracasso?

Falámos sobre a flexibilidade das operações, ou seja, a capacidade de uma fábrica reagir rapidamente a uma alteração da procura ou à falta de um determinado componente da matéria-prima. Para sermos justos, esta flexibilidade não depende a 100% das capacidades digitais. As fábricas, os processos e as máquinas podem ser concebidos para serem flexíveis e, sejamos claros, as pessoas são muito flexíveis, muitas vezes mais do que as máquinas.

No entanto, continua a ser verdade que a flexibilidade exige muitas vezes a capacidade de aproveitar muitas informações de diferentes fontes para dar sentido às cadeias de abastecimento em constante mudança. É aqui que as tecnologias digitais fazem a diferença, trazendo a informação certa no momento certo para as pessoas e máquinas que precisam de se adaptar. É por isso que as empresas que são melhores a tirar partido da tecnologia para transformar dados em conhecimentos irão ultrapassar as que não o fazem.

A necessidade de integrar os fluxos de valor foi outro dos pontos abordados na sua apresentação, na qual introduziu o “gémeo digital”, um sistema que consegue integrar as camadas num modelo unificado de operações. Pode dar mais pormenores sobre esta solução?

Isto está relacionado com o ponto anterior, é tudo uma questão de ter a informação certa no momento certo, e depois a forma como os dados fluem ao longo da cadeia de valor. Um exemplo típico é o da qualidade, em que a qualidade de um produto final e o facto de poder ser expedido e vendido ou de dever ser eliminado depende de centenas de parâmetros, desde a forma como as matérias-primas foram produzidas, armazenadas e transportadas para a fábrica, até às dezenas de operações complexas a que esta matéria-prima será submetida em potencialmente muitas fábricas antes de se tornar um produto de consumo diário numa prateleira de supermercado.

Estas centenas de parâmetros estão literalmente em dezenas de sistemas, 5 a 10 apenas para as operações que ocorrem numa das fábricas. Um gémeo digital é um modelo da fábrica onde os dados destes 5 a 10 sistemas são “contextualizados”, de modo a que algoritmos cada vez mais inteligentes possam monitorizar constantemente estas dezenas de parâmetros para garantir que o processo permanece sob controlo, com a máxima qualidade no final. Porque é que a “contextualização” é importante? Porque os analistas de dados dir-lhe-ão que passam mais de 80% do seu tempo a dar sentido aos dados e menos de 20% a extrair a informação útil, por exemplo, porque é que a temperatura de armazenamento da matéria-prima tem um grande impacto na taxa de rejeição do produto acabado. Com o advento da IA generativa, o rácio 80/20 evoluirá de facto para 99/1, pelo que é cada vez mais fundamental ter uma forma sistemática de contextualizar os dados em toda a cadeia de valor.

Disse também que esta solução pode ser aplicada a todas as empresas, mas que estas devem cumprir determinados critérios para que o sistema seja viável…

Sim, e o critério-chave é a disponibilidade dos dados. Uma empresa que dependa maioritariamente de equipamento eletromecânico e de muito trabalho manual para produzir produtos muito diversificados não beneficiará de um tal investimento, ou beneficiará muito menos do que uma empresa com equipamento digital sofisticado e um processo altamente automatizado. É por isso que, mesmo antes de o termo ter sido inventado, as refinarias de petróleo modernas eram supervisionadas por sistemas integrados que têm todas as características de um gémeo digital.

A grande diferença entre o presente e o passado é que, graças às tecnologias de nuvem, o custo de criação de um gémeo digital de uma peça/processo é uma ordem de grandeza inferior e o poder da aprendizagem automática está a substituir progressivamente os engenheiros para modelar/contextualizar os dados.

“Uma fábrica do futuro será como um avião moderno, na sua maior parte voará sozinho, com o piloto ainda no comando, mas deixando o sistema de controlo do avião otimizar constantemente todos os parâmetros de voo para um voo mais eficiente”

Que tipo de problemas pode esta solução resolver e que processos pode simplificar?

99% dos problemas nas instalações de produção podem ser resolvidos identificando o desvio do processo que os provoca e antecipando-o antes que o problema afete a qualidade e/ou o desempenho. Os problemas mais simples já foram resolvidos há muito tempo com controladores de máquinas sofisticados (que, aliás, são gémeos digitais dessa máquina), mas os problemas cujas causas são transversais às máquinas, ou mesmo às fábricas, exigem a modelação e a “geminação” de toda a fábrica ou mesmo da cadeia de abastecimento, o que se tornou possível com as tecnologias de nuvem.

Assim, o poder de um gémeo digital é que pode modelar e resolver “qualquer” tipo de problemas, qualidade, desempenho, conformidade, sustentabilidade… A verdadeira diferença é que, à medida que cada problema individual alarga a cobertura do modelo, o gémeo torna-se cada vez mais inteligente, exatamente como um capataz ou engenheiro experiente. É por esta razão que os gémeos digitais são também conhecidos como gráficos de conhecimento industrial.

Quais são as suas perspetivas futuras para a digitalização das empresas?

Uma fábrica do futuro será como um avião moderno, na sua maior parte voará sozinho, com o piloto ainda no comando, mas deixando o sistema de controlo do avião otimizar constantemente todos os parâmetros de voo para um voo mais eficiente. Em qualquer altura, os engenheiros em terra podem aceder a um estado completo, presente e futuro do avião e planear o seu ciclo de vida. O mesmo acontecerá com a futura fábrica. Aliás, tal como já foi referido, isto já é verdade sobretudo para as recentes refinarias e fábricas de produtos químicos.

Além disso, e mais uma vez isto já é verdade em alguns casos, o gémeo digital desta fábrica será utilizado para simular se e como poderá produzir a próxima versão de um produto e validar totalmente o processo antes de a fábrica ser parada para a atualizar. Esta preparação permitirá encurtar drasticamente o tempo necessário para atualizar e reiniciar a fábrica para a sua plena capacidade.

Como podem os líderes do setor integrar eficazmente a inteligência artificial (IA) na reinvenção dos seus modelos de negócio para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência operacional e garantir a sustentabilidade a longo prazo?

A IA prospera com grandes quantidades de dados contextualizados de alta qualidade. O gémeo digital e a IA estão unidos pela anca – o gémeo é indispensável para a maioria dos casos de utilização da IA, pelo menos na indústria transformadora, e a IA será indispensável para dar sentido ao âmbito e à diversidade dos dados agregados em gémeos digitais. A IA generativa e os modelos de linguagem de grande dimensão acelerarão radicalmente o advento dos gémeos digitais, permitindo o acesso ao conhecimento de alguma forma modelado nos gémeos através da linguagem natural e – o que é mais importante – alargar esse conhecimento para além do modelo gémeo, à riqueza de dados não estruturados existentes nos sistemas empresariais.

Com este modelo rico das operações de uma empresa na ponta dos dedos, vemos rotineiramente os gestores e engenheiros das fábricas apresentarem ideias mais inovadoras e, mais importante, serem capazes de as implementar à escala em até 5 vezes menos tempo e esforço do que sem esta poderosa ferramenta.

  • Assista à intervenção de Pascal Brosset na conferência Fábrica do Futuro, a Reinvenção Total das Organizações AQUI.

 

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“Portugal junta-se à viragem da Europa à direita.” Como a imprensa internacional viu a noite eleitoral

De Espanha ao Reino Unido, passando por França, a vitória curta da AD e a subida muito grande do Chega está em destaque nos meios internacionais. A notícia também cruzou o Atlântico.

Montagem com alguns títulos desta segunda-feira nos jornais internacionais

No rescaldo de uma noite eleitoral renhida, que deu a vitória à coligação Aliança Democrática por uma curta margem, e perante a subida muito expressiva da votação no partido de extrema-direita Chega, os principais meios de referência internacionais do ocidente destacavam a política portuguesa na manhã desta segunda-feira. Quase todos faziam referência ao disparo do partido de André Ventura.

Bloomberg

Portugal junta-se à viragem da Europa à direita com disparo do partido Chega

A edição europeia da Bloomberg era a que dava mais destaque a Portugal, sublinhando em manchete a viragem do país à direita: “O rápido crescimento das forças políticas de extrema-direita na Europa atingiu Portugal no domingo, com o partido Chega a aumentar o apoio e a quadruplicar o número de lugares no Parlamento”, lia-se no site da agência noticiosa financeira.

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The Guardian

Eleição em Portugal: aliança de centro-direita declara vitória, rejeita papel para a extrema-direita

Para o britânico The Guardian, o destaque é Luís Montenegro a declarar a vitória da AD nas eleições antecipadas e o “não” do presidente do PSD ao Chega para formar Governo: “Nas primeiras horas de segunda-feira, Montenegro reiterou a sua promessa eleitoral de não contar com o Chega para governar ou fazer qualquer acordo com os populistas, apesar de não ser claro se poderá governar sem o seu apoio.”

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Financial Times

Centro-direita de Portugal vence eleição renhida com extrema-direita a disparar

O Financial Times também destacou a vitória do “centro-direita” e o aumento da votação no Chega, ressalvando que “a possibilidade de a Aliança Democrática formar Governo vai depender do nacionalista Chega ou da ajuda dos derrotados socialistas”. “O resultado marca mais um importante avanço da direita na UE [União Europeia] onde os conservadores têm ganhado eleições ou entrado em coligações na Itália, Grécia, Suécia e Finlândia nos últimos dois anos”, escreveu o diário financeiro britânico.

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El País

O centro-direita ganha pelo mínimo em Portugal e os extremistas exigem entrar no Governo

Na vizinha Espanha, destaca-se no El País a exigência do Chega de entrar num Governo liderado pela AD. E escreve que “o líder socialista” Pedro Nuno Santos “anuncia que trabalhará no lado da oposição para recuperar os descontentes”. “Chega supera um milhão de votos e propõe-se a ‘libertar o país da extrema-esquerda'”, não esquece o jornal espanhol.

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El Mundo

Vitória mínima do centro-direita nas eleições em Portugal

O resultado renhido das legislativas portuguesas traduzia-se no facto de, ao início da manhã, o El Mundo ainda destacar na sua homepage um “empate técnico” entre AD e PS. Entretanto, a notícia foi atualizada para destacar a “vitória mínima do centro-direita”, com o artigo a arrancar com a frase “reviravolta em Portugal”: “Da maioria absoluta do Partido Socialista obtida há apenas dois anos a uma vitória da Aliança Democrática de centro-direita. Ganhou, sim, com um resultado muito próximo ao PS e o seu líder, Luís Montenegro, vai procurar formar Governo”, aponta.

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Les Echos

Vitória muito curta da direita moderada em Portugal

Em França, o Les Echos noticia a “vitória muito curta” da coligação liderada por Luís Montenegro e enaltece que “os socialistas perdem quase metade dos seus assentos” na Assembleia da República. “A sua derrota beneficia principalmente o partido de extrema-direita Chega, que obteve 18% dos votos e pede a entrada num Governo da aliança de direita”, resume o diário francês.

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Reuters

Conservadores de Portugal vencem eleição enquanto extrema-direita dispara

Para a agência financeira Reuters, “é incerto” que Luís Montenegro “possa governar sem o apoio do Chega, com o qual recusou negociar”. “A representação parlamentar do Chega mais do que quadruplicou para pelo menos 48 deputados na legislatura de 230 assentos, dando à direita uma maioria”, destaca.

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Folha de S.Paulo

Direita vence socialistas em disputa acirrada em Portugal, e ultradireita mostra força

No “país irmão”, a brasileira Folha de S.Paulo sublinha “a menor abstenção em mais de uma década” nas eleições portuguesas. Tomando nota da “disputa apertada” que deu “o maior número de cadeiras” à AD, derrotando o PS, este jornal de referência do Brasil acrescenta: “O grande destaque, porém, foi a legenda de ultradireita Chega, que se consolidou como terceira força ao quadruplicar sua bancada e se tornou peça-chave para a definição do próximo Governo.”

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CNN

Coligação de centro-direita de Portugal declara vitória curta com direita radical a disparar

Ainda do outro lado do Atlântico, a norte-americana CNN nota como o Chega conquistou “um quinto dos votos” nas eleições antecipadas deste domingo. “A coligação Aliança Democrática venceu 29,5% dos 98,98% dos votos já contados na madrugada de segunda-feira, com o incumbente Partido Socialista a conseguir 28,7%. Os resultados não são finais — mas o líder socialista Pedro Nuno Santos já assumiu a derrota. O Chega venceu 18%, uma conquista para o partido radical de extrema-direita e para o seu líder, André Ventura, um ex-aprendiz de padre [seminarista] e ex-comentador de futebol.”

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BBC

Centro-direita vence eleição em Portugal enquanto a extrema-direita dispara

Os correspondentes da BBC em Lisboa reportaram que “o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, disse aos apoiantes que os portugueses votaram por uma mudança, mas a margem da sua vitória foi menos do que convincente”. “Os dois principais partidos conseguiram 29% dos votos [cada]. Só [o partido de] extrema-direita Chega pode reclamar uma vitória clara”, notam.

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SO-LA-NA continua a promover a cultura espanhola com o lançamento de “Amigos de Solana”

  • Servimedia
  • 11 Março 2024

Reconhecida internacionalmente pela sua excelência na criação e produção de espetáculos de flamenco, SO-LA-NA quer agora levar a sua influência para além dos palcos.

“Amigos de Solana” é uma plataforma que celebra a cultura espanhola e oferece vários sítios Web dedicados ao flamenco, à moda, à arte e à gastronomia, marcando um marco no compromisso de manter viva a essência da arte flamenca e da cultura espanhola em geral, em qualquer das suas formas.

Além dos seus conhecidos eventos de flamenco, disponíveis em www.solana-flamenco.com, existem três sítios de comércio eletrónico interligados, cada um refletindo uma visão independente, mas unidos pela essência cultural espanhola:

Solana Fashion (www.solana-fashion.com), que apresenta uma coleção de vestidos únicos, criados em colaboração com a reconhecida pintora Nuria Formenti e o estilista Chipi Tornos, que estarão disponíveis no showroom de Solana na Calle San Mateo, 17. Por outro lado, Solana Gastro (www.solana-gastro.com), dirigido pelo sommelier espanhol Mario Moreno, oferece uma exploração da nossa variada gastronomia. E, por último, a arte contemporânea espanhola também encontra o seu lugar com a curadoria de Francisco Solana em www.solana-art.com, onde se expõe o melhor da arte figurativa e abstrata de artistas espanhóis de renome internacional.

A sólida trajetória de SO-LA-NA inclui espetáculos de destaque como “Faro”, “Summer Flamenco Experience”, “Seven Seas”, bem como o aclamado ciclo “Flamenco Real” no Teatro Real de Madrid. Além disso, tem sido o motor da iniciativa de grande relevância internacional no domínio do flamenco, “Authentic Flamenco”, em colaboração com o Teatro Real e a Fever. Para 2024, a companhia já programou mais de 450 espetáculos na Ásia, América, Europa e Oceânia, com oito digressões que incluem uma variedade de artistas de flamenco de renome internacional.

Nas palavras de Aurelio Solana, CEO da empresa e empresário destes novos negócios, “a nossa missão sempre foi preservar e promover a autenticidade da arte flamenca, e agora, após 13 anos de atividade e expansão internacional, vemos que existe um público e um mercado recetivo e desejoso de aceder a outras facetas da cultura espanhola com tanta notoriedade e peso internacional como a moda, a gastronomia e a arte. Demos o passo e, tal como fazemos com o flamenco, fazemo-lo de mãos dadas com grandes nomes em cada um dos novos campos de atividade”.

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LALIGA continua a luta contra o racismo com ‘VS RACISM’

  • Servimedia
  • 11 Março 2024

Sob o conceito #1voiceVSRACISM, a terceira edição desta iniciativa tem como objetivo sensibilizar para a importância da erradicação da discriminação racial.

Pelo terceiro ano consecutivo e por ocasião da celebração do Dia Mundial da Eliminação da Discriminação Racial, a 21 de março, a LALIGA criou o conceito #1voiceVSRACISM para dar visibilidade e sensibilizar a sociedade para a importância de erradicar o racismo em todos os domínios.
À semelhança dos conceitos Unity VS Racism e Together VS Racism das outras duas edições desta iniciativa, #1voiceVSRACISM terá uma nova ação: um hino será lançado por Little Spain para demonstrar a importância de unir todas as vozes para combater o racismo em uníssono. Os adeptos dos 42 clubes da LALIGA ouvirão nos estádios os versos inspiradores do hino: Há uma cor que atravessa o planeta; debaixo da tua camisa; e é igual ao meu coração; amar-te-ei acima de tudo; para além do escudo; só juntos podemos vencer.

Além disso, tal como nos anos anteriores, os jogadores da LALIGA mostrarão o seu compromisso com a luta contra o racismo vestindo uma t-shirt comemorativa desta edição no início dos jogos da 29ª jornada da LALIGA EA SPORTS e da 31ª jornada da LALIGA HYPERMOTION.

Mais uma vez, estas mesmas camisolas estarão também disponíveis na EA SPORTS FC 24, de 14 a 21 de março. Uma bola PUMA especial será também utilizada durante estas semanas de jogo. Tanto as t-shirts oficiais da iniciativa como a bola PUMA são inspiradas nas cores da campanha, criadas pelo grupo de arte urbana Boa Mistura, com a cor como símbolo de força e a cor como símbolo de diversidade.

Para Javier Tebas, presidente da LALIGA, “a eliminação do racismo é um dos nossos principais objetivos e com o qual estamos muito envolvidos. Durante anos, a LALIGA tem lutado para eliminar o racismo dos seus campos e para punir aqueles que o praticam, denunciando-o às autoridades competentes. Com esta terceira edição e com o nosso principal patrocinador, a EA SPORTS, estamos a demonstrar que esta luta não é passageira e que é um compromisso importante para ambas as empresas”.

Além disso, durante todo o mês de março, serão realizadas diferentes ações online e offline para dar visibilidade ao projeto a partir de diferentes pontos de vista. Jornada 29 do LALIGA EA SPORTS e 31 do LALIGA HYPERMOTION: Durante os jogos disputados esta semana, serão incorporados elementos visuais para sensibilizar os adeptos. Além disso, os jogadores do LALIGA posarão com t-shirts VS RACISM, apelando ao público para que se junte à causa. Nos estádios, as informações sobre a iniciativa serão também apresentadas em diferentes pontos, como no LED do relvado, em painéis publicitários, nas braçadeiras dos capitães e nos painéis de vídeo. Espera-se também que os adeptos e os clubes enviem as suas mensagens contra o racismo durante estes dias e que, em conjunto, contribuam para tornar o projeto ainda maior.

EA SPORTS FC 24 porque a luta contra o racismo, como em ocasiões anteriores, também chega ao videojogo. E fá-lo com o mesmo equipamento que os jogadores da LALIGA usarão antes dos seus jogos. Neste caso, de 14 de março a 21 de março, Dia Mundial para a Eliminação da Discriminação Racial, o equipamento estará disponível no modo Ultimate Team do EA SPORTS FC 24, para que os jogadores possam jogar os seus jogos com ele.

A bola utilizada na 29ª jornada do LALIGA EA SPORTS e na 31ª jornada do LALIGA HYPERMOTION será uma bola PUMA de edição especial inspirada nas cores da campanha, que se baseiam num conceito criado pelo grupo de arte urbana Boa Mistura, com a cor como símbolo de força e a cor como símbolo de diversidade. Além disso, a Liga F também utilizará a bola com o logótipo da sua competição nas mesmas datas, mostrando a sua solidariedade para com a causa.

MOOD

#1VoiceVSRACISM é a terceira edição da luta da LALIGA contra o racismo. Além disso, a LALIGA combate o racismo nas redes sociais através do MOOD. O MOOD é um monitor semanal que audita o nível de ódio e racismo nas redes sociais em torno da LALIGA.

É uma ferramenta externa que acompanha todas as plataformas para mostrar as métricas registadas em cada dia. Uma pontuação de 0 a 10 indica o ódio detetado, o número de pessoas que participaram nessas conversas e quantas mensagens ou conversas foram geradas. Todas as semanas, a ferramenta produz um índice que reflete o nível de ódio dos utilizadores nas redes sociais em torno da sua conversa sobre futebol. Recentemente, na jornada 15, foi o mais baixo desde que há registos (na época passada): 5,4%.

LALIGA VS

Além disso, a LALIGA e os clubes lançaram a plataforma LALIGA VS com o objetivo de erradicar o ódio dentro e fora dos estádios, promovendo uma sociedade respeitosa e inclusiva em todas as áreas. Através de três pilares, a LALIGA e os clubes reúnem o maior número possível de vozes para alcançar o objetivo comum de erradicar o racismo.

Para este fim, foram realizadas mais de 700 iniciativas e projetos nos últimos oito anos. Especificamente, nos últimos cinco anos, os clubes LALIGA EA SPORTS e LALIGA HYPERMOTION desenvolveram mais de 44 iniciativas com o objetivo de travar o discurso do ódio. Com a educação como base, a prevenção através de campanhas de sensibilização e ação. De facto, a LALIGA tem vindo a denunciar perante a Comissão Estatal contra a Violência, o Racismo, a Xenofobia e a Intolerância no Desporto, bem como perante o Comité de Competição da RFEF, qualquer tipo de violência que ocorra dentro e fora dos estádios de futebol profissional, como tem vindo a fazer há várias épocas, incluindo cânticos durante os jogos, denunciando ou comparecendo em 30 processos por ódio e violência nas duas últimas épocas.

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Embaixadoras ISDIN Alessandra Ambrosio e Judit Mascó são as estrelas da festa dos Óscares da Vanity Fair

  • Servimedia
  • 11 Março 2024

Pela primeira vez, o laboratório é o patrocinador oficial dos cuidados de pele da Vanity Fair Oscar Party 2024, com o slogan "Deixe que a sua pele seja a protagonista".

A noite dos Óscares é uma das noites mais especiais em Hollywood, não só por causa da atribuição das estatuetas premiadas, mas também por causa das festas que têm lugar após a cerimónia. Este ano, pela primeira vez, a ISDIN, o principal laboratório internacional de dermatologia, é o patrocinador oficial dos cuidados da pele da Vanity Fair Oscar Party 2024 com o slogan “Deixe que a sua pele seja a protagonista”, uma mensagem “de procura proativa de uma pele saudável e radiante, tratando-a com o mesmo cuidado e consideração que uma estrela em palco”, segundo a empresa.

As modelos internacionais Alessandra Ambrosio e Judit Mascó estiveram presentes na festa, que este ano celebra o seu 30º aniversário, como embaixadoras da linha de cosmética de alta gama da marca, ISDINCEUTICS. Graças à aliança entre a Vanity Fair e a ISDIN, o laboratório foi o patrocinador oficial dos cuidados da pele da festa mais esperada de Hollywood com a sua linha de cosmética de alta gama ISDINCEUTICS e o seu produto estrela Retinal Intense. Todos os participantes na festa receberam o inovador sérum Retinal Intense como presente “para que possam rejuvenescer a sua pele enquanto sonham”.

A festa dos Óscares da Vanity Fair, realizada no Wallis Annenberg Center for the Performing Arts em Beverly Hills, conta com a presença de vencedores de prémios, nomeados, realizadores, produtores e todo o mundo do cinema.

A top model internacional e embaixadora da linha de cosméticos de alta gama ISDIN, Alessandra Ambrosio, preparou-se “a fundo” com a sua rotina de cuidados para uma pele perfeita na Vanity Fair Oscar Party. “Sou apaixonada por cuidar da minha pele e encontrar produtos que me ajudem a tratar os meus problemas de melasma, bem como a nutrir e a proteger. Estou muito contente por ter descoberto ISDIN graças à recomendação do meu dermatologista. Desde então, os produtos ISDIN tornaram-se parte da minha rotina, mantendo a minha pele saudável e radiante, com o protetor solar como um essencial diário,” disse Ambrosio.

Como embaixadora global de ISDINCEUTICS, a modelo e apresentadora Judit Mascó também esteve presente na festa dos Óscares da Vanity Fair e, tal como as outras estrelas convidadas, sabia que a sua rotina de cuidados com a pele era a chave para ser o centro das atenções: “Queria estar radiante e dar o meu melhor num dia tão mágico no cinema. A qualidade da pele é um símbolo de bem-estar e saúde. Conhecer e compreender a nossa pele é uma forma de nos compreendermos e aceitarmos todos os dias”, assegurou Mascó.

Com o slogan ‘Deixe a sua pele ser a protagonista’, “uma mensagem de procura proativa de uma pele saudável e radiante, tratando-a com o mesmo cuidado e consideração que uma estrela em palco, o laboratório quis sensibilizar para a importância de cuidar e proteger a pele todos os dias para que tenha um aspeto saudável e bonito”, afirmou a empresa.

“O nosso objetivo como empresa é inspirar as pessoas a terem vidas saudáveis, felizes e bonitas e isso significa ter uma pele saudável e bem cuidada que reflita a nossa beleza interior e exterior”, afirmou Juan Naya, CEO da ISDIN, que também esteve presente na Vanity Fair Oscar Party.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de março

  • ECO
  • 11 Março 2024

Ao longo desta segunda-feira, 11 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Governo avançou com aumentos salariais de 8% para 104 mil trabalhadores antes das eleições

Projeto de portaria que determina subidas de até 95 euros para administrativos do privado sem contratação coletiva prepara ainda subida do subsídio de refeição de 0,39 euros para 6,39 euros por dia.

A três dias das eleições legislativas, o Governo socialista em gestão de António Costa publicou, na sexta-feira passada, o projeto de portaria que determina aumentos salariais de 7,89%, que se traduzem em subidas de até 95 euros, para mais de 104 mil trabalhadores do setor privado não abrangidos por instrumentos de regulamentação coletiva, com efeitos retroativos a 1 de março.

Para entrar em vigor, ainda é preciso que o diploma legal seja publicado em Diário da República — que deverá acontecer no final deste mês ou em abril. O subsídio de alimentação vai subir 0,39 euros para 6,39 euros, ficando acima do apoio definido para a Função Pública de seis euros.

Em causa estão trabalhadores da limpeza, vigilantes, telefonistas, auxiliares, técnicos administrativos e de secretariado, técnicos de contabilidade, de apoio jurídico, de informática ou de recursos humanos, detalha o projeto de diploma.

Todos os anos, desde 1943, o Executivo aprova uma portaria que estabelece condições mínimas de trabalho para os trabalhadores administrativos sem contratação coletiva. No ano passado, o projeto de portaria foi publicada em junho e o respetivo despacho saiu em Diário da República no mês seguinte.

Este ano, com umas eleições à porta, espoletadas pela demissão do primeiro-ministro, António Costa, após saber-se que estava a ser investigado por suspeitas de corrupção, no âmbito da Operação Influencer, o Executivo antecipou os trabalhos e já enviou para o Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) a proposta de atualizações mínimas salariais.

“Considerando a persistência da inflação e as suas consequências no atual contexto económico e social, promove-se a atualização da tabela salarial na mesma proporção da RMMG [remuneração mínima mensal garantida], o que correspondente a um acréscimo de 7,89% para todos os níveis da tabela de remunerações mínimas mensais”, lê-se no aviso publicado, esta sexta-feira, 8 de março, na separata do BTE.

A proposta de atualização apresentada pela comissão técnica “é sustentada pela informação dos quadros de pessoal e por um conjunto de indicadores“:

  • Atualização do salário mínimo de 760 euros em 2023 para 820 euros em 2024, que corresponde uma subida de 7,9%:
  • Variação nominal média intertabelas anualizada no ano de 2023 de 6,9 %;
  • Índice de preços no consumidor (IPC) do ano passado, que se fixou em 4,3%, segundo o Instituto Nacional de Estatística;
  • O nível do IPC em janeiro de 2024, que aumentou para 2,3%;
  • As propostas dos parceiros sociais representados na comissão técnica.

Segundo o documento, o projeto de portaria foi assinado por 11 ministérios: Administração Interna; Justiça; Finanças; Assuntos Parlamentares; Economia e do Mar; Cultura; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; Saúde; Ambiente e Ação Climática; Agricultura e Alimentação; e Segurança Social e Trabalho.

A atualização salarial de 7,89% fica acima da proposta de aumentos estabelecido no reforço do acordo de médio prazo de melhoria dos rendimentos, dos salários e da competitividade, assinado com os parceiros sociais, de 5%. No entanto, a comissão técnica, criada pelo Executivo, entendeu que deveria dar um novo impulso “face à persistência da inflação e ao seu impacto nas despesas dos trabalhadores”.

Além disso, “com a atualização do valor da retribuição correspondente ao nível mais baixo da tabela salarial (fazendo corresponder a base da tabela de remunerações mínimas com o valor atual da RMMG)”, o grupo de trabalho “entende que ocorre também a necessidade de fazer repercutir esse aumento nos níveis remuneratórios subsequente”, segundo o diploma legal.

Aumentos entre 60 e 95 euros

A atualização das remunerações “tem o efeito de melhorar as condições mínimas de trabalho de um conjunto significativo de trabalhadores” que, segundo o relatório único/quadros de pessoal de 2022, eram 104.250 trabalhadores por conta de outrem a tempo completo, o que se traduz num aumento de 10.353 funcionários que integram este universo face aos 93.897 que beneficiaram do regime no ano passado, indica o diploma.

Analisando os 11 níveis salariais da tabela remuneratória destes trabalhadores, os aumentos oscilam, em termos nominais, entre 95,03 euros, para a categoria mais elevada, relativa a um diretor de serviços que auferia 1.201,97 euros mensais brutos e que salta para 1.297 euros; e 60 euros para a categoria mais baixa referente a um trabalhador das limpezas que ganhava o ordenado mínimo, de 760 euros, e que transita para os 820 euros, o novo valor da retribuição mínima garantida, segundo cálculos do ECO.

Os custos com aumentos salariais de pelo menos 5% ainda não podem ser majorados em 50% em sede de IRC, relativo ao benefício fiscal criado pelo Governo, mas o Executivo comprometeu-se com os parceiros sociais, no reforço do acordo de rendimentos, assinado em outubro de 2023, a incluir, nesta medida, as portarias de condições de trabalho, como é o diploma em causa. Resta saber o que fará o novo Governo que sair das eleições.

Subsídio de refeição acima da Função Pública, mas passa a pagar IRS

Relativamente ao subsídio de refeição, a comissão técnica propõe um aumento de 0,39 euros ou de 6,5%, de 6 para 6,39 euros, o que significa que este apoio diário vai descolar do valor praticado na Administração Pública, 6 euros.

Mas é preciso ter em conta que este montante, que resulta num valor mensal de 151,8 euros, superior em 19,8 euros mensais face ao montante do ano passado, de 132 euros, vai passar a pagar IRS, porque ultrapassa o limite estabelecido para a Função Pública, caso seja pago por transferência bancária.

Isto significa que os 39 cêntimos diários ou 8,58 mensais de diferença terão de pagar imposto, a não ser que a empresa efetue o pagamento do subsídio por cartão de refeição e aí o teto de isenção vai até 9,60 euros por dia ou 211,2 euros por mês, considerando 22 dias úteis.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 11 Março 2024

No dia seguinte às legislativas antecipadas, o INE publica dados do comércio internacional e tem início a Cimeira Mundial dos Oceanos. Os ministros das Finanças da área do euro reúnem-se em Bruxelas.

No rescaldo das legislativas, a semana arranca com novos preços dos combustíveis, a cimeira mundial dos Oceanos e um empréstimo obrigacionista da SAD do Sporting. Mas há também dados do INE sobre o comércio internacional e uma reunião do Eurogrupo em Bruxelas.

País e mercados reagem às eleições

Com a vitória curta da Aliança Democrática nas eleições deste domingo, o dia será marcado pela reação aos resultados renhidos, que mostraram uma clara viragem do país à direita. Será também a oportunidade de os mercados se ajustarem à nova geometria parlamentar, incluindo ao grande aumento da votação na extrema-direita, representada pelo Chega de André Ventura.

Preço do gasóleo desce 1,5 cêntimos

O início de semana significa novos preços nas gasolineiras. Mas, nesta segunda-feira, os combustíveis vão apresentar comportamentos opostos: enquanto o litro de gasóleo simples, o combustível mais usado em Portugal, desce 1,5 cêntimos, para 1,615 euros, o preço da gasolina não sofre alterações face aos últimos sete dias, mantendo-se em 1,734 euros por litro.

Empréstimo obrigacionista da Sporting SAD

A SAD do Sporting arranca com a emissão de seis milhões de títulos com o valor unitário de cinco euros. O empréstimo obrigacionista no montante de 30 milhões de euros tem prazo de três anos e uma taxa de juro fixa bruta anual de 5,75%. Em termos líquidos, a sociedade irá obter uma receita de 28,64 milhões de euros, após custos associados à operação. A oferta termina em 22 de março.

Reunião do Eurogrupo

Os ministros das Finanças dos países da Zona Euro reúnem-se em Bruxelas para fazer o balanço da evolução macroeconómica e orçamental na área da moeda única e debater a orientação da política orçamental para 2025. Depois da reunião do Eurogrupo, juntam-se os ministros dos Estados-membros da UE para discutir o futuro dos mercados financeiros e de capitais europeus.

Dados das exportações e importações nacionais

Também esta segunda-feira, o Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados do comércio internacional relativos a janeiro. As exportações nacionais terminaram 2023 com uma quebra de 1%, enquanto do lado das importações registou-se um recuo mais profundo nos valores transacionados, de 4,1%. Estes números contribuíram para uma redução significativa do défice da balança comercial, que no ano passado registou menos 3.727 milhões de euros, tendo alcançado os 27.356 milhões de euros.

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As frases da noite eleitoral que deixou tudo em aberto até à última freguesia

Montenegro mantém o "não é não", Pedro Nuno Santos assume-se oposição e Ventura fala em "irresponsabilidade" se AD colocar em causa Governo à direita.

Apesar das sondagens que nas últimas semanas davam a Aliança Democrática à frente, a verdade é que os resultados ficaram muito próximos até à última freguesia — Algueirão-Mem Martins — que acabou por levar Pedro Nuno Santos a assumir derrota e Luís Montenegro a celebrar vitória, ladeado por Nuno Melo e Gonçalo da Câmara Pereira. O secretário-geral do PS reiterou que será oposição e Montenegro assegurou que iria cumprir a palavra face ao Chega.

Montenegro foi o último líder parlamentar a discursar na noite eleitoral, já pela 1h da manhã, quando apesar de ainda faltar o apuramento de uma freguesia e do voto dos emigrantes disse parecer “incontornável que a AD ganhou as eleições e que o PS perdeu as eleições”. Para o líder da AD, a “vontade dos portugueses” ficou expressa perante o resultado eleitoral.

Assumi dois compromissos na campanha e naturalmente cumprirei a minha palavra. Nunca faria tamanha maldade de incumprir o meu compromisso.

Luís Montenegro

Líder do PSD

A expectativa de Montenegro é de que o resultado eleitoral não sofra alterações e que, nos próximos dias, o Presidente da República o convide a Belém para o “indigitar para formar Governo.” O presidente do PSD garantiu também que não irá recuar no “não é não” respondido ao Chega em matéria de coligação, sublinhando que, perante os resultados eleitorais “irá respeitar a vontade dos portugueses” e que, por isso, cumprirá com a sua “palavra”.

Já Pedro Nuno Santos, também quando ainda não eram conhecidos todos os resultados, decidiu assumir a derrota. “Apesar da diferença tangencial, e sem desrespeito pelos votos das comunidades [emigrantes], tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado”, admitiu na madrugada deste domingo.

O PS não ganhou as eleições, o PS vai liderar a oposição e nunca deixará a liderança da oposição para o Chega ou para André Ventura.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Perante este resultado, Pedro Nuno Santos reiterou que “o PS será oposição”, assegurando que não irá suportar um Governo minoritário da AD, ainda que reconheça que existem “pressões”, que não quis identificar, salientando que “não estava a pensar no Presidente da República”.

No PS, António Costa ainda chegou a falar antes de Pedro Nuno Santos, onde fez um mea culpa por uma eventual derrota do PS, que se terá concretizado: “Aqui estou eu para assumir as responsabilidades”, disse.

Já André Ventura, que viu a votação no partido mais do que triplicar para 18%, prometeu fazer “todos os esforços possível para ter um Governo alternativo ao PS em Portugal”. O líder do Chega atirou também ao PSD, apontando que “só um ato de grande irresponsabilidade pode afastar uma solução de Governo [à direita]”.

“Só o líder de um partido muito irresponsável [Luís Montenegro] deixará o PS governar quando [tem] na mão formar um Governo de mudança”, reforçou. Ventura apontou ainda o dedo a Marcelo Rebelo de Sousa: Esta mensagem “tem de ser ouvida no Palácio de Belém, onde o Presidente da República procurou à última hora condicionar o voto dos portugueses. Quem escolhe o Governo de Portugal são os portugueses, não é mais ninguém”, resumiu.

O Chega e o PSD têm maioria absoluta nestas eleições. Só um ato de grande irresponsabilidade pode afastar uma solução de Governo [à direita].

André Ventura

Líder do Chega

Com a AD a confirmar o “não é não” ao Chega, fica em aberto a possibilidade de se juntarem à Iniciativa Liberal. Rui Rocha reiterou a disponibilidade do partido para assegurar uma solução governativa estável. “Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar, não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação. Portanto, cabe aos outros assumirem”, disse Rui Rocha.

O dirigente liberal, que tinha ao seu lado no palco onde discursou o antigo líder da IL, João Cotrim de Figueiredo, frisou que o partido político contribuirá para uma solução, “naturalmente excluindo” as opções que sempre excluíram, referindo-se ao Chega.

Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar, não será pela Iniciativa Liberal que não haverá uma solução estável de governação.

Rui Rocha

Líder da IL

Já à esquerda, as reações começaram quando o resultado ainda estava em aberto — mas já se antevia que não existiria uma maioria de esquerda. A coordenadora do Bloco assegurou que o partido será parte de uma “solução que afaste a direita do Governo”, considerando que a “inegável viragem à direita” é resultado da “política desastrosa” da maioria absoluta do PS.

Mariana Mortágua apontou que apesar “desta viragem à direita” nas eleições de domingo, o partido “manteve-se firme” e teve mais “cerca de 30 mil votos”, continuando com os mesmos cinco deputados.

Seremos parte de qualquer solução que afaste a direita do Governo.

Mariana Mortágua

Coordenadora do Bloco de Esquerda

A CDU também conseguiu ficar no Parlamento, ainda que tenha reduzido o grupo parlamentar de seis para quatro deputados e Paulo Raimundo assumiu que o partido teve um “desenvolvimento negativo” nestas eleições. “O resultado da CDU, com a redução da sua representação parlamentar e uma percentagem abaixo do que alcançámos há dois anos, significa um desenvolvimento negativo, mas não deixa de constituir uma importante expressão de resistência, com tanto mais valor e significado quando a sua construção teve de enfrentar o prolongado enquadramento caracterizado pela hostilidade e menorização”, disse o líder comunista.

Já o Livre conseguiu ficar com um grupo parlamentar com a mesma dimensão que a CDU, passando de um para quatro deputados. Rui Tavares garantiu que “o Livre sabe crescer, crescer bem e com responsabilidade” e defendeu “as pessoas antes dos cargos” e que “há dez anos sabiam que seriam chamados a desempenhar um papel”.

O PAN, por sua vez, conseguiu manter a deputada única, Inês Sousa Real.

É de destacar ainda o Alternativa Democrática Nacional (ADN), que obteve mais 100 mil votos, um resultado que compara com dez mil votos alcançados nas eleições de 2022, há apenas dois anos. Este resultado chega depois de inúmeros relatos de pessoas que confundiram o partido com a AD, o que terá dado mais votos a este partido, que ao superar a marca dos 50 mil votos tem agora direito a subvenção pública.

Parabéns ao ADN, que foi o grande vencedor da noite. O ADN hoje já venceu.

Bruno Fialho

Líder do ADN

O líder do ADN, e cabeça de lista por Lisboa nestas eleições legislativas, defendeu que o partido foi “o grande vencedor da noite” ao conseguir mais de 99 mil votos. “Parabéns ao ADN, que foi o grande vencedor da noite. O ADN hoje já venceu”, disse Bruno Fialho, num discurso feito na sede de campanha do partido, em Lisboa, imediatamente aplaudido pelos cerca de 15 apoiantes presentes.

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Os vencedores, os empatados e os derrotados das legislativas

O PSD ganhou as eleições, mas por margem mínima. O Chega registou uma noite histórica, enquanto o Livre cresceu e o ADN surpreendeu. Do lado dos derrotados ficaram o PS de Pedro Nuno Santos e a CDU.

Numa corrida renhida, a Aliança Democrática (AD) venceu, mas apenas por uma unha. O PS evitou a goleada que as sondagens à boca da urna faziam prever, mas não fugiu à derrocada face ao triunfo de 2022. A linha entre vencedor e derrotado nos primeiros dois lugares foi muito fina, deixando dúvidas até à contagem final. Em relação ao terceiro posto, no entanto, não existiu qualquer tipo de incerteza: o Chega foi o grande vencedor da noite, passando de 12 para 48 deputados.

Resultado positivo também do Livre, que quadruplicou a representação parlamentar. A vitória insólita pertenceu ao pouco conhecido ADN, que, por confusão de siglas ou outra razão ainda não visível, multiplicou os votos por dez, ultrapassando os 100 mil. Bloco, IL e PAN ficaram estacionados perto dos resultados de há dois anos. Do lado dos derrotados, além do PS, destaque para a CDU, que passa de seis para quatro lugares no Parlamento.

Os vencedores

Luís Montenegro (AD)

As sondagens divulgadas pelas televisões às 20h00 faziam prever uma vitória clara da AD (coligação PSD/CDS/PPM), com vantagem de cerca de 3 pontos percentuais face ao PS. Clara, mas não estrondosa, pois a combinação com as projeções para a IL não daria uma maioria absoluta para governação em coligação com os liberais sem obstáculos. Entre esse momento e o do final da contagem em território nacional (com 99,01% dos votos contados, faltam as dos círculos da Europa e fora da Europa) o cenário transformou-se de vitória confortável para uma obtida no tempo de compensação. Praticamente empatados em termos percentuais (29,49% da AD incluindo votos na Madeira vs. 28,66% do PS), a diferença de deputados está nos 2 (79 vs. 77). “Sempre disse que vencer as eleições era ter mais um voto e que só nessa circunstância assumiria funções de primeiro-ministro”, afirmou, no discurso de vitória.

Luís Montenegro e a AD estão entre os vencedores, porque ganharam as eleições e vão governar (embora sem maioria absoluta), mas a proximidade do resultado do PS e o salto gigante do Chega tiram muito brilho à vitória.

André Ventura (Chega)

“O Chega ganhou as eleições”, afirmou André Ventura, num discurso triunfante no Hotel Marriott em Lisboa. A declaração pode ser um exemplo da aptidão que o líder do Chega tem para a arte da hipérbole, mas desta vez não ficou muito longe da realidade. O partido de extrema-direita não venceu as eleições, claro, ficou em terceiro, mas foi sem dúvida o grande vencedor das legislativas. Capitalizando no voto de protesto, da anti-imigração e anticorrupção, o Chega disparou de 7,14% dos votos para 18,03%, passando de cerca de 382 mil votos para mais de 1,1 milhões. Em soma, vai ter 48 deputados na Assembleia da República, quatro vezes os 12 que elegeu em 2022.

Ventura não perdeu tempo e aproveitou logo a vitória, dizendo que “o Chega e ” PSD têm maioria absoluta nestas eleições” e “só um ato de grande irresponsabilidade pode afastar uma solução de Governo [à direita]”. Apontando ao futuro, vincou que poderá ser “daqui a seis meses, daqui a um ano ou daqui a dois anos, mas [o Chega] vai mesmo vencer as eleições legislativas em Portugal”.

Rui Tavares (Livre)

Após uma campanha que foi muito elogiada pelos comentadores, o Livre obteve um resultado positivo, quase triplicou o número de votos para perto de 200 mil e passou de partido com representante único em São Bento para grupo parlamentar com quatro deputados. Rui Tavares garantiu que “o Livre sabe crescer, crescer bem e com responsabilidade” e defende “as pessoas antes dos cargos” e que “há dez anos sabiam que seriam chamados a desempenhar um papel”.

O líder do Livre orgulhou-se de ter feito “uma campanha com propostas e não com divisão”, o que “pode ser tão ou mais eficaz que uma campanha baseada no medo”, num recado para o Chega. “É a grande lição que o Livre deixa desta campanha e para o futuro”, acrescentou.

Bruno Fialho (ADN)

Foi o fenómeno bizarro da noite. A Alternativa Democrática Nacional (ADN), pouco conhecida ou falada na campanha, teve 100.044 votos, o que compara com os 10 mil que colheu em 2022. Não conseguiu eleger um deputado, mas o resultado em si é uma vitória para o partido, provável fruto de uma semelhança de sigla com a AD ou de outro fator até agora não identificável.

Parabéns ao ADN, que foi o grande vencedor da noite. O ADN hoje já venceu”, disse Bruno Fialho, num discurso feito por volta das 00:15, na sede de campanha do partido, em Lisboa, imediatamente aplaudido pelos cerca de 15 apoiantes presentes. Com o resultado deste domingo, o partido passa a ter direito a receber subvenção pública para o seu financiamento, algo que está previsto a partir dos 50 mil votos, mesmo que não eleja qualquer deputado para a Assembleia da República.

Os empatados

Rui Rocha (IL)

O resultado dos liberais é um empate com sabor a vitória. O partido liderado por Rui Rocha aumentou ligeiramente o número e a percentagem de votos, mas manteve o mesmo grupo parlamentar com 8 membros. No entanto, o contexto muda tudo. Se há dois anos, num cenário de maioria absoluta do PS, o IL tinha pouca ou nenhuma influência real na governação, desta vez poderá ser o apoio que a AD deverá precisar para governar com alguma estabilidade.

“Não será pela IL que não haverá uma solução estável de governação”, garantiu o líder da IL. “Com o mesmo sentido de responsabilidade que tivermos de ir sozinhos, seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar”, acrescentou.

Mariana Mortágua (BE)

O Bloco de Esquerda obteve um resultado idêntico ao de janeiro de 2022: 4,46% dos votos, mantendo assim os 5 deputados no hemiciclo. Mariana Mortágua falou ainda antes da vitória da AD ser confirmada, portanto referiu a “situação ainda não totalmente clara” em termos de mandatos, mas sublinhou que apesar “desta viragem à direita” nas eleições de domingo, o partido “manteve-se firme” e teve mais “cerca de 30 mil votos”, continuando com os mesmos deputados.

A coordenadora do BE assegurou ainda que o partido será parte de uma “solução que afaste a direita do Governo”, considerando que a “inegável viragem à direita” é resultado da “política desastrosa” da maioria absoluta do PS. “Faremos exatamente o que dissemos que íamos fazer”, assegurou.

Inês Sousa Real (PAN)

O Pessoas, Animais, Natureza até aumentou a votação, acrescentando cerca de 30 mil votos e recolhendo 1,93% das escolhas. Não conseguiu, contudo, formar um grupo parlamentar, mantendo-se partido com representante único, neste caso Inês Sousa Real. Mesmo essa confirmação chegou bem tarde, às 23h30 de uma noite que terá certamente sido de nervos no quartel-general do partido, no edifício da Estação do Rossio.

Os derrotados

Pedro Nuno Santos (PS)

Uma derrota que podia ter sido pior. A tarefa de Pedro Nuno Santos não era fácil, tentar assegurar uma vitória após o colapso de um Governo de maioria absoluta socialista, após anos de desgaste e com pouco tempo para preparar a corrida. Ao início da noite, o resultado parecia refletir essas dificuldades, com o PS a ficar atrás da AD em todas as sondagens de boca de urna, com os máximos socialistas a tocarem apenas nos mínimos da coligação de centro-direita. Ora, à medida que os resultados foram sendo contados, foi mesmo esse cenário que transpareceu. No final, o PS ficou com 77 lugares no parlamento contra 79 da AD (incluindo os da Madeira).

Ainda assim, é impossível deixar Pedro Nuno Santos fora da lista dos derrotados. O PS perdeu a maioria absoluta, não conseguiu uma maioria relativa sequer, perdeu (por enquanto) 40 deputados e caiu de 41,68% dos votos para 28,66%. “Apesar da diferença tangencial, e sem desrespeito pelos votos das comunidades [emigrantes], tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado”, assumiu o líder do PS.

Nova vida na oposição e o PS não vai “suportar um Governo de direita, vamo-nos renovar, renovar as pessoas, o programa, o partido, para criar uma nova maioria”, disse o líder, voltando a afirmar que “não inviabilizará um Governo” da AD, “não aprovaremos moções de rejeição, não obstaculizaremos a formação de um Governo”, porque “não podemos cair num impasse constitucional”.

Paulo Raimundo (CDU)

A CDU, coligação do PCP com o PEV, perdeu dois lugares no Parlamento, ficando agora com quatro, empatado com o Livre e atrás dos cinco do Bloco. Paulo Raimundo reconheceu que a perda de votos e de representação parlamentar na próxima legislatura é “um desenvolvimento negativo, mas não deixa de constituir uma importante expressão de resistência” da CDU. O líder comunista, que foi pela primeira vez a votos após substituir Jerónimo de Sousa, criticou ainda a “menorização” do partido, a “falsificação de posicionamentos do PCP” e os “preconceitos anticomunistas”.

“A história não acabou aqui, temos um longo caminho pela frente para percorrer”, acrescentou. Perspetivando uma vitória da AD, dramatizou que o novo quadro político irá “facilitar um caminho de retrocesso e de ataques a direitos e o favorecimento do grande capital”.

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Montenegro à procura da governabilidade após vitória por margem mínima

Com uma maioria relativa muito curta, o líder da AD necessitará de entendimentos com outros partidos para passar legislação ou aprovar o OE. Acordo com a IL e abstenção do Chega não são suficientes.

Legislativas 2024: Luís Montenegro discursa depois da vitória nas eleições legislativas - 11MAR24
Luís Montenegro festeja depois da vitória nas eleições legislativas deste domingo à noiteHugo Amaral/ECO

Numa eleição muito participada, com uma abstenção de apenas 33,76%, idêntica à de 1995, a Aliança Democrática (AD) venceu por uma margem mínima e é com ela que Luís Montenegro pretende ser indigitado primeiro-ministro. Conta que “PS e Chega não constituam uma coligação negativa”. A governabilidade vai depender da capacidade de diálogo do líder da AD.

A coligação que junta PSD, CDS e PPM (mais a coligação Madeira Primeiro, que exclui o PPM na região autónoma) conseguiu 29,49% dos votos, contra 28,66% do PS. A diferença é de apenas 50.934 votos e dois deputados, 79 para a coligação de Luís Montenegro e 77 para o partido de Pedro Nuno Santos. Faltam apurar os resultados dos círculos da emigração, que elegem quatro deputados, mas os líderes partidários não acreditavam ao início da madrugada de segunda-feira que o desfecho das legislativas venha a ser diferente.

O líder da AD bem apelou ao voto útil, mas grande parte dos 541.950 votos que os socialistas perderam face a 2022 terão ido, sobretudo, para o Chega, o grande vencedor da noite. Quadruplicou o número de deputados (48) e quase triplicou os votos (1.108.764), chegando aos 18,06%. “É o fim do bipartidarismo” em Portugal, vincou André Ventura, assinalando a “noite histórica” do seu partido e o peso suficiente para fazer parte de um Executivo.

A Iniciativa Liberal também subiu. Obteve mais 28% de votos, alcançando os 5,08%, mas manteve os oito deputados.

O facto de o país ter virado claramente à direita, que arrebatou 52% dos votos e uma clara maioria de 135 deputados, não garante a governabilidade. No discurso de vitória, Luís Montenegro não recuou na rejeição a um acordo com o Chega. “Não faria a mim próprio, ao partido e à democracia voltar atrás com um compromisso que assumi de forma tão clara”, garantiu o líder da AD.

“É minha expectativa fundada que o Presidente da República, depois de ouvir outras forças políticas, me possa indigitar para formar Governo”, diz Montenegro. Marcelo Rebelo de Sousa deixou claro no discurso que respeitaria a escolha dos portugueses.

Pedro Nuno Santos (PS) deixou um aviso à AD: “Não é a nós que têm de pedir para suportar um Governo”

Governar com maioria relativa e muito diálogo

“Há uma maioria relativa da AD” e é assim que Luís Montenegro tenciona governar. “Estamos prontos para iniciar a governação”, atirou. Não se pronunciou sobre um possível entendimento com a Iniciativa Liberal, que ajudaria a dar um pouco mais de músculo parlamentar ao Governo. O presidente dos liberais, Rui Rocha, está disponível. “Seremos responsáveis nos cenários que se venham a colocar. Não será por causa da IL que não haverá uma governação estável para Portugal”, afirmou o líder dos liberais no discurso final.

O desafio será, no entanto, enorme. Uma vez empossado, o Governo tem dez dias para apresentar o seu programa no Parlamento. Pedro Nuno Santos já afirmou que não apresentará nem viabilizará uma moção de rejeição. O mesmo não se aplica a legislação que a AD queira aprovar na Assembleia da República ou ao Orçamento do Estado.

Para conseguir passar legislação e aprovar as contas do Estado, o líder da AD terá de conseguir entendimentos. E não basta a abstenção no Chega. Nesta circunstância, se os restantes partidos se unirem, conseguem chumbar os diplomas. Somam, pelo menos, 91 deputados, mais do que os 87 de AD e a IL.

Luís Montenegro terá de explorar todas as hipóteses na geometria parlamentar. “Vai exigir grande capacidade de diálogo na Assembleia da República”, reconheceu. Se Bloco (5 deputados) e PCP (4) muito dificilmente aceitarão compromissos, Rui Tavares, do Livre (4), poderá estar mais aberto.

O líder da AD começou já a pôr o ónus também no PS. “O que se pede é que o PS respeite o voto dos portugueses”, disse Montenegro, assinalando que o seu Governo só cairá se “PS e Chega constituírem uma coligação negativa”. Antes, Pedro Nuno Santos tinha dito que “não é a nós que têm de pedir para suportar um Governo. Não somos nós que vamos dar a mão à AD”. Para já, os socialistas vão “liderar a oposição”.

Numa eleição em que mais de seis milhões de portugueses foram às urnas, o país político ficou mais fraturado. A AD ganhou em 11 distritos, incluindo nas duas regiões autónomas. O PS foi o mais votado em oito, vencendo em Lisboa. O Chega foi o mais votado em Faro, quebrando também aqui o bipartidarismo.

Um novo enquadramento político que será também uma dor de cabeça para o Presidente da República, criticado à esquerda por ter levado o país para eleições antecipadas e por André Ventura por ter tentado “condicionar o voto dos portugueses”.

Legislativas 2025
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    Pedro Nuno recusa “pressões” para “suportar um Governo” da AD

    O líder do PS assumiu a derrota frente à coligação, liderada pelo PSD, garante que não aprovará moções de rejeição, mas avisa que não vai apoiar um Executivo minoritário, será antes oposição.

    O líder do PS, Pedro Nuno Santos, acabou por assumir a derrota frente à AD, apesar de ter ficado quase taco a taco com a coligação liderada pelo PSD. Em vez de encontrar desânimo, foi recebido com uma ovação de pé, quando irrompeu pela sala do quartel-general do partido, no hotel Altis, em Lisboa. “PS! PS! PS! 25 de abril sempre, fascismo nunca mais!”, gritava a plateia que transbordava de militantes. Diante do calor do momento, o secretário-geral socialista rejeitou “pressões”, que não quis identificar, garantindo que não irá suportar um Executivo minoritário da coligação, liderada pela AD.

    “Apesar da diferença tangencial, e sem desrespeito pelos votos das comunidades [emigrantes], tudo indica que o resultado não permitirá ao PS ser o partido mais votado”, admitiu na madrugada deste domingo, já passava da meia-noite e meia.

    “O PS será oposição”, sublinhou Pedro Nuno Santos, assegurando que não irá suportar um Governo minoritário da AD, ainda que reconheça que existem “pressões“, sem dizer quais, salientando apenas que “não estava a pensar no Presidente da República”.

    “Somo tantos, tantos como Pedro Nuno Santos! Somos tantos, tantos como Pedro Nuno Santos!”, elevaram-se de novo as vozes na plateia, num grande apoio ao líder do PS.

    Ainda assim, revelou estar em “absoluta sintonia” com o presidente do partido, Carlos César, quando este enviou uma carta ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a criticar os “condicionamentos” de Belém ao ato eleitoral, quando uma notícia do Expressa deu nota, na sexta-feira, de que o Chefe do Estado não iria viabilizar um Executivo da AD sem Luís Montenegro e com o Chega.

    “Podem ter a certeza que a sintonia entre secretário-geral do PS e presidente é total”, afirmou, mas não quis comentar o que vai dizer ao Presidente da República: “O que vou dizer ao PR, vou dizer ao PR”.

    Certo é que Pedro Nuno Santos não irá “suportar um Governo de direita, vamo-nos renovar, renovar as pessoas, o programa, o partido, para criar uma nova maioria”, afirmou. Ainda assim, o líder do PS voltou a afirmar que “não inviabilizará um Governo” da AD, “não aprovaremos moções de rejeição, não obstaculizaremos a formação de um Governo”, porque “não podemos cair num impasse constitucional”, mas a “direita e a AD que não contem com o PS para governar”.

    E criticou “a grande vitória que vai na Santana à Lapa”. “Se é verdade que excluíram o Chega, a mesma direita chumbaria a esquerda”, diz, concluindo: “Não temos uma maioria, por isso não podemos apresentá-la como solução”.

    O que falhou? “Não vou fazer nenhuma análise, vamos deixar quem passa horas a comentar o que fazemos e dizemos. O PS é um partido com grande história, muito forte, com respeito por todas as pessoas que lideraram o PS, os sucessos são de todos nós e as derrotas também, mas neste momento sou eu que estou a liderar”. E por isso, assume total responsabilidade pelo resultado no partido nas urnas, comprometendo-se a fazer “o trabalho serenamente na oposição”. Já antes, o ainda primeiro-ministro e ex-líder do PS, tinha chamado a si a mea culpa pela derrota eleitoral.

    Pedro Nuno Santos olhou com preocupação para o crescimento do partido de André Ventura. “O Chega teve um resultado muito expressivo que não dá para ignorar, não há 18% de portugueses racistas ou xenófobos em Portugal, mas há muitos portugueses zangados, que sentem que não têm tido representados. Queremos reconquistar a confiança dos portugueses”, vincou.

    Pedro Nuno prepara-se para ganhar próximas eleições

    “O PS será oposição, renovaremos o partido e procuraremos recuperar os portugueses descontentes com o PS”, assumindo o compromisso de “liderar a oposição”, que nunca deixará para André Ventura.

    “Uma parte significativa dos portugueses sentem que a sua vida não sai da cepa torta, há muitos que estão zangados, sentem que a sua vida não avançou e a resposta não está no programa da AD, muito menos nos programas mais à direita”, sustentou Pedro Nuno Santos.

    Por isso, o líder do PS defendeu que está na hora de o partido se preparar “para a luta com muita força e muita convicção” para conquistar as próximas eleições. Agora, “é o momento de renovar, reconquistar a confiança dos portugueses”, reforça.

    E repete: “Começa agora, temos de lutar por uma visão mais comunitária da vida”. “Temos de conseguir contrariar o hiper individualismo”.

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