Academia Portuguesa de Cinema escolhe entre cinco filmes para uma candidatura aos Óscares

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

A Academia Portuguesa de Cinema vai escolher entre cinco películas qual a candidata de Portugal a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional 2025. A decisão é conhecida a 11 de setembro.

Os filmes “A Flor do Buriti”, “Grand Tour”, “Manga d’Terra”, “O teu rosto será o último” e “O vento assobiando nas gruas” vão a votos na Academia Portuguesa de Cinema para uma candidatura aos Óscares de 2025.

A Academia Portuguesa de Cinema anunciou esta segunda-feira que estes cinco filmes são finalistas e vão agora ser submetidos a votação entre os seus membros, para se escolher qual o candidato de Portugal a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2025.

Estes cinco filmes foram selecionados por um comité da academia, a partir de trinta longas-metragens de produção nacional consideradas elegíveis, com estreia ocorrida entre 1 de novembro de 2023 e garantida até 30 de setembro deste ano.

Das obras selecionadas, todas tiveram já estreia cinematográfica em Portugal, exceto “Grand Tour”, de Miguel Gomes, que chegará aos cinemas a 19 de setembro.

A história de “Grand Tour” segue um romance de início do século XX, com Edward (Gonçalo Waddington), um funcionário público do império britânico que foge da noiva Molly (Crista Alfaiate) no dia em que ela chega para o casamento.

Miguel Gomes fez um arquivo de viagem pela Ásia, passando por Myanmar (antiga Birmânia), Vietname, Tailândia ou Japão, para traçar o trajeto das personagens, recolhendo imagens e sons contemporâneos para uma longa-metragem de época de 1918. Só depois desse périplo, rodou as cenas com os atores em estúdio em Roma.

“Grand Tour” valeu a Miguel Gomes o prémio de melhor realização este ano no Festival de Cinema de Cannes, em França.

A Flor do Buriti” é um filme de João Salaviza e Renée Nader Messora e foi rodado no território indígena da Kraholândia, no Brasil, onde já tinham feito “Chuva é cantoria na aldeia dos mortos” (2019).

A narrativa foi construída com relatos históricos e conversas com indígenas e conquistou um Prémio de Elenco em 2023 em Cannes.

Manga d’Terra” é a nova incursão do realizador luso-suíço Basil da Cunha no território social da Reboleira, na Amadora, e conta a história de Rosa (Eliana Rosa), uma jovem cabo-verdiana que adora cantar e deixa os filhos no arquipélago africano enquanto tenta a sua sorte em Portugal.

O teu rosto será o último” e “O vento assobiando nas gruas” são duas adaptações literárias de romances de João Ricardo Pedro e Lídia Jorge, respetivamente.

Do romance de João Ricardo Pedro nasceu um filme de Luís Filipe Rocha sobre um jovem, Duarte, que não soube lidar com uma capacidade extraordinária, inata, de tocar piano, e que renegou também pelas circunstâncias familiares em que cresceu.

Com assinatura de Jeanne Waltz, realizadora suíça há muito radicada em Portugal, “O vento assobiando nas gruas” segue Milene, uma jovem mulher que, depois da morte da avó, se depara com uma família de tios que a despreza por causa de um problema de desenvolvimento mental.

À procura de respostas pela morte da avó, Milene ruma às instalações desativadas de uma antiga conserveira, ocupada por uma família cabo-verdiana emigrada, e onde se apaixona por Antonino Mata.

Estes cinco filmes foram escolhidos por um comité composto pela produtora Andreia Nunes, pela realizadora Cristèle Alves Meira, pela atriz Binete Undonque, pelo diretor de fotografia José Tiago, pelo realizador Luís Galvão Teles, pelo produtor Pedro Borges, pela argumentista Rita Benis, pelo ator Rui Morrison e pelo distribuidor Saúl Rafael.

A Academia Portuguesa de Cinema anunciará o filme candidato por Portugal a 11 de setembro.

A 97.ª edição dos Óscares está marcada para 2 de março de 2025 em Los Angeles, nos Estados Unidos da América, sendo os nomeados revelados a 17 de janeiro.

De acordo com a Academia Portuguesa de Cinema, desde 1980 Portugal tem submetido anualmente um candidato à categoria de Melhor Filme Internacional. No entanto, nunca houve um nomeado português nesta categoria.

À parte deste processo de seleção da Academia Portuguesa de Cinema, é possível ao cinema português entrar na corrida a uma nomeação aos Óscares, noutras categorias, consoante diferentes critérios de elegibilidade, como por exemplo, os filmes serem premiados em determinados festivais internacionais.

Na edição de 2023, pela primeira vez uma produção portuguesa esteve nomeada, na categoria de Melhor Curta-Metragem de Animação com “Ice Merchants”, de João Gonzalez, mas não obteve a estatueta dourada.

Este ano, a curta-metragem portuguesa “Um Caroço de Abacate”, do realizador Ary Zara, foi candidata a uma nomeação para o Óscar de Melhor Curta-Metragem (“Live Action Short Film”, na designação em inglês), mas não chegou às nomeações finais.

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Euribor desce a três meses e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Esta segunda-feira, a Euribor caiu para 3,548% a três meses, mas subiu para 3,445% a seis meses e para 3,191% a 12 meses.

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira a três meses e subiu a seis e a 12 meses face a sexta-feira. Com as alterações, a taxa a três meses, que recuou para 3,548%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,445%) e da taxa a 12 meses (3,191%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 01 de dezembro, subiu esta segunda-feira para 3,445%, mais 0,008 pontos, depois de ter caído na terça-feira para 3,397%, um novo mínimo desde 12 de abril de 2023, e de ter atingido 4,143% em 18 de outubro, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a junho apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 37,5% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 33,7% e 25,7%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também subiu esta segunda-feira, para 3,191%, mais 0,015 pontos, depois de ter recuado na terça-feira para 3,138%, um novo mínimo desde 21 de dezembro de 2022, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses caiu, ao ser fixada em 3,548%, menos 0,009 pontos, depois de ter descido na terça-feira para 3,523%, um novo mínimo desde 15 de junho de 2023, e de, em 19 de outubro, ter subido para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Em 18 de julho, o BCE manteve as taxas de juro diretoras e a presidente do BCE, Christine Lagarde, não esclareceu o que vai acontecer na próxima reunião em 12 de setembro, ao afirmar que tudo depende dos dados que, entretanto, forem sendo conhecidos.

Na reunião anterior, em junho, o BCE tinha descido as taxas de juro diretoras em 25 pontos base, depois de as ter mantido no nível mais alto desde 2001 em cinco reuniões e de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

A média da Euribor em julho voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas mais acentuadamente no prazo mais longo, tendo baixado 0,040 pontos para 3,685% a três meses (contra 3,725% em junho), 0,071 pontos para 3,644% a seis meses (contra 3,715%) e 0,124 pontos para 3,526% a 12 meses (contra 3,650%).

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Dono da Altice vende 24,5% da British Telecom a empresa indiana

  • ECO
  • 12 Agosto 2024

Drahi decidiu vender 24,5% da British Telecom à indiana Bharti Global. Esta operação surge numa altura em que a Altice tem estado sob pressão para vender ativos de forma a reduzir a sua dívida.

O dono da Altice, Patrick Drahi, vai vender a sua posição de 24,5% na British Telecom (BT), avaliada em 3,2 mil milhões de libras (3,7 mil milhões de euros), à empresa de telecomunicações indiana Bharti Enterprises. O valor da venda à Bharti não foi revelado.

Drahi tinha entrado no capital da operadora britânica em 2021, numa decisão que gerou algum desconforto no Governo britânico de então, mas o magnata, que também é dono da Altice Portugal, tem estado sob pressão para vender ativos e reduzir a avultada dívida do grupo.

A operação ocorrerá de forma faseada. Inicialmente foi celebrado um acordo vinculativo com a Altice UK para a compra de 9,99% do capital. Os restantes 14,51% serão adquiridos após a autorização dos reguladores.

A Bharti, dona da segunda maior operadora de telecomunicações indiana, diz não ter intenção de comprar a totalidade da BT, nem vai pedir assento no Conselho de Administração. A compra ocorre depois de, em junho, o magnata mexicano Carlos Slim também ter adquirido 3,2% da BT.

Com esta notícia, as ações da BT estão a subir 6% esta segunda-feira, para 139 pence. As ações da BT já aumentaram 24% nos últimos seis meses, à medida que os frutos do seu plano de investimento a longo prazo para construir a rede de fibra ótica do país começam a materializar-se.

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Cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia fechadas esta segunda-feira

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Os encerramentos são maioritariamente em Lisboa, segundo informação oficial, que indica também o fecho de uma urgência pediátrica no Barreiro.

Cinco serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia vão continuar encerrados esta segunda-feira, na sua maioria na região de Lisboa, segundo informação oficial, que indica também o fecho de uma urgência pediátrica.

Segundo as escalas de urgência publicadas no Portal do SNS, às 23:30 de domingo, as urgências de Ginecologia e Obstetrícia fechadas esta segunda-feira são as do Hospital de São Bernardo, Setúbal, Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, Hospital de São Francisco Xavier, em Lisboa, Hospital das Caldas da Rainha e Hospital de Santo André, em Leiria.

Esta semana, quinta-feira e sábado serão os dias com mais urgências de Ginecologia fechadas – sete no total.

Esta segunda-feira vai também estar fechada a urgência pediátrica do hospital Nossa Senhora do Rosário, Barreiro, distrito de Setúbal.

Segundo a mesma informação do Portal do SNS, estarão referenciadas as urgências de pediatria dos hospitais de Viseu no período noturno e no hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) também no período noturno.

Nos hospitais Santa Maria, em Lisboa, e Garcia de Orta, em Almada, também serão recebidos apenas os casos referenciados, ou seja, reservados às urgências internas, aos casos referenciados pelo Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e pela linha SNS 24.

A Direção Executiva do SNS apela à população para “ligar sempre para a Linha SOS Grávida [808 24 24 24] antes de se deslocar a um serviço de urgência de Ginecologia”.

Segundo dados dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) avançados na sexta-feira à Lusa, a Linha SNS Grávidas, que faz parte do SNS 24, atendeu 16.141 chamadas, entre os dias 01 de junho e 26 de julho, sendo que 8.268 chamadas se referem às triagens realizadas no mês de junho.

Em dois meses, cerca de 2.490 utentes foram referenciadas para os cuidados de saúde primários e 11.209 para os serviços de urgências hospitalares, refere a SPMS, indicando ainda que 246 foram referenciadas para o INEM.

Os dados revelam também que mais de 13,5% das grávidas foram aconselhadas a ficar em autocuidados.

Quanto ao número de atendimentos realizados pelo SNS 24 nos primeiros oito meses do ano, os dados referem que totalizaram 1.875.56, menos 9.493 relativamente ao período homólogo de 2023.

Segundo os números, 610.941 utentes foram reencaminhados para urgências hospitalares e 461.379 para os cuidados de saúde primários.

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Só um terço dos portugueses consegue poupar ao final do mês

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Dados da consultora Deloitte revelam que 69% dos portugueses afirma não conseguir poupar dinheiro ao fim do mês. Metade não consegue fazer face a uma despesa inesperada no espaço de três meses.

Apenas um terço dos portugueses consegue poupar dinheiro ao final do mês, de acordo com dados recolhidos pela Deloitte, enquanto 51% diz não conseguir fazer face a uma despesa inesperada no espaço de três meses.

Segundo os dados do ConsumerSignals, base de dados da Deloitte Global que reúne informação relativa aos padrões de despesa dos consumidores em vários países, 69% dos portugueses afirma não conseguir poupar dinheiro no final do mês, revela a consultora, em comunicado.

Ainda assim, o número de portugueses que diz conseguir poupar subiu ligeiramente em junho (de 30% para 31%), de acordo com os dados da plataforma, após uma queda em maio.

Metade dos portugueses não consegue fazer face a uma despesa inesperada importante nos próximos três meses, sendo que uma fatia semelhante (54%) admite estar a adiar compras de grande dimensão. “Nestes dois indicadores, Portugal regista o valor mais alto no último mês entre todos os [17] países analisados”, indica a Deloitte.

A última compra extraordinária reportada pelos inquiridos teve um valor, em média, de 40 euros, sendo que a principal preferência foi roupa e acessórios. Por outro lado, “noutros países europeus como a Alemanha, Espanha, França e Itália, a prioridade foi comida e bebida”.

Nas questões sobre a inflação, a grande maioria dos portugueses (83%) disseram estar preocupados com a subida do custo de vida, com mais de metade a sinalizar que em junho compraram, sobretudo, marcas brancas.

A plataforma ConsumerSignals recolhe dados mensalmente e tem como base informação relativa a mil consumidores portugueses, adultos com mais de 18 anos.

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A brindar ao convívio e à cerveja, Filipa Magalhães, da Heineken, na primeira pessoa

A cerveja faz parte da vida da marketing manager da Heineken, tanto em termos de trabalho como dos seus momentos de convívio. Se não fosse o marketing, Filipa Magalhães seria chef de cozinha.

A cerveja está presente na vida de Filipa Magalhães, tanto nos seus momentos de convívio com amigos e família – altura de eleição para beber uma cerveja – como no seu trabalho, ou não fosse marketing manager da Heineken em Portugal.

Gosto de beber cerveja, mas claro que de forma responsável. Para mim faz parte do convívio com os amigos e a família. Essa é a altura de eleição. Não há uma melhor altura para beber uma cerveja, mas se tivesse de eleger um momento esse seria o meu momento. Mas em concertos ou a ver futebol também gosto muito de beber uma cerveja”, diz Filipa Magalhães, em conversa com o +M.

Algumas destas cervejas são bebidas com os amigos de infância, que são os seus “verdadeiros amigos” e aqueles que a acompanham desde sempre e até hoje, “um grupo de amigos muito forte, muito coeso e muito consistente”. Grupo este de Lisboa, ou não fosse Filipa Magalhães “mesmo alfacinha”, nascida e criada em Lisboa, onde ainda hoje vive, na zona de Alvalade, com o marido e os dois filhos, dois rapazes, um com três anos e o outro com seis.

Durante a infância – e muito impulsionada pela mãe – foi experimentando várias coisas e atividades muito diferentes. Para lá do desporto – onde praticou ginástica de alta competição e natação e futebol de uma forma esporádica – fez também teatro e danças populares. Hoje em dia a atividade física é mais calma, praticando pilates.

Também influenciada pela mãe, que achou que seria importante ter uma experiência internacional, passou 15 dias durante o seu nono ano de escolaridade num colégio de verão inglês, nos arredores de Londres, rodeada com pessoas de diversas nacionalidades. Mais tarde, a experiência internacional “repetiu-se” quando fez Erasmus já durante o percurso universitário. Filipa Magalhães considera “muito enriquecedor” este tipo de experiências, que ajuda a que se tenha uma “mente muito mais aberta”.

Sendo uma pessoa que adora animais, a marketing manager da Heineken teve durante a sua infância um cão de estimação, bem como um coelho. “Acho que os animais são muito importantes no crescimento das crianças. Ainda não dei nenhum animal aos meus filhos, andamos em negociações para decidir qual o animal que vamos ter cá em casa, mas tive essa presença durante a minha infância e acho que desenvolve outros tipos de características nas pessoas”, refere.

Um dos seus hobbies de eleição é cozinhar – aliás, se não tivesse enveredado pelo marketing, talvez fosse chef de cozinha – gostando principalmente de confecionar bolos e sobremesas, principalmente um bolo de chocolate “daqueles que fica húmido por dentro”. Filipa gosta também muito de arriscar e experimentar cozinhar coisas novas, que nunca tenha aprendido.

Esta vontade de enveredar pelo desconhecido na culinária é transposta também para a arte de saborear: “Não tenho um prato de eleição, tenho vários. Ou seja, não tenho nada em específico que goste muito muito de comer, mas gosto muito de experimentar coisas novas e gastronomias diferentes“, explica.

Ainda dentro desta perspetiva de descobrir o desconhecido, Filipa Magalhães também gosta muito de viajar, querendo que os filhos tenham essa possibilidade de “conhecer coisas novas” e que de terem “experiências completamente diferenciadoras”. “Acho importante estarmos em contacto com outras realidades, para criarmos seres humanos para o futuro com uma mentalidade mais aberta e que pense mais nos outros“, entende.

A última viagem que fez foi a Salou, perto de Barcelona, para irem a um parque temático. “Todos os anos tentamos ir a um parque temático, para fazer uma viagem mesmo a pensar nos miúdos. A próxima ainda estamos a decidir. Há-de ser mais no inverno mas ainda não chegámos a um consenso de qual será a próxima viagem, porque todos queremos coisas diferentes”, diz Filipa Magalhães.

A leitura é outro prazer da responsável de marketing. “Os Líderes Comem por Último” foi um livro que terminou “há pouco tempo” e que a marcou bastante por utilizar muitos paralelismos. “Achei interessante porque faz muitos paralelismos, alguns deles, claro, dentro da cultura americana, mas é um livro que recomendaria sem dúvida alguma. Ainda estou a decidir o próximo que hei-de ler, mas este marcou-me bastante”, refere.

Entre a “Filipa” pessoal e profissional, a marketing manager de 36 anos não encontra grandes diferenças. “Sou uma pessoa com uma mente aberta, inclusiva, que gosta de ouvir opiniões diferentes. Ao mesmo tempo sou uma pessoa bastante exigente, e tenho noção disso. Mas também gosto muito dos momentos descontraídos“, diz.

A nível profissional, o seu percurso começou na Unilever, empresa que considera ter sido “claramente uma escola”. Essa experiência foi “super enriquecedora para mim, e aquilo que vivi na Unilever foi claramente uma cultura de aprendizagem, e isso foi muito importante, principalmente no início de carreira. Era uma empresa que tinha valores muito próximos dos meus e onde fiz grandes amigos”, diz, acrescentando que foi lá onde conheceu o seu atual marido.

Na Unilever começou em gestão de categorias com artigos de limpeza como Skip, Surf, Cif, Sun, mudando depois para a marca Knorr, uma categoria “completamente diferente”.

“Passei de uma categoria onde a estratégia promocional é extremamente importante, e a forma como desenvolvemos as marcas nesse sentido é muito importante para estarmos próximos daquilo que é esperado pelo consumidor, para uma outra categoria onde na altura a marca era líder”, observa.

Ingressou depois na Central de Cervejas, onde passou um pouco por “todas as categorias”. Começando em águas, com a Luso Fruta, trabalhou depois a marca Sagres, onde teve a oportunidade de trabalhar tanto o mercado nacional como o mercado de exportação, “o que também foi muito bom para ter outros tipos de aprendizagens”.

Depois de uma passagem pela Heineken enquanto brand manager, trabalhou a categoria de sidras, que é “um mundo muito diferente” onde o grupo Heineken “também tem uma expertise incrível”, até que aceitou o desafio de ser a pessoa responsável pela marca Heineken, “uma marca premium, com valores muito sólidos e claramente a génese da criação da empresa”.

“E portanto temos aqui uma responsabilidade acrescida de continuar o legado que foi construído há mais de 150 anos”, diz Filipa Magalhães. Marketing manager da marca de cerveja há mais de três anos, considera que esta tem sido uma “jornada intensa, mas muito gratificante”.

“Agora mais recentemente, conseguimos duplicar o volume da marca, o que é muito positivo. A Heineken é uma marca que cada vez está mais próxima dos consumidores portugueses sem nunca perder o premium da marca. É muito desafiante encontrar o equilíbrio entre a pressão comercial no curto prazo e a construção de uma marca consistente que os consumidores reconheçam como premium no longo prazo. Mas acho que temos dado grandes passos e todas as pessoas – internas e externas – e agências que trabalham connosco têm-nos ajudado a construir uma marca sólida”, afirma.

Entre esse grupo de agências com que a marca trabalha mais regularmente encontram-se a Publicis, a Dentsu (agência de media), a SamyRoad (agência de influencer marketing), a M Public Relations (agência de relações públicas) e a Niu (agência de ativação em todos os festivais de música). Pontualmente devenvolvem também alguns eventos com influenciadores e convidados com a ajuda da H2N.

No entender de Filipa Magalhães, a Heineken é uma marca “consistente” assim como o são as suas plataformas de ativação e de comunicação, fator que a marketing manager considera ser muito importante.

Depois, “aquilo que tentamos sempre fazer é trazer algo que seja muito relevante para o consumidor português. E por isso é que a criatividade é tão importante. Podemos ser uma marca global mas é muito importante sermos relevantes para o consumidor português e é aí que tentamos dar um ponto diferenciador e é aí que os nossos parceiros são extremamente importantes e relevantes em toda a nossa estratégia“, explica.

Como exemplo dá a ativação no Nos Alive, com a realização do primeiro espetáculo com 500 drones em Portugal, naquela que foi uma forma de se impactar o consumidor português, e de tornar o patrocínio ao festival “muito mais relevante localmente”.

Filipa Magalhães em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A nível internacional, a campanha “Toxic Influence” do projeto Beleza Real, da Dove. Teve o condão de apelar ao mesmo tempo à marketeer e à mãe – mostrando que em ambos os papéis devo ser fiel aos meus valores e à responsabilidade de estar a criar as mentes que no futuro vão definir os cânones da nossa sociedade, com as responsabilidades que acarreta querer deixar um mundo melhor.
Já em termos nacionais, a campanha “Tou xim É P’ra mim!”, da Telecel. Conseguiu lançar uma categoria nova e marcar uma nova era, criando um novo paradigma, tornando-se parte do imaginário coletivo duma geração.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

Encontrar o equilíbrio entre uma pressão comercial de curto prazo com recursos finitos e a construção de uma marca consistente e próxima dos consumidores, para o longo prazo.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

Consumidor.

4 – O briefing ideal deve…

Ser inspirador, dinâmico e com um objetivo claro. O que dá asas à criatividade.

5 – E a agência ideal é aquela que…

Partilha da mesma paixão, e por isso sabe quando aceitar e quando desafiar, trabalhando a par e em verdadeira parceria.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Arriscar para conseguir romper e captar a atenção dos consumidores.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Não me agrada a ideia de um orçamento ilimitado pois leva a facilitismos e alguma desresponsabilização. A minha forma de ver marketing é orientada para a criação de valor e retorno do investimento, logo a existência de um limite é chave para medir o sucesso.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

O talento existe mas falta dimensão.

9 – Construção de marca é?

Uma maratona. Um processo longo, que vai ter momentos altos e baixos mas que no fim é muito gratificante.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

Seria chef, pois tenho os ingredientes que me motivam: desafio, pressão e criatividade para ser sempre melhor e diferente.

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Prejuízos nos cuidados continuados ultrapassam 300 euros/mês por utente

  • Lusa
  • 12 Agosto 2024

Estudo da Faculdade de Economia do Porto conclui que o subfinanciamento do Estado se mantém, apesar das atualizações dos valores.

Os prejuízos das unidades de cuidados continuados ultrapassaram os 300 euros/mês por utente no ano passado, conclui um estudo da Faculdade de Economia do Porto, que diz que o subfinanciamento se mantém, apesar das atualizações dos valores.

Segundo o estudo, feito a pedido da Associação Nacional dos Cuidados Continuados (ANCC) e a que a Lusa teve acesso, o valor pago pelo Estado ainda é insuficiente devido ao aumento do salário mínimo nacional e à necessidade, em muitas unidades, de mais profissionais do que a legislação recomenda.

Os especialistas da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, além dos custos de 2023, equacionaram três cenários: um que considera apenas o aumento de 4,4% no salário médio esperado para este ano; outro que, além disso, aplica a taxa de inflação prevista para este ano (2,5%) nas rubricas de “Custos Diretos e Indiretos” e outro que, aplicando a mesma taxa de inflação, considera o aumento de 7,89% nos custos com pessoal, decorrente do aumento do salário mínimo nacional.

Nas análises aos custos do ano passado, os especialistas concluíram que em todos os tipos de unidades (convalescença, média duração e longa duração) há prejuízo, sendo que o maior é nas Unidades de Longa Duração e Manutenção (ULDM), onde a diferença entre os custos e o financiamento do Estado chega aos 10,79 euros/dia/utente.

“Considerando que, nesta resposta, as entidades analisadas disponibilizam em média 31 camas, isto traduz-se num subfinanciamento estatal de aproximadamente 122 mil euros por instituição ao longo do ano de 2023″, conclui o documento.

Apesar da atualização dos valores pagos pelo Estado para as Unidades de Média Duração e Reabilitação (UMDR) e as ULDM, que visou mitigar as dificuldades financeiras das entidades parceiras da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados (RNCCI) – “exacerbadas pela pandemia de Covid-19 e pelo aumento da inflação decorrente da invasão da Ucrânia pela Rússia” -, estes valores “continuam a ser claramente insuficientes”, refere o estudo.

“A senhora ministra da Saúde já disse publicamente que reconhece que há um subfinanciamento grave nos cuidados continuados e aquilo que nós esperamos é que, agora, passem das palavras aos atos”, disse à Lusa o presidente da ANCC, José Bourdain. O responsável sublinha que o “enorme subfinanciamento” acontece tanto nas respostas sociais como nos cuidados continuados.

Ao considerar os três cenários, os especialistas referem que o valor fixado pelo Estado para 2024 nas três tipologias de resposta “continua significativamente inferior ao custo por utente/dia suportado pelas instituições”, sublinhando que a diferença é “particularmente relevante” na ULDM (-6,99 euros no Cenário 1, -7,59 euros no Cenário 2 e -9,48 euros no cenário 3) e na UMDR (-5,08 euros no Cenário 1, -5,74 euros no Cenário 2 e -8,14 euros no Cenário 3).

Dizem ainda que este subfinanciamento pode comprometer a qualidade dos cuidados prestados por algumas instituições e até mesmo a sua própria sobrevivência, considerando “particularmente relevante” rever a participação estatal no financiamento da RNCCI.

Apontam ainda como consequência as “deficiências orçamentais, degradação das infraestruturas e falta de equipamentos”, além da desmotivação dos profissionais.

“Os utentes sofrem com a menor qualidade dos cuidados e redução dos serviços”, acrescentam os especialistas, insistindo na necessidade de “acautelar que as instituições gerem alguma margem de lucro” que permite melhorar as instalações e os cuidados prestados, garantindo a sustentabilidade do sistema”.

Segundo disse à Lusa José Bourdain, já houve unidades que escreveram ao Governo a dizer que iam baixar os padrões de prestação de serviços aos utentes, nomeadamente cortando nos recursos humanos.

O estudo foi elaborado com informações contabilísticas de 27 instituições, sendo 24 delas associadas à ANCC. Estas instituições têm um total de 1.169 camas distribuídas pelas três tipologias de resposta – Unidades de Convalescença (internamentos até 30 dias), UMDR (entre 30 e 90 dias) e ULDM (mais de 90 dias).

Considerando que, nesta resposta, as entidades analisadas disponibilizam em média 31 camas, isto traduz-se num subfinanciamento estatal de aproximadamente 122 mil euros por instituição ao longo do ano de 2023.

Estudo da Faculdade de Economia do Porto

Setor quer revisão da lei que define pessoal necessário

Neste contexto, a ANCC defende a revisão da lei que define o pessoal necessário para o funcionamento destas instituições, pois prevê menos pessoas do que as unidades precisam para prestar o serviço.

“Há dois tipos de situação, uma é, face ao quadro legal em vigor, na prática, aqueles profissionais que lá estão não são suficientes, nomeadamente ao nível de enfermagem e auxiliares de ação médica. Há ainda o quadro de recursos humanos absolutamente necessário para o funcionamento da unidade e que não está na legislação, nomeadamente pessoal administrativo, da receção e da limpeza”, explicou à Lusa José Bourdain.

O responsável sublinhou que “nenhuma unidade destas funciona sem que haja pessoal para fazer a limpeza, sobretudo numa unidade de saúde, onde a limpeza é extremamente importante”.

No estudo feito a pedido da ANCC, a Faculdade de Economia da Universidade do Porto conclui que, em termos de recursos humanos, os dados “evidenciam que o número e as categorias profissionais recomendados pela Portaria 174/2014, de 10 de setembro, para garantir adequadas condições de funcionamento nas diferentes respostas, são manifestamente insuficientes, nomeadamente ao nível de pessoal auxiliar e enfermeiros”.

Adicionalmente, “não contempla algumas categorias profissionais essenciais ao funcionamento das instituições, como técnicos de manutenção, pessoal de cozinha, pessoal de limpeza, técnicos administrativos ou técnicos de recursos humanos”, refere o documento.

“Estamos a falar também de pessoal de cozinha, de pessoal que trabalha nas lavandarias e também de um farmacêutico, que é uma exigência do Infarmed, mas não é uma exigência da Rede de Cuidados Continuados”, explicou José Bourdain.

O trabalho da Faculdade de Economia do Porto conclui ainda que, nos últimos três anos, os custos com pessoal nestas instituições subiram entre 9% a 13% – consoante o tipo de unidades (convalescença, média duração e reabilitação ou longa duração e manutenção).

José Bourdain exigiu igualmente que a diária seja paga em função de um quadro de recursos humanos que tenha um salário idêntico ao praticado na Função Pública. “Dou o exemplo da profissão da ministra da saúde: um farmacêutico na administração pública ganha 1.780 euros e no setor social ganha 1.160”.

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Governo deverá permitir que promotores voltem a pedir licenciamentos

  • ECO
  • 12 Agosto 2024

O Governo pretende repor o regime anterior ao Simplex Urbanístico, passando a permitir que os promotores tenham a opção de pedir licenciamentos em alternativa à comunicação prévia obrigatória.

O regime de licenciamento vai voltar a ser uma opção nas operações urbanísticas, se os promotores assim quiserem, em alternativa à comunicação prévia obrigatória, noticia o Jornal de Negócios. Será assim, nomeadamente, nos casos em que o projeto se localize numa zona em que, além de um Plano Diretor Municipal (PDM) aprovado, já exista um plano de pormenor ou uma unidade de execução (aprovados pelos executivos camarários).

É uma das mudanças previstas ao novo Simplex Urbanístico, aprovado no ano passado pelo anterior Governo, cuja revisão o Executivo de Luís Montenegro anunciou em maio e que deverá apresentar este mês. Segundo um documento enviado pelo Ministério das Infraestruturas e Habitação para consultas a várias entidades, estão também em cima da mesa alterações de prazos, dando mais tempo às câmaras para decidir; a clarificação de contraordenações e de pagamento de taxas; e o regresso do livro de obra.

O Governo de António Costa tinha decidido isentar e eliminar licenciamentos com o objetivo de reduzir a morosidade e a complexidade dos processos urbanísticos, mas a medida criou “insegurança” no mercado, segundo o jornal. Isto porque, sem uma aprovação explícita da autarquia, com um licenciamento, aumentava muito a responsabilidade dos promotores e dos projetistas perante eventuais ilegalidades urbanísticas, sendo que, depois, ficavam sujeitos a fiscalização ao longo dos dez anos seguintes.

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Hoje nas notícias: Habitação, licenciamentos e caso BES

  • ECO
  • 12 Agosto 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A distribuição do dinheiro do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinado à habitação está a acelerar, mas a construção de novas casas está atrasada. O Governo quer permitir que os promotores possam pedir licenciamentos, mesmo que não sejam obrigatórios, repondo o regime que estava em vigor antes do Simplex Urbanístico. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Financiamento do PRR para a habitação acelera, mas falta construir. Só estão prontas 132 casas

O ritmo de construção de novos fogos não está a acompanhar o da alocação de fundos do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) destinados à habitação. Segundo um estudo feito por dois investigadores a partir de dados públicos, cerca de metade das verbas dos programas abrangidos pelo PRR que são dirigidos à habitação já foram distribuídas, mas, até junho, apenas 132 obras estavam concluídas das 3.321 casas que já têm financiamento aprovado no âmbito do 1.º Direito. Outras 1.416 tinham o contrato de empreitada já celebrado, mas a maioria (1.741 fogos) ainda tinha o concurso de empreitada a decorrer ou por lançar.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Promotores podem voltar a optar pelos licenciamentos

O regime de licenciamento vai voltar a ser opção nas operações urbanísticas se os promotores assim quiserem, em alternativa à comunicação prévia obrigatória. A medida faz parte de uma revisão do recente Simplex Urbanístico do anterior Governo, que o Executivo de Luís Montenegro anunciou em maio e deverá apresentar este mês. Na calha estão também alterações de prazos, dando mais tempo às câmaras para decidir; a clarificação de contraordenações e de pagamento de taxas; ou medidas como o regresso do livro de obra.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Justiça já pagou 112 mil euros para guardar obras de arte apreendidas no caso BES

O Ministério da Justiça já pagou mais de 112 mil euros por um espaço onde está guardado um conjunto de obras de arte que foram apreendidas no âmbito do processo do Banco Espírito Santo (BES), que caiu há uma década. Desde 2016 que o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) paga uma mensalidade de 1.129 euros pelo aluguer à empresa Sala Branca, em Santarém, para guardar quadros e outras peças de arte que foram apreendidas para acautelar a existência de bens que pudessem compensar o Estado ou os lesados dos prejuízos que tiveram com os crimes que terão sido praticados pelos arguidos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Oferta dos japoneses pela Inapa tinha como condição um perdão de até 70% da dívida

A oferta da Japan Pulp and Paper (JPP) para a aquisição da Inapa, feita ainda antes de a empresa portuguesa entrar em processo de insolvência, implicava um perdão da dívida bancária entre 50% a 70%, bem como que a Parpública, o principal acionista, emprestasse 12 milhões de euros, algo que a empresa pública não queria e acabou por não fazer.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Anacom vai fazer nova consulta para segundo leilão do 5G

A Anacom está a preparar terreno para uma nova atribuição de licenças 5G, que deverá ocorrer através de um leilão de frequências. Para isso, irá em breve auscultar, pela segunda vez, o setor das telecomunicações sobre a faixa dos 26 GHz, parte do espetro radioelétrico que não está disponível para exploração comercial, mas que é essencial para as empresas de telecomunicações fornecerem o chamado 5G ultrarrápido.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago).

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O dia em direto nos mercados e na economia – 12 de agosto

  • ECO
  • 12 Agosto 2024

Ao longo desta segunda-feira, 12 de agosto, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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A lista de espera para uma cirurgia na Catalunha é duas vezes superior à de Madrid

  • Servimedia
  • 12 Agosto 2024

O tempo médio de espera a nível nacional é de 128 dias, sendo de 139 na Catalunha e de 51 em Madrid.

Os dados oficiais do Ministério da Saúde sobre as listas de espera para intervenção cirúrgica revelam um tempo médio de espera nacional de 128 dias, que no caso da Catalunha sobe para 139 dias e na Comunidade de Madrid desce para 51 dias.

Estes dados mostram que existe uma diferença substancial entre as duas maiores regiões de Espanha neste domínio, sendo a lista de espera na Catalunha 272% mais longa do que em Madrid.

O Sistema de Informação de Listas de Espera do Sistema Nacional de Saúde indicava em dezembro que o tempo médio de espera a nível nacional era de 128 dias, mais 8% do que no ano anterior. O número total de doentes a aguardar cirurgia era de 849.535, mais 7% do que no ano anterior.

No caso da Catalunha, as estatísticas são superiores à média nacional porque o tempo de espera é de 138 dias, após anos de mandato da Esquerra Republicana à frente da Generalitat, com um esforço especial para melhorar os serviços públicos.

Os seus números diminuíram em relação ao ano anterior, quando eram 154 dias, mas continuam a ser 10 dias mais longos do que o tempo médio de espera em toda a Espanha. Assim, é a sexta comunidade com o tempo de espera mais longo para uma cirurgia.

Por seu lado, a Comunidade de Madrid é a região de Espanha com os tempos de espera mais curtos do país, com apenas 51 dias. Esta situação consolida uma tendência decrescente registada nos últimos anos, graças ao novo plano de listas de espera promovido pelo governo regional da popular Isabel Díaz Ayuso, que aposta na colaboração público-privada.

Tal como acontece a nível nacional, o número de pacientes à espera de cirurgia na Catalunha continuou a aumentar, atingindo 183.394, mais 5,7% do que no ano anterior.

Assim, a taxa de pessoas em lista de espera por cada 1.000 habitantes é de quase 24%, cinco pontos acima da média nacional, o que a torna uma das regiões com maior percentagem em Espanha.

Em Madrid, por seu lado, o número continua a diminuir para 71.693 pessoas, com uma taxa de 10% por 1.000 habitantes, a segunda mais baixa a nível nacional, apenas atrás do País Basco.

É igualmente de salientar a taxa de pacientes que têm de esperar mais de seis meses em lista de espera para serem operados: na Catalunha, esta taxa é de 30% e na Comunidade de Madrid é de apenas 1%.

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Mais de um quarto dos jovens queixa-se de discriminação no trabalho por causa da idade

Os locais de trabalho estão mais diversos, em termos etários, mas isso abre a porta aos preconceitos, com alguns trabalhadores a serem considerados "demasiado jovens" e outros "demasiado velhos".

Estamos a viver mais anos, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Resultado: os locais de trabalho acolhem hoje várias gerações em simultâneo, o que pode ser enriquecedor, mas também “desencadear tensões e preconceitos fundamentados apenas na idade“. O alerta consta de um novo estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, que sublinha que não são apenas os mais velhos a serem discriminados. Mais de um quarto dos jovens reporta discriminação etária em todas as fases da sua vida profissional, do recrutamento ao despedimento.

“Face ao envelhecimento da população, e com quatro gerações a coexistir em muitas organizações contemporâneas, compreender o idadismo no local de trabalho tornou-se cada vez mais importante”, assinalam os autores do estudo que é divulgado esta segunda-feira.

De acordo com essa análise, “já ficou comprovado” que a discriminação etária no mercado de trabalho afeta tanto os mais velhos, como os mais jovens, com consequências para a saúde dos próprios indivíduos, mas também das organizações.

Comecemos pelos mais jovens. A discriminação em função da idade é chamada, neste caso, jovenismo e, destaca o novo estudo, mais de um quarto dos funcionários reportam situações deste tipo, em todas as fases da sua vida profissional, do recrutamento a promoções, e até nos despedimentos.

“Além disso, os trabalhadores mais jovens tendem a receber salários relativamente baixos e relatam sentir-se subvalorizados, receber comentários depreciativos, ser considerados menos competentes, e afirmam receber menos oportunidades de desenvolvimento”, observam os autores.

Em resultado, os jovens que são alvo de discriminação acabam por sentir menos satisfação no trabalho, e por estarem menos envolvidos no seu emprego. Além disso, também diminuiu o compromisso organizacional, realça o estudo lançado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.

Já quanto aos trabalhadores mais velhos, o velhismo reflete-se, por exemplo, em menos oportunidades de entrevistas e vagas de emprego, bem como em menos oportunidades de formação.

Mais, “os trabalhadores mais velhos, quando comparados com os mais jovens, obtêm uma avaliação menos positiva em termos de desempenho, de potencial de desenvolvimento e de competências interpessoais, tais como vitalidade e capacidade para assumir riscos”, salientam os especialistas. O quadro abaixo sintetiza esses diferentes estereótipos.

Enquanto o jovenismo ainda é pouco estudado, o velhismo tem merecido mais atenção, pelo que as consequências negativas deste tipo de discriminação “estão bem estabelecidas” e incluem baixa autoestima, perceção de menor controlo pessoal, menor satisfação no trabalho e compromisso organizacional, mais intenções de entrar na reforma ou até sintomas depressivos e ansiedade.

Os autores acrescentam que “a crença que advoga que os trabalhadores mais velhos devem retirar-se e dar lugar aos mais novos” é mais preponderante nas empresas privadas do que na administração pública em Portugal.

Como combater o idadismo

Quer se trate de discriminação dos mais velhos ou dos mais jovens, este novo estudo deixa sinais claros de que tal acaba por prejudicar, nomeadamente, o ambiente de trabalho e a própria retenção de talento nas organizações, um ponto fundamental numa altura em que as empresas têm tantas dificuldades em recrutar.

“Os nossos resultados sugerem claramente que o sentimento de discriminação etária e os estereótipos etários são prejudiciais às organizações, ao diminuírem a satisfação no trabalho e a intenção de permanência na organização”, é salientado.

Os autores terminam, portanto, a sua análise com uma série de recomendações, frisando que “a diversidade etária entre trabalhadores não é suficiente para desconstruir crenças idadistas e atenuar as experiências de idadismo”.

Isto uma vez que “é a qualidade do contacto intergeracional, e não a sua frequência, que melhora as atitudes intergrupais entre trabalhadores mais jovens e mais velhos, bem como a forma como se relacionam mutuamente”.

“Assim sendo, as organizações podiam criar ativamente oportunidades de contacto intergeracional positivo, através de ações que fomentem o espírito de equipa intergeracional ou de outras atividades específicas”, aconselham os autores.

“As organizações podiam criar ativamente oportunidades de contacto intergeracional positivo, através de ações que fomentem o espírito de equipa intergeracional ou de outras atividades específicas.”

Estudo FFMS

Mas não cabe apenas às organizações fazer este trabalho de combate à discriminação. A sociedade também pode ter um papel e os decisores políticos “devem ponderar um conjunto de iniciativas que combatam o idadismo em relação às pessoas mais velhas e mais jovens”, é recomendado.

Um primeiro passo importante é aprovar políticas e leis que combatam o idadismo em relação a todos os grupos etários, que é algo que já se revelou eficaz, não só para reduzir outros ‘ismos’ (como o racismo e o sexismo), mas também o próprio idadismo”, destacam os autores.

Além da via regulatória, também podem (e devem) ser promovidas iniciativas intergeracionais, bem como campanhas de combate ao idadismo nos meios de comunicação social e nas redes sociais.

Um local de trabalho inclusivo, que honre a diversidade e que traz à tona o que há de melhor em todos os grupos etários, ou mesmo em todas as comunidades, é algo por que vale a pena lutarmos em conjunto“, rematam os autores.

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