5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 17 Junho 2024

O dia fica marcado pelo início das negociações para os cargos de topo em Bruxelas e pela campanha eleitoral em França. Em Portugal, destaque para a comissão de inquérito ao caso das gémeas.

Depois de ter sido forçada o seu adiamento, a comissão de inquérito ao caso das gémeas começa esta segunda-feira com a audição do ex-secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales. Lá fora, destaque para o início da campanha eleitoral em França, depois da vitória do partido de extrema-direita de Marine Le Pen nas europeias, e ainda para o encontro informal, em Bruxelas, entre os líderes europeus que servirá, também, para avaliar os candidatos à liderança das principais instituições europeias.

27 Estados-membros fazem rescaldo das eleições europeias

Os líderes dos 27 Estados-membros reúnem-se esta tarde em Bruxelas pela primeira vez desde as eleições europeias. Este encontro formal, do qual Luís Montenegro fará parte, servirá também para discutir os quatro candidatos à lideranças das principais instituições europeias, entre elas, o Conselho Europeu para o qual António Costa tem sido apontado. No mesmo dia, o primeiro-ministro irá participar na Cimeira do Partido Popular Europeu (PPE), família política do PSD, em Bruxelas.

França: Arranca campanha para as eleições legislativas

Depois da vitória do Rassemblement National nas eleições europeias, e com a decisão do presidente Emmanuel Macron de dissolver a Assembleia da República, arranca a campanha para as eleições legislativas cuja primeira volta está marcada para o dia 30 de junho e a segunda no dia 7 de julho.

Comissão parlamentar de inquérito ao caso das gémeas

A comissão de inquérito ao caso das gémeas tratadas com o medicamento Zolgensma vai dar início, esta segunda-feira. O ciclo de audições vai começar com depoimento do antigo secretário de Estado Adjunto e da Saúde António Lacerda Sales. O ex-governante era para ser ouvido na semana passada mas pediu para a adiar, alegando motivos profissionais para não estar presente.

Estreia do novo canal de notícias NowNews

O novo canal de informação do grupo MediaLivre estreia esta segunda-feira. António Costa, Rui Rio e Fernando Medina são alguns dos protagonistas que vão integrar a grelha programática novo canal de notícias, que conta ainda com personalidades como o cardeal Américo Aguiar ou a ex-diretora-geral de saúde, Graça Freitas como comentadores.

Futuro da segurança e saúde no trabalho

A Comissão do Livro Verde vai fazer uma apresentação sobre a situação da Segurança e Saúde no Trabalho em Portugal, fazendo um diagnóstico e, no final, recomendações. A ministra do Trabalho e da Segurança Social, Rosário Palma Ramalho, irá encerrar a cerimónia.

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A 37ª edição da America’s Cup exibe a sua equipa com uma reprodução humana em grande escala do seu logótipo

  • Servimedia
  • 17 Junho 2024

Os organizadores da 37ª edição da Louis Vuitton America's Cup assinalaram um marco histórico ao reunirem 700 pessoas numa atividade sem precedentes.

Os membros da equipa organizadora, as administrações anfitriãs, os voluntários e os parceiros juntaram-se ontem para recriar o primeiro logótipo humano da America’s Cup em grande escala, constituído inteiramente por aqueles que tornam o evento possível.

O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Barcelona, Jaume Collboni; do diretor executivo da America’s Cup Events Barcelona (ACE Barcelona), Grant Dalton; da vice-presidente da America’s Cup Events Barcelona, Aurora Catà, e de uma grande representação da equipa.

Collboni sublinhou no seu discurso que este evento “é uma grande oportunidade para mostrar Barcelona ao mundo mais uma vez”. No seu discurso, acrescentou que “há muitos anos que não tínhamos um evento desta importância que ajuda a projeção internacional da nossa cidade”.

“As instituições trabalharam arduamente para trazer a America’s Cup para Barcelona, mas será um sucesso, acima de tudo, devido aos voluntários. Obrigado a todos eles”, afirmou. “Em Barcelona, pela primeira vez, haverá uma competição feminina e o evento será sustentável, com barcos de emissões zero a desempenharem um papel de destaque.

Por seu lado, Dalton agradeceu a colaboração de todos os participantes durante estes meses e nos próximos meses e acrescentou que “a America’s Cup será um êxito e que todos os cidadãos farão parte dela”.

Catà acrescentou os seus agradecimentos e observou que a America’s Cup é “uma grande família que está a trabalhar para fazer desta edição a melhor edição de sempre”.

Os membros da equipa organizadora, as administrações anfitriãs, os voluntários e os colaboradores juntaram-se para formar o logótipo humano, simbolizando a importância de cada indivíduo na organização do evento e destacando uma poderosa mensagem de unidade e colaboração.

A composição foi captada em imagem e vídeo a partir de um drone, oferecendo uma perspetiva única e assinalando um marco histórico nos 173 anos de história deste prestigiado evento.

A recriação em grande escala do logótipo humano servirá como um lembrete visual do esforço conjunto e da dedicação que caracterizam este evento desportivo de classe mundial.

Esta atividade não só destaca a importância do evento, mas também reflete o espírito de equipa que prevalece na America’s Cup, mostrando o desejo de envolver toda a comunidade na criação de algo memorável.

 

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Sánchez e Scholz ajudam António Costa a ficar mais perto de Bruxelas

Negociações para os 'top jobs' em Bruxelas arrancam esta noite, num jantar entre os 27 líderes. Com apoio de Sánchez e Scholz, Costa deverá ser o nome apontado para a presidência do Conselho Europeu.

Encerradas as eleições europeias, segue-se agora a corrida para os cargos de topo em Bruxelas. Ursula von der Leyen, António Costa, Roberta Metsola e Kaja Kallas são os nomes que, para já, reúnem maior consenso entre os 27 para liderar as principais instituições da União Europeia (UE). O jantar informal entre líderes europeus marcado para esta segunda-feira será o pontapé de partida de um processo que se pede que esteja concluído até ao final do mês, mas ainda está tudo em aberto. Até 27 de junho, dia de Conselho Europeu, deverão decorrer as negociações no bloco.

Deste quarteto, Roberta Metsola deverá ter a reeleição mais fácil uma vez que o seu mandato será de apenas dois anos e meio, tal como está previsto na presidência rotativa do Parlamento Europeu. Ursula von der Leyen, que procura uma reeleição como presidente da Comissão Europeia, é quem terá de trilhar algum caminho para garantir o apoio dos socialistas depois de, nas últimas semanas, ter optado por dar atenção a Giorgia Meloni e a um possível crescimento significativo da extrema-direita, em Estrasburgo, desagradando os socialistas.

Por seu turno, a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, é a candidata liberal favorita ao cargo de alta-representante da UE para a política externa, mas a possível eleição de Mark Rutte para secretário-geral da NATO está ainda dependente desse desfecho. Já António Costa deverá ser o único nome colocado em cima da mesa do jantar entre os líderes europeus para a presidência do Conselho Europeu, instituição que representa os 27 Estados-membros da UE.

Em Bruxelas, são poucos aqueles que se recordam o que levou o ex-primeiro ministro a demitir-se, e mesmo os que se lembram terão ficado tranquilizados quando, no mês passado, foi ouvido pelo DCIAP, a pedido do próprio, a propósito das suspeitas que lhe são incutidas por causa da Operação Influencer. Certo é que na mesa redonda do Conselho, os oito anos de governação de Costa facilmente ofuscam a investigação que decorre, e por cá, depois de o Governo ter anunciado que apoiaria uma candidatura de Costa, a hipótese de voltar a ter um português na liderança de uma instituição europeia está cada vez mais perto de se tornar numa realidade.

Conselho Europeu com António Guterres - 23MAR23

Creio que a possibilidade de o doutor António Costa fazer parte da solução é realmente muito forte porque é a figura mais destacada, prestigiada e reconhecida para essas funções, mesmo fora da família socialista, e isso faz dele um candidato muito forte”, aponta Pedro Silva Pereira, eurodeputado pelo PS e vice presidente do Parlamento Europeu. “Ainda assim, é claro que poderão surgir outras possibilidades. Temos de aguardar com cautela”, diz em declarações ao ECO.

Já para Margarida Marques, ex-secretária de Estado para os Assuntos Europeus e eurodeputada socialista, o perfil de António Costa é o que melhor se enquadra para a presidência do Conselho Europeu, cargo cujas funções se resumem a encontrar consensos. “É a pessoa melhor posicionada para um cargo que pede por compromissos, é assim que se constrói a UE”, diz, recordando o trabalho que António Costa levou a cabo durante os anos da pandemia.

O apoio do Governo de Luís Montenegro não era a única peça que faltava a Costa. Embora seja um nome favorito entre os 27 chefes europeus, a verdade é que, entre os que apoiam o potencial candidato português, nem todos são determinantes para garantir a sua eleição para a presidência do Conselho Europeu. Ora, além de ser necessário que pelo menos 14 Estados-membros votem a favor da candidatura do português à liderança desta instituição, estes países têm, simultaneamente, de representar, pelo menos, 65% da população da União Europeia.

Na mesa redonda do Conselho Europeu, existem apenas cinco líderes socialistas. A maioria dos chefes europeus (13) pertence à família do Partido Popular Europeu e a restante (cinco) integra o grupo dos liberais, dos conservadores (2) e dos nãos inscritos (2). Com o apoio de Pedro Sanchéz (Espanha) e Olaf Sholz (Alemanha), os dois negociadores do lado dos socialistas europeus, uma importante fatia da população europeia fica reunida, mas será preciso também olhar para os sociais-democratas do PPE e para os liberais.

Chanceler alemão Olaf Scholz (à direita), o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez (à esquerda) e o primeiro-ministro português António Costa (à direita) conversam na varanda da Chancelaria em Berlim, Alemanha, a 14 de outubro de 2022.EPA/JOHN MACDOUGALL / POOL

Este último grupo não deverá dificultar as negociações uma vez que o principal negociador pelo Renovar Europa, Emmanuel Macron – que mantém uma boa relação com o ex-primeiro-ministro português –, estará ocupado com questões de política interna depois de ter anunciado eleições legislativas para 30 de junho face à vitória da extrema-direita francesa nas eleições europeias. Ademais, os resultados fragilizaram o grupo que sofreu uma queda de 23%, passando de 102 para 80 eurodeputados.

O grupo dos liberais está numa posição menos forte do que esteve em 2019 quando conseguiu obter a presidência do Conselho. Hoje ninguém fala dessa possibilidade. O Renew foi o que mais perdeu nas últimas eleições e Macron está focado na política interna. Não creio que seja um problema, e a dimensão europeísta do Macron leva-o a ter uma posição construtiva nestas negociações”, aponta Pedro Silva Pereira, análise à qual sobrescreve a ex-eurodeputada socialista.

Neste momento, há um compromisso entre capitães. As negociações [preliminares] foram breves. Se tivessem sido demoradas, então Macron não teria tanta disponibilidade”, acrescenta Margarida Marques.

Já entre os sociais-democratas, títulos como o Politico falam em “consenso generalizado”, e dão a título de exemplo o grego Kyriakos Mitsotakis, que irá representar o PPE nas negociações para os top jobs em Bruxelas, e o luxemburguês Luc Frieden.

Mas ainda está tudo em aberto. O jantar desta noite entre os antigos colegas de António Costa vai permitir medir o pulso das negociações, mas para já tudo aponta no mesmo sentido. A decisão do encontro informal entre os líderes não será, contudo, final, e até o dia do Conselho Europeu, dia 27 de junho, muito ainda poderá acontecer. Porém, o ideal seria que até ao final do mês o tema ficasse fechado dado que em julho a Hungria assume a presidência rotativa do Conselho da União Europeia.

Seria uma situação não desejável o arrastamento do processo para lá do final do mês. Charles Michel [atual presidente do Conselho Europeu] é que tem estado a articular a preparação para a decisão final, e portanto uma alteração dos interlocutores não seria desejável”, aponta Pedro Silva Pereira.

Uma reeleição atribulada

Ursula von der Leyen esteve cinco anos à frente da Comissão e está à procura de mais cinco. Ao início, a ambição parecia fácil de concretizar, e a recondução era dada como garantida, mas as semanas de campanha eleitoral deixaram um mal estar entre a spitzenkandidat do PPE e os socialistas.

A governante alemã esteve atenta às sondagens que indicavam um subida galopante da extrema direita no Parlamento Europeu, e para um risco de uma fusão entre os dois maiores grupos destronar os socialistas de segunda maior força política em Estrasburgo. Von der Leyen rapidamente apercebeu-se que seria obrigada a negociar, pelo menos, com a direita radical, representada pelos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR), e liderado por Giorgia Meloni, primeira-ministra italiana.

A porta foi aberta durante a campanha, mas, talvez sem necessidade. Os resultados eleitorais revelaram que os sociais-democratas e os socialistas continuam a ser os dois maiores grupos no Parlamento, e os liberais seguraram (por pouco) o terceiro lugar. O grande destaque destas eleições europeias foi a ascensão dos partidos de extrema-direita, que fizeram avanços significativos, especialmente em países como França, mas a orgânica do Parlamento manteve-se e agora von der Leyen terá de passar os próximos dias a acarinhar os socialistas.

Há uma preocupação da nossa parte e um voto socialista em von der Leyen deve exigir um compromisso no sentido em que ela se compromete com o Parlamento que não fará um acordo com Meloni”, sublinha Margarida Marques. “Normalmente, isto não seria uma condição, mas dada a forma como von der leyen lidou com Meloni nos últimos meses, parece-nos necessário. Não podemos passar um cheque em branco, tem de haver compromisso político”, diz ainda a ex-secretária de Estado.

À esquerda, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia e Georgia Meloni, primeira-ministra de ItáliaEPA/FILIPPO ATTILI

Para ser reconduzida como presidente da Comissão Europeia, a spitzenkandidat do PPE precisa não só de ser um nome consensual entre os 27 Estados-membros, como também conseguir, pelo menos, 361 votos no Parlamento Europeu. Mesmo que consiga convencer os socialistas no hemiciclo, entre o PPE e PES estão reunidos 326 votos. Acrescentando os dos liberais (80 eurodeputados), este total sobe para 406. Mas não será certo que todos os eurodeputados tenham o voto alinhado.

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Na política nem os pequenos almoços são grátis e tudo é objeto de um big burgain (regatear) nos bastidores”, alerta José FIlipe Pinto, politólogo e professor catedrático de Relações Internacionais na Universidade Lusófona ao ECO. “Vai haver muito um jogo político a decorrer entre as várias famílias europeias”, diz.

Mas não é só isso que está em cima da mesa. Ao contrário do seu primeiro mandato, se tudo correr conforme o plano, Ursula von der Leyen vai poder beneficiar do sistema de spitzenkandidat que, em 2019, não só falhou como beneficiou a alemã que foi o nome alternativo escolhido quando o alemão Manfred Weber não reuniu consenso no Parlamento Europeu. Desta vez, não será expectável que um nome surpresa saia da cartola, mas têm sido apontados alguns planos B, entre eles, Mário Draghi ou Kyriakos Mitsotakis, primeiro-ministro da Grécia.

Há sempre muita especulação política nesta fase e não podemos levá-las todas a sério. Creio que von der Leyen dificilmente deixaria de ser a candidata principal. Não creio que as resistências a von der Leyen tenham a mesma intensidade do que com Weber, e nem creio que os nomes alternativos de que se falam sejam mais do especulação”, diz Pedro Silva Pereira.

Alta representante da UE à espera da NATO

Face aos resultados das eleições, os sociais-democratas ganharam a presidência da Comissão Europeia e os socialistas a do Conselho. Os liberais ficam assim encarregues de apontar um nome para o alto-representante da UE para a política externa, cargo ocupado por Josep Borell. A primeira-ministra da Estónia tem sido um dos nomes referidos pela imprensa internacional pois permite manter um equilíbrio na representação geográfica, algo que os Estados da Europa Central têm vindo a exigir.

Kaja KallasLusa

Mas antes de Kaja Kallas, já Mark Rutte, primeiro-ministro neerlandês, era apontado para o cargo. Isto, antes de se ter mostrado interessado no cargo de secretário-geral da NATO.

Se nos três primeiros cargos os nomes são consensuais, o mesmo já não se passa com a representante para os negócios estrangeiros da UE”, considera José Filipe Pinto. “Com as eleições para a NATO, este ano, Mark Rutte deixa de ser um potencial candidato e o caminho fica livre para a candidata da Estónia”, explica. Mas apesar de ainda ser um nome preliminar, do lado dos socialistas surgem dúvidas.

“A UE ficaria melhor servida com uma alta representante que tivesse uma posição mais próxima da Europa central. A Estónia tem uma posição muito específica pela sua própria situação regional e história política”, diz Margarida Marques, admitindo não haver mais nenhuma alternativa, para já, em cima da mesa.

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Governo procura cativar fundos para a habitação acessível

Um novo regime fiscal para fundos imobiliários que invistam no arrendamento acessível promete mexer com o mercado, mas a indústria dos fundos mantém-se cautelosa quanto ao seu real impacto no mercado.

A crise de habitação em Portugal tem-se agravado nos últimos anos, resultando em assimetrias sociais, dificuldade na retenção de jovens talentos, e numa pressão crescente sobre a oferta de alojamentos.

De acordo com dados do Confidencial Imobiliário, o preço médio da habitação em 2023 em Portugal Continental situou-se nos 2.406 euros o metro quadrado. Significa que uma casa com 100 metros quadrados foi vendida, em média, por mais de 240 mil euros no ano passado.

A dificuldade de ter um teto não é apenas visível no mercado de compra e venda. Esta realidade é também espelhada na extremamente limitada oferta de casas para arrendar a preços acessíveis, desde logo por ser um mercado que não tem conseguido atrair investimento suficiente para aumentar significativamente o número de habitações disponíveis no mercado.

O mercado de habitação acessível é e será sempre um mercado que tem uma componente social elevada, isto é, um sector que funcione autonomamente com regras de mercado, [tendo para esse efeito de] “atrair investidores de mais longo prazo.”

Pedro Coelho

CEO da Square Asset Management

Para combater este problema, o Governo aprovou no Conselho de Ministros de 27 de maio uma Proposta de Lei que, entre outras medidas, prevê a criação de um regime fiscal especial para fundos de investimento que invistam na habitação, enquadrados no Programa de Arrendamento Acessível (PAA), “como forma de alargar os incentivos à oferta de habitação para arrendamento a preços reduzidos e, nesta medida, reforçar a resposta às necessidades habitacionais das famílias.”

Esta medida surge como um complemento a outras propostas apresentadas pelo Governo no programa “Construir Portugal”, como a promoção de parcerias público-privadas que visem a disponibilização de imóveis públicos para habitação (build to rent) com renda e preço acessíveis, ou a promoção de incentivos ao aumento dos índices e limites de densidade urbanística para projetos de habitação a custos controlados e arrendamento acessível.

João Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), expressa ao ECO um otimismo cauteloso relativamente à nova medida fiscal. “Os organismos de investimento alternativo imobiliários (OIA Imobiliários) são fundamentais no mercado imobiliário nacional, detendo imóveis no valor de mais de 17 mil milhões de euros,” afirma. No entanto, destaca que a proporção de imóveis habitacionais na carteira dos fundos é pequena, especialmente para arrendamento.

Esta situação acontece, desde logo, pela forma como o PAA foi desenhado que, segundo o presidente da APFIPP, não teve em consideração a realidade dos OIA Imobiliários (tal como não teve relativamente aos Fundos de Pensões), “impedindo os investidores destes organismos de usufruir das mesmas vantagens concedidas em caso de investimento direto.”

Além disso, João Pratas destaca ainda os riscos associados ao arrendamento habitacional, devido à proteção acrescida dos inquilinos, que dificultam a inclusão desses ativos nos portefólios dos fundos de investimento. A proposta do Governo tenta mitigar esta discriminação, mas segundo o líder da APFIPP, “não consegue fazê-lo integralmente,” mantendo-se uma “discriminação negativa” que pode limitar o impacto desejado da medida.

Pedro Coelho, CEO da Square Asset Management, uma das maiores sociedades gestoras de fundos imobiliários, sublinha ainda as dificuldades inerentes à rentabilidade dos investimentos em habitação de rendimento comparativamente aos imóveis comerciais, que se têm tornado numa barreira a um investimento da indústria dos fundos imobiliários. “A rentabilidade na habitação de rendimento é sempre mais baixa do que nos imóveis comerciais,” diz.

O responsável da Square, que tem na sua carteira o maior fundo de investimento imobiliário nacional com ativos superiores a 1,2 mil milhões de euros (CA Património crescente), refere ainda que “o mercado de habitação acessível é e será sempre um mercado que tem uma componente social elevada, isto é, um setor que funcione autonomamente com regras de mercado”, tendo para esse efeito de “atrair investidores de mais longo prazo” como fundos de pensões, seguradoras e PPR.

Ao ECO, Pedro Coelho revela que a Square não tem planos imediatos para lançar fundos específicos para apostar no mercado do arrendamento acessível, embora considere reavaliar essa possibilidade com a chegada de investidores interessados.

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“Borlas” fiscais do Governo para incentivar a poupança sabem a pouco

As medidas propostas pelo Governo para incentivar a poupança de longo prazo são bem recebidas pelos especialistas, mas estes instigam o Governo a criar um quadro fiscal mais equitativo e competitivo.

Há vários anos que a taxa de poupança dos portugueses cai sem parar. Nas últimas duas décadas, o nível de poupança minguou para metade, passando de uma taxa de poupança de 12,9% do rendimento nacional bruto em 2003 para os atuais 6,3%. Além de ser um mínimo histórico desde pelo menos 1995, Portugal apresenta também uma das taxas de poupança mais baixas da Zona Euro.

Associado a esta realidade, os portugueses continuam a revelar-se bastante avessos ao risco na aplicação das suas poupanças, alocando cerca de 48% dos seus ativos financeiros em depósitos a prazo que, no longo prazo, chegam a apresentar taxas de rendibilidade reais negativas, como consequência do efeito corrosivo da inflação.

Foi para combater este ambiente de baixos níveis de poupança e de baixa diversificação do património financeiro das famílias que o Governo avançou recentemente com uma Proposta de Lei aprovada em Conselho de Ministros de 27 de maio que engloba uma série de medidas para incentivar a poupança de longo prazo, essencialmente através da redução das taxas de tributação sobre mais-valias de fundos de investimento, ações e outros ativos negociados no mercado de capitais.

Para Isabel Ucha, a proposta é um “passo positivo” na direção certa. A presidente da Euronext Lisboa sublinha que, nos últimos 20 anos, houve uma redução significativa dos incentivos à poupança e ao investimento, prejudicando o papel vital do mercado de capitais na captação e remuneração da poupança das famílias.

“Este diploma reconhece a importância do mercado de capitais no apoio à transformação digital e à transição climática”, afirma Isabel Ucha, acrescentando que “procura incentivar a poupança de médio e longo prazo, e a sua aplicação em instrumentos de mercado, sejam ações, obrigações, fundos de investimento ou de pensões e outros.”

Segundo a Proposta de Lei, o saldo apurado de mais e menos-valias de valores mobiliários admitidos à negociação e de unidades de participação de fundos de investimento, em vez de ser tributado à atual taxa de 28% como sucede atualmente, será sujeito a uma tributação que poderá ser reduzida a 19,6% caso os ativos sejam detidos a mais de oito anos, em virtude de ficarem excluídos da tributação 30% deste saldo.

  • Para investimentos entre 2 e 5 anos, são excluídos da tributação 10% do rendimento realizado, correspondendo a uma taxa global de tributação de 25,2%.
  • Para investimentos entre 5 e 8 anos, a Proposta de Lei exclui 20% do rendimento realizado, correspondendo a uma taxa global de tributação de 22,4%.
  • Para investimentos acima dos 8 anos, a Proposta de Lei exclui 30% do rendimento realizado, correspondendo a uma taxa global de tributação de 19,6%.

Apesar de o quadro fiscal proposto pelo Governo para estes produtos financeiros ainda estar longe do quadro fiscal mais vantajoso dos planos de poupança-reforma (PPR) e dos seguros financeiros (como os unit-linked), é uma tentativa de aproximar a fiscalidade do investimento no mercado de capitais destes. João Pratas, presidente da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP), aponta o dedo justamente a esta dualidade de critérios.

“Estranha-se a opção por uma diferença de tratamento no que respeita a rendimentos decorrentes de investimentos por um prazo superior a 8 anos, já que a exclusão de tributação prevista para as mais-valias aí referidas, é metade da que se aplica no caso de rendimentos decorrentes de seguros do ramo vida”, salienta João Pratas, sublinhando que “era importante que esta diferença fosse eliminada, em sede de discussão parlamentar, instituindo um regime de neutralidade fiscal relativamente à tributação dos seguros do ramo vida.”

Bem diferente é a avaliação desta medida pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), liderada por Margarida Aguiar. “A ASF entende que são relevantes os quadros fiscais e regulatórios que regem a poupança para a reforma”, refere ao ECO o regulador e supervisor da indústria seguradora, resseguradora, fundos de pensões e respetivas entidades gestoras e da mediação de seguros.

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Apesar da crítica feita pelo presidente da APFIPP à permanência de um quadro fiscal distinto de produtos de poupança e investimento, João Pratas destaca que a Proposta de Lei apresentada pelo Governo “replica, no essencial, o que havia sido preparado pelo Executivo anterior, incluído na pasta de transição” e que, por isso, a Proposta de Lei está alinhada com as expectativas da APFIPP.

O ECO procurou uma reação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) sobre as medidas anunciadas, dado que, recentemente, o seu presidente, Luís Laginha, na conferência anual do regulador, pediu “vontade” ao Governo para apostar no mercado de capitais, mas a CMVM preferiu não tecer qualquer comentário.

A proposta de um regime fiscal menos penalizador do investimento dos pequenos investidores proposto pelo Governo é também aplaudida por Mário Freitas, diretor comercial da IMGA, a segunda maior sociedade gestora nacional com mais de 4,2 mil milhões de euros de ativos sob gestão.

No entanto, Mário Freitas sugere várias medidas adicionais, como a criação de um campo fiscal equitativo entre organismos de investimento coletivo nacionais e estrangeiros, mais incentivos à poupança individual de longo prazo através, por exemplo, “da adoção da possibilidade da transferência de investimento entre fundos, a exemplo de outros mercados internacionais, permitindo que não seja aplicada fiscalidade no momento de resgatar um fundo para realizar novo investimento em outros fundos nacionais (exemplo espanhol e de outras legislações europeias).”

João Pratas, presidente da APFIPP e Isabel Ucha, presidente da Euronext Lisboa, têm procurado ao longo dos últimos anos sensibilizar diferentes Governos para promoverem políticas fiscais menos duras para os pequenos investidores, com vista a promover a poupança de longo prazo.Hugo Amaral/ECO

Fiscalidade para produtos para a reforma

Para lá dos valores mobiliários negociados em bolsa, a Proposta de Lei do Governo introduz um regime fiscal específico para os Produtos Individuais de Reforma Pan-Europeus (PEPP), em linha com a recomendação da Comissão Europeia de 29 de junho de 2017.

Este regime visa criar condições mais favoráveis e equitativas para a poupança de longo prazo, incentivando as pessoas a planearem a sua reforma de maneira mais eficiente. Para esse efeito, o Governo propõe que as contribuições para os PEPP sejam tratadas de forma similar a outros produtos de poupança para a reforma, como os PPR, e que estes produtos recebam um tratamento fiscal neutro quando comparados com outros PPR, evitando qualquer discriminação fiscal.

João Pratas revela ao ECO que a APFIPP e os seus associados depositavam esperança em que a regulamentação nacional dos PEPP, associada a um regime fiscal atrativo e diferenciado, pudesse constituir um fator de incremento da poupança para a reforma. No entanto, com as medidas anunciadas, essa perspetiva esmoreceu. “Com o regime que foi proposto, temos dúvidas de que o PEPP possa vir a ter o sucesso que todos desejamos, enquanto instrumento de poupança para a reforma dos portugueses”, diz.

Com uma taxa de poupança em declínio contínuo e um cenário de aversão ao risco que restringe o potencial de crescimento financeiro das famílias portuguesas, a nova Proposta de Lei do Governo surge como uma tentativa ambiciosa de inverter esta tendência preocupante.

Ao introduzir incentivos fiscais significativos para investimentos de longo prazo e medidas específicas para produtos como os PEPP, a proposta governamental procura criar um ambiente mais favorável para a poupança e o investimento de longo prazo. No entanto, é importante não esquecer que o atual regime fiscal de IRS já oferece a possibilidade de os contribuintes baixarem a sua tributação sobre mais-valias mobiliárias através da opção de englobamento dos rendimentos, mediante o seu nível de riqueza.

A generalidade dos intervenientes no mercado aplaude as iniciativas presentes na Proposta de Lei, mas instiga o Governo a ser mais ambicioso, procurando criar um quadro fiscal mais equitativo e competitivo relativamente a outros instrumentos de poupança, como os seguros de vida, para garantir que os novos incentivos possam estimular a poupança de forma eficaz.

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GoodWe apresenta soluções de armazenamento flexíveis para atender às necessidades do mercado

  • Servimedia
  • 17 Junho 2024

A GoodWe, especializada na fabricação de inversores solares e soluções de energia renovável, apresentará suas últimas inovações na Intersolar 2024, que acontece de 19 a 21 de junho em Munique.

Os visitantes interessados no segmento de C&I poderão explorar soluções de armazenamento flexíveis em resposta à evolução das exigências do mercado, enquanto os utilizadores de energia doméstica poderão visualizar um novo portfólio de inversores e baterias de próxima geração visualmente apelativos que podem ser perfeitamente integrados num sistema inteligente de gestão de energia doméstica (HEMS). Além disso, uma área dedicada a destacar o portfólio expandido de serviços públicos da GoodWe será de grande interesse para desenvolvedores e investidores de projetos de grande escala.

Sob a égide da solução EcoSmart Commercial, o portfólio C&I da GoodWe apresentará uma gama robusta de sistemas de armazenamento centrados em inversores que suportam diversos casos de uso, como autoconsumo, redução de pico, linha de backup e serviços de rede.

A oferta inclui sistemas modulares de armazenamento de energia que integram perfeitamente os componentes de bateria, inversor e BMS / EMS em um único gabinete externo, enquanto fornece unidades de ar condicionado, juntamente com recursos à prova de fogo e explosão.

As soluções de armazenamento C&I escaláveis abrangem uma vasta gama de projetos, desde 60 kWh a MWh de capacidade. Outro destaque deste segmento será a apresentação de um novo inversor híbrido trifásico de 50 kW com opções de backup personalizáveis. Este versátil inversor suporta paralelismo on-grid e off-grid, proporcionando flexibilidade para a expansão do sistema.

A linha residencial da GoodWe, EcoSmart Home, expande a sua gama com a introdução de novos membros, incluindo vários inversores string de alta eficiência em designs pequenos e compactos. Para aqueles que procuram uma solução económica com um poderoso backup, a feira oferece uma antevisão de duas inovações futuras no armazenamento de energia: uma bateria de iões de lítio de alta tensão de 5kWh e um inversor híbrido compatível de 6kW a 15kW.

A nova bateria suporta conexão paralela e uma combinação de baterias antigas e novas, garantindo instalação, substituição e expansão sem complicações. A abordagem de protocolo aberto da GoodWe permite a criação de soluções de sistema de gerenciamento de energia doméstica (HEMS) com fornecedores terceirizados, otimizando ainda mais o desempenho e a flexibilidade do sistema.

Com várias adições ao seu portfólio de grandes projectos, a GoodWe disse que está empenhada em inovar e fornecer soluções completas e eficientes adaptadas a projetos montados no solo. Esses desenvolvimentos serão exibidos em um espaço dedicado no estande, exibindo inversores de string compatíveis de alta capacidade, seu novo centro de transformação MVS e dispositivos de comunicação, estrategicamente projetados para maximizar o retorno do investimento (ROI).

Como fornecedor de soluções de ponta a ponta, a empresa desenvolveu funcionalidades inteligentes de monitorização e gestão para melhorar o desempenho global das suas soluções. Além dos dispositivos de comunicação aprimorados, os visitantes poderão ver a próxima versão da plataforma SEMS + da GoodWe, com uma experiência de usuário mais simplificada, bem como a nova ferramenta de design GoodWe Designer para instalações fotovoltaicas.

“A GoodWe, que está presente no mercado da EMEA há anos, consolidou a sua posição de liderança em tecnologias de inversores e soluções de armazenamento de energia. Na Intersolar deste ano, os visitantes podem esperar uma gama de soluções de armazenamento de energia adaptadas às necessidades dos clientes”, disse Thomas Haering, presidente da GoodWe Europe. “Estas inovações são o resultado dos nossos investimentos contínuos em I&D e do nosso empenho em ouvir o feedback do mercado. À medida que continuamos a nos posicionar como um provedor de soluções, continuamos dedicados aos avanços tecnológicos, soluções focadas no cliente e serviços profissionais.

Na feira, a GoodWe também promoverá a última atualização de seu programa de fidelidade do instalador, GoodWe PLUS +, para apoiar sua rede de instaladores com benefícios adicionais, incluindo os níveis de status prata e ouro. “Com visitas guiadas multilíngues garantindo uma experiência perfeita para o visitante, a GoodWe convida cordialmente os participantes a explorar suas tecnologias de energia renovável prontas para o futuro que estão moldando a indústria “, disse a empresa.

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#4 Países Baixos de futebol meia-estatura, a redenção de Eriksen e Inglaterra a recordar Portugal

O ECO estabeleceu uma parceria com o jornal desportivo online Bola na Rede, para o acompanhamento do Euro 2024. O jornalista Diogo Reis é Enviado Especial à Alemanha e escreve uma crónica diária.

Quem disse que o futebol não pode ser um bom professor? Neste domingo, WoutWeghorst recordou-nos que devemos sempre acreditar, Christian Eriksen ensinou-nos resiliência e Jude Bellingham, depois de ganhar a Champions League, continua a mostrar ambição. “Lições” entre a vitória suada dos Países Baixos frente à Polónia, o primeiro empate do Euro 2024 (Eslovénia 1-1 Dinamarca) e triunfo da Inglaterra sobre a Sérvia pela margem mínima. Aproxima-se cada vez mais o desafio de Portugal. Hoje temos Roménia x Ucrânia (14h00), Bélgica x Eslováquia (17h00) e Áustria x França (20h00).

Os 4 Cantos do Dia

Laranja Mecânica e o pouco combustível ofensivo. Se formos pragmáticos os Países Baixos venceram a Polónia e conquistaram os três pontos. Se olharmos ao futebol, ficaram aquém, especialmente no plano ofensivo. Criaram bastante, mas pecaram na última decisão. Cody Gakpo chegou-se à frente, Memphis Depay fez movimentações constantemente, tal como Xavi Simons e TijjaniReijnders. Porém, faltou veia goleadora. Wout Weghorst terminou herói ao saltar do banco e dar vitória. Até ao momento, leva 12 golos marcados pelos Países Baixos e sete deles foram como suplente utilizado. Acreditar.

Da morte ao céu… com vida. Christian Eriksen é protagonista de uma bonita história. Em 2021, o médio caiu inanimado após paragem cardíaca. 1100 dias depois, Eriksen voltou a marcar golo num Europeu e produziu um autêntico recital. Além disso, tornou-se o jogador com mais jogos pela Dinamarca (131), o mais velho a marcar num Euro pela respetiva seleção (32 anos e 4 meses) e é o quarto maior marcador do seu país, com 42 golos até ao momento. Iguala Ole Madsen. Saindo do individual para o coletivo, a Dinamarca está perto do seu pior registo sem vencer em fases finais (6J). Não ganham há cinco partidas.

Harry Kane sem golo, mas com recorde no bolso. Os maiores holofotes foram para Jude Bellingham por ter marcado o primeiro e único golo da Inglaterra frente à Sérvia. No entanto, Harry Kane garantiu mais um recorde. Não propriamente por futebol, mas mais por… comparência. O avançado do BayernMunique converteu-se no jogador inglês com mais jogos (12) em Campeonatos da Europa, superando Gary Neville (11). No último Euro, Harry Kane fez quatro golos, igualando no terceiro lugar com Romelu Lukaku, Emil Forsberg e Karim Benzema.

Uma estatística que provém desde a última eliminação de Portugal num Europeu. A Inglaterra venceu a Sérvia por 1-0 na primeira jornada do Euro 2024. Já não havia uma partida com apenas um golo num Campeonato da Europa desde que Portugal foi eliminado pela Bélgica (1-0, golo de Thorgan Hazard aos 42 minutos). Neste intervalo, houve 17 jogos e todos tinham pelo menos dois golos ou mais. Jude Bellingham foi o autor do único tento inglês.

E o que pode ler na Bola na Rede?

  1. Quatro jogadores que podem decidir o Grupo F
  2. Pergunta a Zlatko Dalic
  3. Pergunta a Fabián Ruiz

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Há quatro mestrados portugueses nos melhores do mundo em Finanças

Mestrado da Nova SBE sobe 4 posições e está em 7.º lugar no ranking do Financial Times. Católica avança 5 lugares para 16.º, enquanto o ISEG cai sete posições para 30.º. FEP volta a entrar na lista.

quatro mestrados portugueses entre os melhores do mundo em Finanças. Na edição deste ano do ranking “Masters in Finance” do Financial Times a Nova School of Business and Economics (Nova SBE) sobe quatro posições e ocupa agora o 7.º lugar. Já a Católica Lisbon School of Business & Economics avança cinco lugares, para o patamar 16.º. Mais abaixo surge o ISEG – Lisbon School of Economics and Management, que caiu sete posições, ocupando agora a 30.ª posição. Já a Faculdade de Economia da Universidade do Porto (FEP) volta a integrar a lista, ocupando o 55.º lugar.

“Para os resultados alcançados, a Nova SBE beneficia de uma avaliação elevada e consistente na generalidade dos critérios pontuados. Especial destaque para a relevância obtida nos indicadores de mobilidade internacional dos graduados e experiência de curso internacional, onde a Nova SBE ocupa a 5.ª posição mundial em ambos os critérios”, destaca a faculdade liderada por Pedro Oliveira, notando ainda, que, no indicador de empregabilidade a três meses, a instituição “atinge a classificação máxima de 100%“.

A escola também se destaca no critério de corpo docente internacional, “com 51% dos seus professores provenientes de outros países“. Ao mesmo tempo, é também a instituição de ensino superior portuguesa mais bem classificada no critério de pegada de carbono (que avalia as emissões de carbono da escola nos últimos três anos), “ocupando a 10.ª posição mundial, e é reconhecida por ter o maior nível de satisfação dos alunos entre as escolas portuguesas, com uma pontuação de 8,9 numa escala de 10″, acrescenta.

Em 2023, a Nova SBE consolidou a 11.ª posição do ranking dos mestrados em gestão, mas este ano conseguiu subir quatro posições e alcançou o 7.º melhor, alcançando o melhor desempenho de sempre. “Estes resultados, os melhores de sempre de uma escola portuguesa em rankings do Financial Times, são excelentes, não apenas para a Nova SBE, mas para Portugal“, sublinha o dean da Nova SBE, apontando que a “mobilidade internacional e diversidade geográfica são cada vez mais desejadas pelas novas gerações de estudantes do ensino superior”, o que ” traz uma responsabilidade acrescida às instituições” que “enfrentam desafios na construção de currículos e métodos pedagógicos capazes de responder às exigências do mercado”.

A segunda escola portuguesa mais bem classificada neste ranking é a Católica Lisbon School of Business & Economics. Em 2022 estava em 17.º lugar, mas no ano seguinte caiu quatro posições para 21.º. Ainda assim, este ano conseguiu recuperar ao subir cinco lugares e ocupando agora o 16.º patamar, também “o melhor resultado de
sempre” da instituição.

O dean desta faculdade destaca que “é uma honra” a subida consistente neste ranking, notando que o “mercado de trabalho reconhece o valor e excelente preparação” dos graduados, os quais “são rapidamente promovidos e valorizados, duplicando o seu salário inicial em três anos“. “Neste critério alcançámos mesmo o top 4 mundial. Somos também 4º melhor mundial na experiência internacional do mestrado”, acrescenta Filipe Santos.

O responsável promete, por isso, que a instituição vai continuar a trabalhar para proporcionar aos alunos “uma carreira em Finanças verdadeiramente internacional, com uma sólida formação analítica e forte conhecimento do conhecimento do setor financeiro, permitindo-lhes ter um impacto positivo nas empresas e sociedade”.

Mais abaixo aparece o ISEG, que caiu sete lugares, ocupando agora a 30.ª posição. Em 2022, ocupava o 34.º patamar. “Estes excelentes resultados e a manutenção do ISEG no Top 30 no ranking do Financial Times deixam-nos muito seguros acerca do caminho que temos vindo a desenvolver e demonstram a coerência do nosso percurso”, sinaliza o presidente desta faculdade.

João Duque promete ainda “oferecer continuamente uma educação de excelência” notando que “este reconhecimento internacional da qualidade” ao nível da formação vem reforçar” a posição da instituição “como uma das melhores escolas de economia e gestão do mundo”. Segundo a escola, o mestrado em Finanças foi “reconhecido como tendo uma empregabilidade de 100% no espaço de três meses, ao mesmo tempo que foi considerado como a escola portuguesa que proporciona a melhor rede de contactos profissionais entre antigos alunos” deste curso.

Por sua vez, a FEP volta a integrar a lista, depois de no ano passado ter ficado de fora. Agora ocupa o 55.º lugar, mas em 2022 chegou a estar em 49.º. Este mestrado “destaca-se como o melhor curso em Portugal em termos de retorno do investimento académico, o que significa que os diplomados da FEP recuperam o investimento financeiro do curso num curto espaço de tempo, de acordo com os salários atuais, a duração do curso e as propinas”, nota a instituição.

Já o diretor do mestrado em Finanças realça que este é o “único mestrado fora da capital com presença no ranking mundial do FT”, bem como o “único a nível nacional com presença no top-10 mundial em importantes sub-rankings, como o do retorno do investimento académico (8.º lugar) e o da progressão na carreira (7.º lugar)”. Não obstante, Jorge Farinha sublinha o curso “ainda tem uma grande margem de progressão”, tendo em vista “reforçar ainda mais a atratividade do programa para candidatos de grande qualidade, tanto nacionais como internacionais, assim como a sua empregabilidade a nível global”.

Este ranking do Financial Times avalia os 65 melhores mestrados de Finanças de todo o mundo, com base em 18 indicadores em três principais dimensões: progresso de carreira dos graduados, diversidade da escola e experiência internacional, pesquisa e pegada de carbono.

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Taylor Swift pressiona inflação em maio. Preço dos hotéis subiu 21,9%

Os preços dos hotéis, motéis e serviços de alojamento similares subiram 21,9% em maio, tudo por causa dos dois concertos de Taylor Swift. Taxa de inflação acelerou para 3,1% em maio.

Os preços no consumidor subiram 3,1% em maio em comparação com o mesmo mês do ano passado, uma aceleração de quase um ponto percentual face ao ritmo da subida de preços registado no mês anterior. E se o efeito-base do IVA explica parcialmente este comportamento, há outro efeito não recorrente (e surpreendente para os que não estiveram atentos ao fenómeno): Os dois concertos de Taylor Swift em Lisboa.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, “entre as contribuições positivas relevantes, realça-se essencialmente a do sub-subgrupo dos Hotéis, motéis, pousadas e serviços de alojamento similares, que apresentou uma variação mensal de 21,9% em consequência do aumento de procura registado em Lisboa devido a um evento cultural de dimensão relevante“. O organismo de estatística não explicita o “evento cultural”, mas, como o ECO tinha noticiado na semana daqueles concertos, citando a GuestReady, uma empresa que opera na hotelaria, os concertos da cantora norte-americana fizeram disparar em cerca de 70% o preço por noite nas unidade de alojamento local, com o preço médio a ultrapassar os 200 euros por dormida. Apesar do aumento dos preços naquela semana, a taxa de ocupação superou os 90%, e entre os hóspedes que mais reservaram estadias em Lisboa, destacaram-se norte-americanos e ingleses, ficando em média cinco noites.

Fonte: INE

As contas do INE são claras: “Esta aceleração resulta essencialmente do efeito de base associado à redução mensal de preços registada em maio de 2023 (-0,7%), no seguimento da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares, e, em menor grau, da aceleração de preços dos hotéis“. Já a chamada inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação de 2,7% em maio (2,0% em abril).

E quais foram os produtos a travar a inflação em maio? “Em sentido oposto, assinalam-se as diminuições das taxas de variação homóloga dos Acessórios, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação (classe 5) e do Lazer, recreação e cultura (classe 9), com variações de -2,4% e -0,2%, respetivamente (-1,9% e 0,5% em abril)”, assinala o INE.

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Circulação na A2 restabelecida, mas fogo em Aljustrel continua “ativo”

  • Lusa
  • 16 Junho 2024

O incêndio que deflagrou perto da localidade de Messejana "está a ceder, encontra-se setorizado e nalguns setores está dominado, mas mantém-se ativo”, precisou o Comando Sub-Regional do Baixo Alentejo

A circulação na Autoestrada do Sul (A2) encontra-se totalmente restabelecida, mas o incêndio que provocou hoje o corte daquela via durante a tarde, na zona de Aljustrel (Beja), continua “ativo”, adiantou a Proteção Civil à agência Lusa.

O incêndio que deflagrou perto da localidade de Messejana “está a ceder, encontra-se setorizado e nalguns setores está dominado, mas mantém-se ativo”, precisou o Comando Sub-Regional do Baixo Alentejo.

Por esse motivo, a Estrada Nacional 263 (EN263) permanece totalmente “cortada” sem previsão de quando possa ser reaberta à circulação.

No local, pouco depois das 22:00, mantinham-se “130 operacionais”, apoiados por “44 viaturas”, numa altura em que, após o anoitecer, “os meios aéreos já não se encontram no teatro de operações”, segundo a mesma fonte.

Durante a tarde, o incêndio chegou a ser combatido por 162 operacionais, 53 viaturas e sete meios aéreos, de acordo com atualizações fornecidas pelo ‘site’ da Proteção Civil.

O fogo, cujo alerta foi dado pouco depois das 17:00, teve origem numa zona agrícola, mas propagou-se para uma área de eucaliptal, segundo informações adiantadas à agência Lusa, durante a tarde, pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

Foram mobilizados bombeiros das corporações de Aljustrel, Ferreira do Alentejo, Ourique, Beja, Cuba, Castro Verde, Alvito, Almodôvar, Mértola, Barrancos, Moura, Serpa, Alvalade do Sado e Grândola.

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Incêndio de “grande intensidade” em Aljustrel corta A2 nos dois sentidos

  • ECO
  • 16 Junho 2024

Segundo a Proteção Civil, ainda há meios a serem posicionados no local e, para já, não há feridos a registar nem habitações em risco, noticia a Rádio Observador.

Um incêndio que está avançar este domingo com “grande intensidade” a partir de Messejana, no concelho de Aljustrel, obrigou ao corte da autoestrada A2 nos dois sentidos, noticiou a Rádio Observador.

Fonte do Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil do Baixo Alentejo confirmou à estação de rádio que o incêndio tem três frentes ativas a ser combatidas por mais de 100 operacionais e seis meios aéreos.

Segundo a Proteção Civil, ainda há meios a serem posicionados no local e, para já, não há feridos a registar nem habitações em risco, adianta a Rádio Observador.

De acordo com o site fogos.pt, o incêndio teve início em Messejana às 17h04.

(Em atualização)

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Mais de 1.900 residentes de Miranda do Douro aderiram ao seguro municipal fornecido pela Lusitania

  • ECO Seguros
  • 16 Junho 2024

Com esta iniciativa a câmara quer melhorar a qualidade de vida da população e atrair novas famílias. O órgão administrativo pagou 690 mil euros que cobre serviços da Lusitania por dois anos.

Mais de 1.900 residentes de Miranda do Douro aderiram ao seguro municipal “Miranda Saudável” desde o seu lançamento em novembro de 2023. Segundo avançou a RTP, nesse período, foram realizadas mais de 500 consultas de medicina geral e familiar, aproximadamente 100 consultas noutras especialidades e cerca de 200 exames complementares de diagnóstico.

As áreas mais procuradas foram dermatologia, reumatologia e ortopedia.

A Câmara Municipal de Miranda do Douro investiu 690 mil euros nesta iniciativa – valor que cobre por dois anos os serviços disponibilizados pela seguradora Lusitania, segundo o relatório de prestação de contas de 2023 do município. A Lusitania foi escolhida num concurso público em que também concorreu a Costa Duarte.

Nota que o acesso a este produto é gratuito para qualquer residente. Este tem de possuir o cartão de saúde municipal que o identifica e lhe “permite o acesso aos cuidados de saúde prestados na rede médica e o acesso aos cuidados de estomatologia e medicina dentárias”, lê-se no caderno de encargos.

Nesse sentido, os beneficiários podem agendar no posto de saúde local, situado na junta de freguesia de Miranda do Douro, a sua consulta junto do médico de clínica geral cuja ligação à equipa médica hospitalar é feita de imediato, “quer seja através de tecnologias que garantam observação remota dos casos em tratamento, quer seja, pelo agendamento prioritário de Consultas e/ou exames no hospital privado de suporte”, cujo transporte está assegurado, lê-se no site do órgão administrativo.

A Câmara Municipal de Miranda do Douro avançou com este procedimento complementar ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) para “aumentar a qualidade de vida no seu concelho e garantir mais e melhor saúde para a sua população”, assim como para atrair “novas famílias”.

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