Lucros da Ryanair encolhem 12% devido a descida de preço das passagens

O CEO do grupo, Michael O'Leary, antecipa que a consolidação na Europa, incluindo a venda da TAP, irá contribuir para limitar a capacidade de oferta de voos.

A Ryanair teve lucros de 1,94 mil milhões de euros entre março e dezembro, os primeiros nove meses do seu ano fiscal. O número representa uma quebra de 12% face ao período homólogo, que a companhia aérea de baixo custo irlandesa atribui à descida de 8% no preço das passagens.

Esta descida acontece apesar de a Ryanair ter aumentado em 9% o número de passageiros, para 160,2 milhões, e as receitas em 3%, para 11,65 mil milhões de euros. No entanto, os custos operacionais saltaram 8% para 9,6 mil milhões.

No terceiro trimestre fiscal a evolução foi positiva, com os lucros a disparem de 15 milhões de euros em 2024 para 149 milhões este ano. As receitas subiram 10% para 2,96 mil milhões e os custos operacionais 8% para 1,93 mil milhões, estas últimas influenciadas pelo aumento dos custos com pessoal e o atraso da Boeing da entrega de novas aeronaves, refere a empresa.

Michael O’Leary, CEO do grupo, antecipa que “a capacidade europeia no médio curso se mantenha limitada em 2025″. O responsável aponta que muitos operadores europeus de Airbus continuam a trabalhar nas reparações de motores da Pratt & Whitney e os principais OEM (fabricantes de aeronaves) deparam-se com atrasos nas entregas. Refere ainda o impacto “da consolidação nas companhias aéreas da União Europeia, incluindo a aquisição da ITA pela Lufthansa, a participação da Air France-KLM na SAS e a venda próxima da TAP“.

O atraso na entrega de aviões pela obrigou a Ryanair a rever a meta para o crescimento do tráfego de 210 para 206 milhões de passageiros. “Durante o próximo ano, vamos realocar esta escassa capacidade para as regiões e aeroportos (na Polónia, Suécia e Itália) que estão a investir no crescimento ao cortar ou abolir as taxas aeroportuárias“, afirmou Michael O’Leary.

Michael O’Leary, CEO do grupo Ryanair, em conferência de imprensa em LisboaHugo Amaral/ECO

“Estas restrições de capacidade, combinadas com a nossa significativa vantagem de custos, um balanço forte, encomendas de aeronaves de baixo custo e resiliência operacional líder do setor irão, acreditamos, facilitar o crescimento rentável da Ryanair com tarifas baixas para 300 milhões de passageiros durante a próxima década”, acrescentou.

A companhia aérea informou ainda que vai pagar um dividendo interino de 0,223 euros por ação a 26 de fevereiro e que já tinha completado mais de 50% do programa de recompra de ações de 800 milhões de euros a 31 de dezembro.

Os títulos reagiram em alta à apresentação das contas. Às 11h20 estavam a valorizar 3,5% para os 20,42 euros.

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