Exclusivo Governo recruta no Novobanco para completar nova administração do IGCP
Além do presidente, Pedro Cabeços, o novo conselho de administração do IGCP, que arranca funções em fevereiro, contará com Valéria Cunha, até então no Novobanco, e com Rui Amaral, vogal do IGCP.
O Governo já definiu os três elementos que irão constituir o novo conselho de administração da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), que deverá iniciar funções a 3 de fevereiro, de acordo com as expectativas do executivo.
Além de Pedro Cabeços, que assumirá a presidência em substituição de Miguel Martín tal como o ECO noticiou em primeira mão, o ECO sabe que os dois outros elementos serão Rui Amaral, que permanecerá como vogal, e Valéria Cunha, que o Governo foi recrutar ao Novobanco para completar a equipa que irá liderar o IGCP nos próximos três anos (2025-2027) e assim garantir o princípio de equidade exigido por lei.
Valéria Cunha, que substitui Maria Rita Gomes Granger que estava no IGCP há mais de 11 anos, foi responsável pelo departamento de “Recuperação de Crédito de Grandes Empresas” no Novobanco entre fevereiro de 2023 e dezembro de 2024. Nesta função, liderou uma equipa de 30 profissionais responsáveis pela gestão de um portefólio de grandes empresas, com um valor total de 5 mil milhões de euros.
Anteriormente, Valéria Cunha passou pela Interpath Advisory em Londres, onde foi diretora de “Reestruturações e Situações Especiais”, e pela Ernst & Young Parthenon, também em Londres, como diretora de “Transações e Estratégia”. A sua formação inclui uma licenciatura em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa e uma pós-graduação em Direito da Comunicação e Telecomunicações pela Universidade de Direito de Coimbra.
Rui Amaral, que permanece como vogal, fará a ponte entre a anterior e a nova administração. No IGCP desde agosto de 2022, tem sido responsável pela área de Mercados e Investidores, tendo ao longo deste tempo desempenhado um papel de relevo na condução das operações de dívida realizadas pelo Tesouro.
Com mais de 15 anos de experiência na banca de investimento, Rui Amaral trabalhou em Portugal e na Noruega, contando com passagens pelo Caixa Banco de Investimento como diretor adjunto na área de mercados de capitais de dívida e financiamento estruturado, e pelo Millennium investment banking como diretor associado de titularização e dívida subordiana, executando diversas transações no âmbito dos mercados de capitais de dívida, financiamento estruturado e titularização em várias geografias.
E à frente do IGCP estará Pedro Cabeços, que conta com uma carreira na área da banca de investimento, trazendo consigo uma vasta experiência em mercados financeiros e gestão de dívida. Entre fevereiro de 2016 e dezembro de 2023, ocupou o cargo de diretor na NatWest Markets, sendo responsável pelo departamento de Vendas de Renda Fixa para a Ibéria. Anteriormente, passou pelo Morgan Stanley e pela Société Générale, acumulando experiência em operações de taxa de juro.
É importante notar que, com exceção de Rui Amaral, os nomes de Pedro Cabeços e Valéria Cunha estão atualmente sob análise da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP). Só após esse escrutínio é que poderão tomar posse, dado que esta avaliação é um passo crucial no processo de nomeação, garantindo que os candidatos cumprem os requisitos necessários para os cargos em questão.
Também ainda não estão definidos os pelouros de cada um dos novos membros do conselho de administração. Essa decisão será posteriormente tomada pelo presidente do IGCP. No entanto, analisando os currículos de Pedro Cabeços e Rui Amaral, nota-se uma sobreposição significativa de competências, com ambos a demonstrarem um forte expertise em operações de taxa de juro e relações com investidores.
Esta duplicação de perfis levanta questões sobre a futura distribuição de responsabilidades, particularmente em relação ao pelouro “Mercados e Investidores”. Resta saber como a nova administração irá reorganizar a equipa para maximizar a eficiência e evitar redundâncias, aproveitando ao máximo as competências complementares dos seus membros.
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