Pedro Nuno recomenda “mais cuidado” a Montenegro: ganhar seis mil euros não é “trabalhar de borla”

"Nenhum ou quase nenhum português compreende quando se diz que trabalhar por seis mil euros é trabalhar de borla", disse o líder da oposição sobre o novo secretário-geral do Governo.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, considera que o primeiro-ministro “deve ter mais cuidado com as palavras que usa”, referindo-se às palavras proferidas esta terça-feira pelo governante aquando da tomada de posse do novo secretário-geral do Governo. Montenegro disse que Carlos Costa Neves “está a pagar para trabalhar”, apesar de receber um salário de seis mil euros.

“Não sou dos que acha que os políticos ganham pouco. É muito importante que isto fique claro, porque, obviamente, a dimensão salarial é sempre relativa ao que são os salários praticados no país. O país paga salários baixos e, portanto, acho que nenhum ou quase nenhum português compreende quando se diz que trabalhar por seis mil euros é trabalhar de borla”, disse Pedro Nuno Santos na conferência de imprensa após o encontro com o sindicato dos enfermeiros e associações portuguesas de administradores hospitalares.

Para o secretário-geral do PS, Luís Montenegro deve ter “mais cuidado” com as palavras que utiliza, porque isso “ofende a esmagadora maioria do povo português que não consegue sequer vislumbrar o dia em que vai ter um salário de seis mil euros por mês”.

Estas declarações surgem no dia marcado pela tomada de posse de Carlos Costa Neves como secretário-geral do Governo. Na cerimónia, o primeiro-ministro referiu que Costa Neves “vai pagar para trabalhar”, depois da polémica em torno do salário que o então consultor do Banco de Portugal Hélder Rosalino iria auferir, superior a 15 mil euros, caso não tivesse recuado na aceitação do convite para ocupar o cargo.

“Não deixo de anotar o esforço e a prova de dedicação à causa pública que o secretário-geral dá o vir vestir esta camisola com custos pessoais e financeiros. Está a pagar para trabalhar, uma vez que terá um rendimento inferior do que se aqui não estivesse”, sublinhou Luís Montenegro.

O antigo ministro dos Assuntos Parlamentares de Passos Coelho, agora empossado, vai abdicar não só da subvenção vitalícia superior a três mil euros que recebia por ser ex-titular de um cargo político, como também das pensões da Segurança Social e da Caixa Geral de Aposentações (CGA). Isto significa que Costa Neves vai ganhar cerca de menos quatro mil euros brutos por mês, revelou ao ECO fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro.

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