Pensão de 900 euros poupa 17 euros por mês com novas tabelas de IRS. Veja as simulações

Pensões até 870 euros passam a não fazer retenção na fonte com novas tabelas de IRS. Entre as demais reformas, várias sobem em termos líquidos. Por exemplo, reforma de 900 poupará 17 euros a cada mês.

Com 2025 a começar, o Governo publicou as novas tabelas de retenção na fonte de IRS. E não são só os salários líquidos dos trabalhadores que vão aumentar. Também os pensionistas sentirão esse efeito, confirmam as simulações feitas pela EY para o ECO. Quem ganha a pensão média (que ronda os 553 euros) não verá mudança alguma por essa via, uma vez que já não fazia retenção na fonte. Mas quem recebe, por exemplo, 900 euros brutos por mês conta com um reforço do rendimento líquido de 17 euros.

Todos os meses, os pensionistas vêm as suas reformas sujeitas a um desconto em sede de IRS. É a retenção na fonte, que funciona como um adiantamento do imposto pelo contribuinte ao Estado, sendo que, na primavera do ano seguinte, é feito um ajuste de contas com o Fisco.

Esta semana, o Governo publicou em Diário da República as tabelas de retenção na fonte com as taxas que serão aplicadas ao longo de 2025, que já refletem a subida do salário mínimo, a atualização dos escalões de IRS e o aumento do mínimo de existência. A primeira mudança a notar é que as pensões até 870 euros passam a estar isentas de retenção na fonte. Em comparação, as tabelas anteriores colocavam esse limite nos 820 euros.

Não é a única alteração. O Governo atualizou os valores dos escalões de rendimentos, o que significa que os pensionistas portugueses vão ver o rendimento líquidos subir.

Vamos a exemplos. Comecemos pelo caso de um pensionista (solteiro ou casado num agregado com dois titulares) sem filhos e com uma reforma de 900 euros brutos por mês. No último ano, descontava 17 euros como retenção na fonte de IRS. Este ano vai passar a não fazer qualquer desconto, ou seja, fica com esses 17 euros na carteira.

Se esse mesmo pensionista contar uma reforma de 1.500 euros brutos por mês, o ganho líquido será de 11 euros à boleia das novas tabelas de retenção na fonte. Em 2024 descontou 177 euros todos os meses; agora, vai reter 166 euros mensalmente, segundo as contas da EY. Ao fim de um ano, ficam mais 2.300 euros na carteira do que ficavam com as tabelas antigas.

No caso de uma pensão de 2.500 euros (solteiro sem dependentes e casado dois titulares sem dependentes), a subida do rendimento líquido com as novas tabelas será de 15 euros, calcula a EY. Isto porque a retenção na fonte desce de 512 euros mensais para 497 euros por mês.

E se a pensão for de cinco mil euros? Considerando um reformado nas condições já referidas, o “ganho” esperado é também de 15 euros. Neste caso, a retenção na fonte de IRS desce de 1.624 euros para 1.609 euros por mês.

Já uma reforma de dez mil euros consegue subir, em termos líquidos, 18 euros por mês com as novas tabelas. Neste caso, o desconto mensal de IRS recua de 4.106 euros para 4.088 euros.

Importa explicar que as pensões mais baixas, que têm um peso muito expressivo no universo da Segurança Social, não verão qualquer mudança com as novas tabelas de retenção na fonte de IRS. Isto acontece porque já não faziam descontos mensais, e assim continuarão.

Por exemplo, uma reforma de 600 euros já não fazia retenção na fonte de IRS, situação que se manterá em 2025. O “ganho” será, portanto, de zero euros, confirmam as simulações feitas pela EY.

Por outro lado, é de realçar que, como as tabelas só foram publicadas esta semana, e a Segurança Social paga as pensões no dia 8 de cada mês, as reformas de janeiro ainda não refletirão estas mudanças.

Pensões brutas também sobem

O ano de 2025 não traz apenas aumentos líquidos às pensões. Também em termos brutos sobem, à boleia da inflação, do crescimento económico e da atualização extraordinária proposta pelo PS e aprovada pelo Parlamento, à revelia do Governo, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025.

De acordo com a portaria publicada em Diário da República (que vem confirmar os cálculos que o ECO já tinha feito com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística), as pensões até 1.045 euros mensais brutos têm um aumento de 3,85%. Já as reformas acima de 1.045 euros, mas até 1.567,5 euros, sobem 3,35%.

Por outro lado, às pensões acima de 1.565,5 euros, mas até 3.135 euros, é aplicado um reforço de 2,1%. E às pensões acima de 3.135 euros, é dado um aumento de 1,85%, sendo que as reformas acima de 6.270 euros continuam congeladas.

Ao contrário dos aumentos líquidos — que não serão sentidos em janeiro, conforme já referido –, os acréscimos brutos já foram aplicados nas transferências feitas este mês pela Segurança Social.

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