António Costa defende “mentalidade de defesa europeia”
O presidente do Conselho Europeu reconhece que existe "um senso de desconexão entre cidadãos e lideranças" e que é necessário "uma mentalidade de defesa europeia a todos os níveis na Europa".
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta quarta-feira, em Bruxelas, que a situação de guerra que se vive exige medidas urgentes, pelo que é preciso uma mentalidade de defesa europeia.
“A paz e a segurança da Europa está também nas comunidades locais. A paz e a segurança da Europa são também da vossa responsabilidade. A União Europeia será mais forte e bem-sucedida apenas se nós, vocês, todos, agirmos de mãos dadas. Porque a situação exige urgência. Precisamos de uma mentalidade de defesa europeia a todos os níveis na Europa”, disse António Costa durante a 164.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, que dita o fim do mandato de Vasco Alves Cordeiro como presidente.
Para António Costa, “os novos investimentos em defesa também podem criar empregos e desenvolver as regiões” e “significarão mais integração territorial e mais desenvolvimento regional”.
O presidente do Conselho Europeu, e ex-primeiro ministro português, considerou que são necessários “novos investimentos em defesa de forma integrada” e “construir ao mesmo tempo uma cadeia de abastecimento sustentada, autonomia energética e uma indústria inovadora”.
Apontando que a União Europeia “está a viver um momento decisivo, face às condições geopolíticas e económicas” e que existe “um senso de desconexão entre cidadãos e lideranças”, António Costa defendeu que é preciso “construir de baixo para cima, para a unidade e a coesão”.
“A guerra da Rússia contra a Ucrânia tem sido um ato de agressão, causando sofrimento humanitário. Mas também ameaçador para a segurança europeia”, alertou, ao defender que “nada sobre a guerra contra a Ucrânia pode ser decidido sem a Ucrânia” e que é necessário “intensificar os esforços para construir uma Europa da Defesa”, acrescentou.
António Costa considerou que é necessária a “confiança dos cidadãos” na capacidade de a Europa os defender. “As nossas cidades, vilas, regiões, das áreas montanhosas às áreas metropolitanas, das regiões ultraperiféricas ao centro da nossa União, são fundamentais para o sucesso coletivo”, frisou, ao referir que “representam a diversidade da Europa” e os seus modelos económicos e de governação.
“É por isso que a subsidiariedade e a governação multinível são os princípios fundamentais da arquitetura europeia”, pois são os governos locais que “entendem os seus cidadãos, as necessidades, os seus desafios e suas esperanças para o futuro” e “adaptam as políticas às condições locais”, adiantou.
Para António Costa, “as cidades e as regiões são também quem está melhor colocado para enfrentar a crise da habitação, para se lutar contra as causas profundas da desigualdade social e assegurar que a busca pela competitividade seja, de facto, uma busca pela prosperidade partilhada”.
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