54% das zonas húmidas de Espanha estão em mau estado e precisam de mais proteção
Espanha é o quinto país do mundo com as zonas húmidas mais importantes, embora 54% estejam em mau estado e precisem de ser melhor protegidas para garantir a biodiversidade e o equilíbrio ambiental.
Este domingo é o Dia Mundial das Zonas Húmidas e os dados indicam que a Espanha enfrenta uma grave crise neste domínio. É o que demonstra a última análise da Convenção de Ramsar, o tratado internacional que promove a conservação e a utilização sustentável destas zonas naturais.
O relatório revela que 30% das zonas húmidas espanholas estão em estado “muito mau”, enquanto outros 24% estão em estado “mau”. Isto significa que apenas 15% estão em estado “moderado” e apenas 12% podem ser consideradas “bem conservadas”. Os restantes 19% estão ainda em processo de avaliação, pelo que o seu estado é incerto.
Estes números evidenciam a necessidade urgente de intensificar os esforços de proteção destes ecossistemas fundamentais para a biodiversidade e o equilíbrio ambiental. Por este motivo, o Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico apresentou o Plano Estratégico para as Zonas Húmidas até 2030, com o objetivo de prevenir e inverter a degradação das zonas húmidas em Espanha.
SETOR PRIVADO
Com este projeto, o Governo cumprirá o compromisso proposto em 2021 de melhorar a conservação destes espaços fundamentais devido ao seu papel fundamental como protectores da biodiversidade e mitigadores das alterações climáticas. O Governo transferiu um total de 120 milhões de euros para as comunidades autónomas para a realização de projectos relacionados com a melhoria do conhecimento, conservação, gestão e restauração de zonas húmidas.
Este compromisso com a recuperação das zonas húmidas foi também adotado por algumas organizações privadas, que lançaram acções para melhorar o estado destes ecossistemas.
A Sanitas, em colaboração com a WWF, lançou um projeto de recuperação de zonas húmidas em 2024 no Parque Regional do Sudeste de Madrid, localizado na bacia do rio Tejo. Por outro lado, a Suntory Global Spirits, juntamente com a Fundación Naturaleza y Hombre, lançou uma iniciativa de recuperação e criação de zonas húmidas, reflorestação e educação ambiental na Reserva Biológica de Campanarios de Azaba e nas bacias dos rios Eresma e Duero, em Castela e Leão. De igual modo, o CaixaBank, através do projeto “Vida Restaurada”, em colaboração com a Fundação Montemadrid, transformou o Charco del Tamujo de terreno agrícola em zona húmida protegida.
Estas iniciativas reflectem o interesse do governo espanhol e do sector privado na conservação das zonas húmidas. A sua perda ou deterioração pode ter consequências graves para o nosso planeta, como a perda de biodiversidade, a redução da disponibilidade de água potável e o agravamento das alterações climáticas.
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