Megaprocessos duram em média oito anos. Investigação é mais demorada que o julgamento

Entre todas as fases do processo, a duração total até trânsito em julgado na Comarca de Lisboa é, em média, de oito anos e um mês. 77% têm uma fase de investigação mais demorada face à de julgamento.

A duração total de cada megaprocesso até trânsito em julgado, sem possibilidade de recurso, é, em média, de oito anos, sendo a fase de investigação mais demorada que a fase de julgamento. Estas são duas das conclusões apresentadas no estudo “Processos de especial complexidade” feito pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa e divulgado pelo Conselho Superior da Magistratura.

O estudo é apresentado esta quinta-feira, no âmbito da conferência “Megaprocessos – Quando a justiça criminal é especialmente complexa”, que decorre entre quinta e sexta-feira no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa. Foi realizado a partir de 140 processos de criminalidade complexa distribuídos na comarca de Lisboa, desde 2013 até 2023. Entre estes estão processos como o BPN, o caso EDP (que envolve Salgado e Manuel Pinho), a Operação Marquês mas exclui a mais recente Operação Influencer e um dos maiores processos da justiça portuguesa: o caso do Universo Espírito Santo.

Segundo este estudo, todas as fases processuais são mais céleres quando existem medidas de coação privativas da liberdade, como a preventiva ou a prisão domiciliária, sendo que os períodos mais rápidos neste contexto são entre a acusação e a fase seguinte e a decisão instrutória e o julgamento.

“Na totalidade dos processos analisados, 77% têm uma fase de investigação mais demorada face à fase de julgamento“, lê-se no estudo que a Advocatus teve acesso. Ainda assim, os processos mais morosos na fase de inquérito não correspondem aos mais demorados na fase de julgamento.

Entre as causas apontadas para a morosidade nos processos está o número de testemunhas quando são ouvidas mais do que uma vez ou quando se ouvem menos testemunhas por sessão, o número de sessões de julgamento e a existência de “incidentes”, como pedido de escusa do juiz, pedido de perícias, recusas do juiz, arguição de nulidades ou conflito negativo de competência.

Entre os tipos de crime dos processos que mais demoram a investigar na fase de inquérito está o de terrorismo, fraude, discriminação racial, branqueamento e abuso de confiança. Na fase de instrução os de abuso de poder, falsificação, corrupção e peculato. Já na fase de julgamento, de extorsão/coação, abuso de poder, abuso de confiança, abuso de autoridade militar e peculato.

Processos duram em média oito anos

Entre todas as fases do processo, a duração total até trânsito em julgado na Comarca de Lisboa é, em média, de oito anos e um mês. Ainda assim, 6% dos processos demoram mais de 15 anos até ficarem concluídos.

Já nos 57 processos sem trânsito em julgado a decorrer na Comarca de Lisboa, a média é de nove anos e três meses, ou seja, superior aos processos que já transitaram em julgado. O maior número de processos situa-se entre os oito e nove anos (21%). Cerca de 9% dos processos demoram mais de 15 anos.

Analisando a duração total dos processos com e sem medidas de coação, conclui-se que há uma predominância de processos até oito anos de duração total quando existem medidas de coação privativa da liberdade. Já nos processos sem medidas de coação existe uma maior distribuição ao longo do tempo.

Relativamente às fases processuais, dos processos sob estudo conclui-se que é possível verificar a relação de tempo das três fases, “sendo que em 77% dos processos, a fase de investigação é superior à fase de julgamento”.

Na fase de inquérito, dos 132 processos analisados, verificou-se que, em média, a duração é de três anos e oito meses. A maioria dos processos duram até três anos e apenas 6% duraram mais de sete anos.

Por outro lado, na fase de instrução, dos 118 processos considerados, a duração média foi de cinco meses e 25 dias. “Apesar do valor médio indicado, verifica-se que na maioria dos processos, 53% (62), esta fase dura até três meses. No entanto, 18% (21) dos processos apresentam uma duração superior 14 a nove meses”, lê-se.

“Se for tida em consideração metade do tempo médio de instrução, dois meses e 28 dias, existem 51 processos com esse tempo ou tempo inferior. Assinala-se, porém, que em 10 processos a instrução durou menos de um mês”, refere o estudo.

Por fim, na fase de julgamento, dos 109 processos analisados, a duração média é de cerca de dois anos e três meses. “Na maioria dos processos, 57% (62) a fase de julgamento tem uma duração inferior a dois anos e somente 9% (9) dos processos duram mais de cinco anos”, explicam.

Com julgamento realizado até metade do tempo médio, um ano e um mês, encontraram-se 44 (40,4%) processos, havendo seis processos em que esta fase durou menos de seis meses. “Quando se tem em consideração o dobro do tempo médio de julgamento, quatro anos e seis meses, encontram-se 11 (10,1%) processos com valores iguais ou superiores. Destes sobressaem
4 processos em que o julgamento durou mais de 7 anos”, lê-se.

Burla é o crime com maior incidência

Os megaprocessos, ou processos de especial complexidade, englobam vários tipos de crimes que podem ir do branqueamento ao peculato. Neste estudo foram analisados apenas o crime principal ou mais relevante tendo em conta o número de crimes totais no processo associado ao crime base, a distinção do crime base dos crimes instrumentais e o crime base numericamente prevalecente em sede das várias fases.

Em 55 processos, o crime principal é o de associação criminosa (40%), mas como este crime “tendencialmente cai em sede de julgamento”, nestes casos o estudo focou-se no crime seguinte mais relevante.

Verifica-se que o crime com maior incidência é a burla (com 35 processos – 25% do total), logo seguida da fraude e da corrupção. No outro extremo (com apenas um processo) temos vários tipos de crimes”, refere o estudo.

Considerando os processos já com trânsito em julgado, 68 processos, os mais morosos foram os relativos à extorsão/coação, fraude e abuso de poder, que tiveram uma média de duração de mais de 10 anos. Já os menos morosos, foram os processos com crimes de auxílio à imigração ilegal e roubo, com uma média de quatro anos.

O estudo apresentado esta quinta-feira conclui ainda que, relativamente ao número de crimes, não parece haver uma relação com a duração da fase de inquérito. “Apesar do processo com o maior número total de crimes (7679 crimes) ter demorado quase sete anos em fase de inquérito, o processo que demorou mais tempo tinha apenas um total de 32 crimes”, referem.

Também tendo em consideração o prazo médio da fase de inquérito, por grupo de número de arguidos, parece haver uma ligeira relação, mas não muito definida. Ou seja, conforme aumenta o número de arguidos, o prazo do inquérito diminui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundação Unicaja renova a sua identidade visual

  • Servimedia
  • 8 Fevereiro 2024

A instituição apresenta uma imagem mais atual e atraente, com uma nova paleta de cores que simboliza atributos como a conexão com o território e o compromisso com a inovação.

A Fundação Unicaja apresentou nesta quinta-feira a sua nova identidade visual, materializada principalmente num logotipo renovado, que surge no âmbito de uma das principais linhas de ação do seu plano estratégico para os anos de 2023 a 2025.

Esse plano, cuja rota foi apresentada coincidindo com o início de uma nova etapa de governança, tinha como objetivo reposicionar a instituição, melhorando sua visibilidade na sociedade.

Para isso, a Fundação muda o seu logotipo por meio de uma narrativa visual atualizada, em sintonia com seu tempo, mas sem perder de vista sua herança. A nova imagem corporativa foi divulgada em um evento para o qual a Fundação reuniu um grupo representativo da sua equipe e seus principais colaboradores.

O encontro foi realizado esta manhã no Centro Cultural Fundação Unicaja de Málaga, que já exibe sua identidade renovada na fachada e nas instalações. Adaptando-se aos novos tempos e aos ambientes digitais, o elemento essencial do logotipo, o símbolo, foi atualizado e simplificado, passando a ser composto por três setas ascendentes que representam os valores fundamentais do espírito da Fundação Unicaja: proximidade, desenvolvimento e sustentabilidade.

Este símbolo, agora integrado em uma composição mais compacta e funcional que permite um melhor uso, é complementado por uma nova gama de cores e tipografia. Mantendo a cor verde representativa da instituição, ela adquire uma tonalidade vibrante que simboliza a conexão com o território. A outra cor predominante é um azul que reflete a confiança e o compromisso com a inovação da instituição.

Acompanhando essas duas cores principais, há uma paleta de contraste que permitirá ampliar as possibilidades cromáticas em todos os materiais de comunicação. Além disso, uma tipografia corporativa exclusiva, mais legível e expressiva, é introduzida, buscando dar voz própria à Fundação. Tudo isso faz parte de um universo gráfico modernizado que será desdobrado em todos os espaços emblemáticos da instituição e nos materiais de comunicação físicos e digitais de cada uma das atividades e projetos da Fundação.

Assim, o escudo do Unicaja Baloncesto, clube de propriedade da Fundação, também muda. O novo distintivo incorpora o logotipo da Fundação e renova sua paleta cromática, além de simplificar o design da sua moldura. Com essa nova identidade visual para a instituição e todos os seus ativos, a Fundação Unicaja, como proprietária da marca ‘Unicaja’ em todas as suas variantes, deseja transmitir uma evolução em conformidade com seus princípios estratégicos e seu compromisso firme com as gerações futuras.

A apresentação dessa nova imagem coincide também com o ano de comemoração do décimo aniversário da constituição da Fundação Bancária Unicaja, sucessora da Caja de Ahorros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O embaixador do Qatar em Espanha realiza o sonho de Santiago Sánchez Cogedor, que ficou preso por 15 meses no Irão, de “erguer os braços em Doha”

  • Servimedia
  • 8 Fevereiro 2024

O embaixador do Qatar em Espanha, realizará o sonho de Santiago Sánchez Cogedor de terminar a viagem que começou em 2022 com o objetivo de chegar a Doha a pé desde San Sebastián de los Reyes (Madrid).

A aventura de Santiago Sánchez terminou abruptamente quando ele foi detido em Saqqez, no Curdistão iraniano, depois de tirar uma foto diante do túmulo de Mahsa Amini. Ele ficou preso durante 15 meses no Irão, acusado de espionagem, até ser libertado em 31 de dezembro passado.

Santiago Sánchez, comprometido com o meio ambiente e de espírito solidário por natureza, começou a caminhar desde Madrid em janeiro de 2022, onze meses antes da final da Copa do Mundo no Catar em 2022. Durante a sua jornada, ele recolheu plásticos, plantou árvores, ajudou jovens e compartilhou momentos com pessoas de diferentes culturas e religiões que o hospedaram na sua passagem por todos os países até chegar à fronteira com o Irão.

Após ser libertado e retornar a Madrid, ele entrou em contacto com o embaixador do Catar na Espanha, que o recebeu em 23 de janeiro na sede da embaixada na capital. Durante a reunião, Santiago Sánchez expressou ao embaixador seu desejo de poder completar a sua viagem inacabada e pediu seu apoio e respaldo. Na sua primeira visita, o embaixador já havia fornecido apoio constante no seu caminho para o Catar 2022 e, desde então, demonstrou interesse especial pela iniciativa de Sánchez.

Agora, Santiago Sánchez encontrou o total apoio do embaixador novamente, que, pouco mais de dez dias depois de se encontrar com ele, conseguiu que ele voasse de Madrid para Doha num voo da Qatar Airways, que o leva diretamente a realizar seu desejo de “erguer os braços em Doha”, uma frase que Sánchez repetiu com frequência durante a reunião com o embaixador. Uma vez em Doha, a embaixada preparou várias atividades para que, mesmo que seja dois anos depois, ele possa ver seu sonho realizado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Bancos, Uber e fundos europeus

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A citação que devia ter sido enviada para a Uber sobre o processo de reconhecimento de um estafeta foi parar aos escritórios da concorrência. Há bancos a bloquearem contas a clientes por falta de dados pessoais atualizados. Estas e outras notícias estão em destaque nos jornais nacionais esta quinta-feira.

Bancos estão a bloquear contas por falta de dados pessoais atualizados

A falta de atualização dos dados pessoais por parte de particulares está a levar a bloqueios das contas bancárias. Em causa está uma lei criada para combater o branqueamento de capitais e o financiamento do terrorismo, que veio criar novas exigências de identificação dos titulares de contas, tanto para os novos clientes como para os antigos. Entre os mais afetados com os bloqueios estão os idosos e emigrantes. Só nos primeiros sete meses de 2023 o Banco de Portugal recebeu 271 pedidos de informação e reclamações, mas não existem dados concretos sobre o número de contas que foram bloqueadas por este motivo.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Notificação do tribunal que era para a Uber foi parar à Glovo

A citação que a Uber devia ter recebido antes da sentença que reconhece um contrato de trabalho a um estafeta foi enviada, por engano, para os escritórios da Glovo, uma plataforma concorrente. Na sentença, lê-se que a ausência de resposta da Uber contribuiu para a prova e para a decisão. No entanto, a morada correta da Uber aparece em todo processo e até já tinha sido utilizada pela Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) numa primeira fase. Este é o primeiro caso em que foi reconhecido um contrato de trabalho a uma estafeta em Portugal, mas a Uber já veio dizer que, provavelmente, não terá qualquer efeito, pois não teve oportunidade de responder.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Norte executa cinco vezes mais fundos do que Lisboa

As câmaras municipais da região Norte são as que executam mais fundos europeus do Portugal 2020. Segundo o relatório da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, até junho de 2023, o Norte representava 41% dos projetos aprovados. As câmaras do Norte têm cinco vezes mais fundos executados do que Lisboa, uma vez que o plano de distribuição dos fundos atribuía apenas 500 milhões de euros às autarquias de Lisboa e 2.000 milhões às do Norte. O Mercado do Bolhão foi o maior projeto da região.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

Regime híbrido aumenta 20% num ano e abrange 321 mil trabalhadores

Cerca de 321 mil pessoas estavam abrangidas pelo regime híbrido de trabalho no último trimestre de 2023, ou seja, dividiam trabalho presencial com trabalho remoto. Este número representa um aumento de 20% face ao mesmo período em 2022. Dados do Instituto Nacional de Estatística revelaram que quase um milhão de pessoas (928,8 mil) indicaram ter trabalhado em casa no final do ano passado, mas apenas 320,9 mil fizeram-no mediante o regime hibrido. Em contrapartida, 238,7 mil pessoas trabalharam sempre de forma remota.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo admite venda da Altice Portugal às fatias

O gabinete do secretário de Estado da Digitalização e da Modernização Administrativa, Mário Campolargo, não vê problemas na venda de um operador às fatias, sublinhando que é uma “tendência” na Europa, numa altura em que a Altice está a tentar vender os ativos da Altice Portugal. Ainda assim, alerta que é preciso avaliar os impactos de uma eventual operação desse género, com o necessário envolvimento das entidades reguladoras, Anacom e Autoridade da Concorrência.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CVC está “muito satisfeita” com a evolução dos clubes dois anos após a implementação da LALIGA IMPULSO

  • Servimedia
  • 8 Fevereiro 2024

Javier de Jaime, Managing Partner da CVC em Espanha, afirmou que estão "muito satisfeitos" com o trabalho realizado pelos 44 clubes aderentes da LALIGA EA SPORTS e LALIGA HYPERMOTION.

Adicionalmente, De Jaime destacou que “A LALIGA tem algumas das melhores equipas do setor desportivo, queremos reconhecer a qualidade do trabalho, tanto da organização como dos clubes, e começamos a ver os primeiros resultados”.

Desde a última revisão, a CVC assinalou “uma evolução positiva dos indicadores de cumprimento, demonstrando um nível de compromisso muito elevado por parte da grande maioria dos clubes e, nesta temporada, está-se a avançar a um ritmo mais rápido”. Traduzido em números, desde 2022, onde se atingiu um nível de cumprimento de objetivos em todas as áreas de 39%, nos últimos 12 meses passou-se para uma taxa de 50%.

O fundo destacou o crescimento na área da comunicação, que experimentou um aumento de 45% na consecução de objetivos. No que diz respeito aos recursos humanos e à profissionalização da estrutura interna dos clubes, foi a segunda área de atuação que mais melhorou no cumprimento (32%), enquanto a criação da marca foi a terceira, com 24%. A quarta área foi a digitalização, com 22%. Por outro lado, no âmbito da internacionalização, os clubes da LALIGA conseguiram melhorar o seu desempenho nessa área em 20% no último ano.

Além disso, o crescimento na presença nas redes sociais aumentou 117%, enquanto o número de espetadores nos estádios aumentou um milhão, passando de 14,8 milhões na temporada 18/19 para 15,8 milhões na temporada 22/23. Em termos de receitas comerciais, durante a última temporada, chegou-se aos 463 milhões de euros, o que representa um aumento de 26%, em comparação com os 367 milhões de euros registados na temporada 21/22.

A CVC enfatizou que globalmente o projeto LALIGA IMPULSO “está a progredir adequadamente” e encoraja a “continuar neste caminho, pois o contexto do mercado é complexo e exige excelência de todas as partes para continuar a crescer”, concluindo e reforçando a atração e retenção de talento “que continuará a ser uma peça fundamental para o sucesso da LALIGA IMPULSO”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

25 países da UE assinam uma declaração contra a Superliga, defendendo um futebol baseado na meritocracia e igualdade de oportunidades.

  • Servimedia
  • 8 Fevereiro 2024

A França impulsionou uma declaração contra a Superliga e em apoio às ligas nacionais e ao ecossistema do futebol europeu, assinada por 25 países da União Europeia, com exceção da Espanha.

Na declaração, é relembrada “a importância de proteger e fortalecer um desporto solidário e baseado em valores, em consonância com a Resolução do Conselho sobre as características-chave de um modelo desportivo europeu, adotada por unanimidade pelos Ministros do Desporto da União Europeia em 30 de novembro de 2021”.

Além disso, a declaração enfatiza que os governos signatários apoiam plenamente “as características-chave de um Modelo Desportivo Europeu, incluindo a estrutura piramidal, o sistema aberto de promoção e rebaixamento, o enfoque na base e na solidariedade, o papel do desporto na identidade nacional, a construção da comunidade e estruturas baseadas no voluntariado, bem como suas funções sociais, educacionais, culturais e sanitárias”.

Os países signatários também instam “as entidades de governo desportivo a organizar competições desportivas respeitando os princípios de abertura, igualdade de oportunidades, mérito desportivo, relação entre o desempenho anual nas competições domésticas e todas as competições europeias, solidariedade financeira, integridade e equidade para promover a função social do desporto e o acesso de todos a ele”.

Da mesma forma, os 25 governos que apoiam a declaração também exortam as entidades desportivas “a preservar essas características e valores chave e, nesse sentido, garantir o equilíbrio entre a dimensão económica do desporto e suas funções educacionais e sociais, bem como a relação e solidariedade entre os níveis de base e profissional”.

Do mesmo modo, os governos signatários solicitam que “as entidades de governo desportivo adiram às normas mais rigorosas de boa governança, segurança e integridade, combatendo todas as formas de discriminação e promovendo e difundindo a cultura do respeito nos seus respetivos desportos, ao mesmo tempo reconhecendo seu papel fundamental na salvaguarda da organização do desporto”. Por fim, eles apostam em “fortalecer as características-chave de um Modelo Desportivo Europeu como visão e estrutura da UE para o futuro de longo prazo do desporto europeu” e convidam a Comissão Europeia a refletir sobre “as formas adequadas de aplicar a Resolução do Conselho de 2021 referente à salvaguarda da abertura das competições, mérito desportivo, integridade, solidariedade e valores no desporto”.

Fora da União Europeia, o Reino Unido também expressou seu total repúdio a modelos alternativos como o da Superliga e atualmente está trabalhando em uma legislação que proibirá os clubes britânicos de ingressarem em projetos desse tipo, a fim de proteger suas ligas nacionais, que são profundamente enraizadas na cultura do futebol do país. Além disso, essa legislação também promoverá medidas drásticas para controlar o endividamento dos clubes da Premier League, que gira em torno de 4,5 bilhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 8 de fevereiro

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 8 de fevereiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Fevereiro 2024

Bloco de Esquerda e Livre estão frente a frente no quarto dia de debates para as legislativas. Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro falam na conferência Fábrica 2030, organizada pelo ECO.

A conferência anual do ECO, “Fábrica 2030”, decorre no Porto, com as atenções viradas para as intervenções dos candidatos dos dois maiores partidos. Esta quinta-feira, continuam os debates para as legislativas, opondo-se Rui Tavares (Livre) e Mariana Mortágua (BE). Há ainda dados da OCDE sobre o crescimento económico, um estudo sobre a acessibilidade à habitação em Portugal e um prémio europeu de inovação atribuído a Lisboa.

Conferência Fábrica 2030

A 7.ª conferência anual do ECO “Fábrica 2030” está de volta esta quinta-feira. Na Super Bock Arena vai estar em debate o futuro da indústria portuguesa num contexto pós-pandémico e de uma guerra às portas da Europa. Entre os oradores encontram-se Pedro Nuno Santos, secretário-geral do PS, e Luís Montenegro, presidente do PSD, para explicarem as suas prioridades para o país.

Debates Legislativas

É o quarto dia dos debates televisivos que, desde segunda-feira, têm colocado frente a frente os cabeças de lista dos partidos candidatos às eleições legislativas de 10 de março. Nesta quinta-feira, apenas a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, e o porta-voz do Livre, Rui Tavares, têm encontro marcado, com transmissão na SIC Notícias, a partir das 18 horas.

Crescimento económico na OCDE

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga os dados do crescimento e bem-estar económico relativos ao último trimestre de 2023. Entre julho e setembro, os seus 38 membros contabilizaram um crescimento médio de 0,5%. No entanto, segundo a organização, o Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal contraiu de 0,2% nesse período, a sétima pior taxa de crescimento entre os países da OCDE.

Estudo sobre acesso à habitação

Também esta quinta-feira, a Century21 apresenta a nova edição do estudo “Acessibilidade à Habitação em Portugal” no Casino de Lisboa. O último estudo da empresa dava conta de que comprar casa em Lisboa é mais difícil do que em qualquer outra cidade da Península Ibérica, apontando que a taxa de esforço para adquirir uma habitação na capital é de 67%. No arrendamento, Lisboa também se destacou por oferecer as rendas mais incompatíveis com os rendimentos disponíveis das famílias.

Lisboa recebe prémio de Capital Europeia da Inovação

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, celebra o prémio European Capital of Innovation atribuído pela Comissão Europeia à cidade de Lisboa. O galardão arrecadado pela primeira vez por uma cidade portuguesa tem o valor de um milhão de euros e é considerado o “Nobel” da inovação para as cidades. A cerimónia decorre na Fábrica de Unicórnios no Beato, às 17 horas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

2023, ano de recorde nos eventos corporativos: PortAventura Convention Centre impulsiona mais de 280 encontros com 70.000 participantes

  • Servimedia
  • 8 Fevereiro 2024

O centro de convenções do PortAventura World encerrou a temporada com os melhores números de sua história e um volume de visitantes na sua maioria internacionais, especialmente do Reino Unido.

O PortAventura Convention Centre anunciou números recordes em 2023, acolhendo mais de 280 eventos e quase 70.000 participantes ao longo do ano. Além disso, constatou seu atrativo e liderança a nível internacional, com 61% dos participantes sendo estrangeiros, especialmente do Reino Unido e França, em comparação com 39% de origem nacional.

A diretora de PortAventura Business & Events, Malin Nilsson, agradeceu a confiança “de cada um dos clientes que nos escolheram para celebrar seus eventos corporativos, atraídos especialmente pela versatilidade do espaço, inovação e caráter sustentável que caracterizam o PortAventura Convention Centre. Encaramos 2024 com muita motivação e a perspetiva de continuar crescendo em diferentes mercados, com foco nos segmentos nórdico e americano”.

O PortAventura Convention Centre abrigou em 2023 o maior evento da sua história, ocupando 1.850 quartos e impulsionando 25.000 serviços de restauração em 3 dias na grande convenção anual da Maersk, que contou com mais de 2.500 funcionários.

Além disso, 2023 foi um ano chave para o PortAventura Convention Centre, com diversos marcos, como a obtenção do certificado B Corp, pelo seu trabalho em termos de sustentabilidade, responsabilidade social e boa governança. Além disso, a marca anunciou sua parceria com o provedor de serviços audiovisuais Bmotion Audiovisual, com o objetivo de impulsionar a inovação, eficiência e crescimento do setor de eventos corporativos.

A indústria já prevê perspetivas muito positivas para 2024 no mundo das viagens corporativas, mantendo a boa evolução registrada em 2023. O recente relatório Global Meetings & Events Forecast, elaborado pela American Express GBT Meetings & Events, destacou Barcelona e Madrid entre os destinos mais procurados na Europa, depois de Londres e à frente de Amsterdão e Paris.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aumento dos salários prometido pelos partidos “só será realista se produtividade melhorar”

Da direita à esquerda, os partidos têm prometido pôr os salários a crescer mais, se saírem vitoriosos da ida às urnas de 10 de março. Economistas avisam que é preciso que produtividade aumente.

  • O ECO vai divulgar 5 séries semanais de trabalhos sobre temas cruciais para o país, no período que antecede as eleições legislativas de 10 de março. Os rendimentos das famílias, o crescimento económico, a crise da habitação, o investimento em infraestruturas e os problemas da Justiça vão estar em foco. O ECO vai fazer o ponto da situação destes temas, sintetizar as propostas dos principais partidos e ouvir a avaliação dos especialistas.

Falta pouco mais de um mês para as eleições legislativas e, por isso, os partidos já têm revelado o que propõem para o país. Da esquerda à direita, não faltam vozes a prometer melhores salários, mas os economistas alertam que tal só será realista, se o país crescer e a produtividade melhorar. Atingir os mil euros de salário mínimo nacional, como pretendem tanto o PS como a Aliança Democrática, não é, portanto, impossível, mas é uma meta que não deve ser pensada de forma isolada, entendem.

Entre 2015 e 2024, o salário mínimo nacional subiu mais de 62%, passando de 505 euros para 820 euros. Ainda assim, tal como já escreveu o ECO, Portugal continua longe dos campeões europeus e até já foi ultrapassado pela Polónia.

Num país marcado por vencimentos que comparam mal com os demais países europeus, e em que um quinto dos trabalhadores ganha o salário mínimo nacional, os rendimentos têm sido um dos temas mais presentes nas promessas dos partidos, de olho na ida às urnas de 10 de março.

A coligação que junta o PSD ao CDS e ao PPM promete que, caso saia vitoriosa, irá aumentar o salário mínimo para, pelo menos, mil euros até 2028. E o PS também defende esse valor.

Em contraste, o Bloco de Esquerda quer que se atinja os 900 euros já este ano. E a CDU reivindica os mil euros a partir de maio. Já o PAN aponta para 1.100 euros até 2028 e o Livre para 1.150 euros.

São estas metas realistas? Os patrões não fecharam a porta a novos aumentos do salário mínimo, mas já alertaram que será preciso que o futuro Governo avance também com contrapartidas – nomeadamente, um alívio fiscal –, que permitam às empresas suportarem, de modo sustentável, estes vencimentos.

Por sua vez, os empresários reunidos na associação Business Roundtable Portugal, pela voz do secretário-geral, Pedro Ginjeira do Nascimento, também não descartam a subida do salário mínimo, mas frisam que, a par disso, é preciso baixar a carga fiscal aplicada aos rendimentos do trabalho.

“Se uma empresa decidir aumentar um trabalhador que ganha o salário mínimo em 150 euros brutos, o seu custo aumenta 186 euros (incluindo TSU). Mas deste valor, o trabalhador só vai receber 64,5 euros (35%) e os restantes 121 euros (65%) são receitas do Estado (Segurança Social e IRS)”, calcula o responsável.

Já entre os economistas, a leitura é a de que o realismo das promessas dos partidos depende do crescimento da produtividade.

Se a produtividade aumentar rapidamente, então porque não aumentar o salário mínimo? Agora, falar sobre o salário mínimo e sem falar do salário médio, parece-me pouco.

Armindo da Silva

Ex-diretor na Comissão Europeia na área do emprego

“A evolução do salário mínimo deve ser balizada por dois pontos: a evolução do salário médio – não é saudável que esteja muito próximo do salário mínimo ou criam-se problemas às empresas, quanto à valorização dos trabalhadores – e a produtividade“, explica Armindo da Silva, ex-diretor na Comissão Europeia na área do emprego. “Se a produtividade aumentar rapidamente, então porque não aumentar o salário mínimo? Agora, falar sobre o salário mínimo e sem falar do salário médio, parece-me pouco“, insiste.

Já o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, Pedro Braz Teixeira, vai mais longe e deixa claro que chegar a um salário mínimo em torno de mil euros no final da legislatura exigirá uma ambição muito maior do que a já expressa pelos partidos, no que toca às reformas estruturais, uma vez que só assim se conseguirão “os crescimentos mais significativos da produtividade” que suportariam os aumentos remuneratórios.

“Esta subida [para mil euros] corresponde a uma subida nominal média de 5,1%, o que, assumindo uma inflação de 2%, corresponde a um aumento real de cerca de 3% em média. Dado que estamos a assistir a uma compressão entre o salário mínimo e o salário médio, seria necessário que o salário médio também subisse em torno de 3%, o que exigiria uma subida da produtividade também em torno desse valor“, detalha o economista.

No entanto, o cenário macroeconómico do PS pressupõe um aumento da produtividade “sempre abaixo de 2%” e o da AD “admite como máximo apenas 2% e só em 2028”, frisa Pedro Braz Teixeira.

Também Paulo Marques, coordenador do Observatório do Emprego Jovem, reconhece que tem havido uma aproximação entre o salário mínimo e o salário médio, mas lembra que chegar aos mil euros até 2028 é até “menos ambicioso do que aquilo que sucedeu entre 2015 e 2024“, período em que, apesar dos aumentos sucessivos da retribuição mínima garantida, o desemprego não disparou, nota.

Salário mínimo subiu mais de 300 euros entre 2015 e 2024

Fonte: Pordata

Na mesma linha, o ex-secretário de Estado Pedro Martins admite que o mercado de trabalho tem absorvido bem esses aumentos, pelo que não descarta a subida do salário mínimo para mil euros.

Deixa, porém, um aviso: um salário mínimo muito elevado poderá ser uma barreira à entrada dos jovens no mercado de trabalho, e estes já são quem mais sofre com o desemprego. Ainda esta semana, o gabinete de estatísticas deu conta que a taxa de desemprego fixou-se em 6,5% em 2023, sendo que entre os jovens foi de mais de 20%.

Portugal está preparado para aumentar o salário médio?

Não é de hoje que os especialistas alertam para os perigos implicados na aproximação do salário mínimo ao salário médio. Conscientes da necessidade de contornar essa dinâmica, vários dos partidos políticos já sinalizaram a intenção de, saindo vitoriosos das urnas, dar atenção também ao salário médio português.

No caso do PS, Pedro Nuno Santos prometeu rever o acordo de rendimentos celebrado na Concertação Social pelo Governo de António Costa, de modo a que ao aumento do salário mínimo possa estar associado o aumento dos salários médios. Já da parte da AD, a promessa é que o salário médio chegará a 1.750 euros até ao final da década, caso esta coligação ganhe as eleições.

Parece-me ser um objetivo realizável“, sublinha Paulo Marques, referindo-se à proposta da AD. “De outra forma irá aprofundar-se o problema da compressão da estrutura salarial. Por outro lado, o aumento do custo de vida, nomeadamente o relacionado com a habitação, torna cada vez mais urgente a necessidade de um aumento dos salários médios“, diagnostica o também professor universitário.

Este aumento requer obviamente uma aceleração da alteração do perfil de especialização da economia portuguesa, para setores com maiores níveis de produtividade.

Paulo Marques

Coordenador do Observatório do Emprego Jovem

Mas para que o salário médio suba é preciso, novamente, olhar para todo o enquadramento, em vez de fazer promessas isoladas. Por outras palavras, há que acelerar a “alteração do perfil de especialização da economia portuguesa, para setores com maiores níveis de produtividade“, entende Paulo Marques.

Produtividade é também a palavra-chave eleita pelo diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade. “Se usarmos o conceito de ganho médio mensal, para que este atinja os 1.750 euros em 2030 seria necessário um aumento nominal médio de 3%, a que corresponde um aumento real de 1%, o que exige um aumento médio da produtividade da ordem dos 1%, o que parece atingível, desde que haja um esforço de melhoria, dado que o aumento médio da produtividade entre 2015 e 2022 foi de apenas 0,6%”, realça.

Da parte dos empresários, Pedro Ginjeira do Nascimento defende que Portugal tem de crescer mais para que os salários melhorem. “Um dos problemas que está na base das baixas remunerações é a reduzida dimensão das empresas portuguesas: o tecido empresarial é maioritariamente composto de microempresas que pagam salários baixos, porque são menos produtivas. Devemos fomentar o aumento da escala das empresas, porque são mais produtivas, mais inovadoras e pagam melhores salários”, considera.

E a melhoria dos rendimentos dos pensionistas, é realista?

À parte dos salários dos trabalhadores, os partidos políticos têm prometido também reforçar os rendimentos dos pensionistas, nomeadamente através do Complemento Solidário para Idosos (CSI). Em causa está uma prestação não contributiva (não resulta dos descontos feitos ao longo da vida) que garante um valor mínimo de rendimento (550,67 euros) aos pensionistas, considerando não apenas as pensões que recebem, mas também o seu património e até, nalguns casos, o rendimento dos filhos do beneficiário.

O socialista Pedro Nuno Santos já assegurou que, conseguindo a vitória a 10 de março, irá eliminar esse último ponto, ou seja, o rendimento dos filhos deixará de contar para o cálculo do CSI, o que “iria alargar o leque de beneficiários e aumentar o valor das prestações“, antecipa Miguel Coelho, ex-vice-presidente do Instituto da Segurança Social.

Na opinião deste especialista, uma vez que não são muitos os beneficiários do CSI (cerca de 135 mil, de acordo com os dados oficiais), essa alteração não teria um impacto significativo ao nível da despesa.

E ainda que, do ponto de vista teórico, entenda que faz sentido o rendimento dos filhos serem tidos em conta (“há um dever familiar relativamente aos progenitores”, diz), do ponto de vista operacional a inclusão desses valores nos cálculos trazem “muitas dificuldades”, afirma Miguel Coelho. “Como não há cruzamento de dados, a inclusão dos filhos depende dos dados disponibilizados pelo beneficiário. É difícil de controlar”, sublinha o mesmo.

É uma medida mais inteligente do que a proposta do Chega, que é um completo disparate. Nem todas as pessoas que recebem a pensão mínima são pobres.

Miguel Coelho

Ex-vice-presidente do Instituto da Segurança Social

Por outro lado, Luís Montenegro prometeu aumentar o valor de referência dos tais 550,67 euros para 820 euros, numa medida de combate à pobreza entre os mais velhos. O impacto pode ser significativo, admite o ex-vice-diretor do Instituto da Segurança Social, que aponta para 800 milhões de euros de despesa adicional. É um acréscimo significativo, sim, mas “acomodável“, defende, sublinhando que deve ser este o instrumento preferencialmente usado para endereçar as situações de maior vulnerabilidade.

“É uma medida mais inteligente do que a do Chega, que é um completo disparate“, atira ainda Miguel Coelho. O partido de André Ventura prometeu alinhar a pensão mínima com o salário mínimo nacional, num prazo de seis anos.

Se por um lado o CSI tem em conta o património e as outras fontes de rendimento, a pensão não o tem. Resulta somente dos descontos feitos. Logo, há pessoas a receber pensão baixas que não são pobres, alerta o especialista. Além disso, a proposta do Chega distorceria a relação entre contribuições e pensões, gerando um desincentivo aos descontos para a Segurança Social.

A propósito, o professor universitário Jorge Bravo alerta que não faria sentido que alguém que fez um esforço contributivo” — e que, por isso, recebe uma pensão de velhice — acabasse com um rendimento menor do que quem tem direito ao complemento, afirmou.

De resto, somam-se críticas à proposta do Chega, com os especialistas a avisarem também que poderia levar a um congelamento do salário mínimo, na medida em que todas as vezes que o aumentasse o Governo teria de ponderar que impacto teria isso nas pensões e, à boleia, na sustentabilidade do sistema da Segurança Social.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Rei dos cogumelos tem luz verde dos acionistas para expandir produção em Trás-os-Montes. “É o início da recuperação”

Após ter ido “ao osso” da Varandas de Sousa na primeira fase de reestruturação, a CoRe Capital avança com plano de investimento a 5 anos na histórica produtora de cogumelos resgatada da insolvência.

Três anos e meio depois de ter sido resgatada da insolvência com a venda à CoRe Capital, no âmbito da aprovação de um plano de recuperação que contemplou um perdão de dívida da ordem dos 54 milhões de euros, a Varandas de Sousa acaba de receber luz verde dos acionistas – Sogepoc e Sugal detêm uma posição minoritária – para avançar com um plano de revitalização a cinco anos. Chama-se “Renascer” e prevê já este ano um investimento de três milhões de euros para substituir equipamentos e aumentar a área de produção de cogumelos.

Contratado em outubro pela sociedade de capital de risco liderada por Nuno Fernandes Thomaz, Martim Avillez Figueiredo e Pedro Araújo e Sá para substituir António Vaz na liderança da maior produtora portuguesa de cogumelos, detida pelo seu fundo Core Restart, Nuno Pereira ilustra ao ECO que “até agora [o trabalho] foi tirá-la do -2 para o piso zero”. “Vamos agora passar para uma nova etapa. É o início da recuperação. A empresa tem um potencial gigantesco e é um diamante por polir, mas precisa de uma visão que lhe dê uma direção diferente”, resume o gestor.

Fundada em 1989 por Artur José Varandas de Sousa, antes de lhe ser estendida a “tábua de salvação” em plena pandemia e “completamente no limite”, nas palavras do atual CEO, o principal braço do grupo Sousacamp, que viu as suas empresas ficarem insolventes, “estava no corredor da morte” e “praticamente a saque, com dívidas gigantescas [de 60 milhões de euros] a praticamente todos os stakeholders”. Desde logo ao Novobanco, o maior credor, que tal como a Caixa Agrícola perdoou 70% para viabilizar este negócio que ficou conhecido como o “rei dos cogumelos”.

Dedicada à produção, comercialização e distribuição de cogumelos frescos, a Varandas de Sousa chegou a faturar mais de 50 milhões de euros e a empregar perto de 700 pessoas em sete unidades em Portugal e Espanha (e planeava até construir fábricas na Argélia), ostentando o título de maior fabricante ibérico e um dos maiores da Europa.

Os problemas começaram em 2014 com o colapso do Grupo Espírito Santo, acionista (39%) e principal financiador. A Sousacamp tinha a operação completamente integrada, desde a aquisição das matérias-primas, que era feita a empresas do próprio grupo, até ao transporte com uma frota própria de camiões para colocar o produto nas prateleiras dos supermercados.

Nestes primeiros três anos, os novos donos avançaram com um “trabalho de fundo”, no sentido de racionalizar os ativos que estavam “claramente sobredimensionados” para este novo período de vida da empresa, e de repensar os processos, as funções e aquilo que poderia ser entregue a terceiros, sem prejudicar os níveis de serviço.

“Produzir cogumelos é o que sabemos fazer e em que aportamos valor; os processos complementares há quem faça melhor, mais barato e de forma mais eficiente”, resume Nuno Pereira. Entre esses ativos não estratégicos a alienar, ainda no balanço, estão as antigas unidades de embalamento de enlatados em Mirandela e de tratamento e valorização de subprodutos em Sabrosa.

Uma das primeiras medidas foi deixar a fábrica de Paredes (distrito do Porto), inaugurada em 2008, apenas com as áreas de embalamento e expedição. A produção de cogumelos foi concentrada em Vila Real e em Benlhevai, no concelho de Vila Flor (distrito de Bragança), onde está a sede e que foi a primeira unidade.

A racionalização de processos foi acompanhada de “algum ajustamento da força de trabalho”, de perto de 450 para os atuais 320 funcionários. Depois de ter ido “praticamente ao osso”, o antigo responsável de projetos como a Solana Fruits, Vitacress e The Summer Berry Company diz que é tempo de “reforçar as equipas e recuperar conhecimento”. Sobretudo na gestão intermédia, em que “está quase tudo por fazer” e irá contratar dez pessoas para vários níveis funcionais da organização.

Entre a injeção inicial para financiar fundo de maneio, adiantada ainda à massa insolvente da Sousacamp para o pagamento de salários, e a nova fábrica de composto erguida no complexo industrial de Vila Flor, a CoRe Capital calcula já ter investido até agora cerca de dez milhões de euros.

Esta unidade de oito milhões começou a laborar em meados de 2023 e abastece a produção de cogumelos também em Vila Real. Substituiu num “valor muito significativo” a importação de matéria-prima do estrangeiro, que antes chegava todas as semanas em dezenas de camiões, sobretudo dos Países Baixos.

Aumentar as vendas até 30% em quatro anos

Submetido no final do ano passado e aprovado pelos acionistas a 31 de janeiro, o plano de negócios para o período 2024-2028 prevê neste primeiro ano a substituição de um conjunto de equipamentos “completamente obsoletos e que hoje não garantem a consistência no fornecimento”. Por outro lado, vai recuperar e revitalizar algumas áreas abandonadas que já existem nas fábricas para fazer crescer a produção de cogumelos em Trás-os-Montes durante os próximos 12 meses e “consolidar a posição no mercado” nacional, em que reclama a liderança com uma quota de 85%.

Mais transversal é a vertente que designou por “Humanizar” e que teve na génese um inquérito aos trabalhadores lançado pelo novo CEO para “perceber as maiores preocupações, carências e ansiedades” e como primeira medida a nomeação de uma diretora de Higiene e Segurança.

“Se tratarmos bem as pessoas, elas acabam por tratar bem dos nossos negócios e dos nossos interesses. Este é um negócio fundamentalmente operacional, em que o negócio é feito pelas pessoas, para o bem e para o mal. Se não se sentirem valorizadas e se sentirem maltratadas, é meio caminho andado para correr mal”, descreve Nuno Pereira, 50 anos, natural de Lisboa e com formação de base em Agronomia.

Nuno Pereira, CEO da Varandas de SousaRicardo Castelo/ECO

Em termos produtivos, o plano de negócios estima passar das 4.000 toneladas vendidas no ano passado para 5.500 toneladas no final de 2027, justificando o aumento da capacidade instalada com a ambição de fazer crescer a categoria e, por consequência, as receitas da Varandas de Sousa.

É que o mercado interno, onde vende a totalidade da produção, é ainda “muito incipiente”: em média, cada português come apenas um quilo de cogumelos por ano, muito abaixo dos espanhóis (4), dos alemães (10) ou dos holandeses (14). Tratando-se de um produto perecível e estando a dois dias de viagem do Norte da Europa, onde o produto é mais valorizado, o porta-voz aponta que “a não ser que o mercado sofra algum tipo de desvio que não [está] a prever, não [tem] necessidade de vender para fora”.

A crescer desde 2021, mas com “acréscimos marginais”, o volume de negócios rondou os 20 milhões de euros no ano passado. Até 2027, segundo prevê no plano, as vendas devem subir 20% a 30%. A maior ritmo a partir do próximo ano, quando estiverem concretizados e consolidados no terreno os investimentos em curso, avaliados em três milhões de euros. E porque, admite o CEO, 2024 é um ano de “alguma incerteza e grandes incógnitas”. “Nós estamos numa prateleira de supermercado e, portanto, qualquer coisa que afete o poder de compra dos portugueses, naturalmente terá implicações”, completa.

Libertar a empresa da “asfixia” da dívida

Quando foi convidado pela CoRe Capital, Nuno Pereira teve a garantia do acionista de que a nova equipa de gestão teria o tempo e os recursos necessários para implementar este plano de negócios, que ambiciona tornar a Varandas de Sousa numa “grande empresa”, em termos de mercado, de eficiência dos processos e a nível laboral. “Temos o acionista connosco durante este período e, portanto, não se espera que faça um exit nos próximos dois ou três anos. Eventualmente depois disso”, esclarece, falando num trabalho de recuperação que “não é imediatista”.

“A empresa foi muito ao tapete. É mais difícil recuperar um negócio que já vem com vícios do que começar do zero. É preciso algum tempo. Não tenhamos ilusões: não vai acontecer em 2024. Isto é o princípio. Vai ser moroso, mas o trabalho daqui para a frente vai ser mais visível. Não que o anterior não tenha sido importantíssimo – esta fase não era possível sem ter sido feito aquilo que foi feito até agora, de todo. Foi um trabalho ingrato, pouco visível para fora e para dentro, inclusive”, contextualiza.

A empresa foi muito ao tapete. É mais difícil recuperar um negócio que já vem com vícios do que começar do zero. É preciso algum tempo. Não tenhamos ilusões: não vai acontecer em 2024. Isto é o princípio.

Nuno Pereira

CEO da Varandas de Sousa

A empresa “neste momento não dá prejuízo, mas não liberta ainda os meios para fazer face à totalidade das responsabilidades”, adverte o gestor. “Temos responsabilidades com a banca. A empresa tem-se continuado a financiar e, como é óbvio, não temos uma empresa limpa de dívida. Ainda é um constrangimento do ponto de vista do plano de negócios, mas que no decorrer dos próximos anos deixará de o ser e deixará de ter o peso que tem hoje. Prevê-se que os meios libertos sejam os necessários para fazer face ao serviço da dívida e para reinvestir no negócio. É isso que se pretende. Uma asfixia? Neste momento ainda é, tem sido até agora; o que se pretende é que daqui para a frente deixe de o ser”, resume.

Para os próximos dias, de 10 a 14 de fevereiro, há um pré-aviso de greve convocado pelo SINTAB pela não atualização de salários, pela implementação de um “justo sistema de diuturnidades”, pela diminuição do período normal de trabalho semanal para as 35 horas e pela aplicação direta de 25 dias de férias, entre outras reivindicações.

Em comunicado, o sindicato afeto à CGTP acusa a administração da empresa de “continuar a escudar-se num infinito processo de reestruturação que advém de uma insolvência em que beneficiaram de um considerável perdão de dívida aos contribuintes”.

Percebo que as pessoas estejam muito estigmatizadas e magoadas, mas este pré-aviso de greve vem numa fase muito injusta e prematura, em que vamos começar efetivamente a entregar investimento e ações concretas.

Nuno Pereira

CEO da Varandas de Sousa

Rebatendo que o salário médio na Varandas de Sousa é de 1.000 euros, se forem considerados os bónus de produtividade, diuturnidades e o trabalho suplementar, e que na agricultura é “completamente irrealista estar a falar em semanas de trabalho de 35 horas”, Nuno Pereira associa este protesto ao “momento político de grande agitação social” no país, em véspera de eleições. E defende “uma visão de médio e longo prazo, sob pena de [estar] a atropelar princípios e medidas que são estruturais e que vão garantir efetivamente melhores condições de trabalho e de remuneração”.

“As nossas pessoas tiveram uma vida duríssima e de grande incerteza. Há três anos não tinham perspetiva de ganhar o próximo salário e podiam ir para o desemprego. Percebo que estejam muito estigmatizadas e magoadas; agora, há aqui um trabalho sério que está a ser feito. Este pré-aviso de greve vem numa fase muito injusta e prematura, em que vamos começar efetivamente a entregar investimento e ações concretas que vão beneficiar as pessoas no seu ambiente de trabalho e valorizá-las. E, se tudo correr bem durante 2024, começar a pensar na componente remuneratória de uma forma diferente”, promete o CEO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Airbus prevê ter 25% da produção em Portugal em 2026

A fabricante de aviões está a acelerar a aposta no país, na fábrica de Santo Tirso, onde espera produzir um quarto da sua produção em dois anos. Até lá vai contratar mais de uma centena por ano.

A Airbus Atlantic vai continuar a aumentar a produção na sua fábrica de Santo Tirso, prevendo que Portugal seja responsável por um quarto da produção do gigante francês de aeronáutica em 2026. Até atingir este objetivo, a multinacional vai continuar a investir na unidade e a reforçar a sua equipa, prevendo contratar mais de uma centena de pessoas por ano até 2026, e não descarta a construção de um novo edifício em Santo Tirso.

25% da produção da Airbus Atlantic vai ser feita em Portugal“, garantiu Rodolph Andrieu, diretor de produção de controlo e logística (PC&L) da Airbus Atlantic Portugal, ao ECO. De acordo com o mesmo responsável, a maioria da produção está concentrada na fábrica em França, para onde é enviada depois a produção dos subconjuntos feitos na Tunísia, em Marrocos e em Portugal.

25% da produção da Airbus Atlantic vai ser feita em Portugal.

Rodolphe Andrieu

Diretor de PC&L da Airbus Atlantic Portugal

Com a presença da Airbus em Portugal a crescer a bom ritmo, a Airbus Atlantic quer ter concluída em 2026 a primeira grande fase de investimento no país, quatro anos após a inauguração oficial das instalações de Santo Tirso, onde produz peças para as famílias Airbus A320 e A350, em 2022.

Da unidade na Zona Industrial da Ermida começaram por sair secções e painéis de fuselagem para os aviões da família A320 e A350, para já da parte frontal e porta de carga, mas a Airbus tem vindo a transferir a produção de outras secções da estrutura das aeronaves para Portugal. “Em quatro anos vamos passar do zero a 25%”. “O objetivo em Portugal é fabricar quase 25% de todos os subconjuntos que são depois entregues na fábrica em França”, reforçou Rodolph Andrieu.

Para alcançar este objetivo, a empresa prevê continuar a investir, tanto em maquinaria e em equipamentos, como na contratação de pessoas. “A ambição é de contratar 100 pessoas por ano“, até atingir os 550 a 600 trabalhadores em 2026, refere o diretor da Airbus Atlantic Portugal, adiantando que “em 2023 fizemos 90 contratações e, este ano, [vamos contratar] 110“.

A ambição é de contratar 100 pessoas por ano, até atingir os 550 a 600 trabalhadores em 2026.

Rodolphe Andrieu

Diretor de PC&L da Airbus Atlantic Portugal

Em 2026 vamos atingir uma fase de estabilidade, de maturidade“, conclui o responsável, a falar com o ECO à margem de um evento que juntou investidores e empresários franceses num evento no Porto, organizado pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Francesa.

A Airbus Atlantic inaugurou oficialmente as instalações na Zona Industrial da Ermida em setembro de 2022. Esta unidade ocupa uma área de 20 mil metros quadrados e que representou um investimento próximo dos 40 milhões de euros. “O maior investimento foi a construção do edifício”, refere Rodolph Andrieu ao ECO, adiantando que a empresa teve que comprar “máquinas e todos os equipamentos industriais para fazer a montagem aeronáutica”.

Apesar deste grande investimento em equipamentos, que contou com financiamento do Portugal 2020, Rodolph Andrieu admite que o maior desafio para a empresa tem sido a contratação, que está a envolver centenas de pessoas. “Recrutar, formar, atrair e manter as pessoas é o mais difícil. É mais difícil que um desafio técnico“, realça.

“As funções de operador de aeronáutica quase não existem em Portugal, sobretudo no Norte”, uma dificuldade que tem forçado a fabricante de aviões a recorrer à formação interna. “90 a 95% do recrutamento está a passar por esta formação interna”, destaca. “É um investimento de longa duração”.

Nova unidade em cima da mesa

Consolidada a primeira fase de investimento daqui a dois anos, a Airbus pretende continuar a trabalhar em novos projetos – “vão ser projetos de duplicação de linha de montagem” – e “possivelmente, se grupo continuar a duplicar a linha de montagem, fazer um novo edifício“. “Mas isto numa nova etapa”, admite o responsável da empresa francesa em Portugal.

Rodolph Andrieu refere, contudo, que nada “está já decidido” quanto ao novo edifício, “mas o terreno permite fazê-lo, mas primeiro temos que demonstrar que conseguimos atingir 25% da produção com todos os objetivos de qualidade e logística“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.