Centeno tem de ir Parlamento com urgência explicar salários no Banco de Portugal

Os deputados aprovaram por unanimidade um requerimento do Chega para ouvir o governador do Banco de Portugal sobre os vencimentos da instituição.

O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, vai ter de ir ao Parlamento com caráter de urgência explicar a política salarial praticada pelo regulador, segundo um requerimento do Chega aprovado esta quarta-feira por unanimidade pelos deputados da comissão de orçamento, finanças e administração pública (COFAP).

O pedido surge na sequência da polémica em volta do vencimento do consultor do Banco de Portugal (BdP), Hélder Rosalino, depois de ser convidado para o cargo de secretário-geral do Governo. Rosalino entretanto desistiu do cargo.

“Queremos saber quantos trabalhadores ocupam o cargo de consultor no BdP, porque foram criados e por que razão esse cargo tem um salário tão avultado”, justificou o deputado do Chega, Rui Afonso, na apresentação do requerimento.

“Foram divulgadas notícias relativas a um dos quadros do Banco de Portugal, a exercer funções de consultor do Conselho de Administração, e a auferir uma remuneração de cerca de 15 mil euros. Não existe informação sobre as tarefas específicas destes consultores, nem quantas pessoas estão a exercer este tipo de funções no presente momento, nem informação sobre quais os critérios de recrutamento específicos para este tipo de funções. A Lei Orgânica do Banco de Portugal também não é explícita quanto ao assunto em apreço”, lê-se no texto do pedido de audição.

Pela voz de Hugo Carneiro, o PSD anunciou de imediato que iria votar favoravelmente: “Vamos votar a favor, achamos que o escrutínio e sempre importante e o governador tem responsabilidades juntamente com a administradora”. De seguida propôs também a audição da administradora Helena Adegas e o Chega não se opôs. O presidente da COFAP, Filipe Neto Brandão, sugeriu então que se o governador do BdP desejar poderá fazer-se acompanhar pela administradora.

O PS também não se opôs, mas considerou não haver urgência na matéria. “É preciso compreender melhor como se definem os critérios das remunerações do BdP, mas não é assim tão urgente”, afirmou o deputado socialista Carlos Pereira.

Mas Rui Afonso, do Chega, voltou a defender a “urgência” da audição, tanto mais que o ministro das Finanças já convocou a comissão de vencimentos do Banco de Portugal“.

(Notícia atualizada às 15h34)

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