Conheça as dez apostas do fundo da Noruega na bolsa portuguesa
O maior investidor do mundo, que gere 1,7 biliões de euros, reduziu a sua exposição às ações negociadas na bolsa de Lisboa. Saiba quais as empresas onde está a investir.
O fundo soberano da Noruega, que é o maior investidor do mundo com 1,7 biliões de euros sob gestão, detinha, no final de 2024, 1.185,1 milhões de dólares (1.135,8 milhões de euros) em títulos cotados na bolsa lisboeta, um número que compara com 1.738,5 milhões de dólares no final do ano anterior. Uma evolução negativa justificada pelo desinvestimento em ações da bolsa nacional e pela evolução negativa dos títulos da EDP, apesar de o fundo até ter reforçado a participação na elétrica.
2024 ficou marcado por um desinvestimento em ações nacionais por parte do Norges Bank Investment Management (NBIM), a entidade responsável pela gestão do fundo soberano. O fundo, por um lado, reduziu o número de empresas em carteira e, por outro, reduziu a percentagem de capital detido em participações na bolsa nacional. Ao todo, o fundo norueguês detém investimentos em 10 cotadas na praça nacional, após ter saído do capital da Altri, Ibersol e Mota-Engil, no último ano.
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EDP é a maior participação
A EDP é a maior aposta do Norges Bank na bolsa lisboeta. O fundo soberano da Noruega detinha, no final de 2024, uma participação de 5,62% do capital da empresa, acima dos 4,67% detidos um ano antes, depois de a gestora ter voltado a superar a fasquia dos 5% do capital em abril do ano passado. A posição avaliada no final do ano passado em 752,3 milhões de dólares é, ainda assim, inferior à posição de 983,5 milhões no final de 2023, fruto da forte desvalorização (32,14%) registada pela empresa ao longo do último ano.
Galp “vale” 172,7 milhões na carteira
A segunda participação mais valiosa é na Galp Energia. O fundo tem uma posição de 1,39% no capital da petrolífera portuguesa, abaixo dos 1,44% que controlava no final de 2023. O investimento na Galp estava avaliado em 172,7 milhões de euros, praticamente em linha com o valor da participação no final de 2023, apesar do Norges Bank ter reduzido a participação, devido à valorização das ações em 2024.
Posição no BCP cai para metade
O investimento do fundo da Noruega no BCP baixou de 2,43% para 1,13%. A participação avaliada em 81,8 milhões é a terceira maior na carteira de ações controladas na bolsa portuguesa. O banco português tem registado uma forte recuperação nos últimos anos – subiu mais de 69% e 87% em 2024 e 2023, respetivamente –, suportada na mudança na política monetária do BCE e na melhoria de rentabilidade do banco. Desde o início do ano, as ações já sobem mais de 9% e seguem em máximos de oito anos, acima dos 50 cêntimos. O Norges Bank aproveitou esta evolução para registar mais-valias, reduzindo a posição de 111,5 milhões para os atuais 81,8 milhões.
Jerónimo Martins perde investimento
O fundo soberano da Noruega desinvestiu na Jerónimo Martins, com a participação na retalhista a baixar de 1,36% para 0,48% do capital. Esta posição valia, no final de 2024, 58 milhões de dólares, um valor que compara com os mais de 217 milhões de investimento no final de 2023. Além do corte da participação, esta descida incorpora ainda a desvalorização de quase 20% das ações no último ano.
EDPR preterida à casa-mãe
Ao contrário da EDP, que foi alvo de um reforço de investimento, a participação na EDP Renováveis foi reduzida no último ano. O maior fundo soberano do mundo diminuiu a sua participação no capital da empresa para 0,37%, abaixo dos anteriores 0,66%, para cerca de 40,5 milhões de dólares. A empresa de energias renováveis tem sido pressionada pela mudança na administração americana, perante o receio de um desinvestimento na promoção de energias verdes.
Sonae é uma das apostas em Lisboa
A holding da família Azevedo mantém-se na carteira de ações detidas pelo Norges Bank em Portugal. O fundo detinha, a 31 de dezembro de 2024, 1,2% do capital da Sonae, uma percentagem ligeiramente inferior aos 1,33% controlados no ano anterior. Esta posição está avaliada em 22,7 milhões de dólares, menos quatro milhões que em 2023.
Participação na Nos sobe para 1,25%
A Nos foi uma das poucas empresas portuguesas onde o Norges Bank aumentou a posição em 2024. A participação na operadora portuguesa subiu de 1,08% para 1,25%, mostrando que a gestora do fundo está otimista para a evolução da operadora liderada por Miguel Almeida, apesar da entrada da Digi no mercado nacional. Esta posição vale 22,2 milhões, acima dos 19,7 milhões no ano anterior.
Investimento na REN baixa
A REN é uma das 10 empresas onde o Norges Bank investe. O fundo soberano da Noruega mantém uma participação de 1,38% no capital, avaliada em 21,7 milhões de dólares, menos cinco milhões que no final de 2023 (1,53%).
Posição na Corticeira aumenta
A Corticeira Amorim é uma das três empresas onde o fundo aumentou o investimento, no último ano. A empresa liderada por António Rios Amorim viu a participação detida pelo fundo soberano da Noruega passar de 0,67% para 0,72%, ou cerca de oito milhões de dólares. Este investimento ocorreu num ano em que a empresa caiu perto de 12% em bolsa, mostrando que o Norges Bank está convicto que há margem para a empresa recuperar.
Norges Bank reduz aposta nos CTT
Os CTT fecham a lista das 10 empresas onde o fundo soberano da Noruega investe em Portugal. A posição na empresa de correios era, no final de 2024, 0,66%, menos de metade dos 1,5% controlados no ano anterior. Este desinvestimento materializou-se após um ano muito positivo para os CTT em bolsa, com os títulos a subirem perto de 55%. Um comportamento positivo que a companhia mantém em 2025: sobe 8,7%, este ano.
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