Da conta da água à da luz: onde vão parar os preços em 2025
Na eletricidade, a tendência é de alívio. Contudo, na água e resíduos a evolução dos preços deverá ser ascendente. O gás teve atualizações em alta em outubro.
2025 chega com boas perspetivas, mas apenas quanto à conta da luz. Embora a maioria dos comercializadores ainda não tenham revelado as suas ofertas, a indicação dada pelo regulador é de descida no preço e a EDP também já o confirmou. No gás natural, o movimento é oposto: o preço regulado subiu e os restantes operadores seguiram a batuta. Na água e nos resíduos a tendência é igualmente de subida, embora os tarifários ainda não estejam finalizados: esperam-se aumentos que vão dos 2% aos 11%.
Preços da luz aliviam
No passado dia 16 de dezembro, chegou a confirmação por parte da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE): “A fatura mensal [da eletricidade no mercado regulado] apresentará reduções entre 0,85 e 0,91 euros no início do próximo ano.” As reduções são possíveis dada a alteração legislativa que aumenta o valor do consumo de energia sujeito à taxa reduzida de IVA, de 6% em vez de 23%. Caso contrário, sentir-se-ia um aumento de 2,1%, alerta o regulador.
No mercado regulado da luz, o alívio pode ascender aos 91 cêntimos. No livre, a EDP calcula que os clientes poupem em média 7% face a 2023.
Mas esta evolução diz respeito apenas aos 870 mil clientes que permaneciam, no final de setembro de 2024, no mercado regulado. No entanto, a decisão da ERSE abre a porta a alívios também no mercado livre. Isto porque o regulador fixa o valor de uma componente, a tarifa de acesso às redes, que é comum entre os dois mercados. E esta tarifa vai cair 3,6% para os clientes de baixa tensão normal, ou seja, as famílias.
O ECO/Capital Verde contactou as várias comercializadoras para saber que evolução esperam dos seus preços no próximo ano. Apenas a EDP já fez o anúncio: “A fatura dos clientes residenciais da EDP vai baixar em média 7%, a partir de 1 de janeiro de 2025”, indica a empresa.
Gás natural sobe quase 7%
O mercado regulado do gás, que atualmente — e desde há dois anos — tem a tarifa mais acessível para esta energia, agravou os preços em média em 6,9% a partir de outubro, mês no qual se dá início ao “ano-gás”.
Na altura, ao ECO/Capital Verde, a EDP Comercial, Goldenergy e a Endesa afirmaram que iriam refletir nas faturas do gás natural, a partir de 1 de outubro, o custo adicional das tarifas de acesso às redes. Já a Galp aumentou o preço do gás natural que fornece, em média, em 16%, e a Repsol preferiu não tecer comentários. Sobre 2025, apenas a EDP se pronuncia: afirma que irá manter os preços inalterados.
Na água e resíduos, subidas dos 2% aos 11%
As tarifas da água para 2025 ainda não estão fechadas. “Só em 2025 as entidades irão enviar à ERSAR o tarifário a aplicar nesse ano“, indica o regulador. No entanto, antes da decisão final, o regulador é chamado a dar o seu parecer em relação a propostas de preço avançadas pelas entidades gestoras municipais. Com base nessas propostas, o regulador indica que os consumidores deverão pagar mais 2,1% pelo abastecimento de água e mais 6,4% pelo saneamento de águas residuais, em média, considerando um consumo de 10 metros cúbicos por mês.
“Salientamos que, à data de hoje, a informação de que dispomos não é ainda completa e, em alguns casos, poderá não ser a final, uma vez que a entidade competente para aprovar as tarifas poderá decidir um valor distinto do que foi previsto no parecer da ERSAR”, ressalva o regulador.
No que toca os sistemas geridos em regime de concessão, a lógica é diferente: a evolução dos preços respeita uma fórmula definida em contrato. Para estes casos, a ERSAR estima que o abastecimento de água encareça 4,4% e o saneamento de águas residuais suba 5,9%.
Outra parcela que está incluída na fatura da água é a da gestão de resíduos urbanos. Neste capítulo, o valor indicativo para as entidades em gestão direta (municípios e serviços municipalizados) é uma subida de 11,4%. Já os sistemas geridos por concessão deverão registar uma subida de apenas 4,8%.
A influenciar estes preços no consumidor estão as revisões dos preços no sistema em alta (captação e tratamento, ou seja, as fases antes da distribuição). Aqui, o regulador indica que propôs um aumento de 2,1% para os sistemas de titularidade estatal de abastecimento de água e de saneamento de águas residuais, o fundo o grupo Águas de Portugal.
Os municípios e serviços municipalizados deverão subir o preço da gestão de resíduos em 11,4%. Já os sistemas geridos por concessão deverão registar uma subida de apenas 4,8%.
No caso dos sistemas de titularidade estatal de resíduos, ou seja o grupo EGF, a ERSAR aprova as tarifas a aplicar. De entre as 11 entidades do grupo EGF, oito delas não sofrem qualquer aumento. “Considerando as únicas três situações em que há aumentos tarifários e que decorrem de circunstâncias específicas”, a média global do aumento das tarifas é de 9,7%, indica a ERSAR. Já os sistemas de titularidade municipal de gestão de resíduos urbanos vão sentir um aumento médio de 7,2%.
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